Take a breath, take it deep. Calm yourself, he says to me. If you play, you play for keeps. Take a gun, and count to three. I'm sweating now, moving slow. No time to think, my turn to go.

Respire, profundamente. Acalme-se, ele me diz. Se você jogar, você joga para ficar. Pegue uma arma, e conte até três. Eu estou suando agora, me movendo lentamente. Sem tempo para pensar, a minha vez de ir.

Olá, me chamo Joshua Urie e vim parar nessa vida por acaso. Minha profissão não é uma coisa digna, já que sou matador de aluguel. No começo não é nada fácil e para isso tem que ter sangue frio. Não sei quantas pessoas já matei por dinheiro, ate perdi a conta.

            Meu chefe é o James, um gordo que vive fumando seus charutos na mesa do seu escritório. Na verdade aquilo é uma espelunca, que ao entrar lá é uma nevoa por causa da fumaça dos malditos charutos. Sempre que tinha um serviço para eu fazer, ele me ligava.

– Joshua, é o James. Tenho um serviço pra você. – Atendi o meu celular a contra gosto.

– E o que é agora James?

– Quando chegar aqui te dou os detalhes.

– Okay, James. Ate daqui a pouco. – Disse revirando os olhos.

            Desliguei o telefone e fui para a cozinha tomar um café. Eu moro em um pequeno apartamento que é o suficiente para mim. Arrumei-me e sai caminhando ate o escritório do James. Era sempre a mesma coisa, ele me ligava e lá estava eu indo fazer o que me mandava.

            Sempre pensava em sair dessa vida e ser alguém melhor e quando eu comentava isso com James, ele ficava furioso e me dava os serviços que lucravam mais, tudo para eu não sair. Para ele, eu sou o melhor matador que ele já teve. Essa vida estava me cansando.

            Enquanto não surgia uma oportunidade para eu sair desse mundo, eu ia dançando conforme a musica. Entrei por uma porta, e caminhei ate o elevador. Esperei e entrei, apertando o numero do andar. Quando este parou eu sai e bati na porta de numero 67 e disse a minha senha.

            Entrei e fui ate o escritório do James. Seus capangas me olhavam feio e não gostavam da minha pessoa e eu nem sei o porquê, só sei que percebi isso.      Sentei na cadeira de frente para ele, que sempre me oferecia um daqueles seus charutos com um cheiro péssimo. Como ele tinha mau gosto.

            Usava um terno roxo com listras claras e escuras, e um chapéu que na minha opinião é ridículo demais. Ele pediu para que o capanga que estava na sala se retirasse.

– Qual é o serviço agora James?

– Este aqui. – Disse me entregando a ficha da vitima.

            Passei os olhos por alguns detalhes, do tipo onde trabalha e uma agenda da onde estaria na próxima semana.

– Giuliano Casablancas?

– Ele mesmo. Quem quer ver ele morto não quis se identificar no telefone.

– Parece vingança, não?

– Isso não me interessa Urie, você tem uma semana para eliminar ele senão você será eliminado. Agora suma da minha frente.

            Arrogante e estúpido, pensei comigo mesmo. Fui ate um mercado para comprar algumas coisas que estavam faltando em casa e antes disso passei em uma Starbucks para beber um expresso. Sentei em uma mesa que dava para a janela e observei o movimento do lado de fora. Começa a chover. Paguei minha conta ao terminar e fui embora para casa na chuva, já que eu morava a duas quadras dali.

            Coloquei as coisas na mesa e fui tomar uma ducha quente. Peguei a pasta com os detalhes da vitima quando me sentei na cama para analisar os detalhes do assassinato.

            “Quarta-feira ele vai estar em uma reunião do Oeste Plaza. Lugar ideal para um crime.” Pensei comigo mesmo. Ainda era sábado e eu fiquei em casa por conta da chuva. Peguei uma bebida na geladeira e deitei no sofá ligando a TV e fiquei vendo o jogo dos Lakers. Quando o jogo acabou fui me deitar.

            Quando quarta-feira chegou, fui ate o Oeste Plaza e fiquei em um lugar estratégico para que pudesse cometer o crime, o problema é o lugar estava cheio de gente. Tive que improvisar. Eles estavam sentados em uma mesa esperando por sua refeição e eu fui para a cozinha do restaurante.

            Coloquei sobre a minha roupa, a roupa de um garçom que eu tinha feito dormir com um soco. Peguei a bandeja de um suco e levei ate a mesa quarenta e dois, que é onde eles estavam. Coloquei o liquido de um frasco no refresco. Caminhei ate a mesa e sorri gentilmente.

 - De quem é o suco? – Perguntei.

– É meu. – Disse a minha vitima. “Que sorte.” Pensei comigo mesmo. Coloquei o copo na mesa e retirei-me quando este agradeceu.

            Voltei para a cozinha do restaurante e tirei aquela roupa ridícula e sai pelos fundos sem deixar pistas. Próximo de casa esbarrei em um garoto que deixou suas coisas caírem. Ajudei-o a pegar tudo e entreguei para ele.

– Desculpe por isso.

– Não tem de que. Me chamo Alec Ross e você?

– Joshua. Joshua Urie.

– Vem sempre aqui Joshua?

– Todos os dias. E você?

– Sou novo na cidade, mas já conheço alguns lugares. Agora eu tenho que ir.

– Que rua você mora? - Perguntei ao que tinha me fascinado.

– Na Seat, numero 24.

– Que coincidência, também moro nessa mesma rua. Posso te acompanhar?

– Claro que pode. Assim aproveitamos para nos conhecer um pouco melhor.

           Quando ele disse a ultima frase, vi que seu rosto tinha corado um pouco. Eu tava feliz por tê-lo conhecido. Será que eu, Joshua Urie, estaria me apaixonando? Eu sou homossexual. Esse era um detalhe que James não sabia. Ninguém, sabia.

            Caminhei com ele ate a porta de sua casa, e o esperei entrar. Enquanto caminhavamos, descobri muita coisa, principalmente do que já suspeitava. Ele também era homossexual. Despedi-me dele e anotei meu celular num pedaço de papel e entreguei para ele. Desci um pouco a rua, que estava sendo iluminada pela lua ate chegar na minha casa. Deitei no sofá pensando em coisas que me fizeram adormecer.