Por ironia do destino tivemos aula hoje à tarde. Cheguei em casa, almocei e nem tive tempo de cochilar um pouquinho, tive que me arrumar para voltar pra escola... Pois é, e olha que essa é a rotina diária do meu irmão, fico imaginando como vai ser quando eu entrar na faculdade. 

Passamos a tarde assistindo aula de matemática, uma matéria cujo criador deveria ter pacto com o tinhoso. Enfim, esse negócio de conjuntos numéricos é um saco, as questões sempre são grandes e exigem muita -muita mesmo- interpretação de texto, o que não é muito o meu forte. 

– É isso, estão liberados - Disse o professor e eu comemorei mentalmente, pois essa aula é torturante. 

Fiz umas últimas anotações e guardei minhas coisas na mochila, foi quando percebi que a rosada já estava de pé ao lado da minha carteira e com sua mochila nas costas. Eu heim, ela não organiza os materiais, simplesmente joga tudo de qualquer jeito na mochila, só pode.

– Então, tá tranquilo ? - Questionou - Entendeu o assunto ?

– Sinceramente, não - Admiti - Esse assunto é muito confuso e eu me enrolo todo. 

– Bem - Ela olhou no relógio de pulso - Ainda são 16:30, vamos estudar ?

– Vou aceitar a proposta. 

– Na sua casa ou na minha ?

Ora essa, pensei que íamos estudar na biblioteca. Mas, só de pensar em como o meu estômago está roncando, já me dá vontade de ir pra casa. Pois é, a criatura esquecida aqui não trouxe nem uma barrinha de cereal pra comer e, pra piorar, a cantina está fechada. Tá certo que eu não gosto dos lanches daqui, mas na hora da fome eu como qualquer coisa, não tenho frescura. 

– Pode ser na minha casa - Respondi - Vou ligar pro meu irmão. 

Ela assentiu, então peguei o celular e enviei uma mensagem pro meu irmão. 

Eu:

"Mano, minha aula já acabou, pode vir me buscar."

Itachi:

"Ok. 

Fica aí na frente.

Já tô indo."

Ora essa, ele visualizou a mensagem e respondeu na mesma hora. Putz, como assim?

Eu:

"Você não deveria estar na aula ?"

Itachi:

"Acabei de sair pro intervalo."

Eu:

"Ah sim..." 

– Seu irmão vem ou nós vamos andando ? 

Sakura é louca, só pode ! Minha casa é longe pra caramba, de onde ela tirou essa idéia ?

– Sim, ele tá vindo - Assenti - Vamos lá pra frente. 

Graça a Deus o Itachi não demorou, mas me lançou um olhar pra lá de malicioso assim que entrei com a rosada no carro, nós dois no banco de trás -eu não iria no banco da frente e deixá-la sozinha atrás-, é óbvio que eu me controlei pra não ficar vermelho, pois às vezes o meu irmão consegue ser inconveniente mesmo sem falar nada.

– Então - Ele pigarreou, dando partida no carro - Onde a sua amiga mora, Sasuke ?

– Ah, a Sakura vai lá pra casa e depois a mãe dela busca ela - Respondi e recebi outro olhar malicioso, como se dissesse "Dê uma utilidade para as camisinhas que eu te dei". Meu irmão é um pervertido ! 

– Saquei - Sorriu malicioso, só espero que a Haruno não pense besteira. 

Pela misericórdia divina todos nós ficamos em silêncio durante todo o trajeto. Chegando em frente à nossa casa, Itachi parou o carro e Sakura desceu primeiro, só que eu tive o braço segurado pelo meu irmão no momento em que fui descer.

– Ainda tá com as camisinhas ? - Sussurrou pra rosada não ouvir e eu quase pus o coração pra fora. 

– Itachi ! - Repreendi - Tenha dó, nós vamos estudar.

– Sim, vocês podem estudar o sistema reprodutor na prática, vai ser ótimo. 

– Você é um pervertido ! - Saí do carro bufando de raiva e roxo de vergonha enquanto meu irmão ficou rindo da minha cara. 

