Você, Paixão escrita por Camila J Pereira


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Sobre esse capítulo... Segurem-se nas cadeiras. ;)



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Ele tentava buscar a maioria das lembranças que podia ao caminhar pelas ruas largas e floridas de sua cidade. Tinha sido o primeiro filho dos Cullen. Um casal a moda antiga, casados por amor e que respeitava sobretudo a família. Nunca soube de nenhuma discussão séria entre os pais, eles sempre estavam conversando e depois que ele cresceu quando algo não estava tão certo, sempre havia as reuniões familiares previamente agendadas.

Edward Cullen, sentia-se privilegiado, amava os pais e era amado. Logo sentia prazer em deixá-los felizes, assim tentou ser o melhor aluno que pôde. Mais tarde o basquete, videogames e garotas entraram em sua vida, mas aquilo não era de verdade ruim. Ele conseguia administrar perfeitamente. Não era sempre um perfeito cavalheiro, um aluno nota 10 ou até mesmo um bom filho. Ele teve os seus momentos e os aproveitou bem, assim como também colheu lições com tudo que lhe acontecia na vida. A personalidade do pai foi tatuada na sua. Até mesmo alguns gestos eram muito parecidos. Carlisle Cullen adorava que seu primogênito fosse tão parecido com ele. E Esme Cullen enchia-se de amores pelos dois.

Talvez a única coisa que tenha se tornado desproporcional a sua vida, tenha sido a precoce ideia de formar uma família. Ele queria ir a faculdade, e foi, sem problemas algum, se formou com louvor. E queria depois disso ter a sua própria família. Na faculdade conheceu Ângela, no seu último ano e logo o namoro ficou sério. Eles se separaram por um longo tempo, mas ao se reencontrarem depois, reataram. Ele imaginou que como todas as suas outras questões, naquele momento, o seu relacionamento seria fácil, mas não foi.

Foi ideia dela morar junto, mas ela não estava esperando tão cedo uma formalidade. Ele lhe propôs em casamento. Ele deveria saber pela fisionomia assustada dela que a sua namorada não estava preparada. Ela aceitou no final, mas talvez apenas para não deixá-lo triste. Começou a sair mais em seus eventos, shows pela cidade e até mesmo fora. Quando engravidou, Edward vibrou com a notícia dada friamente. Ela já estava decidida a tirar a criança. Ele disse que não fizesse, implorou. Falou então que ele criaria. Ela não deu ouvidos. Estava mais preocupada com o vídeo clip que estava produzindo. Ele estava cansado daquele relacionamento unilateral, cansado do trabalho pesado que aceitava um atrás do outro pensando no casamento, estava exausto. Resolveu dar um tempo aos dois, esperando que ela pensasse sobre tudo. Ele esperava que ela reconsiderasse.

No entanto, estava caminhando cada vez mais depressa. Tentando afastar naquele momento aquelas sensações físicas tão marcantes. Ele caminhou com passos largos desde que deixou Bella Swan, tinha jogado fora o copo do Milk Shake na primeira lixeira que tinha visto. Naquele momento a sua ereção estava controlada, mas ainda sentia-se assustado. Logo depois que teve certeza de que ela estava dando em cima dele e que ela deixou claro isso, ele percebeu que talvez a garota seja a mesma que seu amigo Emmet se envolveu.

Se aquilo fosse verdade, além de todas as imensas barreiras que haviam em qualquer tipo de aproximação mais íntima entre os dois, ainda havia mais essa. Quando notou estava diante da casa do amigo. Ele tinha que saber, mas como ele não fazia a menor ideia. Não podia confrontá-lo assim sem mais nem menos.

– Ed. Legal você aqui. – Emmet convidou o amigo para entrar. – Estava aqui lembrando dos nossos jogos de videogame. Cara, bateu uma saudade daquilo. E de repente você aqui, isso é um sinal. Temos que jogar. – Edward ainda não havia falado nada, estava com a cabeça fervendo. - Edward? Você parece ter visto um fantasma.

