Você, Paixão escrita por Camila J Pereira


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!
Pensaram que havia sumido novamente?
Não, não sumi.
Estou aqui para postar um capítulo fofo.
Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/641546/chapter/22

— Poderia não comentar nada com a minha mãe por enquanto? – Pediu ao Dr. Uley, ainda assustada. – Se for mesmo verdade, falarei com ela.

— Tudo bem. Isso a pegou de surpresa? – Bella sentiu o olhar de empatia sobre ela, aquilo só a deixou mais inquieta. Sua lista de olhares como aqueles era mínima.  Bem da verdade, os únicos que a olhavam daquela forma eram os Cullen a quem amava, Jasper e Edward... Edward, que foi magoado anteriormente por ter sido privado de ser pai. – Isabella?

— Hã? – Bella acordou do seu devaneio. – Sim, surpresa. – Mesmo sentada, viu a sala girar um pouco. Estava entrando em pânico e não poderia permitir.

— Costuma ser assim, ainda mais com pessoas tão jovens. Mas o quanto mais rápido ser confirmada a gestação, mais rápido poderemos cuidar de ambos.

Bella saiu do consultório direto a ala de exames, mas desconsiderou fazê-lo naquele momento. Renée estava sendo atendida, Bella teria que esperar, aquilo era demais para ela, possivelmente a mãe ao saber não deixaria o hospital naquele dia. Teria que ser medicada, por causa da histeria.

— Porque está com essa cara? – Foi abordada inesperadamente por sua mãe. Renée havia parado em sua frente sem que ela notasse. – Se sente tonta? O que o doutor falou?

— Já acabou? Podemos ir? – Não iria responder as suas perguntas, não sabia o que falar, mesmo inventar uma desculpa qualquer estava difícil.

— Já fui liberada. Tenho que esperar os resultados. – Renée soltou um longo suspiro. – Quero ir para casa. Vamos.

Então seria esse o seu destino? Ficar grávida tão jovem quanto a sua mãe? Nunca havia pensado que isso pudesse acontecer. Sempre se cuidava, mas com o Edward, aos poucos eles desleixaram. Nem saberia dizer quando foi o momento. Aquilo também não era o ponto importante, mas sim, como aquilo mudaria a sua vida.

O que iria dizer ao Edward? Ela já achava que estava ferrando a vida dele e ter mais isso.... Aquilo os prenderia para sempre de alguma forma, sendo Edward tão responsável, ele faria de tudo para estar por perto. E não estava considerando afastar-se dele nos últimos tempos? Ela já era um fardo sozinha, pioraria com uma criança. Aquilo não daria certo, não deu certo com a Renée e o Charlie.

— Você está com uma cara péssima. Ainda se sente tonta?  

— Cansada. Vou dormir. – Se esquivou radicalmente antes que a sua mãe começasse a insistir que havia algo errado.  

Jogou-se na cama desejando perder a consciência por algumas horas, mas percebia que diante do que sabia não poderia adormecer. Mesmo assim, ficou imóvel tanto tempo quanto foi possível, até que o seu celular tocou. Era Edward, claro. O seu teste de nervosos final. Considerou não atender, mas sabia como ele ficava preocupado. Era tudo o que dava a ele, preocupação. Era para ele ser feliz com ela, da mesma forma que ela se sentia feliz com ele.

— Oi. – Não dava mais para ignorar.

— Oi, como foi no hospital? – “Estou possivelmente grávida. ” Céus, o que seria dela agora?

— Tudo bem.

— Como está a Renée? – “Não parece grávida como eu. ”

— Seu humor parece melhor hoje, então está bem na medida do possível.

— E então porque está triste? – Bella abriu a boca surpresa por ele ter notado. – E não me diga que não está, percebo em sua voz.

— Foi uma manhã cansativa, apenas isso.

— Quero saber os detalhes. Pode fazer isso após o jantar.

— Jantar? – Bella tinha esquecido algo?

— Sim, estou te convidando para jantar em minha casa. Todos já estão cientes.

