Dust in the Wind escrita por Lucy


Capítulo 37
Capítulo 36 - Sem confiança não há relação




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3 semanas depois...

A normalidade da vida de Caroline havia voltado aos poucos, mas ainda assim a sombra daqueles dias ainda assustavam muito em noites que ficava sozinha entregue ao seu silencio dentro daquela casa. Embora sua mãe generosamente tivesse reconsiderado a relação da filha com o namorado, a loira havia tomado a iniciativa de apenas se encontravam em outros horários com o namorado, criando assim uma forte saudade, que muito embora fosse boa para a relação de ambos os adolescentes.

Quando finalmente terminou de lavar a loiça praticamente limpa, é que percebeu que estava totalmente distraida e logo em um reflexo, desligou a agua que havia subido o nivel o mais que necessário. De imediato pegou um pano para cobrir os pratos colocados numa pilha do lado da pia e limpou as suas mãos ás calças tomando a dianteira até a sala, onde podia encontrar o seu aparelho telefónico esquecido.

Ao sentar sobre o sofá aconchegante da sala e curiosamente ao deitar os olhos a tv, Caroline tomou um susto quando no rodapé do noticiário, uma noticia em relação a um acidente ao qual uma vitima havia ficado em estado critico, e no qual havia uma identificação. Ao perceber que se tratava de seu pai, ela não perdeu tempo e como estava com o aparelho entre mãos, discou de imediato para a mãe que atendeu ao segundo toque.

— Sim, Caroline! - falou Cora meio preocupada com a filha. - Aconteceu alguma coisa, querida? - a senhora olhava para os lados do seu gabinete carregando a sobrancelha.

Estava mais certo que a mãe de Caroline estava fora das noticias e que muito provavelmente podia não reagir bem, quando a loira simplesmente fala-se sobre o sucedido.

— Não viste a noticia que acabou de surgir de ultima hora no diário da noite? - a jovem perguntou de imediato apalpando terreno no que dizia respeito ao que acabara de saber.

— Mas de que noticia tanto falas, filha? - ela parecia mesmo alheia e talvez o trabalho exaustivo fosse o real motivo de estar desatualizada face ao que acontecia no lado de fora.

— Mãe... - a loira procurava as palavras certas para falar. - O pai... - a mãe logo a interrompeu.

— Eu já sei! - respondeu de imediato para grande surpresa dela.

— Já? - Caroline estava um tanto espantada com a forma fria de como a mãe simplesmente mencionava aquele facto, de certo modo isso a deixava preocupada.

Ok, ela sabia que a relação dos pais nunca havia sido a melhor, pelo simples facto de não existir aquele dialogo e carinho. Sendo que tal coisa havia terminado haja algum tempo.

Ainda assim por pior pai que a garota tivesse, ele não deixava de o ser, só porque havia abandonado sua familia a troco de uma vida solitária, que pensando bem, ela podia estar apenas a um fio no momento.

— Ligaram para mim mais cedo a contar, e se queres saber, eu não estou preocupada com isso. - Cora falava sem medos ou sequer magoa do passado, por mais cruel que fosse, ao ser deixada como mãe solteira sem ter oportunidade de contestar isso.

— Vou visitar o pai! - disse Caroline esperando uma reação negativa por parte da mãe, como era de esperar.

— Faz como quiseres, agora não me peças para fazê-lo junto contigo! - e assim desligou a ligação, deixando a garota falar para o ninguém que não o mudo do aparelho.

De longe estava a ser a melhor conversa que havia travado com a mãe desde algum tempo, mas ainda assim, a loira ia seguir seu instinto indo no hospital e prestar sua visita ao pai.

Esta podia talvez ser a ultima oportunidade que detinha para o ver, e como tal seria um erro desperdiçar.

Sem perder tempo, ela correu até ao quarto, trocando de roupa num abrir e fechar de olhos e descer por fim as escadas a correr, tirando a chave do carro do chaveiro nesse mesmo compasso partindo em seguida.

***

De volta a casa depois de 3 semanas na encobadora, o filho de Elena estava com o peso e altura certo para um bebe do seu tamanho.

Jenna e Jeremy estavam tão babados quanto Stefan ao pegar o pequeno Junior que talvez era a coisa mais linda que havia visto até então em suas vidas.

— Ai Eleninha, o meu sobrinho-neto é a coisa mais linda... - falou Jenna completamente entusiasmada ao balançar o bebe no colo enquanto levava-o para o andar superior. - Jeremy, anda! - chamou ela ao perceber que o casal necessitava de conversar.

