Inevitável escrita por miojo


Capítulo 2
Você ajuda as pessoas e ainda é chamado de gay.


Notas iniciais do capítulo

Odeio o sentimento de não ter escolhas.



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Desci do rabbit, ainda em perfeito estado devido ao tempo de uso, e avancei entre a grama para o chalé da Bella. Estava quente, e o sol estava brotando entre as nuvens. Não demorou e avistei um enorme brilho correndo com uma bola na mão. Emmett. Sem dúvida de todos o sanguessugas ele é o mais legal. Não entendo como consegue viver com aquele Barbie. A bola veio na minha direção, peguei com as duas mãos, já que ele não mede a força. As vezes fico pensando se a gente brigasse, se eu teria chances de arrancar a cabeça dele.

 

Atirei a bola de volta, me aproximando devagar. Foi Jasper quem recebeu dessa vez. Esse é estranho, não troco muita conversa com ele, esta sempre calado ou então enroscado na baixinha. A tanto tempo estou aqui, que nem sinto mais enjoou com o cheiro deles.

 

-Quer participar?- Emmett perguntou, sorrindo.

 

-A Nessie me ligou.- ergui as mãos, mostrando que era uma pena “o meu mundo” estar precisando de mim nesse momento.

 

-Depois passe para tomar um café.- Esme me cumprimentou da espreguiçadeira onde estava sentada.

 

A comida que ela faz é boa, acho que ela se realiza tendo alguém para comer e elogiar. Já que toda sua família prefere um sangue quente ao em vez das tortas de maça, que são as minhas preferidas. Bella estava sentada olhando o sol, junto com o leitor de mentes. A pele de ambos brilhava em contato com o sol, o que era meio aviadado para Edward.

 

-Jake.- Bella se levantou para me abraçar, Edward apenas me olhou furioso por causa do pequeno comentário interno.

 

-Bells.- Ergui a garota magricela que foi meu primeiro amor do chão, sem duvida minha amiga mais especial.

 

-Qual é da purpurina? – Levantei a mão cumprimentando Edward, que só rosnou então entrei no chalé. O cheiro doce da Nessie me guiava.

 

Como eu queria sair por aquela porta e não voltar, queria gritar e brigar com ela por não ter me escolhido. Mas não conseguia, não podia. Era minha obrigação amá-la. E eu não me culpo por isso, nem poderia. Eu não a escolhi, ela foi escolhida para mim. Mesmo sabendo disso, ainda penso se eu a amaria do mesmo jeito se ela não fosse meu imprint. Se ela fosse humana, se eu fosse humano.

 

Não nego que a velocidade, a adrenalina me consome, e muitas das vezes o único sentido que encontro na minha vida é ser lobo. Mas penso se não seria mais fácil se tudo fosse normal. Talvez eu conseguiria ser menos idiota e mais feliz. Faz doze anos que tenho dezesseis anos.

 

A porta do quarto da Nessie estava entreaberta, acabei de abrir e me deparei com ela deitada na cama, com fones de ouvido e umas revistas. Uma perfeita adolescente. Assim que sentiu meu cheiro ela pulou em mim, sorrindo. Tudo fez sentido, eu sempre a amaria. Ela é meu mundo, e sempre será.

 

-Jake, acho que estou apaixonada!- Ele disse se jogando na cama.

 

Era para mim ficar furioso, gritar com ela, sai correndo por aquela porta e ir matar o garoto. Depois voltar e ver uma Nessie chorando e consolá-la, porém, a única coisa que sentia era alegria. Eu estava feliz por ela estar. E isso chega a machucar.

 

-Quem é o felizardo que eu vou arrancar a cabeça com uma mordida?- Disse brincando e me sentei ao seu lado na cama.

 

-Seu bobo, é o Victor, do ultimo ano. – Ela suspirou  abraçando uma das revistas.

 

-Seu pai sabe?- Perguntei acariciando os cachos cobre.