— Edward eu acho melhor ficar em casa...

— Te pego em sua casa, esteja pronta às 19h. Por favor, avise a sua mãe ou eu mesmo farei isso.

— O que está planejando com isso? Avisar a Renée, você? – Bella bufou.

— Sim, vamos fazer de tudo para mantê-la tranquila. Não acha que é uma boa estratégia? – Talvez ele estivesse certo. Por um segundo imaginou pegando o exame de gravidez, estava escrito um grande positivo. Ela falava com a sua mãe que estava grávida e Renée simplesmente saia louca. Isso era bem próximo da verdade.

— Sim, é uma boa estratégia, mas prefiro marcar para outro dia.

— Não vem com essa. Pego você a noite.  – Edward desligou, mas antes ela pôde escutar a risada dele do outro lado.

Havia chances de não estar grávida. Talvez fosse outra coisa, talvez estivesse pensando demais nisso para no final não ser nada. Por isso resolveu atender ao pedido do Edward, iria ao jantar.  Mas se fosse mesmo confirmado a suspeita, não saberia fazer, estaria perdida. Olhou para o relógio e já era quase a hora de ir ao trabalho, por isso tomou um banho rápido e só depois buscou por sua mãe.

— Que novidade... – Resmungou ao não encontrá-la em casa. – Ela não está me dando descanso. O que pensa que está fazendo? – Ligou imediatamente para ela, dessa vez a sua mãe atendeu. – Porque não me avisou que sairia?

— Não avisei porque estava dormindo.

— Você nem ao menos foi ao quarto verificar. Você fugiu novamente. Renée.... Volte para casa. – Bella ouviu o click. - Ela desligou? Quer morrer? Eu não estou com humor para isso. – Pensou em ir atrás dela e já estava pegando a bicicleta para ir, mas desistiu. – Não posso faltar ao trabalho, precisamos do dinheiro. – Bella seguiu para a loja desanimada.

— Você não parece bem ultimamente. – John tinha ido tomar um refresco no mesmo momento que ela foi pegar um café.

— E você, como está?

— Estou precisando de umas bebidas.

— Quem não precisa? – Eles riram e voltaram para o trabalho.

***

— Porque está me olhando assim?

Edward havia chegado a pouco menos de um minuto e todo o tempo esteve observando-a.

— Não posso olhar para a minha namorada?

— Você está pensando em algo. – Ele não parecia querer esconder esse fato.

— Sim, gostaria que parasse de tentar não me ver. Só aceitarei isso se falar que não gosta mais de mim. Caso contrário, entenderei como uma maneira de tentar me preservar. O que para mim é uma grande declaração, então como posso me manter afastado dessa garota maravilhosa? E não faça essa cara. – Bella desfez o beicinho, estava pensando como Edward poderia ser tão perspicaz.

— Não sou essa garota.

Edward que ainda estava diante da porta deu um passo e a segurou pela cintura. Manteve o seu corpo colado ao dela. Bem devagar inclinou-se e inalou o perfume que vinha da sua pele, bem perto do seu pescoço. Bella apenas virou o rosto e o beijou como a tempos não fazia.

Ela segurou a sua nuca e enfiou seus dedos entre seus cabelos, puxando-o mais para perto de si. Não queria que fosse tão fraca, não queria admitir que sentia falta dele, de estarem juntos, sozinhos. A sua vida estava uma bagunça e não queria arruinar a vida dele também e então tinha decidido se afastar dele. Edward, no entanto, estava tão teimoso e ela não era forte, não mesmo.

— Uau... – Foi ele que interrompeu o beijo. – Estou mesmo sentindo a sua falta. Estou completamente... – Deteve-se antes de revelar como estava excitado. Não queria que a mãe dela o ouvisse dizer aquilo. – Onde está a sua mãe?

— Não a vejo desde cedo.

— E não sabe onde ela está?

— Imagino que qualquer lugar que seja, está com o Eric. – Bella voltou a realidade, seu rosto tornou-se sério novamente, deixando de lado o ar tranquilo que adquiriu brevemente. – Pensei que estivesse com pressa de me levar para a sua casa. – Aquilo daria fim ao assunto: Renée.

