Sad Songs for Dirty Lovers escrita por JeanJeanie


Capítulo 5
Facing East OR Sunshine On My Back


Notas iniciais do capítulo

~ouvindo Skinny Love, Bon Iver~
O bloqueio se foi, e eu não consegui me conter. O capítulo virou a Biblía. Perdão ;;~
Masssss... tô sem cabeça pra betar issaque agora. Erros de concordância devem estar por todos os lados. Depois eu arrumo :x

Comentários são legais e eu fico feliz e respondo todos ♥

Pra esclarecer:
1. Na minha cabeça, depois do Dick ser o Batman por um tempo e os Titans East se desmancharem, ele e o Roy juntam os Outsiders de novo quando o Bruce volta. Eu acredito que a Liga não é lugar pro Nightwing e pro Arsenal/Red Arrow (não com os daddy issues que ambos tem), e eles percebem isso no universo que eu criei aqui. (Isso faria com que a timeline de Cry for Justice fosse devidamente eliminada da face da Terra, obrigada)
2. Essas coisas acontecem depois da timeline de Titans V2, e nesse universo lindo a Lian não morre e o não Roy perde o braço – porque eu nunca vou aceitar que isso aconteceu. Inverti e misturei tudo, sim. Se a DC pode fazer o new 52 e achar que está tudo bem, eu posso fazer o que eu quiser também u_u #meuAUminhasregras
3. Na minha cabeça, a Raven é uns 4cm mais baixa que o Dick. Nas HQs, eles são da mesma altura.

ANGST ZONE, BITCHES! Tão tudo avisado, BJSMIL.



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– Them -

5 – Facing East (OR Sunshine On My Back)

“Vou ficar na Torre hj. Onde vc está?”

Raven relê a mensagem pela décima vez em menos de trinta minutos – os mesmos trinta minutos em que esteve encarando a tela do celular, imóvel, a face contorcida em rugas nada graciosas – e mesmo assim nenhuma resposta coerente se materializa em sua mente.

Ela bufa, irritada.

Talvez apenas não haja palavras capazes de justificar o fato de estar em Nova Iorque, na sala de treinamento dos Outsiders, usando roupas civis, no meio do que era para ser uma tarde qualquer. Por isso, ela não responde: soca o celular em qualquer bolso de sua jaqueta de couro, enquanto tenta se convencer de que isso não a faz uma babaca egoísta.

Mas faz. Ela sabe que faz.

Droga!

Sentir-se culpada não é novidade para Raven. Embriagar-se em culpa até que nada além do impulso de fugir reste é algo tão familiar que, de certa forma, lhe traz conforto.

Afastar-se, recolher os destroços, recomeçar – e repetir.

Um modus operandi simples e efetivo... Até então. Até Garfield, Brother Blood, viagens ao mundo dos mortos, necrotérios e o péssimo hábito da persistência*. E assim, a cada despedida, lá estivera ele, a paciência de um monge budista, assistindo-a reconstruir-se e esperando-a estar pronta para voltar; oferecendo-lhe um sorriso e uma xícara de chá de lavanda a cada retorno.

Mas agora... Ele lhe pede para ficar.

E Raven está acostumada a abandonar.

Por isso, quando Garfield segurara suas mãos entre as dele naquela tarde, olhos suplicantes e voz embargada, ela abrira um portal e se teletransportara a 4000km de São Francisco. Porque Raven tem certeza de que não há como fazê-lo entender que ela tem esse redomoinho dentro de si e, às vezes, fica cega, surda e muda, e o medo que sente se torna tão paralisante que é como se ficasse tudo preso na garganta e, mesmo que grite, o que sai é apenas um eco oco de sua alma.

Raven não pode dividir estas coisas com Garfield, não pode lembrá-lo de que ela não é confiável enquanto estiver num corpo criado pela união do sangue dos adoradores de seu pai. Porém, ela jamais esquece, e não importa aonde vá, sempre carrega dentro de si um emaranhado sujo de trapos velhos, presos no ventre, na garganta, e na cabeça.

Ela é a filha do Caos. E ele insiste em amá-la.

Então, todos os dias antes de que ele acorde, Raven deixa-se ajoelhar contra os azulejos frios do banheiro, lágrimas ardendo nas pálpebras e mãos juntas ao peito, pedindo que Azar* o proteja dela mesma. Garfield é o raio de sol dos seus dias, a coisa mais próxima de redenção que a alma dela já conhecera.

