Em contra partida na sala a uns metros de onde estava Caroline, estava Niklaus a deitar fumo pelas orelhas por não suportar nem mais um pouco os risinhos incontrulados atrás de si. Ele tinha vontade de levantar e mandar esses ricos colegas calarem, ou então pedir com licença para sairem, já que não estavam interessados em escutar as dicas do professor.

No entanto, tal não foi necessário, pois já o professor de história colocava ordem na sala carregando feio numa nova pergunta importante a ser respondida em corso.

— Já que o carríssimo aluno está interessado em rir tanto, vamos ver se ele ri a minha pergunta que passo a formular. - os risos atrás dele logo silenciaram, na verdade foram substituidos pelo som das folhas do livros tocadas a vento. O loiro não podia deixar de ficar contente. - Em relação ao tema "Operários de todos os Países, UNI-VOS" quem foram os pensadores do século XIX? - e fez-se silencio sombrio por toda a sala. - Vai responder ou não?

O loiro não suportando o silencio e tendo a resposta na lingua, levantou a mão, ao qual o professor permitiu falar.

— Se me permite, os verdadeiros pensadores do século XIX, foram nomeadamente Saint-Simon, Fourier, Owen e Proundhon.

— Correcto, senhor Mikaelson!

E assim continou a aula, em que a maioria das respostas eram dadas por Niklaus que mesmo não sendo grande fã de História, acabava sendo o melhor na participação ativa da aula. Sendo assim sempre era melhor do que levar repreensões constante em aula por estar com a cabeça em outro planeta, que no fim de contas, ela mantinha-se em terra, só que em torno de uma linda garota.

Ao ser dada por finalizada a aula, o senhor professor deixou todos os alunos sairem antes do toque da campainha suar. Ele estava pronto a pegar nos seus pertences e sair para o jardim e assim enviar uma sms para a namorada o encontrar lá mais tarde, porem alguém chato fez uma aparição.

O garoto não queria acreditar no que os seus olhos viam, mas a verdade é que ele estava a ver bem e ate demais, todavia, ela estava mesmo a matricular-se para as exames, justo na escola do ex-namorado. Ela não tinha mesmo caracter, ou se tinha, gostava de colocar todos a prova, provocando e provocando.

Ele estava mesmo disposto a ignorar a sua presença indo até ao banco de jardim e puxar da algibeira jeans os seus phones e escutar musica para passar o tempo. Nesse instante em que o tempo era musica e que o palco da vida era história, até dava para esquecer tudo o que via, ou que sentia, mas volta e meia, aquela sombra do passado fazia questão de o seguir para onde ele fosse, como chiclete presa na sapatilha.

Talvez fosse o destino querendo pregar alguma peça em sua vida, ou fosse presságio de que inigmas, não são apenas enigmas, como muita vez sua falecida mãe dizia.

Um quarto de hora depois, estava a campainha a suar, estavam os restantes alunos a sair das suas aulas, incluindo a sua namorada linda e radiosa. Quando Niklaus a viu atravessar as portas do bloco, sorriu apreciando o toque andante dela, a forma como seu cabelo loiro e lindo ondulava bem ao toque do vento.

Ele não conseguia aguardar a chegada dela, que logo perseguiu até seu encontro, abraçando e dando um beijo de "olá".

— Como correu a tua aula? - perguntou ele enquanto a encaminhava de volta ao banco para sentarem juntos e namorarem um pouco.

A uns tantos metros, Cami roiam de inveja ao ver que o seu ex-namorado estava feliz e ao lado de uma determinada garota que ela não gostava nem um pouco só de a ver nos braços dele. Essa garota até podia ser a melhor do mundo, a lider das lideres, mas como estava com ele, era o suficiente para esta a odiar em dobro.

Então tomada de odio pelo que via seguiu porta fora sem pedir mais informações sobre os exames pelos quais havia inscrito. Ela só tinha uma coisa na cabeça, vingança e nada mais era importante nesse momento para si.

Ao seguir para o outro lado da escola, mais precisamente para onde tinha o carro, ela começou a ter ideias mais ou menos criativas para terminar num simples abrir e fechar de olhos, a felicidade do casal. Ela estava disposta a tudo, só para ver Niklaus sofrer, porque se não era seu, não seria demais ninguém, certo?

Entrou dentro do carro, pensou, e repensou, mas e descobriu o susto perfeito, que tão cedo não ia sair da memória de ninguém.