– Quase isso. – Balbuciou.

– Uma gelada? – Emmet ofereceu e já pegava duas garrafas e as abria.

– Sim. – Ele agradeceu e já tomou bons gole do gargalo.

– Ângela? – Emmet sentou-se em uma das cadeiras na cozinha e Edward o acompanhou.

– Ângela? – Edward parecia perdido e de repente lembrou-se da noiva. – Sim, Ângela. Ela não me ligou ainda. Nada, nenhuma mensagem.

– Tenha calma, só é a primeira semana. – Edward assentiu e tomou outro gole.

– E você? Tem visto ou falado com a garota? – E novamente os olhos dela apareceram em sua mente. Aquele sorriso doce e o cheiro de morangos...

– Nada. – Emmet negou. Limpou seus lábios com as costas da mão e pareceu um pouco irritado. – Ela sumiu e essa cidade nem é grande. Não a vejo em lugar algum.

– Tem procurado por ela? – Edward sentia-se meio tonto. Era a cerveja ou ainda a influência de Bella. Ele tinha mesmo tido uma ereção no meio da rua por ela?

– Não sei...

– Como você não sabe se está procurando por alguém? – Edward insistiu.

– Cara, não me pressione! – Emmet fez um gesto de pare com as mãos para o amigo. – Eu sei que é o melhor, mas ainda sinto saudades e vontade...

– Vontade... – Edward imitou o amigo sem querer e descobriu que se não burilasse seus pensamentos e atitudes acabaria como ele. – Nunca me disse o nome dela.

– Prefiro preservá-la. – Edward achou honrado da parte do amigo.

– Mas sou seu melhor amigo. Ninguém saberá de mim. – Ele garantiu, querendo por fim as suas dúvidas ressentes. Emmet meneou a cabeça considerando.

– Isabella Swan, mas ela prefere que a chamem de Bella. – Foi um zunido que ouviu dentro do seu cérebro? Tudo parecia fazer sentido naquele momento.

Bella Swan era uma ninfetinha. Era aquele tipo de garota que gostava de se envolver com homens mais velhos. E parecia que ela não estava nem aí. Foi bom que ele tenha cortado o mal pela raiz mais cedo, por outro lado estaria se arrependendo amargamente neste momento. Ele se manteria afastado dela, custasse o que custasse.

***

Já tinha anoitecido, Bella então recebeu a ligação que tanto esperava.

– Jas, estava muito curiosa. Conta tudo! – Ela pediu.

– Fomos ao cinema como ela tinha sugerido. Ela é realmente muito doce e tranquila. – Jasper parecia estar sonhando. – Ela me deixou pegar em sua mão no início do filme e...

– Se beijaram? – Bella quis saber.

– Não, ela não me deu chance. Mas Bella, ela quis tomar um sorvete depois. Conversamos bastante e marcamos para sair novamente.

– Jasper, eu fico muito feliz por você. Sei que você é apaixonado por ela. E ela parece bem legal.

– Que bom ouvir isso de você. É importante para mim. – De repente Bella sentiu-se emocionada. Gostava mesmo do Jasper, era o seu melhor amigo.

– Acabei esbarrando com o seu irmão na rua. Também conversamos um pouco. Ele parece bastante intenso. – Bella fez uma pausa. Estava sem fôlego só em falar nele. – Levei o Ed para tomar um Milk Shak. Ele me perguntou se estava dando em cima dele e disse que sim. Edward fugiu como o diabo foge da cruz.

– Você mereceu. Bella, Edward é meu irmão. Deveria ter um certo código nessa história. – Jasper ralhou.

– Eu tentei não dar em cima dele.

– Tentou de verdade? – Jasper aparentava mesmo estar zangado. – Edward é noivo e ele preza pela família.

– Então ele não cairá na minha. Como pareceu não cair.

