Caminho a seguir escrita por Franflan


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal, aqui esta mais um capitulo para apreciarem, espero que gostem e que comentem tbm ^^
Beijos
Ate o proximo capitulo



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Ao chegar ao navio Salácia se assentou em um canto e manteve seu olhar preso no horizonte e em suas mãos repousava o pergaminho que Lyra havia lhe entregado.

– Não vai abrir?

A ruiva finalmente despregara seus olhos do horizonte e encarara o moreno ao seu lado, seu olhar estava desfocado, era como se ela o olhasse, mas realmente não o visse.

– Não sei se devo!

– Mas não era isso que você queria?

– Sim, era, mas agora eu estou com medo!

O moreno suspirou e se agachou na frente da ruiva.

– Não há nada há nada a temer, você é uma garota forte Salácia e sempre que precisar eu estarei aqui ao seu lado para lhe dar apoio e te proteger!

Os olhos da garota umedeceram com lagrimas e brilharam.

– Jura?

Finalmente Kallel vira um pouco de fragilidade naquela garota e isso o fez ver que mesmo parecendo por fora ser uma mulher forte ela ainda por dentro era a mesma garota frágil e triste que havia conhecido.

– Sempre estarei aqui por você princesa!

Kallel falara com tanto carinho que fez com que algo dentro da menina se agitasse. Um leve suspiro escapou dos delicados lábios rosados da ruiva e em seus olhos um brilho decidiu tomou conta.

– Eu irei abri-lo!

Lentamente ela se pôs a desenrolar o pergaminho, dentro dele, com letras delicadas e perfeitas, um poema fora escrito.

Um oceano branco

De arvores e silêncio

Onde a paz habita

E a morte reina

Tenha cuidado invasores

Na quietude da mata

O povo das arvores

Observa-lhe

Mas se é a eles

Que você quer encontrar

E o perigo enfrentar

Siga o vento do leste

Até o oceano acabar

Procure onde o céu

E a Terra se encontram

Onde tudo é vasto e branco

Lá você ira encontrar

A Rainha do ar”

Tanto Kallel quanto Salacia ao terminarem de ler ficaram a encara o pergaminho como se ele fosse um objeto vindo de outro planeta, algo totalmente sem sentido.

– Para onde, infernos, isso nos leva?

Salácia franziu o cenho e ficara recitando o poema incontáveis vezes em sua mente.

– Seguiremos para o Leste!

Seus olhos estavam desfocados, concentrada demais no poema que se repetia diversas vezes em sua mente para ver o que acontecia na sua frente.

– Para onde exatamente?

– Até onde o oceano termina!

– Outro continente?

– Talvez!

Desta vez Kallel não a incomodou com sua perguntas, apenas se pôs a pensar em voz alta sobre as provisões que teria de arranjar para esta nova viagem.

O pergaminho agora estava esquecido em suas mãos, seu olhar se perdia no horizonte, não conseguia enxergar o espetáculo natural que era o por do sol, com suas nuances de amarelo, vermelho, laranja e em como o céu por alguns instantes permanecia rosa. Ela já não sabia onde por onde seus pensamentos andavam.

Homens iam e vinham no navio, uns acabavam de chegar, bêbados, fedendo a rum e fluidos corporais, outros saiam em busca da diversão que seus companheiros haviam encontrado mulheres e bebidas. Kallel e Nathan, diferente dos outros tripulantes não quiseram sair.

– Porque ainda esta aqui Nathan? Não quer ter suas aventuras antes de se amarrar a uma única mulher?

O loiro apenas encarou o moreno de canto de olho e voltou a encarar as costas da ruiva.

– Não quero deixar minha noiva viúva antes de ao menos ter se casado! E você? Porque não foi farrear como sempre?

– Não estou com vontade de farrear!

Desta vez Nathan fora surpreendido e encara abertamente o moreno.

– Como?

– Estou preocupado com a Salácia, seu comportamento anda estranho!

– E o que isso tem haver com você e suas saidinhas?

– Não quero estressa-la mais e atoa!

Kallel se afastara do loiro e fora se sentar ao lado da ruiva.

O seu gradativamente clareava e os sons de passos novamente tomavam conta do navio. Salácia ainda estava acordada, porem agora se encontrava consciente e sorria timidamente ao observar o homem sentado ao seu lado que dormia de forma pacifica.

– Se estava com sono deveria ter ido se deitar capitão!

– Não poderia deixar uma dama sozinha!

Salácia levantou uma sobrancelha e sorriu brincalhona.

– Dama? Que dama? Desde quando sou uma dama?

Kallel sorriu de canto e finalmente abrira os olhos para ver a garota.

– Desde quando você sabe se dar valor!

