You're an asshole but I love you escrita por dude


Capítulo 10
Xerife, não se aproxime da Emma.


Notas iniciais do capítulo

Oi swens ❤❤
Obrigada por todo carinho, e tempo dedicado tanto pra ler como pra comentar... Vocês são incrivelmente legais, tantos elogios que vocês me fazem, fico boba. Espero não decepcionar vocês.
Nelly e Manu, adoro ver carinhas novas comentando, obrigada mesmo! E minhas meninas de sempre, beijo grande.
Ganhei outro fav? É isso mesmo!! ahah Desculpa mundo. /ignorem.


Boa leitura.



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Graham estava sempre ocupado, ele não entendia como, mas nos últimos dias sentia-se assim, que sempre faltava fazer alguma coisa que sempre devia fazer alguma coisa. Estava no Granny's a exatas 2hr30 e passava em sua mente a lista do que precisava fazer no dia, e bem, não tinha nada. Mas, agora, depois de 10 minutos de conversa com Emma, tinha certeza que tinha de verificar se entregou os documentos para Regina. Havia se esquecido ou não deles na segunda gaveta no lado esquerdo da sua mesa?

Saiu apressado do Granny's. Onde está meu carro?, pensou. Enfiou a mão no bolso da calça e nada. Estreitou os olhos. Que cabeça a minha, não vim de carro, pensou. Tudo conspirava contra ele e contra seu tempo, enquanto, direcionava-se em caminho a delegacia, pensou que deveria entregar novos relatórios a Regina. Por que devia mesmo?, pensa. Ah...Não sei, mas preciso.

"Bom dia Xerife" Cumprimentou Leroy ao passar por Graham.

"Dia... Espero um minuto"

"Irmão, estou limpo" Disse cauteloso.

"Não é isso. É que estive pensando em algo que eu ouvi dizer na semana passada..."

"Se puder ser direto... Eu não estou em condições de atrasar no trabalho"

"Claro... Bem, Você chegou aqui dizendo 'à prefeita' e não parava de dizer isto, quando tentei questiona-lo, você divagou e nada disse de concreto"

"Não faço ideia" Diz apenas. O barman só havia citado a prefeita quando seu estado de embriaguez era mordaz.

Se despediram-se na mesma esquina, sentiu a necessidade em verificar os relatórios se esvair. Mudou de direção em foi em direção ao Rabbit Hole, sua verificação agora tinha outro motivo, bem contundente e esse ele entendia.

~

No caminho ao bar, estudou seu plano: simples e rápido, tinha de servir.

O homem atrás do balcão tinha em torno 25 anos, tinha a pele negra e os olhos parecia dois botões, pretos com a noite, não tinha passagem na polícia, era um rapaz direito. Graham sorriu ao notar que o semblante do homem nada lhe entregou quando ele chegou, continuou a assoviar tranquilo.

"Olá Ferdinande" Diz com um sorriso.

"Oi Xerife." Olhou no relógio "Não está um pouco cedo para beber?" Pergunta. Sua voz gentil, não era uma crítica.

"Imagino que sim... Na verdade, vim em mando da prefeita..." Graham analisou o homem, seu sorriso não esmoreceu, mas sua expressão deixou de ser serena. Tinha achado o alvo, só não podia errar "Ela ficou contente com sua jogada" Completou, o homem a sua frente, uns centímetros mais baixo, deixou seu sorriso alargar-se no rosto. Estava ganho "Ficou feliz com seu trabalho"

Ele riu baixinho

"Jogada minha nada, foi todo arquitetado por ela..." Por quê?, Graham pensou. "Não sei os motivos dela, a gente só serve. Nunca sabe, não?" O homem responde, como se tivesse lido a mente do outro.

"Ah... Claro"

Graham ficou contente com sua nova descoberta e faria de tudo para descobrir os motivos, tinha um bom palpite, mas queria ouvi-la falar.

~

Quando Kathryn anunciou a chegada de Graham, Regina quase a mandou dispensa-lo. Sabia que os feitiços que rondavam o coração do homem, guardado na caixinha ao seu lado era intensa, e sua intromissão sentida fortemente pelo rapaz.

