After all this time? escrita por Luna Lovegood


Capítulo 5
Capitulo 4 - In the arms of the angel


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, demorei né?!
O que posso dizer em minha defesa? TEVE TRAILER… como viver depois daquele trailer? E as fotos do nosso casal olicity? E as declarações do Stephen Amell na comic? Meu lado trash tá em curto circuito... Eu não tô bem... não tô mesmo, preciso da quarta temporada urgente!
Anapfelipe e Iza Selinger... Amei as recomendações, muito obrigada! Espero que continuem amando a fic e esse capitulo é especial para vocês duas!
Eu enrolei um pouco no capitulo porque não achei que estava ficando bom  e eu sou muito chata com essa fic. Enfim espero que vocês gostem e boa leitura! Nos vemos nas notas finais.



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Spend all your time waiting

For that second chance

For a break that would make it okay

There's always some reason

To feel not good enough

And it's hard at the end of the day

I need some distraction

Oh beautiful release

Memories seep from my veins

Let me be empty

Oh and weightless and maybe

I'll find some peace tonigh

In the arms of the angel

Fly away from here

From this dark cold hotel room

And the endlessness that you fear

You are pulled from the wreckage

Of your silent reverie

You're in the arms of the angel

May you find some comfort here

(In the arms of the angel - Boyce Avenue)

 

Oliver Queen

“Sábado era meu dia de folga, eu passava a semana ansioso por ele porque sabia que teria o dia inteiro para passar com Felicity. Por isso não foi surpresa encontrá-la logo às seis horas da manhã batendo a porta da minha casa. A surpresa foi ver os seus olhos inchados e um pouco avermelhados, além dos círculos escuros que me diziam que ela havia passado a noite anterior em claro, provavelmente chorando. Aquilo me doía o coração, eu odiava vê-la sofrer, eu estava ansioso por retirar a tristeza dela.

— O que aconteceu? - Perguntei assustado e a puxando para os meus braços, senti ela suspirar e me apertar com força. Ela precisava de mim, do meu conforto, e foi o que eu lhe dei.

Eu estou bem.- murmurou sendo evasiva. Eu sabia que algo estava terrivelmente errado, eu percebi isso no momento em que olhei dentro dos olhos dela e notei que aquela vivacidade que eu tanto amava, não estava lá, apenas uma confusão imensa. - Nós podemos, por favor, ir para um lugar longe daqui hoje? - Pediu, retirando o rosto do meu peito e o erguendo para mim.

— Claro.- Assenti, eu não seria capaz de negar nada a ela nesse estado, aliás eu não seria capaz de negar nada a ela nunca. Então eu apenas peguei as chaves do carro e a levei para o único lugar capaz de me acalmar.

Felicity ficou calada durante todo o caminho, o olhar dela parecia perdido e ela estava desatenta. Ia contra tudo dentro de mim permitir que ela sofresse assim, mas eu percebi que aquela não era a hora certa para conversar, ela precisava daquele tempo pensar.

Eu a levei até um parque na cidade vizinha onde minha mãe costumava me levar quando criança, era bonito e o melhor, poucas pessoas iam até lá, então nós poderíamos ter um momento de paz. Deitamos de costas na grama sob a sombra de um salgueiro e ficamos encarando o céu por um tempo, eu fiquei esperando que ela falasse algo, mas Felicity se limitava a suspirar. Não saber o que estava acontecendo com ela estava me matando, por isso eu apenas me virei de lado apoiando a cabeça em uma das mãos e a questionei:

— Você sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe? Que eu estarei sempre aqui para você. Isso é uma promessa. - A lembrei, meu coração estava angustiado por ver aquele olhar perdido no rosto dela. - Seja lá o que está te afligindo, eu quero te ajudar. - Falei com a voz urgente, ela precisava me deixar entrar, me deixar tentar tirar a dor dela.

— Eu sei que você quer me ajudar, mas não há nada que você possa fazer para mudar. Minha mãe está morrendo. - Respirei fundo com aquela informação, eu sabia que aquilo estava sendo difícil para ela, eu mesmo já havia passado por isso antes. E eu sabia o quanto isso doía.

