#BABYBATWINGS escrita por blue devil


Capítulo 9
09.


Notas iniciais do capítulo

CAPITULO NOVE BITCHES! Todos são fornecidos pela Anna Tem TDAH produções, se quiserem saber mais, é só irem nos reviews. Falando neles, muito obrigada pelos reviews, vocês são de mais.



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Então o que eu faço agora?
Eu não quero o amor por perto.
Dkla - Troye Sivan feat Tkay Maidza.

xx

(...)

Os vários dias sob o sol quente não bronzearam a pele dele. Se muito, parecia ainda mais pálida. O cabelo escuro caía em seus olhos. O rosto ainda estava magro, mas ele definitivamente parecia estar em melhor forma do que quando deixaram a Croácia. Nico recuperara peso suficiente para não parecer desnutrido. Os músculos de seus braços estavam surpreendentemente firmes, como se tivesse passado a semana anterior treinando com a espada.

Jason achava que ele vinha praticando escondido como invocar espíritos com o cetro de Diocleciano para, em seguida, lutar com eles. Após a expedição em Split, nada o surpreenderia.

– Nico... - Jason cortou o pequeno silêncio que ficou após eles terem falado sobre Percy. - Se não conseguirmos consertar o navio...

– Nós vamos consertar. - Nico o cortou de forma dura. - Que estranho, Jason. Achei que tivesse mais que apenas Percy lá fora te esperando para ser tão negativo.

A boca de Jason caiu, mas não foi por conta do veneno enlaçado na voz de Nico. Por um instante, o loiro quis enxergá-lo melhor. Nico apertava as unhas contra a pele dos braços com força, como se quisesse arrancá-la e trocar por uma melhor. Ele estava nervoso, batendo o pé no chão.

Jason lembrou-se de como Leo andava olhando para as coisas, distraído ou mais feliz, de forma sincera. E lembrou-se de como estava preocupado com o melhor amigo em algum lugar, com a vaga afirmação que ele estava vivo. Nico mesmo fora quem afirmou. E Jason lembrava de Leo por que naquele instante ele viu. Ele viu como os dois eram parecidos. Como não pareciam estranhos juntos, quando se ajudavam.

Mas agora Leo não estava mais ali.

– De qualquer forma, prometi que ia levá-los até a Casa de Hades. E é isso que farei. - Jason notou como Nico se forçou a continuar falando, pigarreando antes de começar. Ele respirava de forma descompassada. Estava quase subindo pelas paredes ali, mas Jason duvidava que fosse por Percy.

Por que se Nico não tivesse dito, Jason nunca iria saber que ele gostara de Percy. Ou gostava. Não, aquilo que ele estava sentindo era forte o suficiente para transparecer, para remexer com o garoto completamente. E assustava Jason.

– Você não pode viajar nas sombras com todos nós. E precisamos de todos nós para chegar às Portas da Morte.

Todos? O quê quer dizer, todos? - os olhos de Nico se encheram de raiva. - Agora é só metade, você sabe disso.

– Nico, se acha que eu não estou tentando o suficiente...!

– Como você poderia saber o que é tentar, Jason?! Você é o garoto perfeito! - Jason teve que segurar para continuar parado. Quando Nico ficava com raiva, os instintos de Jason corriam direto para as suas mãos, mandando-o se defender. - Eu não vim até aqui e sofri tantas humilhações...

– Só você faz disso de uma humilhação, cara. Ninguém iria te julgar.

A boca de Nico se contorceu em um sorriso de escárnio.

– Sério? Seria uma novidade. Sou o filho de Hades, Jason. Pela forma como as pessoas me tratam, parece que ando por aí coberto de sangue ou água de esgoto. Não pertenço a lugar algum. Nem mesmo sou deste século. Mas parece que isso não é suficiente para me excluir. Preciso ser... ser...

Normal! - Jason exclamou, assustando Nico por um instante. - Você é normal! E você nem é o único cara. Está ai tentando me fazer mal por que eu não sai correndo atrás do Leo como um louco, como eu queria fazer, mas nem parou para pensar nele. De como ele tem te ajudado e aceitado como você sempre quis!