Surpresa Salácia não soube o que responder, mas um brilho de felicidade surgira em seus olhos. Kallel aproveitou esse momento para se levantar e sair dali, antes que não se controlasse e fizesse algo que iria se arrepender mais tarde. Vendo que ele já estava longe a ruiva se permitiu corar e sorrir timidamente.

– Vamos logo seus cães fedorentos, icem as velas, recolham a ancora, estamos partindo!

A voz estrondosa do capitão fez com que todos no navio despertassem e entrassem em um frenesi.

– Que direção devemos seguir capitão?

– Vamos para leste, paremos em Kamur para provisões e logo continuaremos nessa mesma direção!

Greg franziu o cenho, mas se manteve quieto, não contrariaria as ordens do capitão.

Logo o navio se afastara da costa e os marinheiros voltavam para seus afazeres. Um rapaz moreno se aproximou furioso de Salácia.

– Eu quero minha revanche!

A ruiva sorriu de canto, mas negou com a cabeça o pedido do rapaz.

– Quando você estiver sóbrio e calmo conversaremos sobre isso!

– Eu quero agora!

O sorriu da ruiva sumiu e a raiva se fez presente em seu olhar.

– Você esta sem equilíbrio por causa do álcool em seu organismo, sua cabeça parece que vai partir-se em duas por causa da ressaca, sua raiva não ira lhe deixar pensar com clareza e assim você não vai pode criar uma estratégia decente para poder me vencer, você acha que nessas condições tem alguma chance de me vencer?

A raiva deixara o corpo do homem rapidamente e a vergonha agora tomava posse, assim o fazendo perder toda sua pose.

– Não!

– Então voltemos a conversar sobre isso quando você estiver em melhores condições!

A ruiva deu meia volta e se afastou do rapaz. Novamente Salácia se pôs na ponta da proa, seus cabelos dançavam de acordo com o vento, o cheiro salgado do oceano lhe trazia paz e acalmava seu espirito, aos poucos seus olhos se fechavam e calmamente ela começou a cantarolar.

Os homens mais antigos já haviam se acostumado com essa mania da garota, já os mais novos acabaram por parar o que faziam para observar, impressionados, a cantoria da ruiva.

Ao ouvir a voz de Salácia, Kallel suspirou e encarou o céu, respirou fundo e gritou com os homens parados.

– O que pensam que estão fazendo seus inúteis? Voltem imediatamente para seus serviços!

Como se tirados de um sonho os homens voltaram a seus serviços. Lentamente a musica morria até que não se podia ouvir mais nada além do som das ondas.

Uma fina garota começara a cair e lentamente os homens foram para dentro do casco. Quando a chuva engrossou Salácia resolveu seguir o passo do resto da tripulação. Pingando agua a ruiva evitou o caminho da cozinha, se enrolou em uma coberta para logo se render ao sono em sua rede.

Os dias em auto mar eram longos e entediantes para a ruiva, que mais nada fazia além de treinar e andar atoa pelo convés do navio. Os homens já se encontravam exaustos, a fadiga os atingia com força, porem parecia que nada poderia retirar a vitalidade de seu capitão. Kallel gritava a todo o momento para todos, o navio nunca estava em total silencio, esses era raros momentos que a garota apreciava. O tempo aos poucos ia mudando, nuvens carregadas tomavam o céu límpido e tampava os raios solares, o mar rapidamente se revoltava, criando ondas cada vez mais fortes, com gritos potentes Kallel mandara seus homens se prepararem, recolherem as velas e deixar o barco a deriva para que logo entrassem e assim pudessem descansar, enquanto a tempestade acontecia.

Já se fazia dias que o mar estava revolto, muitos homens se encontravam doentes por causa da chuva, outros apenas mareados por causa do balanço constante, Salácia apenas estava irritada, algo lhe dizia que alguém queria lhe impedir de chegar a seu destino.

Furiosa a ruiva marchou até o convés, passando pela torrencial chuva ela se encaminhou até a proa. Seus braços se estenderam alinhados com os ombros, sua cabeça tombou para trás, deixando que a agua caísse direto em sua face, com uma respirar fundo ela se concentrou e deixou com que a melodia que lhe assombrava a mente finalmente escapasse por seus lábios.

As ondas foram se acalmando, enquanto que a voz da menina aumentava sua potencia, como se sua raiva transpassasse por ela e conseguia submeter o oceano, a tormenta aos poucos se tornava uma simples garota, para que logo desaparecesse e as nuvens escuras davam lugar para que o sol novamente brilhasse. As notas da garota iam baixando até se tornar um mero sussurro e sumir em meio as vozes dos homens que subiram para o convés.

Kallel observara a tudo escondido em meio às sombras, ele podia que a cada dia os poderes escondidos de Salácia vinham à tona sem ela ao menos perceber, apesar de já ter previsto isso ele não podia se impedir de se surpreender, afinal ela era filha de seus pais e jamais poderia não ter herdado seus dons.