Dick, por outro lado...

Aparentemente, é preciso um babaca egoísta para entender outro.

E ela passara duas horas vagando pelos bairros de Nova Iorque naquela tarde, antes de uma carteira de cigarros e um cérebro dopado por duas xícaras extra-grandes de café lhe convencerem de que a ideia de encontrar Dick era brilhante.

Agora, tem a boca amarga, o hálito disfarçado com infinitas balas de menta, a carne cheirando a fumaça, e uma mensagem de celular que não sabe responder.

(Uma mensagem de Gar que ela se recusa a responder.)

Aquela não é ela. E também não tem tanta certeza de quem essa outra é. Mas se é o que tem para hoje, Raven a aceita de braços abertos. E se não for chorar, se não for pedir perdão e consertar tudo que há de errado com o mundo, se não for mais lutar... É essa outra, a babaca egoísta, que será dali em diante.

E tudo bem.

Já se acostumara com tanta coisa incômoda. Com os ossos quebrados, com as dúvidas, com as cicatrizes, com a raiva e com os pesadelos a mais

Tanto faz.

Talvez esteja se transformando em quem realmente é.

Quem sabe?

Ela dá de ombros e senta em um dos bancos de madeira da sala, exausta. Teletransporte seria uma habilidade mais legal, ela pondera, se não fosse tão cansativa. Talvez com mais um cigarro as coisas voltem ao seus lugares...

Mas um alarme soa, as luzes de emergência piscam e as janelas – se é que aqueles pequenos buracos no alto das paredes podem ser classificados assim – são lacradas com lâminas de aço reforçado, e Raven tem certeza de que o universo está testando a Lei de Murphy em sua vida.

Oh, droga.

Ela deixa a cabeça bater contra a parede uma, duas, três vezes, antes de analisar a situação e suas opções. Na verdade, ela pode abrir outro portal e sumir dali, mas, certamente, não o fará sem deixar traços de sua presença para trás – não quando suas digitais já estão por todos os lados e sua imagem deve ter sido capturada em alguma câmera por aí. No fim, Dick com sua (droga de) intuição de detetive (leia-se: paranoia-induzida-por-anos-de-convivência-com-o-Morcego-mór) acabará descobrindo tudo e as coisas ficarão mais complicadas e – droga, droga, droga.

Um suspiro cansado e os olhos fechados e uma chuva de palavras nada educadas correndo pelos pensamentos e –mil vezes droga!

(Santa burrice, Batman! – ela não tem escolha além de brincar com a própria estupidez)

Raven sabe que deveria ter previsto que invadir um Quartel-General-Super-Secreto quebraria, no mínimo, um milhão de protocolos de alta segurança e, provavelmente, seria algo que super-heróis levariam muito a sério. Mas não é como se qualquer parte daquele dia estivesse sendo planejado por anos e anos e anos e – malditos heróis moderninhos e seus sensores de movimento.

O som azucrinante do alarme ganha espaço em seu cérebro e ela não consegue pensar em nada além de massagear suas têmporas com força, um grunhido raivoso desprendendo-se da garganta.

Porque é que tinha saído da cama hoje?

Quando Nightwing e Arsenal adentram a sala em posição de ataque, ela levanta-se em um salto e joga as mãos para o alto, rendendo-se debochadamente.

“Ok, gatinhos. Eu me rendo! Mas só porque vocês pediram com jeitinho...”

“Raven?” Roy e Dick trocam um olhar confuso ao reconhecê-la, a frase soa fora de contexto, como se fosse algo que Harley Quinn diria. Por um momento, a dupla duvida da identidade da empata.

É o ruivo que ousa perguntar, “Mas o que diabos você está fazendo aqui?”

“Hã... O Wally não estava em casa, eu acho?”

Roy nega com a cabeça, a piada os faz compartilhar um riso abafado. Dick franze o cenho, censurando-os. Arsenal finalmente abaixa a arma, “E não podia ter pedido a droga de uma credencial?”

“Desculpa?” Ela tem certeza de que não deveria ser uma interrogação, mas o outro não parece se importar.

“Que seja.” Ele vira-se para Nightwing, nem um pouco impressionado: “Vou avisar os outros que foi um alarme falso. Você... resolve as coisas aqui.” Roy não sabe exatamente o que há para resolver, ou se ao menos há algo a ser resolvido. De qualquer forma, ele tem certeza de que Raven não está ali para vê-lo, muito menos para discutir qualquer coisa que diga respeito aos Titãs. Por isso, ele está mais do que contente em sair dali o mais depressa possível.

