Host Club V - escrita por LiLy Uchiha


Capítulo 17
A Enciclopédia de Bolso de Coisas Vampirescas


Notas iniciais do capítulo

Não sei onde estava com a cabeça quando escrevi isso... pode parecer loucara mas eu ri bastante



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/64198/chapter/17

Narrado por: uma humana hilariante

            Meu estômago estava roncando. Parecia que eu carregava um monstro dentro da barriga. Já era quase meia noite e eu não havia comido em casa hoje, pois, como mamãe estava fora, papai fez um rápido e delicioso macarrão ao alho e óleo – bem pelo menos eu acho que está delicioso porque eu não comi. Com certeza vocês sabem porque. Ok, eu explico.

            Depois do karaokê, e do beijo que o Heid não me deu, eu fiquei me perguntando o que poderia ter causado isso. Será que eu não era atraente pra ele? Eu realmente não queria acreditar nisso... e Andréas me disse que eu era uma garota muito atraente, e se ele gostasse de garotas, com certeza morderia meu pescoço (eu sei também fiquei impressionada com o fato de ele ser gay.)

            Eu fiquei preocupada, pois talvez fosse esse o problema, o sangue. Talvez seus instintos vampirescos o dominassem e devido a isso ele não pudesse realmente ficar comigo. Foi ai que eu encontrei a “Enciclopédia de Bolso de Coisas Vampirescas.” Ela me ajuda a ter uma convivência muito melhor com meus amigos vampiros agora.

            Meu estômago roncou mais uma vez e eu percebi Sam me olhando de cara feia, e fui andando pro lado do Heiderick. Eu sei que é estranho, mas nos últimos dias – lê-se dois últimos dias – ele tem chegado bem mais cedo.

            - Mizi, porque você não comeu? Olha, eu já ouvi falar nisso e vocês humanos consideram uma doença não é?! Pode ser perigoso Mizi e você não precisa emagrecer... não tem problema estar dois ou três quilos acima do peso. – ele fez aquela cara de professor presunçoso. A raiva me subiu a cabeça. Poxa, em uma única frase ele me chamou de anoréxica gorda!!!

            - Olha, - eu disse tentando ao máximo não gritar – eu como regularmente e não estou doente. E-ESTOU-NO-MEU-PESO-CERTO – enfatizei bem essas últimas palavras

            - Então porque não comeu hoje? – Andréas chegou de repente, tocando meu ombro e me fazendo olhar para o lado errado, já que ele vinha pelo lado contrario.

            - Minha mamãe não está em casa, e meu pai decidiu cozinha macarrão ao alho e olho. Entendem ALHO  e óleo.

            - Não Mizi, isso não explica o porque de você não ter comido. – eu revirei os olhos.

            - Alho é prejudicial a vampiros. Irritam vocês. – eu vi lentamente os olhos deles ganharem um brilho e o canto da boca deles se levantar.

            - Quem disse isso pra você? – Andréas me perguntou, tentando manter a voz compreensiva.

            - Vocês não precisam fingir suas fraquezas pra mim, eu já sei de tudo na verdade.

            - É serio Mizi, quem contou essas coisas pra você? – Heid parecia ansioso pela informação.

            - Eu li a “Enciclopédia de Bolso de Coisas Vampirescas” e bem descobri as verdades e mitos dos vampiros.

            Eles desistiram de segurar o riso, e o Heid começou a soltar gargalhadas, mas isso não me intimidou. Eu sabia do que dizia, eu acreditava na conde.

            - Foi um de vocês que escreveu o livro, foi o conde...

            - Por favor não diga Drácula – Andréas agora caia na gargalhada.

            - Claro que não, ele foi um mito. Eu falo do Conde Bateeth ele descobriu essa fraqueza do pior jeito possível. A namorada humana dele – eu disse isso só pra provocar e jogar a idéia no ar. Na verdade a garota era uma empregada no castelo dele – fez um delicioso prato de refeição que continha esse condimento e então ele sofreu muito. Dores excruciantes pelo corpo inteiro. Mas, em menores quantidades ou só o cheiro, causa irritação, mal humor e dores de cabeça.

            Andréas olhou pro Heid, erguendo uma sobrancelha:

            - O que mais o livro te ensinou Mizi?