Finalmente a chuva parara e eles puderam avistar o horizonte, mas junto dele um navio aparentemente mercante estava quase ao seu lado, Kallel sorriu de canto.

– Cães hora de recebermos um pagamento, navio mercante a bombordo, quero todas as suas atenções nele!

A movimentação dentro do navio começou e todas as forças foram focadas no navio.

Salácia não encarava o navio, seus olhos estavam pregado na agua abaixo do casco do navio, por alguma razão ela sentia que algo naquele navio a frente não estava certa, por isso, sem nem ao menos se virar gritou para o capitão.

– Estou indo na frente Kallel!

Com um incrível salto ela mergulhou no mar e sumiu da vista dos homens do navio.

– O que...

Kallel não teve tempo de reação e ninguém pode impedir a garota. Nathan correra em direção a proa, para ver se encontrava a menina e a via submergir, porém a cada segundo que se passava mais ele se preocupava com a garota.

– Kallel ela não esta voltando!

– E não ira voltar a superfície Nathan!

– Ela precisa respirar!

Kallel deu as costas para o loiro e voltou a auxiliar seus homens, mas não sem antes dar a ultima palavra.

– Não de baixo d’água!

Salácia nadava com vontade, era mais veloz que um humano comum, mas não mais rápida que uma sereia, infelizmente suas pernas não poderiam superar uma nadadeira, porem já era o suficiente para ela. O navio já se podia ver por baixo, com cuidado ela subiu pela lateral e com cuidado invadi o navio. Silenciosamente e com cuidado ela entrou no casco e desceu até o andar inferior, homens circulavam a todo o momento e bons esconderijos eram escaços, atrás de alguns barris de rum e algum tipo de comida ela pode ouvir alguns tripulantes.

– Tem certeza que o capitão ira conseguir uma boa quantia com essas mulheres?

– Claro que sim seu imbecil, ela são jovens e bonitas, os compradores irão pagar muito caro por elas!

– Acho bom mesmo, porque não esta sendo fácil cuidar delas sem machuca-las, elas só sabem gritar e pedir por piedade, aquelas vozes estridentes já estão me irritando!

– Se acalme homem, logo iremos chegar até o nosso comprador e receberemos nossa recompensa!

A vontade de Salácia era de voar no pescoço daqueles homens, eles eram traficantes de mulheres, as tratando daquela forma animalesca, saber daquilo fez com que um ódio se ascendesse dentro da ruiva, mesmo tentando ser discreta ela não conseguiu não se fazer notar, sem querer esbarrara em um barril vazio.

– Uma delas escapou Solano!

O homem irritado se virou, Salácia pode ver um par de olhos negros com grossas sobrancelhas, um nariz torto e dentes quebrados. Seu rosto era quadrado e algo em seus olhos lhe dizia que era um homem muito cruel, que ela não gostaria de ter por perto.

– Ora, ora, temos uma clandestina? Que maravilha, poderemos vender mais essa por um preço muito alto!

Seu sorriso cruel fez com que um frio escorresse pela coluna da garota e a fez sorrir amarelo.

– Sinto muito, mas chegou a minha hora de desembarcar!

Como um raio a menina se pôs a correr, os homens correram atrás dela, até a encurralar na beira do deque, com cuidado ela subiu no parapeito e lhes fez um reverencia.

– E agora docinho? Para onde vai?

– Para um lugar onde vocês jamais poderão por suas nojentas mãos encima de mim!

– Então prefere se afogar no oceano a sobreviver como uma escrava!

– Me afogar? Veremos!

Salácia olhou para o oceano a suas costas e se jogou com um lindo mortal de costas e mergulhou com maestria, seu corpo foi o mais fundo que podia e por fim seguiu de volta para o seu navio, para a sua segurança.

Seu folego estava curto, enquanto que pingava agua no deque, Kallel a observava calado, a espera de sua fala. O silencio estava matando o loiro ao lado do moreno.

– E então?

– Eu quero o capitão daquele navio para mim!

Kallel estreitou levemente os olhos enquanto observava os olhos flamejantes da garota, aquele olhar de raiva lhe dizia que havia algo de errado naquele navio.

– Por quê?

– Aquilo não é um navio mercante, é um navio de trafico humano, estão levando mulheres para vender, e eu quero pegar o maldito líder deles e ver seu sangue escorrer pela lamina da minha espada!

Kallel suspirou o tom sanguinário daquela garota já não lhe era desconhecido, diferente do Nathan que nunca a vira daquela forma.

– Inúteis, não afundem a embarcação, há mulheres abordo, iremos da forma mais difícil!

A comoção no navio era incomparável, Salacia novamente estava a olhar para o navio, desta vez seu pode estalava a sua volta, sua fúria era palpável, ela jamais iria perdoar alguém que traficava seres humanos, aquele homem havia assinado sua sentença de morte no momento em que decidira seguir aquela carreira.


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