Caminho a seguir escrita por Franflan


Capítulo 13
Capitulo 13


Notas iniciais do capítulo

olha eu aki novamente, trazendo mais um capitulo para vcs, espero que gostem e que comentem, comentários são a lenha q eu uso para acender o fogo da minha imaginação kkkkkkkkk
Bjs e boa leitura



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A lua ia alta no céu, Salácia estava sentada na janela a observando, Kallel estava deitado na cama, esparramado na cama de casal a fazendo parecer tão pequena quanto uma cama de solteiro. Salácia segurava em suas mãos a pequena lamina que encontrara no rio, ela a segurava pelas extremidades com os dedos indicadores, seus pensamentos iam e vinham, como as ondas do oceano.

O vento tocava as folhas das arvores e uma pequena sinfonia, tocava seu rosto e continuava seu caminho, o cheiro do mar impregnava a atmosfera, quase podia-se sentir-se em casa, a casa que nunca teve, também fazia sentir-se livre, liberta de tudo.

A dor lhe trouxe de volta para a realidade, a ponta da lamina lhe cortara, e seu sangue escorria pela folha prateada, vermelho no prata, a ira lhe subira pelo corte, e em pura frustração a ruiva lançara a lamina de encontro a porta, a cravando na madeira. Em seu dedo uma pequena bola de sangue se formara tão carmim e tão hipnotizante, com a língua ela limpara o dedo, e com pequenas sucções estancara o sangramento, com o gosto de ferro em sua boca ela voltou seu olhar para o céu noturno que começa a ter pequenos traços alaranjados, a aurora chegara e logo o sol surgiria, novamente passara a noite em claro e mais uma vez sua mente não lhe dera respostas, apenas divagara.

Kallel começara a se mexer na cama, mostrando que começa a despertar, sem animo a ruiva pegara uma muda de roupa, se banhara, e fora tomar seu café.

Sentara-se em uma mesa afastada, não tinha humor para interagir com ninguém, nem mesmo quem lhe servira escaparia de seu mau humor.

— Gostaria de fazer seu pedido?

Levantando o olhar da pequena rosa que enfeitava sua mesa em um vaso, ela sorriu cruelmente.

— Sua cabeça em uma bandeja de prata, será que tem como?

A morena do dia anterior arregalou os olhos amendoados, levemente surpresa.

— como?

— Apenas um suco de laranja e uma torrada!

— Si... Si... Sim, claro, em um momento!

Com pressa ela correu para se esconder na cozinha.

Minutos se passaram e a morena voltara com seu pedido e um sorriso cínico na face redonda.

— Aqui esta seu pedido, e só por curiosidade onde esta seu belo acompanhante?

Salácia tomou um gole de seu suco e sorriu.

— Dormindo, afinal ele não teve muito tempo para descansar essa noite!

— Como?

O sorriso da ruiva se ampliou e ela trouxe seu corpo mais para frente.

— Querida, o que um homem e uma mulher podem fazer entre quatro paredes que os deixe tão exaustos que durmam até mais tarde no dia seguinte?

— Você não me parece muito cansada!

— Sofro de insônia ficar sem dormir mesmo depois de horas de exercícios é normal para mim!

A morena colocara as duas mãos na mesa e encarara a ruiva.

— Você esta mentindo!

— Se estou ou não, não é da sua conta, mas quero lhe dar um conselho de amiga!

Salácia se endireitou na mesa, mas não desviara seus olhos dos da morena.

— E qual seria?

— Fique longe do que me pertence, não sou alguém que gosta de dividir seus brinquedos!

Seus olhos lentamente mudavam de cor.

Amber tirou as mãos da mesa como se elas estivessem pegando fogo, enquanto que Salácia tomava seu suco tranquilamente com seus olhos de volta a cor normal.

— Você é...

— Você não faz ideia do que eu sou ou do que sou capaz, então faça um favor para nós duas e fique longe do meu homem, que assim eu não terei que mais tarde sumir com o seu corpo!

— Você faz isso com todas ou só com aquela que considera uma ameaça?

— Nem um e nem o outro, essa é a minha primeira vez tentando fazer com que uma vadia qualquer fique longe de alguém que eu goste, então não pense que você é tão boa assim, pois eu sou muito melhor e nem tente armar algo, eu não sou facilmente enganada!

Terminado de comer Salácia se levantou como quem não quer nada e ia saindo quando a morena lhe segurou pelo braço, a ruiva só olhou para a mão dela e depois para sua cara.

— Eu o quero e eu o terei!