 

-Ele disse que não dura um mês.- Ela deu os ombros, se ajeitando no meu colo.

 

-Sabe, ele é diferente dos outros...- ela iniciou um discurso, do qual não ouvi muita coisa. Meus pensamentos estavam voltados para o pequeno buraco em meu peito. Era como uma correia dentada frouxa em um carro, é quase invisível, mas quando arrebenta faz um estrago tremendo. Eu estava esperando esse estrago chegar.

 

-E então acha que ele gosta de mim?- Nessie cobrou minha atenção.

 

-Claro, quem não gosta.- Eu sorri, sorri era tão fácil quanto se calar.

 

-JAke!- Bella chamou. Nessie revirou os olhos e colocou os fones.

 

Fui em direção a voz da Bella. Ela estava ao longe na floresta, sozinha me esperado. Corri um pouco para chegar mais rápido. Ela me abraçou, com força. seu cheiro tão de perto queimava meu nariz, mas no fundo ela ainda era a mesma Bella.

 

-Temos que conversar.- Ela disse enrugando a testa, como sempre fazia quando estava preocupada.

 

-Ela só esta apaixonada, logo passa.- Dei os ombros.

 

-Não é sobre a Nessie, é sobre você.- Bella se sentou me puxando para junto dela.

 

-Você não faz mais piadas, não sorrir sinceramente, nem implica com a Rose. No começo eu entendi, era difícil para você. Mas agora, já faz dois anos Jake.- Bella acariciava meus cabelos, e uma dor me afligia por dentro.

 

-Você tem que reagir JAke, viver sua vida, como ela mandou.

 

-Esse é o problema Bella, ela é minha vida.- encarei os olhos dourados, embora diferentes, ainda eram tão profundos.

 

-Jake.. tente enxergar além dela. Além desse amor.

 

-Não dá, Bella. Não dá.!

 

-Jake, tente!- Foi mais uma ordem do que um pedido.

 

Levantei-me e corri, minhas roupas arrebentando em pleno ar, quando voltei ao chão foi minhas patas que o tocou. A liberdade. Corri para o meio das árvores, sem pensar em nada. Apenas corri. Corri.

 

 

Devo ter atirado pedras na cruz, pregado chiclete na mesma. Não é possível, nem correr com a cabeça vazia eu consigo, a voz da Bella fica ecoando, me irritando. Tente Jake, tente. Eu já faço isso, já tento levar uma vida normal. Na medida do possível quando se é um lobo.

 

Jake...

 

A Leah entrou nos meus pensamentos, me fazendo bufar, não queria conversar com ela agora, não queria conversar com ninguém. Mesmo ela tento me ajudado muito nesses anos. Continua como minha beta, esse lugar é dela.

 

Só existe um bando atualmente,  no qual e sou o alpha. Seth, Quil, Leah e Embry são os únicos além de mim que ainda se transformam. Os  demais desistiram para poder viver ao lado dos imprints. Agora temos mais dez novatos no bando, a presença dos Cullen continua fazendo os genes se manifestarem.

 

O meu preferido e o Scott, ele se transformou a pouco tempo. Ainda esta aprendendo a se manter no controle, talvez um dia tome meu posto ou o de Leah. Que ainda esta na minha cabeça.

 

A monstrinha outra vez.

 

Sempre vai ser ela.

 

Não sei se quero ainda um imprint. Leah estava realmente preocupada, com medo de ser rejeitada como eu fui.

 

Só não escolha alguém que tenha parentescos com sanguessugas.

 

Era bom ouvir as gargalhadas internas de Leah. Ela me entendia. Desde que a Bella escolheu o leitor de mentes, se algum dia ela teve duvidas, que eu divido com a Leah a minha dor. Ainda fui otário o suficiente para pensar que agora com a Nessie seria diferente.

 

Cara, você vai pirar.

 

Como você pirou?

 

Exatamente.