— Felicity... - Comecei a dizer, mas não encontrei palavras que pudessem consola-la naquele momento.

— Você pode apenas me abraçar? - Pediu chorosa- Porque essa á única coisa que me lembra que existe algo bom no mundo. - Falou com a voz embargada pelo choro.

— Eu estou aqui para o que você precisar. - Afirmei a puxando para mais perto do meu corpo, me deitei novamente de costas na grama e permiti que o corpo dela ficasse sobre o meu com a cabeça descansando em meu peito. Eu beijei os cabelos dela, enquanto minhas mãos passavam calmamente em suas costas num movimento constante, ficamos assim por horas até que aos poucos eu a senti relaxar, senti a tristeza dela diminuir.

— Seu abraço tem poderes curativos. - comentou - Quando você me abraça eu sinto tudo dentro de mim se acalmar, a tempestade vai embora. Eu não sei como você faz isso, mas eu sei que é só você que consegue. - Falou se aninhando ainda mais em mim, eu sabia que ela ainda não estava bem, e que ela passaria por uma barra com relação a mãe. Eu queria ter o poder de modificar isso, de tirar qualquer tristeza da vida dela, mas eu não podia. Eu só podia abraçá-la, e se era do meu abraço que ela precisava, era isso que ela teria de mim.

****

Eu não sabia o que fazer. Ver aquele homem, o homem que eu tanto odiei, que tanto me humilhou, que destruiu a minha vida, caído ao chão, morrendo bem na minha frente. Naquele momento eu descobri que não era tão sem coração como eu gostava de pensar que era, eu descobri que eu realmente me importava com Richard Smoak, ele podia ser o bastardo que tirou Felicity de mim, mas ainda assim ele não merecia morrer. Além disso, ver o olhar desesperado no rosto de Felicity quando encontrou o pai caído ao chão me fez reagir.

Eu liguei para emergência enquanto Diggle realizava os primeiros socorros, e esperávamos a ambulância chegar. Felicity ficou o tempo todo próxima do pai, eu percebi que ela estava assustada com a possibilidade de perdê-lo, então eu entendi, Richard era a única família dela.

Ela perdeu tudo, a vida que estava acostumada a viver, perdeu a mãe e agora estava perdendo o pai. E o que eu fiz? Eu fui egoísta, fui mesquinho, eu vi uma oportunidade de fazê-los pagarem pelo que eu sofri no passado, e a peguei sem hesitar. Nem passou pela minha cabeça que talvez eles tivessem a própria dor para enfrentar. Enquanto eu só pensei na minha dor quando eu a perdi.

Eu nunca pensei se ela estaria sofrendo, como o pai dela mesmo disse “foi minha escolha acreditar naquela carta”. Eu deixei que meus pensamentos sobre a minha própria inferioridade nublassem a certeza do amor dela por mim, Richard tinha brincado comigo, se aproveitado da minha insegurança e agora eu não tinha mais certeza se aquela carta tinha sido verdadeira. Mas, de qualquer forma isso não explicava o porquê dela nunca ter respondido a minha outra carta... Talvez eu devesse conversar com ela, esclarecer as coisas, eu só não podia fazer isso agora que o pai dela estava morrendo.

Vê-la sofrer quebrou algo dentro de mim, ou eu devo dizer trouxe algo de volta? Eu não sei, eu só sei que a dor dela me machucava. Eu nunca me senti tão impotente. Eu queria fazer algo por ela, algo que tirasse a expressão angustiada de seu rosto, algo que fizessem seus olhos se iluminarem novamente. Eu queria abraçá-la. Não, eu precisava abraçá-la e dizer que tudo iria ficar bem, eu queria voltar a ser aquele rapaz que tinha o poder de acalmá-la com um simples abraço. Mas eu não era mais ele.