Ele entrou e fechou a porta atrás de si.

Regina não parou o que fazia e não o olhou. Ele nada disse, apenas a olhou por um instante, Regina por pouco não se esqueceu de sua presença. Meio minuto mais tarde, sentiu sua cadeira ser virada lentamente, seus olhos encontrou o do rapaz a sua frente, que a devorava com os olhos. Ele pousou uma mão sobre a perna de Regina e a descruzou com cuidado, posicionou a sua perna direita no meio das pernas da mulher e colocou a mão livre no seu rosto. Regina sabia o que advinha dali, levantou mais o rosto aumentando o contado da mão dele com sua pele. Ele se aproximou dela, beijando lhe os lábios sem pudor, acariciou o lábio da mulher com a língua pedindo passagem, a morena usou suas mãos para trazer o homem para mais perto. Enquanto, ele pressionava seu joelho entre as pernas da morena, que arfou lentamente, mordendo e puxando o lábio do rapaz em resposta.

Ao ouvir e senti-la o homem perdeu o controle de si, esquecendo que ele deveria faze-la perder o seu. Tinha entrado em um jogo perigoso, que Regina não costumava perder.

O ambiente parecia ter esquentando alguns graus, quando romperam o beijo, Graham aparentava ter recobrado sua sanidade e ainda com os lábios encostados no da morena, sussurrou:

"Eu sei o que você fez... Sobre o Leroy." O maxilar delicado de Regina estava cerrado, observou o homem levantar-se, não abandonando seu olhar. Se ergueu do mesmo modo, desafiando o homem a sua frente, não sentiu a necessidade em negar. "Se tem ciúmes de mim, deveria ter me valorizado quando eu quis casar com você"

De todas as reações esperadas, dos gritos aos bofetões, o que Regina fez deixou o homem perdido.

Ela riu, riu copiosamente. Quando o riso cessou, enxugou uma lágrima com as costas da mão.

"Parabéns, você foi promovido de xerife a bobo da corte" Disse, batendo palmas lentamente. O homem ficou desnorteado "Você acha que eu algum dia sentiria ciúmes de alguém como ... você?" Indagou com indiferença, olhando-o da cabeça aos pés.

"Então... Por que faria isso? Por acaso é louca?" Perguntou na defensiva.

"Devo ser, para ter ti trazido para cá" Disse Regina, referindo-se a maldição.

"Você não me trouxe, eu sempre vivi aqui"

Ela revirou os olhos.

Em seguida, levou a mão aos lábios do homem, limpando o batom vermelho que manchou sua boca. "Seus serviços não são mais necessários, já pode ir"

Quis afastar a mão de Regina, mas algo em seu interior lhe impedia. Quando ela mesma o fez e sentou-se em sua cadeira novamente, ele se afastou dela, indo em direção a porta.

"Não! Não me diga que é a Emma" Disse ele virando-se para olha-la, tomado por uma súbita consciência do todo, se não por ele, tinha de ser por Emma.

Regina engoliu em seco. Aquela conversa já tinha ido longe demais. Levou a mão a caixinha de madeira, cuidadosamente esculpida, a pousando em seu colo, pegou o conteúdo da mesma, sem Graham notar.

"Graham volte ao seu trabalho e esqueça tudo que sabe sobre esse assunto do Leroy."

Graham fechou os olhos, uma energia percorreu lhe o corpo, quando voltou a abri-los, nada daquilo havia restado.

"Tudo bem?" Perguntou Regina.

"Claro" Diz.

"Sobre o que queria aqui..."

"Os relatórios, eu já os trouxe?"

Ela sorriu. Tinha dado certo. Não teve necessidade em decorrer a isso antes... O controle era algo automático, mas apagar qualquer coisa era demasiado perigoso, porque o mundo não tinha magia e sendo assim, o uso podia levar ao desgaste... Um dia ela poderia precisar disso, e não como hoje, mas em uma situação que precisasse de sua intervenção mais energética.