Jason não era um cara de gritar e de ficar agitado, mas aquela história toda começou a fazer sentido na sua mente e até mesmo as indiretas que Piper soltava e nunca explicava agora ganhavam novas cores, por isso ele estava surtando. Aquela era a chance de se livrar daquele sentimento que ficou em si desde que Nico admitira gostar de Percy na Croácia. Jason tinha que ajudá-lo. Nico era só um garoto. Ele precisava de alguém do lado dele, como qualquer outra pessoa. Se ele não sabia lidar com a companhia agora, não era culpa dele.

Jason tinha que mostrar isso para ele. Por que ele e Leo--

Ele e Leo eram a combinação perfeita. Era como Piper havia dito. Duas peças quebradas formam uma nova. Nico não podia fechar os olhos para aquilo.

Nico parecia ter levado dois socos no rosto de tão desconcertado.

– Nico, eu prometo que vou fazer o que eu posso para encontrar Leo. Prometo que não vou esquecer dele, e enquanto isso vamos para a Casa de Hades. Mas eu também preciso que me prometa que não faça isso. Não se feche por que apareceu a oportunidade. Acredite que somos seus amigos, e quem decide como vai viver a sua vida é você.

Jason esperou qualquer resposta, até um soco na cara, mas não o jeito que Nico correu nas sombras. Mesmo arrasado com isso, Jason pode notar por um instante que Nico considerou o que ele dizia de verdade, estava visível nos seus olhos que pareciam mais claros e maiores. Deveria ser a reação que Leo causava nele.

Jason sentiu uma culpa pesada por não ter notado antes. Como era burro. Ele havia falhado os dois, Leo e Nico. Porém, agora não era hora de se lamentar. Se eles precisavam de ajuda, era isso que Jason iria ser, com ou sem Guerra.

xx

– Gostaria de tentar? - Leo murmurou. Calypso olhou questionadora para ele. Ela tinha arrumado muitos suprimentos para Leo, sendo mais prestativa do que ele imaginaria. E usando uma calça jeans mal parecia uma filha imortal de Titã, apesar que não menos bonita. - Sair da ilha?

– Está considerando mesmo em me levar? - rebateu com um humor ácido. Leo bufou.

– Não é como se eu pudesse te aguentar o tempo todo, mas ninguém merece esse lugar.

– Talvez eu mereça.

Foi a vez de Leo olhar confuso para ela. Calypso suspirou. Ela olhou para a pilha de coisas que trouxera, perdida em pensamentos.

– Se tentasse me levar, suas chances seriam reduzidas à zero. E eu acredito no que disse à Gaia, essa também é minha casa.

– Então você não quer sair?

Calypso se agachou ao lado dele.

– Eu não sei como é o mundo lá fora. Eu preciso dizer, não é fácil ficar aqui, mas aprendi minha lição. Tive tempo o suficiente para pensar e os deuses não foram tão ruins como parecem.

Leo piscou. Calypso começou a trabalhar do seu lado, ajudando-o com o que ele instruía. Então ela não estava esperando uma resposta, afinal. Calypso era… Ela era ótima e Leo desejou poder fazer algo por ela. Havia tido uma paciência consigo que Leo só esperaria de sua mãe, e esse pensamento o fez perceber que elas eram parecidas.

Leo podia se ver do lado dela com uma oficina, caindo numa rotina divertida, mostrando o mundo que ela perdeu. E afastando a tristeza gélida que deixava seu interior frio, ele comentou isso com Calypso. Eles tiveram longos dias assim, só falando enquanto se esforçavam.

E Leo tinha que admitir que não fosse por Calypso ele teria quebrado totalmente. Eles estavam tendo um "piquenique" da vitória após terem terminado, na praia à noite. Leo queria ficar feliz, mas sem mexer em nada ele se sentia vazio e pequeno, sem saber se iria sair dali.

Calypso bufou.

– Okay, esse foi o meu limite: Me fale do filho de Hades.

