After all this time? escrita por Luna Lovegood


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores,
Eu estou com vergonha.
Eu preciso atualizar outras histórias, e estou aqui postando outra. Me desculpem por isso, mas acho que tenho um sério problema de escrita compulsiva!
Essa vai ser uma história bem curta, terá apenas três capítulos. Então não se preocupem vai ser atualizada com frequencia! Espero que vocês gostem dessa fic!
Bjs e boa leitura!



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Felicity Smoak

A vida nem sempre segue o caminho que imaginamos ou planejamos. Quando somos jovens é tudo mais simples, sonhos parecem tão fáceis de alcançar. Está tudo ali, basta apenas erguer a mão e pegar. Nossas preocupações não passam de resolver deveres chatos de matemática, ou se o garoto que senta ao seu lado na aula de inglês percebe que você fica corada quando ele lhe lança um sorriso.

Eu tinha uma vida assim, eu era feliz. Sim, completamente feliz e sem preocupações. Minha família era uma das mais ricas e importantes de Star City, meu pai era o prefeito e minha mãe uma artista de talento, ela gostava de pintar embora raramente vendesse um de seus quadros. Ela dizia que cada quadro que ela pintava tinha uma história, e ela não conseguia se separar deles, pois eles eram uma parte de quem ela era. Eu era a filha única, e sempre procurava me esforçar e dar meu melhor e constantemente ganhava prêmios em competições escolares, e isso deixava meus pais orgulhosos. Nós éramos o exemplo da família perfeita.

Mas algo mudou naquele verão.

Eu pensei que tivesse tudo, que minha vida era completa até o dia que o conheci: Oliver Queen. Apesar do sobrenome real, ele nada mais era do que o filho de um mecânico. Ninguém importante, ninguém com quem a filha do prefeito devesse andar ou se importar.

Mas ainda assim eu me importei. Porque quando seus olhos azuis intensos se cravaram nos meus, eu senti algo mudar em mim. Eu senti como se a vida inteira eu tivesse esperado por aqueles olhos azuis.

Ele e o pai dele estavam no quintal da minha casa trabalhando em um carro antigo do meu pai. Assim que eu saí pela porta e o vi ali, usando uma camiseta branca um pouco suja de graxa. Paralisei assim que seus olhos encontraram os meus e ele sorriu, um sorriso tão lindo e puro que fez meu coração bater tão rápido e alto que eu tinha certeza que ele podia ouvi-lo de onde estava.

Eu respirei fundo e dei um passo a frente, disposta a não ser aquela garota tímida mais, eu iria até ele e diria algo nem que fosse apenas um “oi”. Dei um segundo passo e o sorriso dele vacilou, e o vi correr na minha direção. Foi quando eu notei algo errado, eu estava tão ansiosa por chegar até ele que sequer me lembrei dos degraus da escada, e acabei pisando em falso! O resultado disso? Um joelho ralado e um ego totalmente destroçado.

— Você está bem? - sussurrou, a voz dele era suave. Seus olhos estavam verdadeiramente preocupados e olhavam pra mim procurando por algum machucado. Eu apenas sacudi a cabeça afirmativamente, envergonhada demais para falar e fascinada demais com aqueles belos olhos para agir com coerência naquela hora.

Ele estendeu a mão para mim oferecendo ajuda para eu me levantar. Eu sorri com o gesto e no momento eu que a minha mão tocou a dele eu senti. Meu corpo inteiro se acendeu, e algo se agitou dentro de mim, eu não sei explicar exatamente, era quase como se eu o reconhecesse. E pela forma como seus olhos se perderam dos meus eu tenha certeza que ele tinha sentido aquilo também. Isso e o fato dele te segurado a minha mão por um tempo muito superior ao convencional.

— Sinto muito. Eu te sujei. - Falou envergonhado se afastando de mim. E eu vi que minhas mãos agora estavam com uma marca escura de graxa, não me importei com aquilo. Ainda estava atordoada com aquela estranha sensação.

— Não tem problema. - Assegurei, e ele pareceu relaxar um pouco. - Então... Você não quer me mostrar no que está trabalhando? - Fiz a pergunta mais sem noção possível. As sobrancelhas dele se uniram em clara demonstração de dúvida.

— Você realmente quer saber? - Me desafiou.

— Claro. - Menti, e logo um sorriso lindo surgiu nos lábios dele. Oliver começou a falar sobre as peças que estava reformando e sobre o que seria trocado. Era algo chato, mas eu não me importava, eu apenas queria ficar ali perto dele.

E foi assim que começou. Durante o tempo em que ele ficou trabalhando no carro eu sempre tentava ficar próxima, e nós conversávamos e acabamos nos aproximando. Eu tenho certeza de que o pai dele o aconselhou a não se envolver comigo, e convenhamos o meu também não aprovava me ver ali me relacionando com um simples mecânico, mas eu o ignorei não via como a posição social ou o emprego de alguém poderia definir se ele era uma pessoa relacionável. Eu sei que meu pai se sentiu aliviado quando o serviço em seu carro foi finalizado, afinal eu não poderia mais acompanhar Oliver naquela restauração.