A ideia em faze-lo esquecer-se de Emma era tentadora, mas o quanto isso prejudicaria Emma? Ser ignorada por ele... Certamente tinha algum apresso pelo rapaz. Se tivesse notado antes seus interesses pela loura teria boicotado, mas não... E bem, a ponte para ambos se conhecerem foi ela, ela os apresentou. Emma não precisava arcar por suas falhas.

Eles se despediram um instante mais tarde.

Regina, fez um anotação mental, precisaria fazer o mesmo ao barman, para que não voltasse a falar disso com ninguém. Já havia sondando Leroy, e felizmente, não lembrava-se dela.

***

No dia seguinte, após o fim de expediente de Graham, Emma ficou sabendo de sua presença nos intermédios da mansão por uma mensagem, enviada pelo rapaz um pouco mais de cinco minutos depois, ele bateu com os nós dos dedos na janela do quarto da garota.

Foi surpreendida e não pela forma inusitada em aparecer ali. Enquanto, o homem se esgueira janela a dentro, observou-o, ele fazia aquilo parecer bastante fácil, após ele ficar de pé ao lado da janela, Emma enfiou a cabeça pelo vão, olhando para baixo, aparentava no mínimo uns 6 metros, sentiu uma agitação suave no estômago.

Graham sorria enquanto falava, Emma acena com a cabeça, sua mente estava inquieta, então focou em sua voz.

"... não é verdade?"

Ela deu de ombros.

"Você já escalou assim antes?" Indagou.

"Aqui?"

"Aqui." Repetiu com os braços abertos, demostrando que em qualquer lugar da cidade.

"A árvore facilita."

Emma arregalou levemente os olhos. Sua mente estava a lhe pregar uma peça? Ou Graham acabou de dizer...

"Você já subiu aqui?" Perguntou ela, apontando para o chão do quarto.

"Sim" Responde despreocupado, precisava negar que já escalou a janela de Regina? Em sua mente, não.

Emma tentou sorrir, fingindo despreocupação, mas tinha certeza que falhara.

Graham estava sentando na poltrona, enquanto Emma na cama em frente ao homem. Ela apoiou as duas mãos na cama, a suave agitação agora se parecia mais como mil cobras se contorcendo dentro de si.

"Graham, acho que é melhor você ir... Agora." Diz, piscou os olhos rapidamente, sua visão se embaraçando. Agradeceu mentalmente por estar sentada, sentia o corpo fraco.

Graham alheio ao estado da loura. Insistiu:

"Eu ainda não te contei..."

Ela o interrompe, sentindo o enjoo aumentar.

"Por favor, saia. Agora!" Ela aumentou seu tom de voz, não gritava. Se sentiu frágil... sozinha.

Graham abriu e fechou a boca algumas vezes, devido à falta de tato de Emma. Se aproximou da garota, beijando o rosto sem muito jeito e saiu por onde havia entrado.

Já sozinha no quarto, Emma levantou-se da cama e caminhou, imaginou que pudesse ajudar, sentiu a visão se escurecendo e notou que andava lentamente ou parecia isto, tinha chegado ao outro lado da cama e, com certo esforço, sentou se de novo.

Notou a morena chegar na porta e tentou chamar-lhe o nome, mas a voz não saiu.

***

Regina subiu as escadas apressada, tinha ouvido a voz de Emma alterada. Ao chegar a porta viu que os olhos dela estavam perdidos, como se esforçasse para ver, ela notou a boca dela se abrir, ao tentar dizer “Regina”.

Se aproximou de Emma rapidamente. Ela estava pálida e seus lábios estavam azulados, levou as costas da mão ao rosto dela, e sentiu molhado, notou que ela mesma tremia levemente, encaixou sua mão no rosto frio de Emma, sentiu o coração se esmagar no peito. Tentou levantar o corpo dela nos braços, não pesava muito, mas as escadas.... Não conseguiria descer as escadas.

Pegou o celular no criado mudo e discou o número da única pessoa que podia ajuda-la. Ela sentiu-se satisfeita por ele não esperar o celular tocar nem duas vezes.