Com as mãos trêmulas, procurei pelas chaves de casa no bolso da calça até que enfim encontrei, então pudemos entrar e o Itachi foi embora. Pelo menos ele não fez nenhuma insinuação pervertida perto da Sakura. 

– Por que parece tão nervoso ? - Questionou curiosa enquanto chegávamos na varanda. 

– Nada não. 

É claro que eu não vou contar que é por causa do que o meu irmão disse. Ele deu todo o apoio pra eu transar com a Haruno aqui em casa... Putz, não quero nem ficar pensando nessas coisas. 

– O que o seu irmão falou ?

– Besteira. 

Abri a outra porta e entramos na sala de casa, na mesma hora o Thor veio correndo até mim e começou a encarar a rosada com o mesmo olhar assassino que sempre lançou pra ela.

– Tava demorando pra essa bola de pêlos do mal aparecer - Sakura fechou a cara e pôs as mãos na cintura. 

– Tadinho - Peguei o bichano no colo após colocar minha mochila sobre o sofá - O coitado deve estar com fome.

– Precisa de um regime, isso sim.

É, nisso eu sou obrigado a concordar. 

Fui até a cozinha, onde eu coloquei ração e água para o Thor e, pelo tapete completamente bagunçado e fora do lugar, tenho certeza de que esse gato estava com safadeza aqui. 

– Agora come e fica quietinho aqui - Falei, colocando a criaturinha no chão para comer. 

– Sasuke, eu... - Sakura apareceu na cozinha, mas acabou tropeçando no objeto de prazer do Thor, vulgo tapete. Ainda bem que ela segurou na mesa, caso contrário teria se espatifado lindamente no chão - Ai, por que esse tapete está jogado desse jeito aqui no meio ?

– Putz, foi o Thor - Respondi - Ele roda a casa inteira com esse tapete aí. Machucou ?

– Não. Ele dorme nesse tapete ?

– Ele geralmente dorme na caminha dele. O tapete é só uma diversão. 

– Diversão ? - Indagou confusa.

– É. Ele não tem uma fêmea, então usa o tapete.

– Ah sim, você já tinha dito isso - Ela caiu na risada - Ai, credo ! 

– Eu sei, é estranho - Comecei a rir também. 

– Espera aí, esse gato não é castrado ?

– É. 

– Então como é que ele... - Sakura fez uma expressão confusa e engraçada - Enfim, como o Thor se diverte com o tapete sendo que não consegue levantar o martelo ?

Adorei o trocadilho. 

– Sei lá - Dei de ombros, indo em direção à geladeira - Acho que ele só faz de conta mesmo... Você tá com fome ? 

– Um pouquinho. 

– Eu tô morrendo de fome - Confessei - Vamos comer alguma coisa, eu não consigo estudar de barriga vazia.

– Super concordo contigo. 

Fizemos alguns sanduíches e por sorte tinha suco de laranja na geladeira. Não conversamos muito enquanto estávamos lanchando, Sakura passou a maior parte do tempo encarando o felino ciumento que ficava se esfregando na minha perna como se quisesse marcar território. 

Me sinto disputado. 

Pegamos nossas mochilas na sala e fomos direto para o meu quarto -uma vez que estudar na sala seria um saco, pois o Thor iria ficar se esfregando em mim o tempo inteiro- e fechamos a porta para o bichano não entrar. Se ele não fosse tão ciumento e possessivo, eu não precisaria tomar tal medida drástica. 

Espalhamos alguns materiais no chão, estojos, cadernos e livros, então eu liguei a central de ar pra ficar fresquinho e pudemos dar início aos estudos. 

Sakura sempre tem um jeitinho de me fazer entender as coisas, ela é super paciente e sempre me incentiva. Não sei como ela é tão boa com os números; coisas que não fazem sentido algum pra mim são extremamente fáceis para ela. 

– Então o U pra cima é união e o U pra baixo é intercessão... - Fiz mais uma anotação no caderno - Isso me confunde pra caramba. 

– Sasuke, matemática é prática - falou docemente - Quanto mais exercícios você fizer, mais rápido vai pegar o jeito da coisa.  

– Eu sei, mas esse negócio desses conjuntos me confunde demais ! 