— Só por cima do meu cadáver, querida!

O sorriso cruel voltara e os olhos novamente mudaram de cor, o ar se tornara mais denso e pesado.

— O que...

— Tire sua mão nojenta de cima de mim e tire seus olhos do Kallel esse será meu ultimo aviso, na próxima você nem saberá o que lhe atingiu!

Rapidamente a morena soltara à ruiva e lhe deixara ir, tremendo ela voltara para a cozinha com um frio que chegava a lhe doer os ossos.

Com certo alivio a ruiva fora para os fundos da casa e sentara-se no balanço de uma arvore lentamente seus olhos se fecharam e ela ficou a apreciar a pequena brisa que passava por si. Logo sentiu alguém lhe empurrar o balanço e sorrio.

— Você esta bem tranquila aqui, não?

— Sim!

— Preciso lhe contar algo!

— Você não se deitou com a cozinheira, não é?

Kallel parara de empurrar o balanço e encarara a ruiva.

— Claro que não!

— Ótimo!

— Por quê?

— Porque o que?

— Porque da pergunta, ciúmes?

— Fique na sua Kallel!

— Certo!

—Então!

— Então oque?

— O que você tinha para me contar!

— Ah, sim, eu descobri algo sobre o oceano branco!

Salácia finalmente virou-se de frente para o moreno, que finalmente ganhara sua total atenção.

— E o que você descobriu?

— Aparentemente o oceano branco é uma floresta branca, arvores, flores, tudo nela é branco e ela pertence a rainha do ar!

— E?

— ninguém entra lá há muito tempo, os servos da rainha, por assim dizer, não permitem a entrada de ninguém desde a guerra entre eles e os humanos!

— Guerra?

— Sim, a rainha se envolveu com um humano, eles tiveram um filho, a criança desapareceu, os servos da rainha culparam os humanos, a rainha entrou em depressão e tudo foi para os ares, desde então os humanos são proibidos de pisar lá!

— E se esses humanos tiverem um recado da filha da rainha?

Os olhos da ruiva brilharam e Kallel fechou os olhos esperando pelo pior.

— não sei!

— Certo, se prepare, nós vamos partir para a floresta branca!

Em um pulo ela saiu do balanço e partiu para seu quarto na pousada, em seu quarto ela pegara uma calça de couro negro, uma blusa larga branca, um espartilho negro, um par de botas cano longo de amarrar, ao se vestir pegara na porta a adaga prata e a colocara dentro do cano da bota.

Kallel a esperava na porta já armado, provavelmente buscara suas coisas no navio.

— Salácia não sei se isso é uma boa ideia, afinal é arriscado irmos assim!

— Só nós dois?

— Também!

— Não seremos mortos Kallel!

— Será?

— Certeza, mas agora vamos, quanto mais demorarmos aqui, mais demoraremos em chegar lá!

Kallel suspirou e seguiu a ruiva sem dizer nenhuma palavra.

Por alguma razão a ruiva decidira pegar a mesma trilha do dia anterior, apreciando a vista das arvores, ela gostava de observar a natureza, ver o musgo crescer por cima de troncos de arvores caídos, ver plantas crescerem por cima do mesmo musgo, ver como as raízes das arvores proporcionavam um belo refugio para os animais, ouvir o som dos pássaros livres, a brisa leve que trazia junto o cheiro silvestre de terra molhada e o som da cachoeira.

Salácia parara em uma pequena bifurcação, sabendo que um lado lhe levaria para a cachoeira ela decidiu pegar o outro caminho.

— Novamente aqui humana?

— Bellon, quanto tempo!

A ruiva vira o azulado sair de entre as arvores e sorriu, Kallel apenas cruzou os braços e bufou irritado.

— Volte para a cidade e se afaste da floresta, humano não são permitidos aqui!

— Sabe como é, minha atração pela natureza chega a ser anormal, não consigo evitar a minha aproximação!

Salácia a cada palavra dava um passo para mais perto do elfo.

— Vá embora!

— não posso, tenho assuntos a tratar com sua rainha!

— Humanos não tem assuntos para tratar com a minha rainha!

— Mas eu tenho!

Salácia sorrio de canto e seus olhos brilharam maliciosos.

— E que assuntos seriam estes?

— Apenas um, a filha dela lhe mandou um recado!

Bellon suspirou e se inclinou para olhar para Kallel.

— Você não consegue faze-la mudar de ideia?

Kallel soltou uma risada pelo nariz.

— Mais fácil fazer uma mula empacada andar do que fazer essa dai mudar de ideia!