“Certo. Obrigado, Arsenal.” Dick está usando sua voz de comando, e ela não pode evitar achar graça. Roy parece compartilhar deste sentimento, porque os dois trocam um rápido olhar cúmplice.

Nightwing e seu complexo de líder é uma peça de teatro que Raven vira vezes demais durante todos esses anos. E aquele show é impressionante quando você tem quinze ou dezesseis anos e não sabe muito sobre usar capas e colãs para combater aliens ou psicopatas mascarados, mas perde a magia quando você se percebe com vinte e tantos anos e ainda combatendo os mesmos aliens e psicopatas mascarados, sete dias por semana, sem saber o que está fazendo.

Segundos depois de Roy deixá-los, o som azucrinante do alarme some e Raven esvazia os pulmões em um só sopro, soltando a respiração que nem se dera conta de que prendera. Mesmo assim, os ombros de ambos estão mais tensos do que o normal.

Ar-se-nal.” ela separa a palavra para enfatizar. “Quanta impessoalidade, hun? O que aconteceu com---”

Você está em roupas civis. Nós, não.”

Ela revira os olhos. Na maioria dos casos, Raven não pode se importar menos com toda aquela besteira de identidades secretas. Ela não usa uma máscara e tem uma tatuagem nada discreta nas costas; Beast Boy é sempre verde e tem (tivera) uma (quase) carreira em Hollywood. Dick Grayson, no entanto, fora criado pelo grande (e paranoico) Batman: não confiar em nada nem ninguém está nas suas configurações originais. Por isso, normalmente, ela apenas ignoraria a estúpida chamada de atenção.

Não hoje.

“Claro. Porque Arsenal faz questão de cobrir o rosto. Ou porque um capuz é o suficiente para fazer com que não me reconheçam por aí. Ou porque Tim não descobriu a identidade do ó-glorioso-cavaleiro-das-trevas quando tinha trezeanos.”

“Ok Raven. Já entendi. Minha liderança não te impressiona e identidades secretas são inúteis. E então? O que você faz aqui?” Ele faz questão de ser rápido e rasteiro, braços cruzados e cara de pouco interesse, escudo e espada em punhos e pode-vir-quente-que-eu-estou-fervendo-beibe!

Mas quando ela lhe retribui com silêncio e olhos incertos, o corpo dele, imediatamente, se desfaz da posição arrogante.

“Rae,” uma pontada de arrependimento soca-lhe as costelas e sua voz torna-se doce “não me entenda mal, não estou reclamando. Eu acho ótimo você estar aqui e tudo o mais... É só que, geralmente, sou eu quem---”

“Arromba minha janela no meio da madrugada e mancha meu suéter favorito de sangue? É, eu sei.”

Raven se aproxima, segurando as mãos calejadas dele entre as dela. E agora os olhos de ambos parecem se contentar em assistir os dedos entrelaçarem-se, afoitos. Para ela, a cena é apenas uma destorcida reprise, um fantasma desbotado assombrando-os de algum universo onde o “E se” é a realidade que impera. Ela sente o estômago revirar e tem certeza de que seu coração está se quebrando bem ali, na frente deles – o som tão ensurdecedor que jura até mesmo Dick poder ouvi-lo. Mas ele não menciona nada.

Calafrios correm-lhe pela espinha, e ele quase sai correndo dali como uma criança assustada quando o “por favor”que não chega a deixar os lábios dela perde-se entre eles. Mas ambos permanecem inertes.

É encarando o enlace – sem coragem de desfazê-lo – que Dick compreende de onde parte a súplica muda de Raven. Algo o impede de, simplesmente, desenrolar seus dedos e deixá-la ir.

Merda!

Ela é a sábia do grupo, ela é quem tem todas as respostas... Não é?

“Eu... Eu...” enquanto ela tenta encontrar as palavras certas, Dick pensa que, se for capaz de fechar os próprios olhos, talvez possa manter-se distante da dor que se derrama dela. Porém, já é tarde demais: está adentrando-lhe por debaixo da pele como um enxame de insetos e é quase impossível evitar estremer-se sob os comichões. Raven percebe. “Desculpe. Eu estou te atrapalhando...?”