 

A sinceridade em seus pensamentos, me assustaram. Eu estava afastando as pessoas como a Leah fazia? Estava me tornando tão indesejado e chato quanto ela era?

 

Sem dúvidas.

 

Rosnei alto, não queria me tornar uma Leah de calças, mesmo entendendo os motivos dela, não queria passar por isso. Não desse jeito.

 

Você já esta passando.

 

Grande merda, ela tem razão. Fiz uma curva fechada, voltando para a cada dos Cullen. Leah não me seguiu, continuou no seu caminho. As rondas haviam sido reduzidas a quase zero, eu só colocava os novatos pra correr para se sentirem melhor, mais útil. Desde que a Bella virou sanguessuga e a Nessie provou não ser uma criança alguma coisa, que nada de interessante acontece, sinto falta da adrenalina.

 

Minhas patas agrediam o chão, as folhas se dissolviam. È bom isso. Não demorou e avistei uma das minhas calças de moletom, um par de tênis e uma camisa em baixo de uma arvore. Sempre tenho roupas extras aqui, e isso só tem me livrado de usar as roupas engomadas do Emmett.

 

Me vesti rápido, não sabia o motivo mais queria ir para minha casa, dormir. Começar um novo dia amanha, uma nova chance. Eu estava feliz pela Nessie estar apaixonada. Tudo que a faz feliz também me faz feliz. 

 

-Demorou.- A baixinha disse surgindo na porta enquanto eu subia as escadas.

 

-Não enche.- Disse tentando passar por ela, ela sorriu entrando novamente na minha frente.

 

-Ela já esta atrasada.- A baixinha disse seria, empinando o nariz na minha direção.

 

-JAke!_ nessie gritou surgindo na minha frente.

 

Estava linda, os cabelos perfeitamente arrumados. Nunca vi um fio se quer fora do devido lugar. Uma blusinha rosa claro, tocando delicadamente a pele rosada, a saia rodada com bordados delicados. Esta arrumada de mais para ficar em casa.

 

-Vai sair?- Perguntei abraçando-a.

 

-Não precisa tocar! Ela vai ficar fedendo!- Roso bufou da cozinha.

 

-Vou ao cinema, mas queria ver você antes de ir.

 

Ela já não era a minha menina, mas também não era a minha mulher, e sim a mulher de outro cara.

 

-Ela esta atrasada, se não se importa!- Alice disse mais uma vez.

 

-Vai pegar o carro tia, já estou indo.

 

-Quer que eu te leve?

 

-Não precisa Jake, ele pode se assustar com esse homem todo!- Ela disse gargalhando e batendo de leve no meu braço. –Só te esperei porque fiquei preocupada.

 

-To legal- a abracei pela ultima vez.

 

-Te amo Jake.- Três palavras idiotas, que me fazem sorrir feito um bobo.

 

-Se cuida, e se ele tentar colocar a mão em algum lugar, avisa que os lobos são bem perversos por aqui.- Ela caiu na gargalhada, beijando minha bochecha.

 

-Não mais que os vampiros.- O leitor de mentes disse firme. Eu ri.

 

-Edward!- Bella resmungou. No fundo eu sabia que ela odiava a idéia de alguém esta roçando na filinha dela.

 

-Não me faça mudar de idéia Jacob.- Edward resmungou.

 

-Estou indo amores.- Nessie sorriu, o sorriso que derretia todos dessa casa. Não é a toa que é tão mimada.

 

-Juízo.-Bella advertiu, e Nessie saltou para dentro de sua Ferrari cor de rosa. Eu disse que ela era mimada.

 

-To indo também.- Acenei rapidamente, indo em direção ao meu carro. Talvez eu passe na casa da Sue para ver meu velho. Talvez amanha. Não quero a Leah nem o Seth me enchendo hoje.

 

-Ate amanha Jake.- Bella acenou, quando eu já estava entrando no carro.