O clima não poderia ter sido melhor, Carlisle e Esme eram gentis e atenciosos, e Bella notou que eles apenas perguntaram rapidamente sobre a Renée, o que ela agradeceu. Rosie estava alegre e atenta como sempre, e durante todo o jantar soltou piadas desconcertantes para Edward e Bella. Porém, o que a divertia mais eram as tentativas inúteis de Edward querer repreendê-la.

Jasper parecia o mesmo de sempre, mas talvez tenha notado que agora ele mantinha certa distância física entre os dois. Claro que aquilo tinha a ver com o ciúme momentâneo do Edward. Em certo momento o grupo foi dispersando e Edward achou a oportunidade maravilhosa para levar a sua namorada até o seu quarto. Bella subiu atrás dele que a guiava segurando a sua mão.

Bella sorriu ao ver o quarto dele, ainda carregado com as memórias de um Edward adolescente. Havia um jogo de dardos em uma das paredes, Bella se perguntou porque os meninos adoravam aquilo. Logo próximo do tiro ao alvo estavam algumas construções antigas em um tipo de painel improvisado, Bella achou a ideia fantástica. E então ela viu a recheada e perfeita estante de livros, que além dos livros preferidos do Edward também continham bonecos e objetos diversos do seu agrado.

— Como é voltar a morar aqui, ter o seu quarto de volta? – Bella olhou para ele que havia sentado na cama para apreciar a exploração da sua namorada ao seu quarto antigo.

— Porque se livrou de uma megera? – Edward não pôde evitar rir.

— Isso faz parte do pacote. Sim, sair de uma relação complicada foi um ponto. Outro ponto, e isso me deixa muito feliz, é poder trabalhar na construção que me levou a querer me envolver nessa área. Aquela casa é um símbolo para mim e reforma-la está sendo um presente dos céus. Mas o mais importante é que enfim pude entender o que os meus pais sentem um pelo outro. E eu devo agradecer a você por isso. – Sem esperar por uma declaração tão espontânea, Bella sentiu seu coração na boca.

— Você... Pode ser que você seja o meu ponto fraco. – Bella estava sem jeito com o olhar prolongado de Eward.

— Você é tão bonita. – Bella não queria admitir, mas estava prestes a chorar. Ela piscou rapidamente e sorriu. Lembrou-se imediatamente de uma das cenas que mais gostava entre Anakin e Padmé.

— É só porque estou apaixonada. – Ali, com aquela frase, mesmo sendo uma frase emprestada, admitiu que estava apaixonada. Edward se empertigou ao ouvi-la, calou por um momento e então pigarreou e respirou fundo.

— Não. – Edward sentia ímpetos de abraça-la, mas queria que ela dissesse mais, queria ver o desdobrar daquilo. – É porque estou muito apaixonado por você.

— Ed... – Como ela poderia deixa-lo? Edward a fazia feliz, mesmo com tão pouco, apenas com sua presença poderia flutuar. Não estava certa se era possível dar a ele o mesmo. – Então, o amor deixou você cego? – Edward levantou incapaz de manter aquela distância entre eles.

— Não foi isso o que eu quis dizer. – E então logo estava abraçando-a e inalando o perfume dos seus cabelos. – Mas provavelmente é verdade. – Sussurrou em seu ouvido. Bella, nunca me afaste de você. Não vá, não quero que vá. Eu amo você.

— Eu amo você. – Suas lagrimas escaparam, seu coração estava leve pela primeira vez durante um bom tempo. Ela disse em voz alta, disse para ele que o amava. Agora ele sabia, sabia e ela estava aliviada.

— Eu sei meu amor. - Mas estava feliz por ter ouvido aquilo.

Mais tarde Edward tentou saber sobre Renée, mas Bella não quis tocar naquele assunto que a deprimia. Edward aceitou e se calou. No final da noite, Bella se despediu dos pais do Edward e dos seus irmãos, agradecida por ter podido estar em um ambiente tranquilo e familiar. Estavam do lado de fora, Edward a abraçou mais uma vez.

