Caminho a seguir escrita por Franflan


Capítulo 15
Capitulo


Notas iniciais do capítulo

yay olha eu aki novamente



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Salácia ia cantarolando enquanto era sacolejada em cima do ombro do elfo, estava embalada em seu próprio mundinho.

— Você não acha que está confiando demais em mim, não?

— Você é um bom elfo, filho da rainha, creio que seja então um elfo de palavra, e mesmo bêbada sou suficientemente capaz de chutar esse seu lindo traseiro!

Mal terminou de falar e a ruiva deu um belíssimo tapa na bunda do elfo, que de imediato parou de andar e a jogou no chão. Salácia arfou ao chegar de encontro com o chão e olhou feio para o elfo.

— Eu mandei você se comportar!

— Não precisava me jogar no chão também!

— Você não se comportou!

— E você muito menos!

Novamente a coloração acinzentada voltara para os olhos claros da ruiva, mais uma vez a brisa de fez presente e novamente o elfo sentiu-se realmente ameaçado.

— Não irei pedir desculpas por lhe jogar no chão, assim como sei que não irá se desculpar por bater em minha bunda, agora, queira fazer o favor de se acalmar, pois assim jamais chegaremos ao centro da floresta!

Salácia bufou irritada e de maxilar trincado ela concordou, e assim o vento se fora, mas os olhos continuaram naquela tonalidade estranhamente assustadora.

Salácia lutava para se manter equilibrada e lutava mais bravamente ainda em se manter firmemente concentrada na figura majestosa que caminhava a sua frente, afinal a cada segundo que se passava, a cada passo que dava, ela podia ser rapidamente tragada pela beleza a sua volta.

Adan parara e Salácia fizera o mesmo, mas sua boca se abrira, afinal a sua frente estava uma enorme arvore branca, seu tronco precisaria de umas sessenta pessoas para lhe abraçar completamente, não que ela fosse realmente amante de arvores a esse ponto, mas a largura daquele tronco era absurda, e a altura daquela arvore a fazia sentir-se uma pequena e mera formiga, sua copa atravessava as nuvens.

— Essa?

— É a passagem!

Lentamente Salácia se aproximou e tocou o tronco, seus dedos traçavam o caminho de pequenos entalhes, eles eram como palavras escritas em uma língua desconhecida, as vezes formavam desenhos, as vezes letras garrafais, outras pareciam letras orientais, pequenos e grandes kanjis.

— Minha irmã deu vida a essa arvore!

Salácia afastou os olhos do tronco e olhou para o elfo a sua frente, os olhos dele demonstravam tristeza mal contida.

— Deu vida?

— Ela era pequena quando a guerra eclodiu, eu não passava de uma menino na época, não tinha poder o suficiente para protege-la, mas ela, ele sim era poderosa, foi então que com medo de que tudo fosse destruído, que todos nós fossemos mortos, ela criou essa arvore, com seu próprio sangue, com sua vontade de nos proteger, e no lugar onde um dia existiu um tempo uma arvore capaz de saber quem ver com boas intenções fora criada e ninguém com sede do nosso sangue pode passar e isso correndo o risco e perder sua própria vida!

— Lyra realmente parece ser uma pessoa incrível!

— Ela era!

— Você fala como se ela estivesse morta!

Salácia sentou-se em meio as raízes, mas sem deixar de tocar o tronco em momento algum.

— Ela desapareceu após criar esse portal, depois de anos de buscas frustradas, nós a demos como morta!

Salácia sorriu tristemente e olhou para a arvore.

— Ela não está morta, porem também não irá voltar, mas ela sabe, ela sente, que vocês sentem a falta dela, da mesma forma em que ela sente a de vocês!

Adan sorriu tristemente e sentou-se ao lado da ruiva.

— Mas eu não voltarei a vê-la, não é?

Salácia suspirou e o abraçou.

— Sinto muito, mas eu acho que não, depois de nos dar as instruções para esse lugar, ela simplesmente desapareceu!

— Não precisa sentir, a culpa não é sua, é minha, eu a deixei sozinha, eu a fiz se sacrificar, se eu ao menos fosse tão poderoso naquela época como sou agora, minha irmã não estaria sozinha agora!

Adan soltou-se dos braços de Salácia e segurou uma das mãos dela em seu colo.

— Não é sua culpa Adan, foi uma escolha dela, ela escolheu proteger seus povos, proteger seu irmão mais velho, proteger as pessoas que ela mais amava, foi uma escolha dela e por isso não adianta você se culpar!

Adan a encarou, ele via tanta certeza nos olhos dela, que acabou deixando que uma parte sua tomasse conta de si e antes que notasse seus lábios já estavam colados nos dá ruiva a sua frente.

Salácia realmente não previra aquilo, sua mente dava voltas no que estava acontecendo naquele instante e algo que ela nunca previra acontecera, ela simplesmente apagara, enquanto suas últimas lembranças fora de um vulto negro atingindo o rapaz que lhe beijara.