— Nik, Nik... eu avisei-te para não fazeres nada de errado! - falou consigo própria pegando o gloss e passar nos lábios na frente do espelho retrovisor, arreganhando um sorriso cínico.

***

A uns tantos quilometros da escola, Jeremy continuava na sua vidinha de bad boy com Vick na sua alçada para seu grande prazer. A discussão que havia travado mais cedo com a irmã, não havia servido de nada, tanto quanto ele queria era irritar todos em casa incluindo a própria tia que continuava sentida com a dor das palavras proferidas pelo sobrinho anteriormente.

É certo que Jeremy não media a consequencia de suas palavras e que de volta e meia acabava dizendo o que não devia, contudo, era tudo espontaneo, e repreensão era impensável em um momento como esse.

— Jer, o que se passa? - perguntou Vick ao ver que o amigo estava calado.

— Nada, não! - falou ele sem importancia.

— Nada? Tens a certeza que não queres falar? - insistiu ela ao ponto de fazer ele falar para se sentir melhor.

— Tive uma confusão em casa com a Elena e a tia Jenna! - confessou ele, ela fez cara de caso. - A Elena começou com as implicancias do costume, e a minha tia para defender a menina que está grávida, enfiou o seu nariz na conversa... - gesticulou ele com as maos tentando imitar o estilo delas. - e acabei falando coisas que não devia, é certo que nunca me arrependo, mas a verdade é que desta vez peguei pesado demais com ela.

— Porque não lhe pedes desculpas?

Ele virou a cara não querendo encarar essa hipotese, mas ela insistente puxou seu queixo com sua mão, obrigando a olhar em seus olhos verdes.

— Eu não sou desse tipo!

— Mas eras quando eu te conheci! - relembrou ela para seu desagrado.

— Mas já não sou! - ele levantou de onde estava e chutou uma pedra. - Esse Jeremy Gilbert não existe mais, ele desapareceu no mesmo dia em que os seus pais faleceram. - ele fechou os olhos sentido.

A morena não gostava nada de o ver destruçado desse modo, ela gostava de prestar seu apoio, mesmo que as vezes carrega-se pesado no que dizia espeito a mostrar afecto. Vicki não era uma simples garota que gostava de droga, mas alguem que facilmente sabia o que o amigo passava.

Porem, a dor do jovem Gilbert era maior talvez maior que a dor dela, pois diferente em ambas as vidas, um havia perdido os pais, e outra havia sido abandonada por ambos ficando a viver as suas próprias custas, tendo sempre aquela ajuda posterior da falecida avó. A vida por toda ela não era justa.

— Isso não é verdade! - levantou-se ela em seguida. - Eu sei que ele ainda existe, se não ele não ficava assim, como estás! - buscou mais palavras sensatas. - Talvez seja a hora de parares de ser assim, e voltares a ser o menino que elas precisam, afinal és o homem da familia.

Ele olhou para ela pensativo, e acabou abraçando a garota que no fim só queria seu bem.

— Vou tentar! - ela sorriu no abraço. - Por ti, eu vou tentar!

— Eu não quero que faças isso por mim, mas por ti! - ela afastou um pouco ele para assentar a sua mão no peito ele. - Por ti! - e se abraçaram uma vez mais.

***

De ali a um espaço estava Jenna confusa a procura de saber quem escolher para jantar, sendo que tinhas dois convites para a mesma noite. Ela adorava a companhia do Logan, porque apesar da relação ter falhado anteriormente, ele continuava a ser um bom amigo, contudo, Alaric superava muitas expectativas dela e longe estava a sua ideia de o dispensar, só porque estava com um convite do outro.

— Jenna! Tu precisas de decidir! - repreendeu a si mesma com o aparelho telefónico na mão. - Ou um, ou o outro! - ela deu de ombros. - Mas eu não sei quem escolher! - suspirou derrotada.

Então só uma coisa lhe passava pela cabeça, o que na verdade fazia com que ninguem ficasse a perder. A sua ideia agora era desmarcar o jantar, só que logo surgia um novo contra tempo. Quem seria o surtudo que ia jantar consigo nessa noite, e quem era o perdador que apenas teria a honra de sua companhia no dia seguinte? Ela continuava igual, talvez mais confusa, mas a verdade é que ela precisava de uma ajudinha.