 

As estrada parecia lenta quando o percurso é percorrido em cima de quatro rodas e não quatro patas. Fui ganhando o caminho de La Push. Sem chuvas, sem os ventos gelados, uma excelente noite para namorar. Ou para ficar em casa bebendo cerveja e vendo filmes idiotas. Como eu vou fazer.

 

Na medida que ia avistando a casa do meu pai, que agora era minha eu ia me sentindo sozinho. Odeio essa sensação. Odeio essa monotonia que minha vida se transformou. Perai, tem um caminhão em frente a minha casa? Acelerei para chegar mais rápido, não era na minha casa. É na casa ao lado.

 

O cheiro familiar me chamou atenção, o que o Scott estava fazendo aqui? Estacionei o carro e fui saber o que estava acontecendo. Scott estava carregando uma televisão, quando me aproximei, Morgan, sua mãe estava com um caderno rabiscando algumas palavras. Ela era uma verdadeira nativa, pele vermelha, cabelos negros, igual ao Scott. Porem Thomas, o padrasto de Scott é um homem branco, de cabelo castanhos e óculos grandes.

 

-E ai cara?- Scott perguntou entrando na casa.

 

-De mudança outra vez?- Perguntei acenando para o Thomas que pegava uma caixa de pratos.

 

-Minha irmã vai vim morar com a gente. Precisamos de um quarto extra. – não sabia que Scott tinha uma irmã.

 

-Desde quando você tem irmã?- Perguntei enquanto pegava o fogão, ele sozinho não ia dar conta de fazer essa mudança hoje. O Thomas não é la muito forte.

 

-Desde que minha mãe casou com o Thomas. É filha dele. – Acompanhei Scott para dentro da casa.

 

-Mais uma pirralha.- Coloquei o fogão na cozinha, em qualquer lugar, depois eles arrumam.

 

-Não, ela é mais velha.- Scott revirou os olhos, demonstrando o quanto gosta da garota.- Dezessete.

 

Me lembrei que o Scott ainda tem dezesseis anos. é difícil se prender em idade quando os caras de dezesseis aparentam vinte e cinco. E quando você próprio já esta beirando os trinta.

 

-Por que ela só vem agora?- Peguei a geladeira, olhei para os lados para ver se tinha mais alguém olhando. Não, estava livre para carregar esse treco.

 

-Sabe como é, eu explodi do nada, tivemos que vim as pressas, ela pediu um tempo. Ficou na casa da minha tia.- Ele deu os ombros.

 

Sem perceber comecei a imaginar a tal garota, pele branca como a do pai, roupas de velha e óculos grandes. Comecei a rir sozinho, gargalhando melhor dizendo. Mais uma esquisita.

 

-Ta rindo de que?- Scott deixou o sofá na sala, a mudança já estava acabando.

 

-De nada. Ela tem nome?- deixei a geladeira no lugar.

 

-Não, a gente chama ela de coisinha. Claro que tem, e Melane.- Ele ria, me vejo nele.

 

-Tudo bem espertalhão, boa sorte na mudança.- Bati as mãos, só tinha algumas caixas na mudança, nada que ele não desse conta.

 

-Valeu pela ajuda, chefe.- Ele bateu continência.

 

-Assim que estiver tudo certo, vou te convidar para jantar.- Morgan avisou, eu apenas assenti. Comida nunca é demais.

 

Minha casa estava vazia, como sempre. O cheiro da Nessie estava ficando fraco, havia dias que ela não aparecia. Entrei no chuveiro, e deixei a água me maltratar por longos minutos. Quando terminei, comi alguns pacotes de salgadinhos bebi algumas cervejas e  dormir, ou melhor tentei. Era isso o que eu fazia a tanto tempo, tentava. Tentava.

 

Acabei por adormecer quando já estava clareando, acredito que não dormir mais de três horas. O despertador tocou, e eu o atirei na parede. Mas não adiantou, não consegui voltar a dormir. Me levantei, me vesti tomei algumas xícaras de café e sai. Deixei a pia repleta de louças,  há tempos essa casa não é limpa. Quase sempre a Leah que faz isso por mim, ou então a Bella.