— Obrigado por ter vindo. Agora vou te levar em segurança para casa.

— Obrigada por ter me trazido eu... – Foi quando Bella viu a sua mãe do outro lado da rua olhando para eles.

Bella se afastou de Edward e verificou novamente as condições em que a mãe estava. Renée aparentemente estava descalça, sem casaco, descabelada e aérea. Estava muito frio para ela estar tão insensível a temperatura.

— Mãe? – Bella a chamou e Renée pareceu não ouvi-la. Virou e continuou seu caminho. Parecia não ter parado porque reconheceu a filha, mas por pura coincidência.

Bella correu para a mãe e a parou. Agora ela estava trêmula, Renée estava completamente fora de si. Tentou afastar-se dando safanões em Bella. Foi quando Edward se aproximou das duas.

— Ela está bem?

Bella não respondeu, tirou o seu casaco e colocou na mãe ainda com expressão assustada.

— Mãe, sou eu, a Bella. – Renée parou de relutar a aceitar o casaco e aquietou-se.

— Vou levar as suas para casa. Tome. – Edward tirou o seu agasalho e pôs em Bella.

Edward e Bella guiaram Renée até o carro, mas antes de arrancarem de lá, Carlisle saiu porta a fora desconfiado com a movimentação.

— Algum problema, Edward?

— Não, pai. Vou levar a Bella para casa. Não me esperem. – Carlisle pareceu vacilar, mas deixou Edward ir sem mais questionamentos. Bella não ousou olhar para Carlisle, abraçava a mãe no banco de trás do carro tentando aquecê-la. – Você não prefere leva-la ao hospital? – Edward dirigiu-se a Bella já com o carro em movimento.

— Edward, do jeito que ela está, talvez queiram forçar a internação dela.... Teremos mesmo que passar pela assistente social e Renée não quer, gostaria de ter uma última conversa com ela quando estiver sóbria.

— Tudo bem.

Bella percebeu a preocupação na voz dele, e se xingou por ter que fazer com que passasse por aquilo. Ela voltou a entender porque não poderia ficar com ele. Lembrou-se de que era um fardo para ele.

Quando saíram Edward tentou ajudar, Renée a sair do carro, mas Bella o impediu. Estava prestes a entrar com as duas quando foi impedido, Bella pôs a mão na altura do seu peito fazendo-o parar.

— Obrigada por nos trazer, pode ir agora.

— Claro que eu não vou deixa-las.

— Você não pode ajudar mais, Edward. Por favor, vá embora. – Ele viu o lábio dela tremer. Ele ignorou o comando dado e entrou na casa antes dela. – Edward... – Ela vinha atrás. Renée estava jogada no chão. Edward se agachou diante dela.

— Talvez fosse melhor dar um banho nela. Senhora Swan, vou carrega-la até lá em cima.  

Ele não esperou, apenas a carregou, sem qualquer dificuldade e subiu até o banheiro. Bella foi na frente e abriu a porta, Edward a deixou sentada no vaso sanitário e depois postou-se a porta caso Bella precisasse de ajuda enquanto ela tirava as roupas sujas de Renée. Ele mantinha-se de costas dando toda privacidade as duas. Bella enxugou a mãe que parecia ainda fora de órbita e chorou em silêncio. Depois a levou para o quarto e a deitou na cama, Renée parecia indiferente a qualquer coisa que ela fizesse. Ficou com a mãe até que ela dormiu.

Ao sair e fechar a porta, Bella depositou o peso do corpo todo na parede e respirou fundo. Edward ainda estava ali, e imediatamente se aproximou. Bella novamente o impediu de se aproximar.

— Você deveria ter ido embora. – Não queria aquilo, não queria que ele visse o que passava dentro de casa. Não queria que sofresse com ela.

— Bella, eu nunca irei. – Edward retirou a mão dela do seu peito e encostou nela, beijando a sua testa.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Você, Paixão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.