“Preciso de você aqui em casa, agora. A porta dos fundos, está aberta... Ao lado do meu quarto” 

5 minutos depois...

Graham subiu as escadas em dois em dois, havia sentido a urgência no chamado de Regina. Gelou com o que viu: Regina estava sentada ao lado de Emma e segurava a mão da garota, perto do próprio rosto e tinha os olhos fechados. Regina estava rezando?, pensou. Mas o pior foi encontrar Emma inerte, o que estava acontecendo?

Regina não deu tempo para o rapaz, pediu para que carregasse Emma até o carro, alertando para ter muito cuidado ao descer com ela. Deitou o corpo de Emma no banco traseiro do carro de Regina que sentou se atrás, ajudando-o deitar a garota, pousando a cabeça em seu colo.

Graham sentou no banco do motorista, sentindo a culpa pousar em seus ombros.

E correram até o hospital.

***

Dr. Horowitz atendia Emma, enquanto Regina não conseguia manter se parada na sala, o homem, diferente dela, parecia calmo. Aferiu a pressão da garota, e constatou que ela, como ele imaginou, tinha tido uma queda de pressão.

“Várias situações podem causar o desmaio, o de Emma foi a pressão que abaixou subitamente... Situações estressantes podem causar isso, medo, calor...  Enfim, ela não deve demorar 10 minutos em acordar, a partir do que ela nos contar, eu tomarei as medidas necessárias ”

Ele explicou que a morena não precisava se preocupar, Emma, provavelmente acordaria bem, talvez uma dor de cabeça e só... Não traria consequências para gravidez nem pra ela, mas qualquer que fosse a causa do acidente, deveria ser evitada. Ele saiu da sala, dizendo que ela o chamasse quando Emma acordasse. A aflição de Regina não cessou, e não iria até ver Emma acordar. Sentou-se ao lado dela recordando-se da fala do médico. O que, pelos deuses, teria causado estresse em Emma? Ou medo?, pensou. Abanou a cabeça, afastando a ideia que algo tivesse lhe causado qualquer dor.

Estresse... Estresse,. Amadurecia a ideia, quando recordou se do obvio. Ouviu Emma gritar, esqueceu-se disso assim que a viu. E mais, Graham não fazia rondas, que foi como justificou sua proximidade na residência.

Ele foi o culpado.

Notou que tinha as mãos fechadas em punho, as unhas machucando a pele. Desejou com fervor ter o coração de Graham entre seus dedos, queria que ele pagasse.

E ele pagaria.

Mas, antes precisava se certificar que Emma estava bem.

~

Emma acordou no hospital e demorou para entender o motivo, tentou sentar e foi impedida por Regina, que ela não tinha notado ao seu lado, a olhando com cautela, preocupada. Sentia seu corpo um pouco mole e estava tão mal que sua voz falhou na primeira vez que tentou falar.

“Oh, minha cabeça está latejando” Disse baixinho. “Eu desmaiei?”

“Sim” Respondeu no mesmo tom “Você está melhor? Um pouco melhor?”

“Acho que, um pouco, sim.” Disse com um meio sorriso.

Regina devolveu o sorriso.

“Vou chamar o Adam” Revelou e apertou a campainha que alertaria o homem.

Emma reclamou, novamente, da dor de cabeça, fazendo Regina levar a mão a testa da garota, massageando suas têmporas, fazendo Emma fechar os olhos, apreciando o contato.

Adam entrou na sala minutos mais tarde, sorriu com a cena, o carinho ali era quase palpável. 

Checou novamente a pressão de Emma, que já estava em 12x8, tinha normalizado.

“Sua abrupta queda da pressão arterial, Emma, diminui temporariamente o aporte de sangue e oxigênio que vão ao cérebro. Você sentiu uma fraqueza, escurecimento da visão, tontura, certo?” Ela confirmou. “O que causou isso Emma?” Ele perguntou. Ela lutou com a vontade em fingir que desmaiava novamente, olhou para Regina, pode ler sua preocupação. Não faria isso.