 

Tinha que comprar algumas peças para os carros que estava arrumando. O trabalho, algo que come meu tempo e me da algum dinheiro.  Comprei todas as peças e coloquei na mala do carro, estava chovendo muito forte o que para qualquer outro significaria perigo na estrada, mas para um lobo não é nada.

 

Assim que tomei a estrada vazia e chuvosa de La Push, enxerguei um garoto que caminhava bem mais a frente, com uma mochila nas costas e uma mala em uma das mãos. O menino tinha causas largas, e um casaco grosso de moletom em um tom esverdeado, que se confundia com as arvores. Pode ser perigoso caminhar por essas estradas sozinho, ainda mais em meio a uma tempestade. Em meio a um relâmpago, emparelhei o carro com o garoto. Ai veio a surpresa.

 

Quando ele se virou, percebi que ele não era ele e sim ela. A garota estava completamente ensopada. Debaixo das roupas largas, estava uma garota. Parei o carro. ela me olhou assustada.

 

-Entra.- Abri a porta para ela, que pensou por alguns segundos e depois jogou a mala e mochila no banco de trás e entrou no carro. Seus lábios estavam roxos.

 

-Você não é um tarado é?- Ela perguntou tirando o capuz. Os cabelos também estavam cobertos pela água.

 

-Acho que deveria pensar nisso antes de entrar no carro. – Disse rindo, enquanto ela se ajeitava no banco.

 

-Ia morrer de hipotermia mesmo.- ela deu os ombros.

 

-Por que estava andando na chuva?- Ela não era nativa, tinha os cabelos castanhos, olhos castanhos e pele branca. Não tanto como a Nessie, mais como a da Bella antes de se transformar.

 

-Meu vôo mudou, e esqueci de avisar meu pai.- ela suspirou.- Seu aquecedor esta ligado? – ela encarou o painel onde apontava que estava desligado.

 

-esta com defeito. Esta indo pra onde?- Não podia dizer a ela que era eu que estava pegando fogo.

 

-La Push.- Ela cantou as ultimas letras.

 

-Tem nome?- Ela gargalhou com a minha pergunta.

 

-Mel, Mel Quister. – Tudo se encaixou, ela é a imã do Scott. Mas cadê os óculos?

 

-Jacob Black.- Me apresentei.

 

-Prazer. – Ela brincou, tirando o casaco molhado, e pegando a mochila.

 

-Conheço teu irmão.- Ela não pareceu dar muita bola, estava revirando a mochila.

 

-Se importa?- Ela perguntou erguendo uma camiseta, a sua também estava molhada.

 

-Vai trocar aqui?- Me assustei, as garotas daqui não são assim, não trocam de roupa dentro do carros de desconhecidos.

 

-Se você não olhar.- ela apertou os olhos, como se me repreendesse.

 

-Você que sabe.- Me foquei na estrada, não invadiria a privacidade dela a esse modo. E mesmo se fizesse, Scott se sentiria humilhado.

 

-Pronto.- Ela sorriu, já com a camiseta e ponto o casaco seco.

 

-Você não bate muito bem.- ela começou a mexer no porta luvas. Garota entrona! Tentei impedir, mas ela conseguiu agarrar um pacote de camisinhas, que levantou rindo.

 

-Seu carro é quente.- Ela gargalhou.

 

-Não são minhas, são do Embry.- Tomei das mãos pequenas e brancas e coloquei no lugar.

 

-Você é gay?- Quase perdi o controle do carro, por pouco não bato em uma arvore. E não se esqueça eu sou um LOBO.

 

-Claro que não!- Ela gargalhou ainda mais fortemente, mas alguma coisa na gargalhada dela me fazia bem.