– Bella, essa história realmente me incomoda. Não quero que nenhum dos dois saiam feridos nessa. Mas se vocês quiserem, o que eu poderia fazer? Só acho que você deveria de verdade tentar ficar longe dele. – Jasper suspirou. – Tenho que ir. Boa noite. – Bella ficou sentida com a forma com que Jasper tinha se despedido dela.

Ela se jogou na cama para pensar no que o amigo tinha lhe dito. Talvez uma conquista não valesse a amizade do Jas. Ela cerrou os olhos e sem vontade consciente viu Edward Cullen em sua mente. Um pequeno retrospecto desde a primeira vez que o viu. Ele poderia ser a sua mais maravilhosa conquista, mas por Jasper ela tentaria ficar longe.

***

No dia seguinte Bella levantou e foi cuidar do café da manhã, também fazia para a sua mãe. sabia que ela levantaria mais tarde naquele dia e então não se preocupou em ir acordá-la. Depois de comer, resolveu pôr algumas roupas na máquina de lavar. Só depois que terminou com as roupas que começou a se preocupar com a mãe. Ela estava demorando muito a levantar.

Bella caminhou até o quarto da mãe, tinha certeza que Renée exagerou no álcool aquele dia. O seu namorado novinho a estava levando para a completa perdição. Não sabia se sua mãe se salvaria. Não entendia porque tinha escolhido ir com ela. Ah claro, eram duas problemáticas. Seu pai não merecia nenhuma das duas por perto.

– Mãe! – Bella chamou e bateu na morta. Não houve resposta. – Mãe, já está tarde. – Ela insistiu. Bella bateu à porta pela terceira vez e então abriu. Estava preparada para ver a mãe largada na cama, mas a cama estava vazia e completamente arrumada.

A primeira coisa que pensou foi que a mãe novamente dormiu fora, mais provavelmente na casa do novo namorado, mas dessa vez ela não tinha avisado. O silêncio da mãe era algo novo e a incomodou. Bella discou para o número de Renée repetidas vezes até que impaciente jogou o celular na cama da mãe.

– Onde ela se meteu?

Bella estava nitidamente preocupada e não sabia o que fazer. Bella lembrou-se de um detalhe especifico da mãe que poderia ser bem proveitoso nessas ocasiões. A mãe sempre mantinha uma agenda com o número das pessoas e data de aniversário. Ela desconfiava muito da tecnologia.

Bella foi até o criado-mudo e pegou a pequena agenda de capa rosa e procurou na letra E. Eric deveria saber onde ela estava, na verdade, deveria estar com ela naquele momento enquanto a sua filha estava em casa começando a pirar.

Ela achou o número e discou para o namorado da mãe. Quando a ligação caiu na caixa na quarta vez, Bella já estava com os olhos úmidos. Sentia raiva e medo, todos os dois sentimentos pareciam prestes a sair por sua garganta. Não sabia o que poderia ter acontecido com aqueles dois cabeças dura. O que deveria fazer agora? Para desencargo de consciência ligou novamente para a mãe e nada. Antes de entrar em completo desespero, discou para algumas amigas da mãe. Algumas disseram que viram o casal juntos pela última vez no bar do Daniel.

Com algumas outras ligações rápidas, Bella descobriu onde o Sr. Daniel morava. Ela pegou a bicicleta e pedalou até a casa do dono do bar mais frequentado daquele lado. Antes mesmo da bicicleta parar ela saiu de cima dela, fazendo-a cair para o lado. Bella chamou por Daniel que a atendeu um pouco mal-humorado. Parecia estar dormindo e Bella tinha o acordado.

– Sr. Daniel. Bom dia. – Bella estafa ofegante,

– Bom dia, Bella. – Ele parecia estar melhorando o aspecto e o humor.

– O Sr. pode me dizer se a minha mãe estava em seu bar ontem à noite? – O senhor pareceu pensar e quando teve um lampejo de lembrança ergueu as sobrancelhas grossas.

– Sim, ela e aquele namorado. – Daniel estalou a língua por dentro da boca e balançou a cabeça em negação. Não era segredo que ninguém olhava com bons olhos aquele relacionamento. Não pelo Eric ser mais novo, mas por ele ser quem era.