– Relaxa... Você dizia que não ia conseguir aprender as matrizes e conseguiu. Com os conjuntos numéricos vai ser a mesma coisa, uma hora você pega o jeito. 

A verdade é que eu não consigo me concentrar direito nesse negócio. Tô pouco me importando com união, intercessão, não quero nem saber se os conjuntos pertencem os não pertencem aos reais... Só consigo pensar nos cem por cento que a Haruno comentou hoje de manhã, mas ela ainda não tocou nesse assunto. Será que ela disse aquilo só pro Naruto e a Hinata calarem a boca ? Bem, só vou saber se perguntar. 

– Sakura - Chamei, atraindo a atenção dela para mim enquanto eu brincava com a tampinha da caneta vermelha - Hoje cedo, quando você falou que nós ainda não tínhamos nos resolvido cem por cento... - Mordi o canto do lábio inferior, me perguntando se realmente deveria prosseguir com a pergunta. Ah, dane-se - O que você quis dizer com isso ? 

– É que... - Percebi que suas bochechas coraram instantaneamente - Ainda não decidimos como vamos ficar. 

– Como vamos ficar ? - Questionei confuso, unindo as sobrancelhas. 

– No dia do seu aniversário você disse que gosta muito de mim, isso é verdade ?

Ela está duvidando da minha pessoa ? Por que eu mentiria com relação aos meus sentimentos ?

– Claro que é verdade - Respondi enquanto tirava o óculos para limpar as lentes pela segunda vez. Sinceramente, não sei de onde aparece tanta marca nas minhas lentes, eu acho que alguma alma coloca o dedo e fica falando "Limpa de novo, trouxa !". 

– E eu também gosto muito de você, Sasuke. Gosto de verdade - Pelo tom de voz, sei que ela está sendo sincera - Nós vamos continuar sendo apenas amigos ? 

O que ela está querendo insinuar ? É impressão minha ou ela está me pedindo em namoro ? Mas não é o rapaz quem tem que pedir a moça em namoro ? Eu heim, esse negócio aí tá invertido. 

– Eu acho que você está querendo ir rápido demais, Sakura - Falei meio sem jeito, ajeitando meu óculos - Meu pai sempre diz que não devemos dar um passo maior do que a perna e eu concordo com isso. 

– Você não tem certeza do que sente, é isso ?

– Não. Por favor, não me entenda mal - Praticamente implorei, pois não quero mais discussões com ela - É que eu acho que tá muito cedo pra um compromisso, entende ? Eu acho que um relacionamento sério, algo realmente sólido, vai sendo construído com o tempo... Acho que não é legal começar algo da noite pro dia. 

– Você acha que nós somos muito novos ?

– Mais ou menos - Desviei o olhar para os cadernos abertos com algumas equações escritas nas folhas - Eu gosto demais de você, eu quero ficar com você, só acho que é muito cedo pra assumir um compromisso. 

Sakura segurou em meu rosto e o virou, me fazendo olhar em seus olhos verdes e brilhantes. Esboçando um sorriso meigo, a rosada se aproximou de mim e selou nossos lábios, dando início a um beijo delicado e intenso ao mesmo tempo. 

Sentir nossos corpos tão próximos é uma sensação muito boa, como se uma corrente elétrica percorresse todo o meu corpo, proporcionando um calor diferente de tudo o que eu já havia sentido até então. Meu coração se acelerou enquanto nossas línguas lutavam por espaço; levei uma mão até o rosto delicado de Sakura e mantive a outra apoiada no chão, enquanto que as mãos dela acariciavam meus cabelos, dando leves arranhões em minha nuca que me fizeram ficar arrepiado. 

O que é isso ? Só sei que é muito bom... 

– Você me pegou de surpresa de novo - Falei um pouco envergonhado assim que nos separamos, Sakura ficou com os lábios levemente inchados por conta do beijo que foi um pouco demorado e com certeza os meus também ficaram assim. 

– Você falou que fora da escola não tinha problema. 

Ah é, eu falei isso aí mesmo. 