Quando a ambulância finalmente chegou, eu a vi acompanhar o pai para o hospital. Vê-la indo embora, sozinha me deixou alarmado. Ela precisava de alguém com ela, não merecia passar por isso sozinha. Eu deixei o salão apressado, estava pronto para ir até ela, estar lá por ela, segurar a mão dela ou apenas ficar perto prestando o meu apoio. Eu queria ser qualquer coisa que ela precisasse que eu fosse.

— Oliver aonde você pensa que vai? - Senti a mão de Laurel agarrar o meu braço, eu já estava indo em direção a garagem. Estava tão concentrado em Felicity que até tinha me esquecido de Laurel e dos outros convidados.

— Eu vou para o hospital. - Disse apressado e ela me olhou como se eu tivesse dito a coisa mais absurda do mundo.

— Não, você não vai. - Laurel revidou num tom ríspido - Você está louco? As pessoas estão aqui por esse evento que você organizou, você não pode simplesmente abandonar seus convidados aqui só por que um homem está passando mal. - Falou com deliberado desinteresse.

— Laurel. - usei toda a paciência que não tinha para falar com ela.- Um homem esta morrendo. - Expliquei, não acreditando na falta de sensibilidade dela.

— Eu sei, mas ninguém se importa com ele. As pessoas estão aqui para um leilão e você é o anfitrião, deve isso a elas. - Me choquei, com a verdade jogada assim de forma tão crua.

— Eu não ligo! Eu sequer conheço metade das pessoas que estão aqui hoje! - Me exaltei.

— Oh, mas você conhece a loirinha e o pai dela? Você se importa o suficiente para arriscar a posição social que você levou tanto tempo para conquistar? - Me questionou claramente irritada com a situação.

— Você é desprezível. - Afirmei sinceramente.

— Não! Eu estou tentando ajudar você a ser um membro respeitado da sociedade! Mas você insiste em ser aquele pobre sem classe que era! - Revidou.

— Laurel, eu não quero sua ajuda. - Falei, e a vi imediatamente contorcer o rosto em uma carranca de descontentamento. - E eu prefiro ser aquele rapaz sem classe, e sem dinheiro a ser alguém como você que prioriza os valores errados. - Eu não tinha mais estômago para ficar perto daquela mulher.

— Ótimo. Então nós acabamos aqui! - Deu meia volta e saiu batendo seus saltos, fiquei aliviado por ter me livrado dela.

Eu detestava admitir, mas Laurel estava certa em um ponto, eu não podia cancelar o leilão agora, não porque eu devia algo para as pessoas mesquinhas que me aguardavam lá dentro. Mas porque eu sabia que Felicity precisava do dinheiro. Além disso, Felicity não iria me querer com ela nesse momento, afinal até onde ela sabia era comigo que o pai dela conversava antes de sofrer a parada cardíaca, eu que gerei toda essa situação desconfortável. Eu, de certa forma era responsável pelo estado de saúde de Richard.

Suspirei. Eu não tinha direito de estar com ela nesse momento, mas também não permitiria que ela passasse por isso sozinha.

— John - Chamei - Vá até o hospital, leve algumas roupas para Felicity ela saiu daqui usando apenas o vestido de festa, e esteja disponível para qualquer coisa que ela precisar. - Ele assentiu com um movimento de cabeça, pensei ter visto um quase sorriso se formar em seus lábios. - Certifique-se de me manter informado sobre a gravidade da situação. - Continue, e dessa vez o sorriso foi evidente.

Voltei para a festa, adiantei o início do leilão e tentei fazer tudo transcorrer da forma mais rápida possível. Me lembrei porque eu odiava esses eventos. Pessoas ricas não se importavam com a vida de ninguém que não fossem eles mesmos, principalmente quando esse alguém não fazia mais parte do círculo. A regra era simples, se você tem dinheiro você está dentro, se não tem eles simplesmente te ignoram.