            - Bem, o conde diz tudo sobre água-benta, as diferenças entre estacas de madeira, estacas de prata, xarope de groselha, pregos enferrujados no joelho esquerdo, balas de prata e mais um monte de coisas.

            - Eu posso ver o livro Mizi? – Andréas pediu. Eu tirei o livro do bolso do avental e entreguei a ele. Ele olhou a capa e se afastou, depois que o Heiderick olhou de modo sugestivo pra ele.

            - Mizi, vem cá... – eu segui ele até uma mesa bem nos fundos do bar – olha o que esse cara disse nesse livro é besteira. Nunca existiu um Conde Bateeth. Esse nome é ridículo se você pensar bem.

            - Então... alho não os deixa mal humorados? – eu perguntei meio chocada. Eu realmente tinha botado fé no Conde Bateeth.

            - Não...

            - Xarope de Groselha não os deixa fora de si?

            - Claro que não? E me diga porque deixaria?

            - Bem, segundo o Conde a cor amaldiçoada da groselha os deixa insanos e m vampiro só pode se recuperar depois de tomar litros e litros de sangue. – ele riu, mas foi uma risada baixa e controlada – e oh, Deus, como era sexy.

            - Vampiros não bebem litros de sangue. Você já devia ter percebido isso. Só bebemos a partir de pequenas mordidas, são poucas doses...

            - Nada de estacas de prata ou madeira?

            - Bem... antigamente, e isso é o que as vampiros mais antigos contam, os humanos tentaram nos matar com essas estacas. Mas, bem qualquer coisa que perfure nosso coração, seja de madeira, prata ou plástico vai nos matar. – eu engoli em seco.eu decidi não perguntar sobre os pregos enferrujados na perna esquerda ou sobre a água benta. Já tinha pagado micos o suficiente.

            - Isso quer dizer que eu estou morrendo de fome a toa. – eu disse e comecei a rir de mim mesma.

            - Sim. Mas e u posso resolver isso. Vou comprar um sanduíche pra você. Ou você pode ir comigo se quiser...

            Enquanto saímos para alguma lanchonete 24 horas eu vi a Alex me olhando e rindo –poxa ela tinha um lindo sorriso, pena que não o usava muito – de uma forma doce e divertida. Sam, ao contrario ria e apontava pra mim descaradamente.

            - Eu sou motivo de chacota agora – eu disse ao entrar no carro. assim que me sentei senti o clima mudar. Eu estava num lugar pequeno e apertado com um cara lindo – e gostoso, muito gostoso – por quem eu provavelmente estava totalmente apaixonada. Eu respirei fundo sentindo o cheiro gostoso que vinha da pele dele. E eu sei que eu era a humana no carro, mas eu tive uma vontade doida – e quase incontrolável – de morder ele todo.

            Dentro do carro reinou o silencio enquanto ele dirigia. Eu me perguntava no que ele pensava. Bem claro que não devia ser na mesma coisa que eu já que eu só tinha pensamentos insanos de estar beijando lê, mordendo a boca dele, sentindo seus braços me envolvendo...

            Depois do karaokê o clima sempre ficava estranho entre nós quando estávamos sozinhos, como se nossa natural amizade não fosse o suficiente. Mais uma vez eu só podia falar de mim. Provavelmente ele se sentia intimidado com minha atitude de ficar lá, olhando pra ele de lado.

            Mas eu não podia mais perder tempo e teria que revelar a ele. Eu revelaria a ele que, eu achava – e como é que eu poderia ter certeza? – que eu amava ele. Já que ele não tomava nenhuma atitude, eu teria que fazer alguma coisa. Bem,eu tinha mesmo que fazer alguma coisa essa noite e eu não podia mais adiar, até porque só faltam duas semanas agora. Baile de Halloween.

            - Heiderick... é eu gostaria muito de te fazer um convite. E adoraria que sua resposta fosse um sim.

            - Convite pra quê?

            - Bem... na minha escola... sempre tem esse evento de primavera. E todas as garotas devem levar alguém. Eu queria levar você. Na verdade você é a única pessoa que eu tenho pra levar.

            - Que tipo de evento? – ele disse desconfiado.

            - O Baile de Halloween.

            O olhar dele era indescritível.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hm.. será que o Heiderick vai aceitar? Será que finalmente a Mizi vai poder saborear um primeiro beijo?

(gente essa historia está chegando na reta final e isso vai partindo meu coração... eu gosto tanto de escreve-la...)