– A que horas eles saíram de lá? E deram alguma informação de para onde iriam? – Daniel notou a preocupação da garota.

– Olha menina, tive que pedir que saíssem ontem à noite por volta da meia noite e meia. Eric estava sendo o Eric, se é que me entende. – Bella entendia. – Ouvi ele dizer que terminaria a festa em casa mesmo.

– Certo, Sr. Daniel. Muito obrigada.

– Disponha menina. – Bella correu novamente para a bicicleta e agora se dirigia a casa do Eric.

Bella chegou lá em poucos minutos apesar de ser um pouco distante. Ela viu o carro da mãe estacionado em frente da casa de maneira displicente. Eles deveriam ter bebido muito. Ela apertou a campainha várias vezes e não ouviu nenhum ruído dentro de casa. Bella correu para as janelas e tentou ver por detrás das cortinas finas, mas não conseguiu nada.

Aquilo estava muito errado, seu coração não parava de bombear forte em seu peito. Estava angustiada, queria ver se estava tudo bem com a sua mãe. Ela correu pela lateral da casa até os fundos e girou a maçaneta da porta, estava aberta. Bella entrou, devagar, pé ante pé. Um cheiro forte de álcool, maconha e mofo estava no ar.

Ela entrou no quarto e os viu caídos na cama como mortos. Correu para a mãe e procurou a sua pulsação, ela estava viva. Começou a sacodir Renée e a chamar até que a mãe começou a despertar. Renée parecia aérea, estava apenas de calcinha e sutiã, os cabelos pareciam feno, parte da maquiagem tinha derretido em seu rosto. Estava pavorosa, uma caricatura malfeita da sua mãe.

– Bella? Filhinha? – Renée parecia estar em um sonho. Ela tocou no rosto da filha. Bella estava aliviada por ela estar viva, mas a cena ali era horrível.

– Vamos para casa, mãe. – Bella falou baixinho só para ela. Ao redor, era tudo confusão. Roupas, sapatos e objetos espalhados. Bella viu bitucas de cigarro e não eram cigarros normais, eram cigarros de maconha.

– O que está fazendo aqui?

– Mãe, você não voltou para casa, você não me ligou. – Bella agora estava chorando em silêncio.

– Eu estava com o Eric, eu te falei. – Bella negou.

– Mãe, vamos para casa. Vista-se. – Pela primeira vez, Renée olhou para si mesma e viu que estava seminua.

Ela pareceu se sentir envergonhada olhando ao redor, vendo o que a filha via. Renée em silêncio começou a se vestir e amarrou os cabelos. Passou uma peça de roupa qualquer pelo rosto para tirar a metade da maquiagem e por fim procurou por sua bolsa. Pegou Bella pelo pulso e a puxou até o lado de fora.

– Porque você entrou aqui? – Renée estava irritada.

– Eu estava preocupada, pensei que tivesse acontecido alguma coisa. – Renée não falou nada. Apenas procurou dentro da bagunça de sua bolsa a chave do carro. Destravou o carro e entrou. - Estou com a bicicleta. Te encontro lá.

– Entra na porcaria do carro, Isabella! – A sua mãe se alterou. Não era ela quem deveria estar zangada com a mãe? Bella decidiu obedecer. – Peço ao Eric para entrega-la depois.

Renée parecia totalmente transtornada. Bella não sabia se era pelo fato de ter visto aquela cena ou ainda era o efeito das drogas. Sua mãe não estava disposta a falar. Elas entraram em casa, Bella não podia mais ficar calada.

– A quanto tempo você se droga, hen? É isso que você precisa fazer para agradá-lo ou é simplesmente por achar legal?

– Eu não quero falar sobre isso. – Renée se jogou no sofá.

– Quanto tempo levará para a sua vida virar uma merda?

– Ela já é uma merda! – Aquilo atingiu Bella no âmago. Ela fazia parte da vida da mãe e logo sentiu-se sem valor.