Leo piscou, tentando entender que aquilo realmente acontecia. Como Calypso não havia dito exatamente nada sobre o assunto, ele achou que ela não havia notado, mas Leo tinha que parar de fazer conclusões sobre meninas (e Nico).

– Huh… Você não se importa?

– Mas que pergunta estúpida. - Calypso rosnou baixinho como uma gata. - Valdez, antes de você nascer a relação entre homens era consumada diariamente. Isso não é e nem devia ser nada de mais. Talvez, sim, eu me preocupe sobre ser um filho de Hades, afinal o defeito fatal deles é o remorso…

Calypso não precisa dizer nada já que a mente de Leo girava em torno da dor que ele deveria estar causando em Nico; era um fardo pior que o Tártaro. Pelo menos era assim que Leo sentia. Ele faria milhares de outras burradas para não cair em Ogígia e fazer Nico acreditar que estava morto.

– Não estamos juntos. - Leo mordeu o lábio. - Eu só gosto de mais dele.

– Hmm, não que eu ache fácil te corresponder, mas Gaia não mexe com amizades. Céus, nenhum dos gregos quebra amizades. É sempre sobre romance.

As orelhas de Leo ficaram vermelhas e ele lembrou de Nico apagando o fogo no seu cabelo. Apalpou as orelhas e apagou as brasas, fazendo o mesmo sobre outras partes do rosto. Foi só quando bateu no nariz que notou Calypso rindo. Ela era mesmo bonita. E prestativa, e sarcástica, mas gentil ao mesmo tempo.

Presos numa ilha, Leo conseguia ver claramente os dois apaixonados. Mas sentiu-se feliz de gostar de Nico. Por que assim ele podia valorizar a amizade com Calypso, e eles não se decepcionariam. Podia ver os dois (Calypso e Nico)… Falando podres de Percy? Na verdade aquela era uma péssima ideia.

– Eu tenho um pouco de pena do Nico, quando eu sair daqui eu vou enchê-lo com o meu amor estranho. - Calypso sorriu, mas seus olhos tinham um brilho triste. - Eu te contei sobre o Acampamento, não contei? Espero que ele fique por lá quando a Guerra acabar.

– Para saírem em passeios e terem uma história estupidamente doce. - Calypso revirou os olhos, ainda com um ar triste. Leo sentiu uma enorme vontade de sorrir, e antes que notasse estava empolgado.

– É, mas isso só quando não estivermos na nossa super oficina com entretenimento gratuito.

– O que?

– Uhm, eu não acho que cobrar por apresentações seja legal, afinal consertar coisas já vai render dinheiro e, hey, a gente sempre pode contar estrelas.

– Não! Como pode dizer essas coisas?! - Calypso elevou a voz de forma histérica como se tivesse sido quebrada. Os seus olhos representavam exatamente isso, vidro quebrado.

Leo continuou sorrindo. Do seu jeito desajeitado ele pegou as suas mãos.

– Você é a princesa mais agressiva que eu já conheci e definitivamente não merece esse lugar. Então… Quer ser a minha amiga para sempre? Minha sócia e parceira do crime?

Ela pareceu prestes a chorar, mas qualquer resposta que podia sair pelos lábios trêmulos foi cortada por uma jangada mágica parando na areia. Leo arregalou os olhos.

– Calypso?

Calypso o abraçou com força.

– Um amigo para eu amar. - ela soluçou. - Oh, não minta para mim. O seu amor pelo Filho de Hades e a dedicação pelo seus amigos me encantou e isso não é justo. - ela deu uma pausa para fungar. - Eu devia ter te matado.

Leo retribuiu o abraço nervoso, por que nunca abraçara outra pessoa além de Piper e Jason. Ele sabia que ela não queria dizer que se arrependia, apenas que agora as coisas eram dificeis.

– Eu vou te tirar daqui. - Leo murmurou. - Juro pelo Rio Estige.

Quando partia, Leo questionou se ia realmente morrer segundo à profecia: Um juramento manter com o alento final. Mas tinha certeza que o seu maior juramento era com Nico e ia até o Tártaro por ele.

Ele quis saber quando virou tão importante, mas agora não tinha como alcançar o começo. Já estava muito perdido no meio.


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