Quando a festa finalmente acabou eu subi direto para o escritório, eu não conseguiria dormir sem ter uma notícia de como o pai dela estava, e principalmente como ela estava. Me sentei na grande poltrona em frente a mesa e retirei a carta de Felicity que eu havia guardado dentro da gaveta, reli tudo com outros olhos dessa vez, tudo o que o vi ali foi o ódio do pai dela por mim. Bufei de raiva e amacei a carta em minhas mãos. O que eu faria agora? Eu definitivamente não causaria nenhum mal à Felicity, mas eu tentaria tê-la de volta? Eu tinha o direito de tentar tê-la?

— Você passou a noite em claro. - Constatou John, entrando no escritório e interrompendo meus pensamentos.

— Tinha muito a ponderar. - Falei sendo evasivo. - Como Richard está?

— Ele acordou, mas o estado ainda é critico.

— E ela...? - Comecei a perguntar.

— Ela está encarando bem, ela é mais forte do que aparenta. - Respondeu e pude ver John analisando o meu rosto minuciosamente. - Você ainda a ama. - Notei que aquela não tinha sido uma pergunta.

Fiquei calado apenas ponderando o peso daquelas palavras. Eu tentei tanto não amá-la, eu lutei contra esse sentimento todos esses anos. Mas quando se tratava de Felicity eu não tinha controle, ela estava em mim. Eu fui um tolo por pensar que um dia eu pudesse esquecê-la, eu amei aquela garota na primeira vez em que a vi, e naquele dia eu soube que ela era o meu destino. Não tinha como eu fugir disso.

— Como se fosse possível deixar de amá-la.- confessei mais para mim do que para Diggle.

— Então pare de lutar contra isso Oliver! Não seja o seu próprio inimigo. - Aconselhou antes de sair pela porta.

Abri minhas mãos e olhei novamente a carta, agora completamente amassada, tudo o que eu fiz com a minha vida foi em razão das palavras escritas ali. Foi porque eu achei que nunca tinha sido bom o suficiente para ela, porque eu pensei que ela havia desistido muito fácil do nosso amor, e eu não tinha mais certeza de nada disso.

E agora, o que eu faria?

Eu seria capaz de esquecer o passado doloroso e tentar viver esse amor? Eu não sei se estava preparado para isso, mas eu sentia que Felicity precisava de mim nesse momento e eu queria estar lá por ela.

***

Felicity Smoak

Vida. Nós não damos o valor necessário até que ela se vai.

Eu odiava hospitais. Eles me lembravam da minha mãe, me lembro do dia que descobri da doença dela, foi meio sem querer, eu apenas ouvi uma conversa entre ela e o meu pai. Ela já estava em tratamento há algum tempo, mas nenhum deles quis me dizer. A justificativa da minha mãe era que ela não queria me ver triste pela doença dela. Primeiro eu fiquei furiosa com eles por mentirem para mim, e depois eu chorei a noite inteira no colo da minha mãe.

No outro dia tudo o que eu queria era esquecer, eu precisava de Oliver para esquecer e nos braços dele eu encontrei meu conforto, a paz que a minha alma necessitava. Porque o abraço de Oliver acendia algo em mim, me fazia acreditar que as coisas podiam ser melhores. Fazia-me ter esperanças, quando eu estava em seu abraço eu não sentia medo, a dor ia embora e eu me sentia mais leve. Ele trazia algo bom para mim.

Eu queria ter o abraço dele agora, eu precisava sentir seu corpo quente colado no meu, sua respiração em meus cabelos, ouvir o coração dele batendo em sintonia com o meu.... Mas eu perdi essa sensação, eu nem me lembrava mais como era me sentir completa. Coloquei meus braços ao redor de mim, me abraçando, tentando inutilmente aplacar o tumulto que estava dentro de mim. Fingindo que o meu próprio abraço era suficiente para me manter inteira. Mas não era, e nunca seria.

Eu estava sentada na sala de espera, quando o vi, o segurança e motorista de Oliver veio em minha direção e se sentou ao meu lado. Eu estava confusa, o que ele estava fazendo aqui?

— É Diggle, certo?

— Sim.- Respondeu prontamente.

— Eu não quero ser inconveniente, mas o quê você faz aqui? - Perguntei.