Mas ele foi ingênuo se pensou que aquilo acabaria ali. Nós já estávamos envolvidos demais, então passamos a nos encontrar sempre que conseguíamos um tempo. Eu as vezes matava aula e o encontrava na oficina, ou as vezes fingia que ia estudar na biblioteca. O trabalho do me pai como prefeito exigia demais dele e eu quase não o via, então ele sequer tinha tempo para desconfiar de mim. Embora devo ressaltar que minha mãe logo notou que havia algo diferente em mim, ela dizia que eu parecia radiante.

Oliver me mostrou tanto do mundo, me mostrou que a vida ia além das paredes cor-de-rosa do meu quarto. Eu estava fascinada, eu nunca me senti tão viva. Ele me ensinou tantas coisas, com ele eu aprendi que amar era muito mais do que os livros me contavam. Ia muito além de “explosão de amor” ou “eletricidade percorrendo minha pele”. Nada disso chegava minimamente perto da sensação de ter os lábios de Oliver tocando os meus. Era mágico. Eu sentia como se meus lábios tivesse sido moldados para beijar os dele.

Mas a vida é traiçoeira, e espera até aquele momento em que você se encontra mais feliz e muda tudo. De repente, sem nenhum aviso tudo o que você preza é tirado de você. E a felicidade que antes poderia ser encontrada nos pequenos momentos se torna algo raro, precioso e quase impossível de obter. É quando você se vê diante de uma terrível decisão que você aprende que até mesmo a felicidade tem um preço, e que nem sempre estamos dispostos a pagar por ele.

Suspirei e voltei para a minha realidade tentando me esquecer daquela história. Focalizei meus olhos para a janela do carro, observei aquele lugar que um dia eu cresci. Fazia tanto tempo que eu não voltara para Star City, exatos dez anos. As ruas estavam diferentes, alguns prédios eram novos como um imponente prédio que erguia-se no centro, era moderno, provavelmente de alguma empresa recém chegada na cidade.

Eu senti tanta falta desse lugar, afinal aqui foi onde eu vivi a maior parte da minha vida. Aqui era o meu lar. Aqui foi onde eu vivi meu primeiro e único amor.

— A senhorita aceita um lenço? - Ouvi a voz do motorista.

— Me desculpe. - Falei, aceitando o lenço e secando as lágrimas que eu sequer notei quando caíram. - São apenas muitas lembranças. - Respondi com um olhar ainda vago.

— Entendo, deve ser difícil para você voltar depois de tantos anos.

— É. - confirmei distraidamente, olhando para a entrada da mansão.

O Senhor Diggle parou o carro e gentilmente me ajudou a subir com as malas. Era tão estranho voltar aqui. Principalmente agora que essa casa não era mais nossa. Nos últimos anos minha família simplesmente conseguiu perder tudo. E aqui estávamos nós de volta, para vender todos os quadros da minha mãe e tentar saldar as inúmeras dívidas de jogo que meu pai contraíra.

Para nossa sorte o comprador da casa era um apreciador da arte, e havia insistido que o leilão dos quadros da minha mãe fosse feito aqui. Seria mais simbólico. Ele também ofereceu a casa para que ficássemos hospedados.

Subi as escadas da mansão, observei meu antigo quarto. Tudo permanecia do mesmo jeito, a mesma mobília clara, as paredes cor-de-rosa, até mesmo as flores que eu pintei junto com minha mãe ainda estavam lá, um pouco desbotadas, mas estavam. Levei minhas mãos até ela e senti um aperto no meu peito, podiam ter se passado anos mais eu ainda sentia a falta dela. E estar naquela casa outra vez, onde cada canto havia um pedaço dela só aumentava mais ainda essa saudade.

Mas se tem algo que o tempo me ensinou é que as pessoas que amamos nunca nos deixam de verdade. Elas permanecem vivas em tudo aquilo que foi tocado e modificado por elas. Eu podia sentir pedacinhos da minha mãe aqui nas paredes dessa casa, em todas as suas pinturas e principalmente no meu coração.

Andei pelo quarto observando tudo e tocando as coisas, tudo estava exatamente como há dez anos. Até mesmo minhas velhas roupas estavam no closet. Comecei a olhar as gavetas, minhas canetas, cadernos, agendas tudo estava lá. Eu tirei tudo de lá e bem no fundo escondida sobre camadas de papeis havia uma foto.

Olhei com saudade a fotografia em minhas mãos, como dois jovens tão apaixonados puderam perder esse amor? Os livros de romance que um dia eu devorei tão avidamente estavam errados, não existia felizes para sempre. O amor não supera tudo.

No verso da foto eu vi a caligrafia dele com os dizeres "Sempre". Suspirei, nosso para sempre durou apenas um verão. Deitei em minha antiga cama e fechei meus olhos apertando forte aquela fotografia contra o meu peito. Eu queria voltar no tempo, queria reviver aquele amor. Mas tudo o que eu poderia fazer agora era esquecer. Trancar esse sentimento e seguir em frente. Aliás, foi exatamente isso que fiz nos últimos dez anos eu apenas guardei aquelas lembranças num lugar bem fundo no meu coração.

O tempo poderia ter tirado o meu sorriso, feito de mim uma pessoa mais triste. Mas aquelas lembranças, não. Elas eram minhas. Parte de uma garota que um dia ousou pensar que poderia ter tudo.


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Notas finais do capítulo

Preciso saber o que vocês acharam *--* Bjinhos!