“Não precisa dizer o motivo exato, mas você sentiu alguma dor intensa?” Perguntou o médico. Não física, pensou, se lembrando da conversa com Graham. Ela negou com a cabeça. “Estresse? Ansiedade? Ou mesmo medo? Tudo seria aceitável, tomando em conta que em um pouco mais de um mês, dará à luz a uma bebê.” Disse tranquilamente, na tentativa de passar confiança para ela.

“Acho que um pouco de tudo” Ela respondeu.

Eles conversaram mais um pouco e ela teria alta em 1hr por insistência de Regina que ela ficasse em observação.

Logo o homem deixou-as sozinhas, novamente.

“Ele é um bom homem” Disse Emma, fugindo do olhar de Regina, que buscava descobrir algo a mais.

“O que aconteceu?” Regina perguntou.

Quis se fazer de desentendida, mas sabia que isso não daria certo com ela. Evitou olha-la.

“Vamos pelo jeito difícil, o que Graham fazia no seu quarto?” Perguntou tentando controlar a aversão que sentia.

Emma engoliu em seco.

“Nós estávamos conversando...” Regina a avaliava “E eu senti um mal-estar, pedi pra que ele saísse e depois eu desmaiei... Ele saiu pela janela, por isso não se encontraram”

“Calma, o Graham entrou pela janela do seu quarto? Viu você passado mal e saiu? Apenas isso?” Regina rebateu “Isso deveria fazer sentido?”

Emma não tencionava falar a Regina que estava com ciúmes, que sabia que eles dormiam juntos, sentiu um asco só de imaginar a cena.

“Sim, ele subiu pela janela. E não, ele não percebeu que eu estava me sentindo mal”

“O que ele fez com você? ” Regina perguntou o que de fato queria saber.

Emma olhou-a nos olhos. “Nada” Disse, era verdade. O problema era o que tinha feito com Regina. A morena não pareceu tão convencida “Eu não mentiria para você. ” Completou.

A frase desarmou-a. “Você está bem? ”

Emma acenou positivamente.

“Hum... as tentativas dele estão destinadas ao sucesso? ” Indagou a morena.

“Não” Respondeu Emma. Observando surgir um sorriso nos lábios de Regina.

~

Regina olhou no relógio, fazia quase 10 minutos que estava ali com Emma, com a mão acariciando lentamente as têmporas da garota, por pedido da mesma que tinha dito que isso melhorava a dor.

Emma já estava quieta a algum tempo, com a respiração regular e tranquila.

Regina levantou se com cautela.

“Já volto” Sussurrou. Olha um instante e Emma continuou dormindo, sem pensar, depositou um beijo na testa da garota, sentindo os cabelos dela fazer cocegas em seu rosto. “E vamos para casa” Completou, baixinho.

A morena não achou que seria tão fácil encontrar o xerife, segundo o segurança ele tinha saído assim que colocou Emma na maca, mas por sorte, ou azar do homem, o encontrou a 10 metros da entrada do hospital. Caminhou até ele e com o punho fechado acertou o rosto do homem, o fazendo tombar e cair.

“Eu sabia, sabia que isso não daria certo. E eu avisei a você”

“Eu não fiz nada” O homem choramingou, com a mão no nariz.

“Você assinou sua certidão de óbito”

O homem tentou se levantar e Regina notou que, sem dúvidas, tinha bebido, suas pernas o traíram.

“Eu só quero faze-la feliz, Regina, você não entende?”

“Não! Isso não é sobre a Emma, é sobre você. Você acha que pode ser feliz com ela, mas, olha que piada, ela não quer você” Seu tom de voz se elevando a cada frase. “Você é uma péssima escolha. E ela não o fará”

“Por quê? Você acha que é uma melhor escolha? ” Ele gritou.

“Eu não entrei nesse jogo. Mas certamente, não entraria para perder” Ela pensa se seria realmente uma opção. Seria?

“Você seria a pior escolha” ele disse, conseguindo se levantar.

“Não seja tolo. Você acabará magoando-a. Você não tem coração”. Ela dispara, retomando ao tom de escarnio, encarando o homem de uma forma que faria qualquer um recuar. O homem sem total controle de si, não o fez.