— Eu recebi ordens. - A resposta dele me fez franzir o cenho, Oliver era quem lhe dava ordens. Porque o pediu para vir aqui?

— O que isso significa? - Questionei.

— Significa que Oliver Queen se importa. - A forma que ele falou, tão segura, com um olhar firme em mim, me fez estremecer. Oliver se importava. Comigo? Com o meu pai? Isso não fazia sentido.

Eu não queria pensar muito naquilo, mas era bom não estar ali sozinha. John era uma boa pessoa, paciente e me distraiu durante o tempo que eu fiquei esperando por notícias do meu pai. Além disso, ele me trouxe um par de roupas, algo que foi realmente providencial já que saltos e vestido de festa não eram as roupas mais confortáveis do mundo.

As atitudes de Oliver me deixavam confusas, primeiro ele me traz de volta a Star City, me trata friamente e agora parecia se importar. Eu sentia que estava presa em algum tipo de jogo que eu não sabia como jogar. Eu não conseguia compreender o que ele queria de mim. Ele não me amava mais, disso eu tinha quase certeza. Como poderia depois da carta que eu deixei?

— Senhorita Smoak? - Uma médica me chamou.

— Sou eu. - Levantei-me apressadamente, tentei ler o semblante dela, mas a expressão era impassível.

— Seu pai acordou. - deixei o ar sair pela boca, aliviada. - Mas devo alertá-la que a situação ainda é delicada.

Assenti, ele estava vivo isso era algo a se considerar. Segui em direção ao quarto e me despedi de Diggle que pareceu entender que essa seria a deixa para ir embora.

— Pai...- Falei me aproximando da cama, assim que cheguei mais perto notei o quão pálido e fraco ele parecia, respirava com ajuda de aparelhos e havia uma daquelas máquinas apitando a frequência cardíaca dele. Segurei uma das mãos dele entre as minhas as minhas, e ele abriu os olhos me dando um sorriso leve.

— Filha..- Disse com a voz falhada e olhando para mim. - Eu sinto muito.

— O quê? - falei confusa - Pai, você sofreu um ataque cardíaco, não tem que se desculpar por isso. - Expliquei

— Eu não estou me desculpando por isso. - Continuou. E eu entendi ao que ele se referia.

— Está tudo bem pai. É apenas passado. - Tentei tranquilizá-lo com aquela mentira, não queria que ele se exaltasse com esse assunto.

— Não querida, não está nada bem. Eu sinto que destruí algo bom na sua vida. Eu sinto que eu tirei de você seu belo sorriso. - Jogou as palavras com certa urgência, notei que a máquina começou a apitar mais rápido - Quando a sua mãe nos deixou, eu fiz tudo errado. Eu desisti, e eu não quero que você desista. Eu não quero morrer sabendo que você está infeliz.

— Pai... você não está morrendo. - Falei, e vi o rosto dele se contorcer em tristeza. Me toquei que dei a resposta errada, eu deveria ter dito que não estava infeliz.

— Morrendo ou não, deixe-me consertar isso. - Respirei fundo tentando segurar as lágrimas, fingi não me importar com aquilo. Não queria que ele se sentisse mal por isso e de qualquer forma não adiantaria mais me lamentar, por mais que eu amasse Oliver Queen, agora era tarde demais. Eu já havia me conformado com isso.

— Não há nada para consertar. - Respondi desviando o olhar - Agora eu quero que você descanse, pense na vida que teremos assim que deixar esse hospital. Um recomeço, podemos ir morar em qualquer lugar que o senhor queira - Falei com um sorriso forçado, fingindo estar animada e tentando mudar o rumo daquela conversa.

— Eu nunca disse que sinto muito. - Me disse com a voz fraca, porém seus olhos eram expressivos. Eu vi o arrependimento ali, eu sabia que ele se culpava. E de certa forma a culpa era dele, mas isso não importava mais.

— É apenas passado. - Insisti.

