Edward (PDV) 

Sarah McLachlan - Angel

http://www.youtube.com/watch?v=Hx4RsCfL_fA&feature=related

O dia foi absurdamente desgastante, depois do que aconteceu tomei as providências legais para que esse tormento tivesse logo um fim. Bella estava inconsolável, chorando a todo o momento, Alice sabia exatamente o que estava acontecendo, e passou o dia abraçada a mãe, enquanto eu tentava me manter forte, afim de que não percebessem o meu desespero, a essa altura não adiantaria nada entrar em pânico. Bella fez questão de trancar toda a casa antes de nos deitarmos em nosso quarto, eu, Alice e Bella. Ela estava muito cansada e até cochilou algumas vezes, mas só conseguiu dormir após tomar a medicação que Ângela  receitou.

As abracei e esperei que elas dormissem então desci as escadas na tentativa de dissipar os pensamentos que insistiam em me atormentar. Me servi um copo de uísque e me sentei na poltrona da sala, que fica de frente para a porta, me perguntando como eu pude ser tão displicente com a minha família... Bella havia me avisado, que aquele verme estava por aqui, e o que eu fiz? Fiquei aqui parado, omisso, deixando que aquele monstro destruísse a nossa família.

Por que eu não acreditei nela? Não foi minha intenção... eu não estava fazendo pouco caso ... eu só não queria crer que o perigo estava tão próximo, espreitando nossa felicidade. A dor da perda era muito grande, tão forte quanto a dor que senti no dia em que minha mãe morreu. Me lembro como se fosse hoje, meu pai estava assim como eu inerte em seus pensamentos quando eu me aproximei.

- Edward, olhe para mim! – ele disse e eu o fiz, com os olhos cheios de lágrimas. – Limpe esse rosto! – ele falou e eu obedeci. – Agora entenda uma coisa, o mundo não tolera os fracos, então não seja um!

Aquelas palavras ardiam em minha mente, fazendo com que as primeiras lágrimas da noite rolassem pelo meu rosto. Se eu a tivesse escutado, se eu tivesse sido rápido, se tivesse feito alguma coisa... talvez ele ainda estivesse aqui. Carlisle é tão pequeno, tão indefeso...e se nós não o encontrássemos, e se ele... não pude nem completar o pensamento, de tão angustiante que era. Coloquei o copo na mesa e peguei o porta retrato onde havia uma foto minha com Carlisle que Bella havia tirado.

As lágrimas agora, deixavam minha visão turva, apertei a foto contra o peito e chorei copiosamente, já que isso era tudo o que eu podia fazer no momento. Chorei todas as minhas mágoas, todas as frustrações do dia, e ainda assim não foi o bastante. Eu queria gritar, queria sumir, queria arrancar aquela do meu peito, e ainda assim tudo que eu conseguia fazer, era chorar inútil e silenciosamente.

(...)

Depois de algumas horas, tentei me recompor e voltei para o quarto, onde mesmo sem dormir direito passei a noite, abraçado a minha mulher e filha, torcendo para que ao acordar, tudo isso não passasse de um pesadelo, um sonho ruim que veio me perturbar.