– Uma merda? – Bella tentou colocar a cabeça no lugar. – Você tem um bom emprego, tem amigos que gostam de você, tem uma casa, um carro. Você tem a liberdade que tanto buscou, porque eu não te prendo em nada. Nada, mãe. – Bella sentou ao seu lado. – Tento ser uma boa filha para você. Eu vou a escola, eu gosto de estudar, estou trabalhando. Mãe... O que mais você quer?

– Talvez tenta sido um erro me separar do Charlie. – Era a primeira vez que ouvia aquilo. Sua mãe sentia falta do seu pai e percebeu que ela também sentia falta de uma família de verdade.

– Porque não se afasta do Eric? Ele é um erro. – Novamente a sua mãe voltou a ficar irritada.

– Eu gosto do Eric. Não pode falar com quem a sua mãe deve ou não sair.

– Não, talvez eu tenha que cuidar da minha vida. Pro inferno isso tudo! – Bella levantou e foi até a porta.

– É melhor você limpar essa boca porca, Isabella!

– Inacreditável. – Bella bateu a porta atrás de si e voltou a caminhar pelas ruas. Grande domingo aquele.

***

Ele não tinha falado sobre Bella Swan para o amigo. Pelo menos a parte em que ela dava em cima dele, muito menos a parte que ele se sentia atraído por ela. Apenas lhe disse que a conhecia e que era a melhor amiga do irmão. Emmet não falou muito mais depois, nem ele se atreveu. Beberam como só homens sufocados de desejos conseguiam beber.

No dia seguinte, resolveu passar o dia em casa com a família e amigos mais próximos, inclusive o Emmet. Sentiu-se aliviado por Jasper não convidar a Bella. Seria duplamente desconfortável e desnecessária a situação. Seus pais estava felizes em terem os filhos ali, a presença de Rosie sempre era lembrada, mas sabiam que logo ela estaria com eles novamente.

A noite que foi complicada, Edward se pegou pensando em Ângela e nos últimos anos juntos. Deveria ser bom para os dois, mas parecia que para ela não estava mais sendo. Edward sentia que seu relacionamento estava acabando e isso piorava enquanto os dias passavam e ela não lhe mandava nenhuma notícia.

Edward decidiu dar uma volta pelas ruas, talvez fosse ao pequeno cinema. Não sabia o que faria, apenas pegaria o carro e daria umas voltas. Ele parou diante do Daniel’s bar. Aparentemente aquele lugar não sairia de sua pele. Fazia parte da sua história. Resolveu entrar um pouco e ver as pessoas.

Logo que entrou reviu muitas pessoas, a maioria delas já não lembrava o nome, mas fez questão de falar com todos. Estava no balcão conversando com algumas pessoas quando viu no fundo do bar, a figura pequena e esguia de Bella Swan. O que ela estaria fazendo ali? Foi a fisionomia triste e desolada que ela carregava que o fez tomar a decisão.

– Com licença. – Ele se afastou das pessoas e caminhou em direção a mesa em que ela estava. Não quebraria a sua promessa de se manter longe se não fosse o aspecto preocupante da garota. Ela estava bebendo?

– Daniel deveria ser preso. – Ele se referia a bebidas alcoólicas que o senhor disponibilizava aos menores. Bella olhou para ele de maneira apática, nem parecia a garota do dia anterior. Edward se preocupou.

– Olá, Edward Cullen. – Sério? Ela estava sendo formal? Edward sentou-se sem pedir licença.

– Algum problema, senhorita Swan?

– Nenhum. Só estou aqui, na minha, bebendo um Martini. – Ela nem ao menos sorriu como antes. Pegou a sua taça e levou a boca. Terminou com todo o líquido ali disposto.

– Vai com calma aí. – Ele pegou a taça e pôs novamente sobre a mesa. – Quantos já bebeu?

– Acho que 3.

– Você é acostumada a isso? – Ela negou, balançando a cabeça. – O que aconteceu, Bella?