— Não é. - Afirmou exaltado, senti o aperto da mão dele ao redor do meu pulso se tornar forte e percebi que os apitos da maquina simplesmente dispararam e eu comecei a ficar realmente preocupada - Eu preciso consertar isso, eu preciso explicar o que eu fiz... - Nesse momento a médica que estava no quarto interviu, aplicando algo que o fez se acalmar. - Eu não deixei ela mandar... Eu tenho que consertar... a carta... Me perdoa - As palavras dele saíram desconexas, e o aperto em meu pulso aos poucos foi diminuindo.

— Ele vai ficar bem? - Perguntei a médica, aflita.

— Senhorita Smoak, o caso do seu pai não é nada simples. - A médica começou a dizer me acompanhado para fora do quarto.

— Mas eu acabei de falar com ele! Ele parece bem, um pouco agitado, mas bem. - Ressaltei.

— O coração dele ainda está muito fraco. Por isso será necessário colocá-lo em coma induzido. - Explicou em um tom condescendente.

— Coma? - Me assustei, aquilo não parecia bom.

— Eu sinto muito, essa é uma medida de precaução, nós precisamos que a mente dele descanse para que os medicamentos tenham um melhor efeito. Estamos fazendo o melhor para salvá-lo. - Garantiu e se despediu com um sorriso não muito convincente.

Me dirigi para a recepção do hospital e tratei de preencher os documentos e formulários da admissão do meu pai, eu não tive condições de fazer isso assim que cheguei, e agora eu precisa ocupar a minha mente com outra coisa. Preenchi tudo com deliberada rapidez, até que meus olhos se focaram em uma das últimas paginas e eu arfei. Olhei para a conta em minhas mãos, emergências médicas eram caras. Somando isso ao tempo que ele ainda ficaria no hospital, as despesas provavelmente ainda aumentariam Eu não teria dinheiro para isso. Eu não sabia mais o que fazer, meu pai estava morrendo e eu não tinha dinheiro suficiente para salvar a vida dele.

Eu comecei a caminhar para fora do hospital, precisava estar em um ambiente menos depressivo, tentei me manter calma e pensar racionalmente no que eu faria agora. Eu usaria o dinheiro do leilão dos quadros para pagar os credores mais urgentes e o tratamento médico do meu pai, mas eu precisava arrumar um emprego e...

Parei a linha de meus pensamentos, assim que fui atingida por aquela sensação. Meu corpo se arrepiou e eu senti como se a gravidade me puxasse até ele.

— Oliver, o quê você faz aqui? - Perguntei, sem sequer me virar. Como das outras vezes senti a presença dele antes mesmo que ele se manifestasse. Respirei fundo e virei-me para ele esperando encontrar seus olhos frios me fitando, mas ele parecia diferente, ele me olhava diferente... com preocupação talvez?

— Eu só... - Começou a dizer, mas olhou diretamente em meus olhos e parou. Eu vi meu rapaz de olhos azuis ali, o rapaz que eu tanto amei. Oliver se aproximou ainda mais de mim, passou os braços ao redor do meu corpo e me puxou contra o dele. Prendi minhas mãos a suas costas e encostei meu rosto em seu peito inalando profundamente seu cheiro tão conhecido. O coração dele estava acelerado, mas aos poucos eu notei que as batidas dele estavam se sintonizando com as minhas.

Eu senti tanta falta disso. De sentir que éramos um só novamente.

Eu não sabia o que estávamos fazendo, eu não entendia porque Oliver estava aqui. Mas eu não me importava, eu apenas me permitir ser abraçada por ele, porque eu precisava me lembrar de que ainda havia algo bom no mundo, eu precisava de algo que me acalmasse, que tirasse de mim aquela aflição sem fim, que controlasse a tempestade dentro de mim e trouxesse a paz que eu tanto necessitava. E eu só conseguia isso com o abraço dele. Afinal o abraço de Oliver tinha poderes curativos.


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Notas finais do capítulo

Digam o que acharam do capitulo! Please... Eu estou pensando em diminuir um pouco o drama da história, já estou quase no meu limite! Vou tentar deixar as coisas um pouco mais leves. O que acham?