– Agora eu não sei o que dizer - Fiquei completamente sem graça depois dessa e ajeitei meu óculos que até ficou meio torto.

– Shiiii... Você não precisa dizer nada - Sussurrou com os lábios próximos dos meus e me beijou novamente. 

Vou confessar que o meu primeiro beijo, mesmo tendo sido um pouquinho estranho, foi bom; mas esse negócio parece que vai ficando melhor. A mão que durante o outro beijo eu tinha levado até o rosto dela, agora desceu para a fina cintura, o que foi a deixa pra eu puxar seu corpo para mais perto do meu, aumentando ainda mais aquela sensação gostosa de calor, e olha que a central de ar está ligada. 

Fomos interrompidos pelo barulho do portão sendo aberto, seguido pelo som do carro da mamãe entrando na garagem. Nos separamos rapidamente e nos recompomos, voltando nossos olhares para as atividades de... O que nós estávamos estudando mesmo ? 

– Então o conjunto A e o B pertencem aos reais e... - Tentei voltar para a linha de raciocínio que foi perdida a alguns minutos - Nós estávamos fazendo qual questão mesmo ? 

– Acho que era a letra b da questão 2 - A rosada falou confusa, levando a ponta do lápis até o canto direito do lábio inferior - Ou era a questão 3 ? 

– Argh, não tô com cabeça pra resolver isso - Resmunguei - Não mais. 

– Nem eu  - Bufou, jogando o lápis sobre o caderno aberto. 

Minha mãe logo apareceu no meu quarto e  agradeci mentalmente por eu não estar me pegando com a Sakura nesse exato momento. 

– Sasuke, me empresta... - Ela parou ao ver a rosada ao meu lado - Ah, olá querida.

– Oi tia - Sakura sorriu. 

Que intimidade é essa ? A coisa rosa insiste em ficar chamando a minha mãe de tia. 

– Estão estudando ? - Questionou.

Bem, não no sentido exato da palavra, mas estamos tentando. Demos alguns beijos, mas a idéia inicial era estudar. 

– Sim, estou ajudando o Sasuke com os conjuntos numéricos - Respondeu a rosada. 

– Ah sim. Sasuke, me empresta o seu carregador ? - Mamãe pediu - Eu não sei onde guardei o meu. 

O carregador do celular da minha mãe parece que tem pernas, pois ele vive fugindo dela.  

– Pode pegar - Respondi - Acho que tá aí na gaveta.

Ela abriu a primeira gaveta do meu criado mudo e ficou boquiaberta, como se estivesse realmente chocada e olhou pra mim como se me repreendesse com o olhar.

Ué, não saquei por que ela parece tão chocada, irritada, com raiva, surpresa... Enfim. 

– Sasuke Uchiha, o que significa isso ? - Minha mãe retirou vários preservativos de dentro da minha gaveta.

MISERICÓRDIA, EU ESQUECI DE TIRAR ISSO DAÍ. 

Fiquei trêmulo, comecei a suar frio e minha garganta ficou seca. E agora, o que eu faço ? 

Sakura ficou com o rosto roxo de vergonha e a mamãe parece que vai me esganar a qualquer momento. 

– Mãe... Não é nada disso que a senhora está pensando. 

– Só me responde uma coisinha;  por que você tem essa quantidade absurda de camisinhas na sua gaveta ? - Perguntou com a voz um pouco alterada, colocando os preservativos que estavam em sua mão de volta na gaveta - Você não teria isso aqui à toa, teria ?

– Isso é do Itachi - Respondi. 

– Ah, ele guarda camisinhas na sua gaveta ? - Ironizou. 

– Não, ele me deu as camisinhas - Admiti.

– Ele te deu ? - Eita, quando a dona Mikoto altera a voz desse jeito quer dizer que a parada ficou muito séria - Sasuke... - Falou em tom de aviso.

– Mãe, ele me deu isso de sacanagem - Respondi antes que ela começasse a me dar esporro - No dia do meu aniversário ele me deu essas camisinhas de "presente" pra tirar com a minha cara. Só isso. 

– Aham... Sei - Respondeu da forma mais irônica possível. 