“Não, Rae. Não está.” Ele sorri. Um sorriso cinza, é verdade, mas ainda assim um sorriso. “Só estou um pouco surpreso, só isso.” Seus dedos iniciam uma carícia gentil e encorajadora contra a palma das mãos dela. “O que houve, afinal?”

Ela bufa e grunhe e nega com a cabeça antes de se afastar bruscamente. “Meu talento inato de foder com tudo,Nightwing. Foi isso o que houve!”

Ele a puxa para um abraço, esmagando-a contra seu peito, os dedos escorregando pelo mar de fios negros, o corpo embalando-a, a boca murmurando alguma cantiga antiga ao pé do ouvido. Raven cede, o toque do Kevlar contra sua bochecha a faz pensar que sempre preferira a honestidade de mãos sem luvas, a humanidade de rostos sem máscaras. E a última vez que abraçara Dick – e não Nightwing – parece distante demais.

“Não importa o que eu faça,” ela recomeça, quando acha que ele está ouvindo outra vez “as pessoas a minha volta se machucam. Eu fiz Wally e Zach sofrerem. Eu fiz você sofrer. E agora Gar...”

“Você não pode me fazer sofrer por algo que eu mesmo causei, Rae.” ele finge não ouvir a menção do nome dos outros homens. Isso é sobre eles, Dick e Raven, e mais ninguém – certo?

“Mas não é ainda pior? Eu me alimento do seu sofrimento para poder esquecer do meu.” E admitir algo assim deixa um gosto amargo em sua boca. “Cassie tem razão, sou um maldito vampiro emocional.* É bem provável que eu esteja te manipulando nesse exato momento...”

“Eu não me importo.”

As mãos dela passeiam, carinhosas, pelas costas dele e Dick reza, silenciosamente, para que um dia aquele contato não lhe faça se sentir tão confortável, tão adorado, tão... amado. Mas enquanto fazem, ele afunda os dedos na cintura dela, segurando-a junto a si como se Raven fosse névoa evaporando sob o sol do meio dia. Ela estremece e ele curva-se um pouco mais, penteia uma mecha solta de cabelo negro para trás da orelha dela, deixa as pontas de seus narizes se encostarem denunciando as respirações descompassadas.

“Dick, eu sou um desastre.”

Nós somos desastres.”

Se ele a beijar, ela não protestará Se ele a levar para longe, ela o seguirá.

Se...

Mas Dick não consegue esconder sua hesitação e ela acha que já esteve nessa situação vezes demais para não saber como tudo acaba. Como com o alarme, Raven deveria ter antecipado o desenrolar dos fatos – Richard John Grayson é um livro velho na sua estante...

Então porque ela insiste em reler as páginas a espera de um novo final?

C'est fini, uma voz dentro dela avisa – C'est fini.

E ela não pode evitar achar graça na piada mais longa de sua vida, porque rir da sua ingenuidade é a única coisa que lhe resta.

Então ela ri.

E ri.

E ri.

Ri até afogar-se nas gargalhadas lhe preenchem pulmão, até seu corpo se chacoalhar-se inteiro, até sua garganta estar em carne viva, até a náusea em seu estômago lhe parecer mais aceitável.

Os olhos esbugalhados e a expressão atônita dele apenas a fazem rir mais, e suas gargalhadas ecoam alto pela sala. Dick se afasta, envergonhado. A reação de Raven faz com se sinta diminuído, como um garoto sendo caçoado por um valentão. Uma parte dele quer que aquilo não passe de um plano maligno de Joker. Na verdade, seria mais fácil encará-la se soubesse que Raven estivera sob influência de um esquema doentio do palhaço psicopata durante todo esse tempo – e não apenas decepcionada e ferida.

“Eu quase acreditei!” Ela diz, tentando recobrar o fôlego entre risos abafados. “Você viu? Por um momento, eu acreditei!”

“Raven, eu---”

“Por favor, me poupe, Dick! Eu não quero ouvir nada...” Ela mantém uma mão no ar, calando-o. Sua voz é séria outra vez: “Vamos fingir que nada disso aconteceu assim que eu atravessar aquela porta.”

“O que?!” Dick odeia-se pelo desespero que deixa transparecer. “Você simplesmente vira as costas e vai embora e eu tenho que esquecer tudo?”