Salácia continuou a sorrir, como se não falassem dela com ela bem ali.

— Vai me levar ou terei de ir sozinha!

— Gostaria de vê-la ir sozinha, mas não posso, terei de acompanha-la, porem acho melhor já deixar avisado que caso haja conflito eu não irei interferir, terão de defenderem-se sozinhos!

— Perfeito!

Salácia sorria igual criança que ganha o brinquedo preferido no natal e Kallel rezava aos céus para que a garota não encontrasse encrenca. Ela deu as costas e começou a andar, mas parou em meio a um passo e se virou para o elfo.

— Porque não nos mostra o caminho?

— Você não faz ideia de que caminho seguir, não é?

Salácia soltou uma pequena risada.

— Não tenho nem ideia pra que lado fica a floresta!

Bellon suspirou pesadamente e olhou para o céu.

— Me siga!

Sem mais ele deu as costas para o casal e seguiu pelo caminho que chegara ali, caminho oposto ao da cachoeira. O belo elfo seguia em silencio, Kallel seguia observando o caminho, temendo que o pior acontecesse e eles tivessem que fugir, e Salácia seguia-os alheia a presença dos humanos e se focando na natureza.

O dia estava quente até chegarem em um certo ponto da caminhada, ali onde se encontravam a temperatura começava a baixar, Salácia sentia a brisa fria se encontrar com seu corpo quente, a caminhada estava sendo longa e seu corpo estava quente por causa da temperatura anterior. Kallel parecia inalterado devido à queda de temperatura e Bellon realmente não sentia essa diferença.

Enfim chegaram no topo de um enorme desfiladeiro, o ar era tão puro quanto a imagem que se entendia a baixo deles, uma enorme imensidão branca se estendia por todo o horizonte, cada folha de arvore ali de baixo era de um branco puríssimo.

— Seria melhor se vocês estivessem bem agasalhados, essas plantas só vivem a temperaturas baixas e que eu saiba humanos são criaturas que não se dão muito bem com o frio, não querem voltar e esquecerem essa ideia absurda?

— Não tenho problema com temperatura baixa!

— Eu tenho, mas não desisto dessa ideia nem que você me implore!

— Então vamos, pois quando o sol se pôr a temperatura vai cair mais!

Bellon foi até a beira do precipício e sumiu por uma trilha que quase desaparecia em meio as rochas. Salácia o seguiu como a um cão bem domesticado e Kallel apenas rezou para que ninguém escorregasse e caísse daquela altura.

Bellon caminhava pelo estreito caminho como se passeasse por uma mata aberta, cheio de confiança e leveza. Salácia o seguia de perto, mas podia-se sentir que o corpo da ruiva estava tenso e seus olhos não se desviavam das costas da figura élfica. Kallel seguia com uma mão deslizando pelo paredão ao seu lado e as vezes seus olhos se dirigiram para baixo, para bela queda que o esperava caso vacilasse em seus passos.

Um vento forte os atingiu, mais do que depressa Salácia se agarrou ao paredão e Kallel parara sua caminhada e esperou o vento parar, Bellon por sua vez continuará a caminhar como se nada o tivera atingido.

— Bellon está ventando demais!

O elfo apenas olhou por cima dos ombros e sorriu sombriamente.

— Este é o aviso da rainha de não os quer aqui!

Kallel olhou furioso para o elfo, porem o olhar de Salácia pareceu muito mais convincente ao elfo do que o do homem que a acompanhava.

— Se esse é um aviso, eu já vou deixar claro que não irá ser uma leve brisa dessa que irá impedir de eu chegar até ela!

Os olhos claros da ruiva se tornaram cinza e o vento parara misteriosamente. Bellon franziu o cenho para a garota.

— Seus olhos não eram verdes?

— Eles são verdes!

— Hmn!

O elfo nada mais disse apenas voltara a andar, mas sua mente se voltava sempre para a mudança dos olhos da menina. Só voltara a si quando ouvira um grito e ao se virar viu a pequena ruiva cair do desfiladeiro em direção a mata.

Kallel tremia e olhava para sua mão estendida, ele tentara segurar a ruiva, mas tudo acontecera tão rápido, primeiro a ventania parara, para logo voltar de forma mais intensa, ele segurara em uma pedra mais sobressalente, mas a ruiva, a sua ruiva não conseguira a tempo, o vento a empurrara, ele tentara segura-la, mas não fora rápido o suficiente e agora via a mulher da sua vida caindo e prestes a perder a vida.


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