Kallel chegara a arvore morrendo de preocupação, pensando que talvez Salácia não houvesse sobrevivido a queda, mas ao pôr seus olhos naquela cena, sua preocupação fora substituída pela raiva e antes que soubesse o que estava fazendo ele já havia puxado o elfo e lhe socado no rosto.

— O que pensa que está fazendo elfo?

Adan parecia saído de um transe e tocou seu lábio machucado, mas a única coisa que ainda sentia era os lábios da ruiva, ao olha-la a viu desmaiada.

— A beijando!

— E quem você pensa que é para beija-la?

— Um elfo livre!

Kallel estava prestes a soca-lo novamente, mas Bellon o impediu.

— Não a toque novamente elfo, porque eu posso não me controlar na próxima!

— Não sabia que ela possuía um dono!

— Pois agora sabe, Salácia é minha!

Adan sorriu de canto.

— Vamos ver até quando!

Kallel ameaçou voltar para cima do elfo, porém Bellon novamente o impediu.

— Ao invés de ficar aí sentindo ciúmes, você não deveria estar preocupado com a garota que esta desmaiada neste instante?

Adan passou a mão por suas roupas para tirar a grama e a terra.

— Ela só comeu Hidrasia demais Bellon, até achei que estava demorando muito para ela apagar!

— Hidrasia?

— Fruta que usamos para fazer nosso hidromel Kallel, uma fruta altamente alcoolica!

— Cuja a qual ela devorou várias em poucos minutos!

— E você aproveitou que ela estava bêbada para agarrá-la?

— Se serve de consolo, o que eu acho que pouco sirva, eu não tinha nenhuma intenção de beijar a sua humana, simplesmente aconteceu!

— Ora seu...

Bellon mais uma vez se pôs em seu caminho, mas desta vez com Salácia desmaiada em seus braços a empurrando para os braços do moreno.

— Controle-se e cuide de sua humana, como eu disse eu iria guia-los e não os proteger!

Kallel rosnou e enquanto pegava Salácia dos braços de Bellon, o elfo pode ver pequenas raias vermelhas nos olhos verdes do homem, elas eram quase imperceptíveis, mas ainda assim estavam lá. Um meio sorriso se formou no rosto do elfo, porem ele se manteve calado, porque sabia que se abrisse sua boca, uma guerra digna de titãs seria travada ali, na sua frente e a única capaz de conter os titãs estaria desacordada por tempo indeterminado.

— Irei abrir o portal!

Adan colocou sua mão sob a casca da arvore, levantou seus olhos para a copa e eles brilharam em um tom branco fantasmagórico, logo eles se fecharam e toda a casca da arvore brilhou, revelando os relevos, revelando toda a escrita, pena que Kallel não entendia nada daquele dialeto, mas também ele não estava prestando atenção alguma ao que acontecia a sua frente, olhava apenas para o rosto adormecido de Salácia e mais firmemente para seus lábios, sua vontade era de esfregá-los até ter certeza de que ela não tinha mais nenhum rastro do elfo.

— Vamos, Kallel!

Kallel seguiu o elfo que vinha lhe ajudando sem dizer uma única palavra. Ao passar para dentro do tronco, o ar a sua volta se tornara mais frio e mais leve, ele podia sentir a umidade no ar e ao olhar para frente, ele se via andando por cima de nuvens como se elas fossem simplesmente terra firme. Bellon e Adan seguiam mais a frente, sem olhar a volta, como se andar sob as nuvens fosse a coisa mais natural do mundo.

Um enorme palácio erguia-se a sua frente, ele era formado por inúmeros círculos, que era interligados por corredores, pontes, escadas, tudo de um mármore branco puro com detalhes em um amarelo claro e delicado, não haviam plantas, porem inúmeros elfos transitavam por dentro, a cada novo circulo que entravam em seu centro possuía um chamariz, as vez um pequeno lago e as vezes até um pequeno poço, musica soava por todos os lados, e Kallel se obrigou a observar mais ao redor, o que antes pareciam pedaços de nuvens, nada mais eram do que grama branca, e as pequenas nuvens envolta das pontes eram na verdade pequenas flores que lhe lembravam algodão, dentes de leões era espalhadas por todos os lado, e o que pareciam pequenos vagalumes eram na verdade minúsculas fadas ajudantes.

Logo se encontravam no centro do círculo que envolvia toda a cidade/palácio, uma torre gigantesca, com inúmeras janelas e uma porta de madeira maciça.

Bellon e Adan se juntaram para abrir as duas folha que formavam a porta e abriram caminho para que Kallel fosse na frente, sem outra escolha ele entrou e ficou deslumbrado com o enorme salão, o chão parecia um espelho e o telhado não existia, era apenas um enorme buraco que dava para ver uma imensidão azul, as paredes eram forradas de tapeçarias com imagens lindas de todas as criaturas magicas, tudo ali usava os tons mais claros possíveis de todas as cores, e davam um contraste delicado para o trono solitário que havia em seu epicentro, onde uma mulher delicada repousava. Ela tinha longos cabelos platinados com alguns fios em dourado, olhos dourados, usava uma longa túnica amarela claro com lindas brasilianista que apesar de simples modelavam com perfeição todas as suas curvas e mostravam toda sua sensualidade.