“E não é isso o que a gente sempre faz? O que você sempre fez?” Sim, é. Mas ele está começando a achar que chegou a hora de, finalmente, conversarem como os dois adultos que são. Ela entende. “Olha, Dick. Depois de hoje, você não me deve mais nada, ok? De verdade. Estou feliz de ter vindo aqui, porque eu realmente precisava de alguém que me ame.” Um sorriso calmo que não se estende aos olhos curva a boca dela, e Dick tenta segurá-la em seus braços outra vez para atestar a honestidade daquelas palavras. Raven esquiva-se. “Não. Por favor... não tente se convencer a investir nesse amor – ou o que quer que isso seja –, porque você vai continuar dormindo como um bebê enquanto eu passo noites em claro. E eu estou cansada, Dick.”

Ela precisa dormir. Precisa.

“Rae...”

“Está tudo bem. Mesmo. É tanto o que você consegue dizer quanto o que não consegue, Bird Boy. E eu sempre li as entrelinhas muito bem, não?”

E com o aceno de afirmação dele, ela está fora daquela sala.

Uma perna na frente da outra, uma porta aberta e adeus Dick Grayson.

Há um certo alívio, ela admite. Mas, intimamente, é incômodo (e irônico) reconhecer aquele lugar dentro de si – e ainda assim não parecer conhecê-lo, como se nada houvesse aprendido desde a última vez em que se colocara nessa posição. Talvez fosse uma bebezona chorona e teimosa. Tão teimosa que desta vez o nó na garganta, o enjoo, o sarcasmo e o mau humor são suas armas – tudo, menos se render a chorar pelo que havia feito. Tudo. Menos voltar atrás, se entregar ou se redimir. Não. A vergonha dói mais que estar sozinha, ela bem sabe. Enquanto guardasse para si, ela mesma faria o papel de deus e apontaria o dedo para o espelho quantas vezes fosse necessário, principalmente naquelas noites mais doídas e esquecidas.

A insônia, o estômago doído, a cabeça dura, a capa e o medo de morrer sem deixar nada. Essa é ela, no seu mais cru formato.

E as lágrimas não caem.

Não até Raven ter certeza de que a porta às suas costas está completamente fechada.

C'est fini.

Para sempre, ela espera.

"Tina lies on the ground
She lies there forever
She likes the sound
Tina knows the devil

Tina loves the violence
Of living in the country
She likes that it's
So far from me

Tina has her story down
I really thought I knew it
Then it changed around
When I was almost through it

Sunshine on my back
Is the only kind I lack
Sunshine in my brain
Is the lonely kind of pain
It's the sunshine
Of a lonely mind

She says "After today then there's nothing you owe me
But I'm so glad that you came, I needed someone who loves me
But just don't try to talk yourself into this love
And sleep like a baby while I'm staying up
It's as much what you say as it is what you don't
You can't try to stay, you either will or you won't."

Sunshine on my back
Is the only kind I lack
Sunshine in my brain
Is the lonely kind of pain
It's the sunshine
Of a lonely mind"

(Sunshine on my back, The National)


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Notas finais do capítulo

Música do capítulo: Sunshine on my back, The National. Mas eu ouvi muito The Kills e Pixies escrevendo.

Informações (in)úteis:
*Caso você pergunte se no primeiro capítulo Dick estava com roupas civis... A resposta é: não sei. Provavelmente estava, eu acho. Também, lembrem que isso é uma série de histórias que poderiam ser independentes, mas se correlacionam. Ou seja, a primeira pode ter acontecido 6 meses antes dessa, ou 6 semanas. Nem eu sei HUE
*A frase “Até Garfield, Brother Blood, viagens ao mundo dos mortos, necrotérios (...)” faz referência direta a Teen Titans V3 #30-31, em que eles se beijam a primeira vez.
*Azar: Deusa de Azarath.
*Wally: Kid Flash I, Flash III; Zach: Zachary Zatara – já citei ambos e eu ainda vou citar esses meninos marotos outras vezes.
*Os Teen Titans/Titans East já moraram e tiveram sua base em NY mais de uma vez. Jump City não existe nos quadrinhos.
*Cassie (Wonder Girl II) chama Raven de vampiro emocional em Teen Titans V3, não lembro o número.
*RICHARD JOHN GRAYSON – sim. Esse é nome completo do nosso fuckboy favorito, senhoras e senhores! JOHN DICK, o bullying na escola deve ter sido forte! :P

BEIJAS DE LUZ LINDXS!



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