Que decepção, minha própria mãe não confia em mim. 

– Mãe, a senhora não conhece as crias que tem ? - Indaguei. 

– Conheço - Suspirou - Conheço muito bem. 

– Então a senhora sabe que eu não estou mentindo. 

– Ok - Pegou o carregador na gaveta e depois a fechou - Depois a gente conversa - Falou desconfiada e depois saiu do quarto, mas é óbvio que deixou a porta aberta. 

Eu quero morrer !

Esse negócio de "depois a gente conversa" nunca termina bem. Eu vou ouvir poucas e boas, com certeza vou. 

Gente, que vergonha, mal consigo olhar pra Sakura depois dessa ! Como eu pude ser tão burro a ponto de deixar aquelas camisinhas dentro da gaveta ? Eu deveria ter jogado no lixo, isso sim ! 

Itachi, você me paga !

– Então - Pigarreou a rosada.

– Eu falei a verdade - Falei antes que ela prosseguisse - Meu irmão me deu essas camisinhas, mas eu não uso isso.  Quero dizer - Fiquei roxo feito uma amora e comecei a gaguejar - Se eu tivesse relações com alguém é óbvio que eu usaria, não sou uma pessoa irresponsável, mas só que eu não...

– Sasuke - Ela me interrompeu, antes segurava o riso, mas acabou caindo na gargalhada - Você não precisa me explicar nada. 

– Eu só não quero que você pense que eu sou algum tipo de louco tarado. 

– Você tá bem longe disso. 

– O Itachi apronta cada uma comigo - Suspirei - Por que diabos ele foi inventar de me dar isso ?

– Seu irmão é uma figura, não é ?

– Até demais. Sério, eu juro que essas camisinhas de todas as cores e sabores não são minhas. 

Afinal, qual é a necessidade de se fabricar preservativos com sabores e também alguns que brilham no escuro ? Eu heim, esse povo tem uma criatividade... 

– Eu sei disso, seu bobo - Riu da minha falta de jeito. Depois dessa, nem sei como vou conseguir olhar pra cara dela - Sasuke, até uns dias atrás você nunca tinha beijado uma garota. Eu não tô achando que você é algum tipo de viciado em sexo. 

– Obrigado pela compreensão. 

– Mas eu não me importaria se fosse um viciado em beijos - Sorriu de forma sapeca com o rosto bem pertinho do meu, quase selando nossos lábios novamente. 

– Sakura, pelo amor de Deus - Afastei a criatura rosa de mim e olhei na direção da porta que, por culpa das camisinhas que eu ganhei de presente, foi deixada aberta - A minha mãe já viu aquela quantidade absurda de preservativos na minha gaveta, se ela passar por aqui e nos ver no maior amasso, com certeza vai pensar besteira. 

– Ah, Sasuke... - Fez beicinho, falando toda manhosa - Você acabou de acabar com a minha alegria. 

– Não seja boba - Tomei coragem e lhe dei um beijo na bochecha. Isso, tomei uma atitude ! Estou indo bem... - Nós não somos namorados, mas isso não significa que não podemos dar uns beijinhos de vez em quando. 

Ambos rimos do comentário. Cara, a risada dela é muito perfeita, sem falar que seu sorriso é lindo. 

– Tudo bem - Assentiu - Se está propondo uma amizade colorida, eu aceito. 

– Não é bem uma amizade colorida - Expliquei - Digamos que é um teste drive para um futuro namoro. 

– Eu adorei - Ela riu - Um teste drive... Interessante. 

Estava tudo perfeito, mas o clima foi cortado por um certo gato Persa branco da cara achatada, mais conhecido como Thor, o ciumento. Ele pulou bem entre nós, subindo no meu colo e encarando a rosada como se dissesse "Afaste-se do meu humano". 

Pois é, nada nessa vida é um mar de rosas -principalmente quando se cria um gato extremamente possessivo-, mas ainda assim estou muito feliz. Sakura e eu nos gostamos e isso já é um grande passo, pode ser cedo pra começar um relacionamento, mas eu quero tentar porque estou realmente apaixonado por ela de uma forma que jamais pensei que pudesse ficar.