Foi ai que lembrou da sobrinha que sempre tinha a solução certa para todos os quebra-cabeças da tia Jenna. Ela pegou no aparelho telefónico ligando para a jovem. Esta por sinal caminhava tranquila no jardim do recreio quando deu conta que o seu aparelho não parava de tocar no bolso do casaco, e como era óbvio ela tinha mesmo de atender.

— Stef, aguarda um minuto que é a minha tia a ligar! - pediu ela afastando um pouco para poder conversar mais a vontade com a senhora do outro lado da linha. - Alô, tia!

— Elena, resolve-me um problema! - implorou a senhora agarrando firme no telefone quase o pressionando demais na pele. - Por favor! - a garota começou a olhar em volta confusa.

— O que se passa? Aconteceu alguma coisa? É grave? - a rapariga colocava mil questões já se sentindo super preocupada. - Foi o Jeremy que aprontou outra partida para cima de alguém e agora não tens como resolver esse problema, porque esse vizinho quer levar ele para a policia? - ela respirou cansada.

— Não, querida, não é nada disso! - a tia tentou tranquilizar a garota. - É outra coisa, mas o teu irmão meteu-se em algum sarilho?

— Não que eu saiba, enfim do que se trata?

Jenna deu um longo suspiro do outro lado da linha e olhando para a janela soltou o seu problema.

— Lembras de ter mencionado que eu tinha uma saida com o Logan e o Alaric? - perguntou.

— Sim, o que tem? - ela não via qualquer tipo de problema nisso, muito pelo contrário era uma forma fantástica dela sair dessas suas crises momentaneas e aproveitar a sua vida. - Espera, não vais dizer que eles marcaram a saida para o mesmo dia! - começou a cogitar.

— Lá está! - ela disse num suspiro. - Eles marcaram o jantar para o mesmo dia, para a mesma hora, e agora não sei o que fazer! - Elena estava sem saber o que responder e com vontade de dar uma boa repreensão na tia. - Eu sei que deves estar para ai a pensar que sou uma louca, mas a verdade é que quando marcamos as coisas, eu nem estava para aceitar ir, e dar uma boa desculpa na hora "H".

Elena olhou de relance para o namorado acenando um "Até já" pois a conversa com a tia ia ser bem longa e nao fazia sentido algum o rapaz ficar tanto tempo a espera da namorada, quando esta simplesmente tentava resolver um problema familiar.

— Que simpático, essa não foi a educação que me deste! - apontou o dedo a arvore. - Sempre falas-te que se nós não temos vontade de ir a algum encontro, devemos ser sinceros! - exprimiu ela. - Bolas, as vezes penso que és tão mais adolescente que nós.

— Eu nunca disse que não! - falou ela por fim. - Não importa, a verdade que tem outra coisa! - a rapariga ergueu a sobrancelha.

— Outra? Não me digas que foste marcar um treceiro encontro em cima desses dois? - ela tentou pensar já o pior.

— Não! Se bem que o rapaz da livraria anda interessado em mim. - ela abriu a boca espantada ao ouvir esse desabafo de Jenna. - Mas não é o caso, é a verdade é que estive a pensar e...

— Tu pensas tia?

— Claro que penso, Elena!

— Desculpa, é que as vezes não parece! - salientou. - Mas continua.

— Como eu estava a dizer, é que pensei em deixar um jantar para hoje e o outro para amanhã, que dizes?!

A morena já enrolava a mexa no dedo a pelo menos 5 minutos e não via nada mais confuso que a conversa com a tia, mas ao mesmo tempo isso a deixava feliz porque ou menos ela andava ocupada com alguma tarefa que não era Jeremy e seus dessimulados desabafos.

— É uma boa ideia, e antes perguntes quem deves escolher, eu sugiro que leves o Logan hoje, e que fiques com o Alaric para amanhã, que como é sexta-feira, ele vai adorar.

A tia Jenna balançou a cabeça do outro lado animada com a ideia, que logo sorriu abertamente.

— Obrigada, meu amor! - e assim desligou a ligação sem dar tempo a sobrinha de falar algo mais.

A jovem arrecadou o aparelho no bolso e saiu a procura do namorado que estava no bar comprando um sumo e aproveitaram para sentar um pouco mais.

— O que a tua tia queria? - perguntou ele ao puxar a cadeira para ela.

— Coisa de mulheres! - respondeu ela sem fazer grande enfase aos dramas da senhora. - Já sabes como ela é! - ele balançou concordando.