– Não me faça perguntas difíceis, Cullen.

– Venha, te levarei para casa. – Pela primeira vez Edward pegou em sua mão.

Bella olhou para as mãos ali unidas e achou que eram perfeitas uma para outra. Mas naquele momento parecia algo fora de questão. Além de ter decidido presar pela amizade do Jasper, que nem se quer falou com ela aquele dia. Um dia em que precisava mesmo dele. Mas ela havia procurado por ele?

– Não preciso que me leve para casa. – Ela recolheu sua mão.

– Você parece precisar. – Ela o olhou novamente analisando-o. Era um dos olhares que ele conhecia, mas não o que dizia que ela o queria.

– Vá para casa, Edward. Saia de perto de mim, salve-se e salve a mim também. – Edward não sabia bem ao certo como receber aquelas palavras.

Ela tinha mandado ele embora, ele também disse que ficaria, mas estava ali. Queria vê-la novamente sorrindo e sendo sexy. Ele estava mesmo preocupado. Claro, Bella era a melhor amiga de seu irmão.

Edward levantou, Bella nem mesmo olhou se ele tinha ido embora. Na verdade, ele pagou as bebidas de Bella e voltou para pegá-la. Ela balbuciou que não queria ir, mas levantou e caminhou ao lado dele que estava atento se ela precisasse de uma mãozinha.

Eles seguiram calados, logo estavam parados na frente da casa dela como antes. Bella suspirou e olhou para casa sem esperança. Aquilo só era uma fase, no ano seguinte estaria longe daquela loucura. Renée sobreviveria?

– Não estou triste pelo o que me disse ontem. – Ela revelou.

– Na verdade não achei que seria isso.

– Claro, você acha que eu sou uma garota desmiolada. – Ela olhou para ele. – Talvez seja melhor que pense assim. Mantenha-se distante, Edward. Nesse momento eu poderia magoar qualquer pessoa. – Bella estava amargurada e falava talvez sem pensar.

– Não acredito nisso, só o fato de falar isso...

– Acha que estou blefando? – Bella parecia dura naquele momento. Algo muito grave tinha acontecido e não sentia nenhuma vontade de se afastar, apenas de acariciar o seu rosto. – Eu prometi para mim mesma que escolheria a amizade do Jas no lugar de viver uma paixão com você. – Aquela forma que ela tinha de falar a verdade sempre fazia-o tremer. Bella realmente tinha a intensidade que faria qualquer homem adulto jogar-se aos seu pés.

– Algo aconteceu, não quer falar sobre isso?

– Não resolveria nada. – Ela cruzou os braços na frente do corpo.

– Você poderia tentar.

– Não quero. – Disse simplesmente.

– O que quer? – Realmente poderia fazer qualquer coisa por ela naquele momento para aquele olhar triste desse lugar ao olhar brilhante, divertido e sexy de antes. Porque de repente se importava tanto com ela?

– Quero beijar você. – Ela disse com certo biquinho. Bella olhou para ele, parecia realmente querer aquilo. De repente, notou que ela tinha se aproximado, que seus braços estava ao lado do seu corpo, ela estava como que debruçada para ele. – Quero mesmo beijar você e esquecer todos os meus problemas. Quero sentir seus lábios nos meus, sua língua na minha. Quero que me sua mão me detenha colada ao seu corpo... – Edward não pôde mais pensar em nada, beijou-a com fervor, segurando-a, puxando-a para ele.

Ele a tocava e como uma espécie de frenesi queria mais e mais. Ele tentava se afastar, queria mantê-la longe, mas no lugar disso, investia ainda mais nos beijos. Sua língua dançava com a dela e ele suava de desejos. No fim, foi ela que se afastou. O seu olhar tinha voltado a ser brilhante e estava um pouco mais feliz.

– Obrigada, Edward. – Ela lhe deu mais um selinho demorado. Ele queria novamente prolongar aquilo, mas ela saiu do seu carro e foi para casa. Ele estava completamente excitado e querendo-a perto de si.


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