Em órbita escrita por Beilschmidt


Capítulo 10
Vizinho novo


Notas iniciais do capítulo

:v vergonha desse capítulo pequeno.
Bloqueio é assim mesmo.



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Katia arrastou Undie para o apartamento de Noah a fim de ajuda-lo a arrumar as muitas caixas espalhadas pela sala e todo o corredor. Assim que eles terminaram de desempacotar tudo ela tratou de organizar os detalhes menores, enquanto os dois ficavam com a parte mais bruta — organizar os móveis e eletrodomésticos.

— Bom, eu vou até meu apartamento e preparar o jantar, — virou-se para o mais jovem — e hoje tu jantarás conosco, e não aceitarei um “não” como resposta. Creio que não consigas preparar nada já que a cozinha ainda continua uma zona.

Undie, ao ver o amigo abrir a boca para dizer algo, apenas fez um gesto com a mão para que aceitasse o convite. Sabia que Katia o perturbaria até aceitar por desistência — experiência própria.

Noah suspirou, e com um sorriso acenou com a cabeça.

— Tudo bem, mas terei de organizar as minhas malas e…

— Eu já o fiz, está tudo dobrado em cima da cama, só falta guardar tudo no guarda roupas, então tratem logo de empurrar ele para lá. — apontou para o móvel no corredor.

Os dois homens suspiraram cansados ao ver que esqueceram aquele detalhe. Os braços de Undie pareciam que iam cair de doloridos. Resmungou; deve ser falta de exercícios físicos, fazia pouco mais de seis meses que parou de frequentar academia após terem mudado seu turno no trabalho.

Assim que todos os móveis estavam definitivamente em seus devidos lugares, Noah puxou o plástico que cobria o sofá de estofado de couro preto. Levantou-se e passou as mãos nas costas.

— Estou exausto, amanhã irei dar uma geral no apartamento. — suspirou cansado — Ao menos será domingo. Segunda eu terei muito trabalho com as novas cobras que chegaram ao laboratório.

— Bom, ao menos conseguiste se mudar, creio que lhe poupou cerca de alguns quilômetros e ruas agitadas para chegar à veterinária.

Recebeu um aceno alegre do outro.

Noah realmente morava muito longe de seu trabalho, e isso o cansava muito já que o caminho que diariamente pegava era extremamente movimentado pela manhã — a partir das oito horas. Cansado da distância, resolvera se mudar, e com a notícia que Undie lhe dera sobre esse apartamento estar sendo colocado para venda ele não pensou duas vezes.

Ficara muito satisfeito com o negócio. O imóvel era grande por um preço bem em conta e ainda por cima ficava cerca de quatro quadras da veterinária que trabalhava. Era mais que ótimo, poderia ir andando todos os dias.

— Já volto, vou ver se Katia precisa de ajuda com o jantar.

Undie passou a mão na testa, estava suado. Enquanto caminhava retirou a camisa preta que usava.

.x.

Elizabeta folheava o “Diário de Nina” quando acabou trombando com Sebastian. O moreno estava com um bico e a face tristonha. Estranhou.

— Sebby, aconteceu algo? — pôs a mão em seu ombro.

— Ciel anda me ignorando.

“Mas do que ignorava?” — pensou ela, mas lógico que não diria em voz alta.

— Por quê?

— Não sei.

E sem esperar que ela perguntasse mais alguma coisa ele foi até a caixa de Nina, debruçando-se sobre a planta enquanto resmungava algo — estava mais para uma das cenas de desabafo do inglês. Liza havia notado que aquela atitude do moreno estava cada vez mais frequente.

E já estava na hora de saber o que realmente se passava entre os dois antes que enlouquecesse.

.x.

Ciel comia uma espécie de pão com pasta de amendoim, estava sossegado flutuando em seu canto solitário pensando no nada quando Lovino aproximou-se, emburrado. Ambos continuaram em silêncio.

De certa forma a amizade daqueles dois era estranho; o inglês percebeu que algo se passava na cabeça do moreno só com um rápido olhar.

— Que ele fez? — abaixou a mão que segurava seu lanche.

— Ele tinha pegado meus tomates com a desculpa de que faria doces para me dar. — virou o rosto — E eu não sei o que dizer.

— Apenas agradeça.

— Eu não faria algo tão humilhante, ainda mais se for ele!

Lovino levantou-se e foi procurar o espanhol estúpido, Ciel suspirou. O italiano não levava jeito mesmo para socializar com as pessoas. Mas ao menos ele falaria com o espanhol, mesmo que fosse para tomar satisfações.

Fora uma conversa curta e estranha sim. Mas era basicamente esse o tipo de conversa que tinham, e nada mais se desenvolvia dali. Era apenas o suficiente para duas pessoas com gênios parecidos, não?


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