 

-Ta bom, só perguntei. Tem alguma coisa para beber aqui?- Ela realmente é doida, não é por nada que o Scott não gosta dela.

 

-Eu sei que você é menor de idade.- A acusei, ela pareceu não se importar.

 

-estou falando de sucos. Só uso cocaína.- Segunda vez que quase bato, essa garota é descontrolada.

 

-É brincadeira, não uso essas porcarias não.- Ela se divertia comigo.

 

O cabelo que agora estava secando, mostrava um corte totalmente desalinhado e estranho. A Alice não vai gostar dela. Onde eu estou com a cabeça? A garota não vai se meter com vampiros!

 

-Você é casado?

 

-Não.- Isso me doeu.

 

 

-Sabe para onde esta me levando?- Ela não parecia se importar, se eu fosse um pervertido não teria problemas para agarrá-la.

 

-Para sua casa.- Ela se virou na minha direção, erguendo uma das sobrancelhas.

 

-Não sabe onde eu moro.- Ela estava curiosa agora.

 

-Conheço seu irmão.- Repeti.

 

-Oh!- Ela exclamou, se aproximando de mim. levei um susto quando ela ergueu meu braço e se aninhou no meu peito.

 

-Você é quentinho.- não tive coragem de tirá-la, ela estava gelada.

 

O cheiro dela era bom, algo meio puxado para frutas, ou flores. Eu disse que era bom, mas não estava muito agora. O cabelo molhado estava acrescentando um cheiro diferente. Me sentia útil ajudando a Melane. Era bom se sentir prestativo.

 

-Você também é índio?- A voz meio aguda dela me puxou de volta para a estrada.

 

-Sou.

 

-Esta chegando?

 

-Uns dez minutos.

 

-Para naquela loja ali?- Ela se soltou de mim, pegando novamente a mochila.

 

-Para que?- Perguntei encostando o carro.

 

-Estou com fome.- Ela pegou a carteira e o casaco já molhado, saindo as pressas do carro. Não deu tempo de impedi-la. O que ela esta achando? Que eu sou motorista?

 

Fiquei olhando a chuva, enquanto ela não voltava. Estava demorando. E eu não tinha obrigação nenhuma de estar ajudando-a. Mas estava. E agora não podia ir para casa sozinho, bater na porta do Scott e dizer: Sua irmã e completamente pirada, eu a larguei no meio da estrada sozinha durante a tempestade. Se bem, que ela esta no Merc’s, não esta sozinha...

 

Uma batida na janela me assustou. Odeio a chuva, meu faro fica tão ridículo. Abri a porta e ela entrou, tirando o casaco molhado e jogando sobre o banco traseiro. O Scott que vai lavar meu estofado. Ela carregava dois copos grandes de chocolate quente e uma sacola muito avantajada para o tamanho dela.

 

-Gosta de fritas?- Perguntou me estendendo o copo de chocolate.

 

-Valeu- Peguei o copo, ela tinha comprado comida para mim. Eu não pedi nada. Não que e fosse devolver, afinal comida é sempre comida.

 

-Comprei um X-tudo e fritas.- Estendeu o embrulho com o sanduíche e o pacote de fritas. Para ela tirou so um pacote de fritas.

 

-E para você?- A ajudei a colocar tudo sobre o painel.

 

-Só fritas.- Ela sorriu, comecei a comer.

 

-Ow aqui é bem frio em!- Ela cruzou as pernas sobre o bando, colocando o tênis rasgado e molhado sobre meu estofado de couro.

 

-talvez sapatos inteiros ajudassem.- Ela gargalhou, o som da gargalhada dela me contagia, me faz rir também.

 

-Esses são da sorte, quando quero que algo seja especial- Ela colocava as batatas inteiras na boca, não era cheia de frescuras.

 

-Já deve ter dado muita sorte então.- Acabei como sanduíche e parti para as batatas.

 

-Claro, ganhei uma corona.- Nós dois rimos ao mesmo tempo.