— O que lhes trazem a minha presença junto de humanos?

— Esses humanos dizem ter notícias de Lyra, minha mãe!

— Impossível, sua irmã morreu a muitos anos atrás Adam!

— Eu sei, mas...

— Você rompeu o acordo por causa disso?

As feições delicadas da rainha pareciam agora solidificadas por gelo.

— Há algo de estranho nesta garota minha mãe, eu sei que agora ela não serve de muito, por estar desacordada, mas deixe que ela e seu companheiro descansem, para que eles possam se explicar!

— O que você acha Bellon?

A rainha dirigiu seus olhos para o outro elfo, que ajoelhado se mantinha em silencio.

— Eu concordo com vosso filho, minha rainha!

— Então que assim seja, Adan leve-os para um quarto qualquer e os deixem se recompor, e assim que a garota despertar a traga até mim!

— Sim vossa majestade!

Adam levantou-se e puxou Kallel para lhe seguir e assim que eles desapareceram pela porta, as feições congeladas da rainha simplesmente desapareceram.

— Me diga Bellon, o que os humanos realmente querem comigo!

— Conversar com a majestade, mais nada!

— Você tem certeza?

— Absoluta!

— Então pode ir, mas fique de olhos nos três!

— Como desejar!

Bellon também se levantou e partiu. Calliope suspirou ao se ver novamente sozinha naquele enorme e vazio salão, para logo desaparecer de seu trono.

Adan os guiou por inúmeras pontes e corredores, para pôr fim os deixar em um quarto.

— Quando ela acordar mande alguém me chamar!

— Qualquer um?

— Todos são servos de minha mãe, logo todos sabem onde eu passo meus dias, por tanto não se preocupe, para qualquer um que você falar a pessoa ira saber me encontrar!

— Como quiser!

Adam saiu fechando a porta, Kallel deitou delicadamente a ruiva na cama e sentou-se na janela e ficou a observar o horizonte.

As horas transcorreram com tranquilidade, até que finalmente a ruiva abriu os olhos, com sua cabeça latejando e o estomago revirado.

— Nunca mais como uma fruta que cheire tão bem quanto aquela!

Ela olhou ao redor sem reconhecer nada, só reconheceu seu pirata sentado no beiral da janela a observar o horizonte.

— Kallel?

O corpo do moreno se retesou, mas ele não se virou para olhar para a ruiva.

— Onde estamos?

— No reino do ar!

— Como chegamos aqui?

— Adam e Bellon nos trouxe!

— Kallel, o que aconteceu?

— Nada!

— Se fosse realmente nada você estaria olhando para minha cara!

Furioso o pirata a encarou, seus olhos já mostravam mais vermelho, amarelo e laranja do que verde, lhe lembrando as chamas de uma vela.

— Você não se lembra de nada?

— Lembro de chegar até uma arvore gigantesca, me aproximar dela, sentir uma vertigem gigantesca e depois mais nada!

Kallel saiu da janela e se aproximou de Salácia, como um leão próximo de sua vítima.

— Você beijou o elfo que lhe acompanhava!

Salácia continuou a encara-lo.

— Você já beijou e fez coisas muito piores com inúmeras mulheres e não me viu dando piti, viu?

— É diferente!

— Diferente porque? Por que eu sou mulher?

— Não, pois naquela época eu não a tinha como tenho agora, eu não precisava delas como preciso de você, eu já abandonei aqueles hábitos!

— Abandonou depois de um ultimato meu Kallel!

— Mas agora eu sou seu assim como você é minha, você não pode sair beijando qualquer um assim!

— Eu... Eu beijei ele? Eu tomei a iniciativa do beijo? Eu simplesmente fui la e o agarrei?

— Não sei, só que quando eu vi você e aquele projeto de príncipe se beijando eu não fiquei parado para pedir explicações!

— Bom em minha defesa eu estava bêbada!

— Entao se eu ficar bêbado e beijar uma garota vai ficar tudo bem?

— Não, porque você tem um passado cujo o qual eu não possuo!

Os olhos de Kallel brilhava de uma forma assustadora, mas que atraia Salácia, com cuidado ela saiu da cama, enquanto que Kallel mantinha um monologo de como o passado ficava no passado e que em mais nada influenciava em seu futuro, porem ele se calou quando Salácia segurou seu rosto e lhe beijou. Lentamente ele fechou os olhos e a abraçou enquanto se beijavam. Lentamente se separaram.

— Eu não me lembro de beijar o Adan, kallel, os únicos beijos da minha vida foram os seus e eu espero que para mim continuem sendo!

— Eu também espero!

Sem mais ele voltou a beija-la, esquecendo-se da briga, do que vieram fazer naquele reino, apenas sentindo-a, se inebriando com o cheiro de mulher dela, sentido seus toques delicados, sua mão em seus cabelos, suas unhas em sua nuca e em como só com aquilo ela conseguia doma-lo como nenhuma outra pode.


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