“Provavelmente não, cada parte de mim morreu quando me sujeitei a ficar com alguém como você. E pior, quando eu quis casar com você”

“Você ficará longe de Emma ou perderá tudo” Sussurrou em tom de ameaça, invadindo o espaço pessoal do rapaz.

“Tudo? Eu não tenho nada. Não consigo nem sentir nada”

Regina virou-se para ir embora, deixando o homem sozinho, não precisava presenciar a miséria dele. Ainda mais pela, momentânea, culpa que sentiu. Olhou para própria mão, sentindo-a machucada pelo soco.

Archie Hopper apareceu no seu caminho à Emma, por pouco não se esbarrou no homem.

“Tudo bem? ” Pergunta ele.

“Não. O que acha? ”

Ele sorriu.

Miserável dia que deu a esse homem o poder de conseguir persuadir as pessoas. Primeiro queria arranca-lo da sua frente, por fim, acabou desviado sua atenção e odiou o jeito superior que ele parecia imprimir. Como se estivesse acima de qualquer falha humana.

“O quê? ” Brandiu ela.

“Você pode se acalmar agora, Emma está bem”

“Não graças a mim. Independente do que eu quera, acabo machucando quem não quero. Ela estava ótima até ir para minha casa. ”

“Ela se importa com você” Diz ele calmo, com um sorriso amplo.

“Ela te disse?” Ocultou um sorriso.

“Não, mas eu sei. E você com ela”

Porque ela carrega meu filho” Não precisava compartilhar nada com ele.

“Sim, você se importa com ele. E com ela. Se pudesse se ver a minutos atrás entenderia” Ele viu quando Emma chegou no hospital, tinha ido conversar com Whale sobre um paciente que necessitava de ajuda psiquiátrica. Viu a expressão de medo de Regina e viu, pois, o quarto onde Emma repousava tinha uma janela de vidro, o sorriso de Regina quando a garota acordou.

“Desculpe, não lembro de ter marcado uma consulta. Aceitei seu conselho a meses atrás, mas não confunda as coisas. Não sou sua paciente”

“Claro que não... Estar em estado de negação, mas isso não vai mudar a verdade Regina.” Ele sorriu “Se precisar de ajuda, me procure”

Negação? Negando o quê? Grilo falante estupido., pensa.

~

Na manhã seguinte...

Quando Emma acordou a dor de cabeça tinha sumido e Regina também, bem, na verdade, provavelmente estava no trabalho. Acordou tarde com seu celular tocando em algum lugar que ela não encontrava. Por fim, achou o debaixo da cama, era Ruby a ligar, retornou à ligação, que já era a quinta nessa manhã.

“Emma, como você está? Fiquei sabendo que esteve no hospital...”

“Oi, estou muito bem, mesmo. Foi só um desmaio. ”

“Fiquei preocupada com você, só fiquei sabendo hoje... Eu te acordei? ”

“Sim”

“Mil desculpas...”

“Nada, sério, já estava na hora de acordar. ”

“Emma... Você soube? ”

“Do que? ”

“Ai, por Ganesha, você não soube? ”

“Não, Ruby”

“Corre para o Granny’s, almoço e fofoca por minha conta. Você está bem mesmo, não é?” Disse rindo.

“Chego em 15 minutos”

Emma não achou a coragem em ir caminhando ao restaurante, então entrou no seu fusca, se dando conta de que não o tinha feito em nenhum momento desde que ele chegou, sua barriga estava um tanto apertada no volante, então ela afastou o banco um pouco mais para trás, fazendo ficar na ponta dos pés para alcançar o freio. Quando chegou ao Granny’s, Ruby a recebeu com queijo quente e cebolas empanadas. Viu Regina em sua mente, acenando negativamente com a cabeça, como não conseguiu afastar o pensamento, comeu com culpa mesmo.

Emma pediu que ela repetisse, boquiaberta com a história.

“Como assim?”

“Eu tenho uma amiga que tem um amigo que viu tudo. Regina socou o Graham, bem na cara” Ela disse animada.

