- Oi – murmurei. Claro que eu não gosto desse apelido ridículo, mas tudo bem.

 Ele ficou olhando para o nada por um bom tempo, pensei até em puxar assunto, mas achei melhor não, mas então ele disse com cara de medo

 - O que acha de sairmos hoje?

 - Por mim tudo bem – sorri, ele sorriu também, sorriso perfeito! Foco, foco!

 - Passo para te pegar às sete, que tal?

 - Acho perfeito – sorri e ele saiu. Olhei para as meninas e elas estavam me olhando de cara séria sem dizer nada até que elas disseram em coro:

 - Nós vamos te arrumar para o encontro!

  - Pronta, não doeu não é? – A bia disse terminando de passar a chapinha no meu cabelo

 - De verdade? Doeu. – elas me olharam com raiva então como eu não acho que ele ia gostar de mim sem os dentes tratei de melhorar minha frase: - mas fiquei linda – sorri sínica.

 Observei o relógio, já era seis e quarenta e dois, logo ele estaria ali então como eu não sabia para onde iríamos e não queria pagar uma de pobre, comecei a comer umas frutas que estavam em cima da mesa.

 - Taih, o que você está fazendo?

 - Fazendo ovos de chocolate para páscoa não está vendo? – disse com meu melhor tom de ironia.

 - Sério? Mas falta tanto para páscoa, eu quero, eu quero – Ai Meu Deus, ela acreditou?! Jesus me pinta de rosa que eu to bordô (N/A: adoro essas frases!)

 - Bia! Eu não to fazendo ovos, estou comendo!

 - Mas comendo ovos?

 - Não, esperta, comendo essas frutas – apontei para a mesa.

 - Mas você vai sair, daqui a pouco, por que está comendo? – ela me perguntou, até que eu entendo que seja estranho mas ela não entende que eu vou sair e não quero parecer uma morta de fome?!

 - Não quero pagar uma de pobre, amor – disse sorrindo.

 - Não acre... – ela iria terminar se a campainha não tivesse tocado.

 - Ele chegou – murmurei com medo. – E se ele não gostar da minha roupa?

 - Calma você está perfeita – Bia e Pâam disseram em coro. Observei minhas roupas: calça jeans preta, blusa cinza e meu All Star.

 A campainha tocou novamente e eu fui atender, fingi surpresa ao dizer:

 - Oi

 - Oi – ele disse vindo em direção e me dando um selinho; corei.

 - Merda – murmurei. Por que eu sempre tenho que corar nesses momentos?

 - O que? – ele disse rindo.

 - Nada – corei mais ainda – pensando alto como sempre.

 - Então vamos – ele disse, me pegou pela mão e me levou até o carro onde uma mulher dirigia; provavelmente a mãe dele, só tive tempo de acenar para as meninas que estavam se despedindo de mim na entrada.

 - Olá, moçinha – ela disse assim que entrei no carro.

 - Olá – respondi ainda um pouco corada pela vergonha que passei.

 - Então você é a famosa Thaina? – Merda, eu corei de novo! Olhei para ele surpresa e ele deu um risinho.

 - Sim, mãe, é ela, mas por favor, não me faça passar vergonha! – ele disse olhando para o vidro, pude ver pelo reflexo que ele estava envergonhado.

 - Que isso, filho, aposto que sua amiga não vê problema nenhum nisso, não é? – O que eu respondo? Tive vontade de dizer “claro que me importo né? Eu sou a namorada do seu filho, não uma amiguinha da escola!” Mas achei melhor dizer:

 - Claro que não, senhora – e dar meu melhor sorriso falso.

 O restante do caminho foi chato, conversamos sobre escola, escola e escola. Quando chegamos no parque de diversões a mãe dele soltou um rápido “Adeus, bebês” e foi embora.

 - Bebês?

 - Sim, ela é assim mesmo, desculpa – ele murmurou corado; ele fica lindo corado! Foco Thaina, foco!

 Ele se aproximou de mim, mas quando eu digo que se aproximou, se aproximou mesmo e colocou as mãos no meu rosto.

 - Fica linda corada – ele disse com seu lindo sorriso e me beijou. Beijou, não acredito, essa noite vai ser boa!