Uma vez apenas os dois na sala, Stefan tomou a liberdade de sentar, obrigando assim a garota a sua frente sentar também, embora mostra-se cara de poucos amigos no momento.

— Foram semanas complicadas, mas como disse.. ia correr tudo bem. - começou ele, até que esta começasse um revirar de olhos irritante.

— De certeza que o assunto vai ser outro, não? - levantou os olhos a morena ao questionar o rapaz de modo retorico. - É obvio que temos coisas para resolver, Stefan.

— Que coisas? - ele inclinou-se para a frente, pousando as mãos nos joelhos, enquanto procurava olhar fundo dos olhos dela.

— A nossa relação.. - afirmou ela. - Não foram estas 3 semanas contigo ao meu lado dando apoio que mudaram o que penso, sabes? - o rapaz balançou a cabeça em duvida. - Não esqueço as voltinhas que deste com ela, e nem quero sequer imaginar se vocês tiveram algo mais que beijos e abraços. - ele interrompeu.

— Agora sou eu que digo que não vamos falar sobre isso, porque estou cansado de dizer a verdade, Elena. - Stefan falava com lágrimas meramente contidas nos olhos. - Em momento algum perante tua fraqueza, fiz algo que pudesse manchar a confiança que detens de mim. - as mãos tremelicavam enquanto as palavras fluiam em seu discurso. - Garanto que assim não dá para continuar uma relação, em que um de nós não confia no outro.

— Estás a terminar comigo, é isso?

— Se é o modo como intrepretas minhas sinceras palavras, então respondo que talvez.

— Não existe um talvez para o fim, para mim ou é, ou não é.

A morena estava bastante exaltada, tanto que sua voz havia aumentado de tom, provocando a descida repentina de sua tia até a sala.

— Está tudo bem por aqui? - perguntou Jenna vendo o casal bastante fora de tom ao que estava a uns minutos atrás.
Na ausencia de respostas, Elena deu as costas subindo as escadas a correr.

 

— Sejá lá o que tenham discutido, peço para que não leves a peito as palavras dela. - a senhora colocou panos quentes no problemão.

— Está tudo bem, Jenna! - disse por fim ele. - Vou para casa, boa noite.
Stefan levantou do sofá indo em direção da porta onde saiu deixando ela bater atrás de si, caminhando nesse sentido na escuridão até casa.

***

Ao entrar no parque de estacionamento, os nervos começaram uma sucessão de assaltos na cabeça de Caroline. É certo que tentava a todo o custo ficar calma, mesmo que tendo muita vontade, ela não conseguia.

Passando as portas da ala de emergência, dirigiu-se diretamente ao giché, onde onde encontrou uma enfermeira de serviço ao qual explicou com alguns detalhes pouco aprofundados o estado de saude do homem que era seu pai.

Também essa prestável mulher a fez acompanhar até a sala de "UTI", onde ligado as máquinas ele estava. Ficando assim sozinha com o pai, a loira aproximou-se da cama quase que a passo incerto, como se por algum motivo tivesse medo daquele homem adormecido e que do nada. No entanto sobre o combate feroz que o seus medos combatiam naquele instante, ela passou sua mão quentena do pai, sentindo como na primeira vez a tocando.

— Lamento que o nosso encontro tenha de ser assim. - suas palavras saiam num sussurro, quase despido de voz, como se as paredes finas daquela sala fossem dar vida a pouca e luminosa voz, a tornando repetitiva. - Queria tanto que as coisas não fossem assim, que pudessemos ser uma familia de verdade. - lágrimas cairam naquele momento, tão incontroladas quanto o medo.

Ainda assim quando uma auxiliar passava ali na zona fazendo sua ronda, aletar a loira para que voltasse em outra hora, pois aquela já não era de visitas.
Caroline acabou saindo derrotada em direção ao elevador, limpando as suas lágrimas continuamente as mangas da camisola de algodão.

Mas enquanto ela chorava inconsulada, Niklaus a leste de tudo enviava uma nova mensagem para a namorada, sentindo que de algum modo estava sendo ignorado ou que talvez algo mais estava acontecer, e que hopeteticamente pensando ele pudesse estar sendo injusto.

Como suas mensagens não estavam a obter a resposta que queria e procurava, então era hora de ir ao encontro dela, usando aquele velho pensamento "se maumé não vai a montanha, vai a montanha a maumé".

E assim acabou por ser, ele desceu as escadas a correr gritando "um até já pai" e abriu a porta trilhando. Ainda assim, Niklaus não contava com uma pessoa inesperada naquele instante justo a porta de Caroline, ao qual fez reter o passo e se perguntar mentalmente o que aquela pessoa fazia ali.

 


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