Emma estava perplexa, Regina tinha o fogo dentro de si, mas socar o Graham... E por ela? Ela sabia que Regina tinha ficado com raiva pela história da noite passada.

“Não sei os motivos, mas eles discutiram feio. Esse meu amigo contou, que ela queria Graham longe “dela” ” Fez com os dedos as aspas. “Não sei se da própria ou de outra”

Emma se mantinha calada.

“O que você acha? ” Pergunta Ruby, levando uma cebola a boca e mastigando lentamente.

“Uma loucura sem tamanho? ”

Ruby riu “Você acha que eles são tipo um casal?”

“Eu não acho que eles são tipo um casal”

“E por que brigaram?”

“Vai ver ela gosta de socar as pessoas. Bem na cara” Disse, a última frase tentando imitar a Ruby, que riu.

“Pensei que não ia chegar mais” Disse Ruby, olhando para Mary que acabara de chegar.

“Alguém de nós precisa trabalhar, não é?”

“Eu trabalho” Fez-se de ofendida.

“Como está Emma? Ruby me contou” Pousou a mão no ombro de Emma, e apertou levemente.

“Estou ótima” Respondeu com um sorriso.

“Ó-t-i-m-a.” Repetiu Ruby “Agora vem, preciso te contar as últimas”

“Eu odeio fofocas, não conte, sério” Disse indignada.

Ruby forçou a amiga a sentar, logo depois de Mary fazer seu pedido ao garçom, Ruby começou a contar a história, enquanto a morena de cabelos curtos boquiaberta, parecia uma versão alternativa de Emma.

“Como assim?” Perguntou, olhando de Ruby para Emma, que deu de ombros.

“Será que ela quebrou o nariz dele? Vou ligar para ele e dizer que estamos em apuros” Disse pegando o celular.

“Nem pense nisso” Disse Mary tomando o celular da mão dela.

“Ei, foi uma brincadeira.” Diz séria “Afinal, ele deve estar de atestado” Completou rindo. “Um soco. Na cara.”

As meninas caíram na graça de Ruby, e riram também.

~

Emma no caminho para casa, resolveu mudar seu destino e foi até o xerife. Depois de cumprimentar o homem, que estava visivelmente abalado e com o nariz roxo, ele disse:

“Achei que nunca mais ia olhar para mim”

“Pelo quê? ”

“Eu não sei o que fiz, mas você passou mal depois que eu estive lá”

“Não foi sua culpa. Não isso pelo menos. ”

Ele a olhou confusa.

“Você e Regina discutiram... Queria te pedir uma coisa, mas se não quiser...”

“Eu faço” Ele afirmou

“Queria que conversasse com a Regina, vocês se machucaram ontem. E não só fisicamente” disse, tocando no próprio nariz.

“Isso não foi nada” Disse sem jeito.

“E então? ”

“Vou fazer o possível, prometo. Eu bebi ontem, me senti péssimo por você e acabei falando besteira pra Regina”

“Ela deve ter dito algumas também”

Ele abanou em negativa.

“Pior que não. O que ela me disse é bem verdade. Você se preocupa mesmo com ela não? ”

“Muito”

Ele encostou na cadeira, notando o brilho no olhar de Emma e o sorriso a menor menção ao nome dela.

“Como eu... Você também está encantando por alguém” Notou ele.

Emma sentiu-se corar.

“Não precisa me dizer nada, nem eu direi. ”

“Por favor” Disse suplicante. “Espero te ver em breve”

“Eu também, só vou precisar de um tempo, te ter por perto me machuca”

“Se cuida” Disse ela, indo embora.

Enquanto Graham não suportava ficar perto dela, ela não gostava nem de imaginar Regina longe, era bom saber que ela estava bem... Sentiam o mesmo, mas de formas divergentes... Ela não compreendeu os motivos.

~

Graham esperou Regina sair do trabalho para conversar com ela, quando a morena o viu, seu corpo se enrijeceu.

Ele se aproximou dela.

“Eu vim me desculpar...”

Regina o olhou desconfiada.

“Eu fui um estupido e sinto muito por isso” Disse, ela observou com cautela, arrependimento era melhor que a fissura por Emma. “Eu machuquei a Emma...”