 

-Sabe de uma coisa, você é legal.- Ela embolou o pacote vazio onde estavam as batatas, e jogou dentro da mochila. Se preocupa com a natureza.

 

-Obrigado, ainda te acho doida.- Terminei de comer e de tomar o chocolate.- Chocolate com fritas?- Liguei o carro.

 

-É gostoso.- ela tinha razão, ate que era gostoso.

 

-Você trabalha de que?- Colocou o copo sobre o painel, torci para estar vazio.

 

-Mecho com carros.- Dei os ombros.

 

-Legal.- Ficamos um pouco em silencio, a chuva já parecia estar estiando. Logo ela voltou a falar.

 

-Eu tenho uma tatuagem quer ver?- juntei as sobrancelhas, enquanto se virava de costas para mim e abaixava a blusa, e mostrando uma clava de sol no meio das costas.

 

-Seu pai sabe?- A tatuagem era bonita, meio sem lógica mais legal. Bem a cara dela.

 

-Não, mas ele não liga.- Ela se endireitou no banco.

 

-Ta.- Já estava em La Push tomando o rimo de casa.

 

-As casas daqui são engraçadas.- Ela olhava para a rua sorrindo.

 

-Como assim?

 

-Sei la, são coloridas!-Eu ri.

 

-Pronto- Parei o carro em frente a casa dela. Ela olhou para a casa sorrindo, não parecia estar se importando em ter se mudado para cá. Estava feliz. Se virou para mim, e pela primeira vez reparei realmente no rosto dela. Ela é linda.

 

-Muito obrigada mesmo ta! Fico te devendo.- ela me abraçou pegando a mochila.

 

-Pode deixar eu levo para você.- Peguei a mala, e mochila, mas antes de sair do carro ela me impediu.

 

-Vai se molhar. Já fez muito me trazendo aqui, pode ir para sua casa.

 

-Eu moro ali.- Apontei para a casa ao lado, e ela gargalhou.

 

-Vou saber se você não é gay então!- Sai do carro, antes que me arrependesse.

 

Ela correu na chuva fraca, bateu na porta uma vez e Scott apareceu, ela voou nele, o fazendo cambalear. Ela riu. A Morgan, apareceu em seguida, abraçando-a. por ultimo foi o Thomas, que quase caiu com o abraço da garota. Ela era realmente calorosa com as pessoas.

 

-Mas você só não chegaria amanha?

 

-Mudou o horario, esqueci de avisar. Sorte que encontrei o Jake na estrada. Estava completamente molhada.- Ela explicava.

 

-Como aturou ela?- Scott perguntou, levando um soco no estomago em seguida.

 

-Não foi fácil.- Todos riram.

 

-Não negue, você ficou em duvida se me trazia para casa ou me seqüestrava.- Mel disse, agarrada ao pescoço do pai.

 

-Teria feito um bem para a humanidade!- Scott implicou outra vez.

 

-Não sei se agüentaria...- cocei a cabeça enquanto falava.

 

-Ficar tão perto e não me beijar?- Mel gargalhou no final da frase.

 

-Menina!- Morgan riu;

 

-Muito obrigado mesmo Jake. Sei que essa menina é um furacão.- Thomas agradeceu.

 

-As ordens.- Me ofereci, já virando as costas.

 

-La Push esta correndo perigo!- Scott gargalhava, ele gostava da irmã, mais do que imaginava.

 

-Vou te da uma surra!- As vozes iam ficando para trás na medida que ia me afastando.

 

-Depois do jantar!- Morgan os colocou para dentro.

 

Tomei meu caminho, indo para minha solidão outra vez.


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Notas finais do capítulo

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desculpem a demora, mas eu avisei que seria assim
 
o que estão achando amores??
 
gente, não esta dando para dar a popularida que eu prometi :s
o site ta de fogo, mas assim que voltar ao normal eu vou cumprir!!
 então:
 
Deixem reviews e ganhem popularidade!