“Não por vontade, se não você não estaria aqui. ” Interrompeu ela, sua voz calma.

“Eu sei, mas ainda assim... E fiquei com raiva, pois está certa, eu não sou a melhor opção. ”

A morena abaixou a guarda e resolveu ouvi-lo sem julgamento.

“Você fica ao lado dela, e isso é incrível, não achei que veria isso um dia.” Disse surpreso.

“Nem eu. ”

“Você está diferente. ”

“Sim?”

Ele concorda. “E  existe duas coisas para fazer alguém mudar: Amor.”

“E o que mais? ” Perguntou curiosa.

“Amor.” Como prometeu não falaria sobre os sentimentos de Emma, mas nada impedia fazer Regina ver.

“Isso você  disse.

“Eu sei, mas a força motriz da mudança é o amor.”

Regina suspirou fundo.

“Eu amo meu filho”

Ele concordou. Não insistiria nisso, tinha plantado a semente, Regina veria uma hora ou outra, torceu para que não fosse tarde quando o fizesse.

“Você algum dia me amou?” Pergunta ele.

“Não.” Ela diz, sua boca formando uma linha fina.

Ele acenou em concordância.

“Amigos?” Ele disse.

Ela estende a mão e a recolhe no segundo seguinte.

“Vai ficar longe de Emma?” Ela pergunta.

“Sim, eu entendo um ‘não’ ” Diz.

“Então acho que podemos tentar” Ela diz e estende a mão para ele.

Ele segura mão dela, e a puxa para um abraço gentil, Regina retribui sem jeito, apesar de tudo que eles já fizeram juntos, abraçar certamente não estava na lista.

“Amigos não apertam a mão” Disse ele com um sorriso.

Ele tinha passado anos sem sentir nada, por um longo tempo, que não sabia quanto, tinha se dedicado a Regina, tinha até mesmo a pedido em casamento, quem sabe assim conseguia sentir o amor que almejava. Regina havia negado, mas sempre o mantinha por perto, os dois usavam um ao outro, e isso serviu no começo.

Quando ele viu Emma, parecia que uma chama havia começado a queimar de novo, sempre que Regina falava dela ou mesmo quando a via, talvez, o fato de Emma ser alguém diferente ali, reacendeu seu desejo ao amor..., mas, de fato, nunca chegou a sentir isso por Emma, ainda que seu corpo todo houvesse despertado quando beijou a garota. Costumava imaginar, que até seus sonhos ficaram mais vivos, sonhos em florestas com um lobo branco de olhos vermelhos ao seu encalce, mas não intencionado a mata-lo, o lobo era como uma parte dele, tudo ficou mais forte. Não podia negar a Emma seu final feliz, ainda que fosse com Regina, e no pacote perdesse as duas. Não se perde o que se nunca teve, Graham., pensou.


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Notas finais do capítulo

Ai gente, swan queen lacra muito. Por favor, por favor, não percam a fé no endgame.
Anda com fé eu vou, que a fé não costuma falhar ♬❤ HAHAHA

Pelas minhas contas, faltam cinco capítulos para os finalmente, conta com a paciência de buda de vocês. Vocês aturam o Adam e Eddy, pode me aturar um pouco? Por favor, obrigada! hahahaha Gente... Me socorre, que até Graham shippa Swan Queen! Ruby também (ela é bi, notaram não?)! E Dr. Adam, só falta mamãe Mary.

Nesse capitulo, tem tanta coisa que estou um pouco sem fôlego. Então apenas deixem seus pontos de vistas, criticas, elogios, ameaças ou qualquer coisa.

Eu AMO e PRECISO saber a opinião de todos, sim eu escrevo pois gosto, mas sem vocês não teriam graça nem motivo.

Não pirem em relação ao Graham, acho que deixei claro os pensamentos dele. Ele não é o vilão, sério.

Emma não compreendeu? E vocês? Sabe o que é?

Quem quiser pode me gritar no twitter (@driccas_)

Beijo pra todos. Comentem!! Recomendem!!