3 Semanas com a tia Alice escrita por Lucy


Capítulo 2
Capítulo 1 - De malas aviadas




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De sorriso no rosto, partia Alice em mais uma aventura. A rapariga estava desejosa de rever a familia que a tanto tempo havia deixado para trás na procura de um futuro melhor. É certo que tal realmente acabou mesmo por se concretizar, pois ela estava a trabalhar num dos maiores escritórios de Arquitetura do estado de Carolina do Norte, o que era um motivo de imenso orgulho a toda a familia que mesmo apertada na saudade a apoiava.


E pronto mais uma mala estava posta dentro do porta bagagens do táxi. Ela nem via a hora de entrar dentro daquele avião que a fazia arrepiar só de imaginar a voar tão alto e ver as nuvens tão perto de si. Tudo valia a pena viver, é certo. E na sua imaginação todas as pessoas deviam voar, nem que fosse uma vez na vida.


Por outro lado, havia uma determinada pessoa que ia ficar triste com a falta da morena, e ela estava ciente disso, mas seriam umas férias curtas, e depois ela acabava sempre por compensar.


No aeroporto, o senhor motorista tão pretável acabou por ajudar a moça a preparar as malas no porta bagagens de avião. Claro está que foi merecida a sua grojeta e um "boa viagem", o que a fez sorrir.


Algum tempo depois, ela na espera de ser chamada para seu voo, pegou seu aparelho telefónico ligando para o telefone de casa. Ela tinha a perfeita certeza que ele quando chegasse iria ver a mensagem de voz. Então não perdeu tempo e acabou fazendo isso.


***

A uma distancia significativa de onde estava a namorada, Rafael preparava mais um programa de final de noite sozinho. Ele estava ciente de que a sua cara metade precisava mesmo desse tempo com a familia, e que por isso mesmo não ficava desapontado, mas triste por a deixar ir sozinha. Contudo, ocupando a sua cabeça com trabalho, o tempo ia passar a voar com certeza, ou pelo menos era desse modo que ele pensava por vezes e que até acabava sendo verdade.


Nessa medida ele entrava no seu apartamento, olhando tudo bem arrumadinho e pensar consigo próprio que Alice teria dado um toque seu. Este ao sentar no sofá pegou o comando remoto para assistir a um pouco de tv, quando deitou o olho ao seu lado direito e viu que o aparelho telefónico piscava uma luzinha. Normalmente quando isso acontecia, era porque alguém havia deixado uma mensagem de voz, e pensando bem podia até ser dela, não?


Ele não demorou muito mais tempo a pensar, então pegou o aparelho carregando em "call" para escutar a mensagem deixada pela rapariga.


Quando terminou de a escutar, as suas lágrimas logo chegaram aos olhos de tão sentimental se sentir por conta de meia dúzia de palavrinhas meigas e saudosas. O Amor, diziam os especialistas que era carregado dessas coisas boas, mas também elas más.


***

Depois de algumas horas de voo até a cidade de Alabama, Alice foi recebida por todos com um forte abraço e palavras amososas. Candice mal viu a tia, largou logo a sua boneca de pano e saltou para o colo desta como se fosse a coisa mais importante a fazer. A morena, que adorava a pequena no seu colo, a encheu de beijos doces por completo apertando as bochechas da pequena até corarem com aquele tom rosadinho das flores do jardim da avó Mary.


– Querida como correu a tua viagem? - perguntou a senhora que aparecia diante de todos com um pano em mãos mostrando que acabava de sair de uma cozinha onde o cheiro a comida era intenso, mas de deixar qualquer um com agua na boca.


– Correu sim, mãe! - ela pousava a bolsa no sofá quando entrava dentro de casa, onde Candice já não estava no seu colo correndo que nem uma tontinha. - E por aqui como anda tudo? - Cynthia encolheu os ombros quando a irmã lançou um olhar preocupado.


A morena estava fartinha de saber que essa atitude da irmã muito se devia ao facto de não querer expor a sua vida privada na frente de todos, o que de certo modo era algo que nada nem ninguém tinham nada haver. No entanto, preocupada, ela decidiu puxar a irmã para conversa mais em privado, longe de olhares indescretos e ouvidos curiosos.


Cynthia ao entrar no escritório de leitura com a irmã, logo se apressou a trancar as portas com alguma descrição e sentar no sofá. A sua postura mostrava o quanto estava perturbada, e que de certo aquilo que uma pensava estava longe de ser um simples desentendimento de casal.


– Sabes que podes falar comigo sobre qualquer coisa, minha irmã. - começou a morena ao tentar confortar a outra de modo a que não ocultasse nada. - Afinal sempre partilhamos a dor, o amor, o carinho em tudo, nada muda, certo?

– É sobre o Lourenzo, nós os dois como já te havia contado a umas ligações atrás, não estamos a ter uma boa relação. - a rapariga encostou-se mais no ombro do sofá para escutar a história. - Acho que o nosso amor está a morrer de dia para dia. - suspirou ela enquanto limpava uma lágrima involuntária. - ele não me olha como antes, não mostra carinho, e eu não aguento ficar ao lado de homem que não me deseja.


– Eu entendo tudo o que estás a sentir, é perfeitamente natural que sintas carente, pois não há aquele amor, que nós mulheres merecemos. - Alice pousou a sua mão delicada no ombro da jovem.


A compreensão de irmãs era fundamental para a recuperação de auto-estima que de algum modo estava perdida. O carinho, o esforço, eram alguns dos paramentros necessários a preencher furos, ou buracos escuros. Alice, usava do seu amor para cobrir a ferida da irmã, embora esta aberta pela pessoa que devia ser a primeira a saber curar e não abrir ainda mais.


Enfim, nem todos os homens haviam nascido para saber amar alguém, se nem a eles próprios soubessem amar. Por amor é um sentimento puro que nasce, vive e morre com a gente.


– Tens a certeza que conversando com ele novamente vocês não acertam esse nó mal feito? - ela perguntou vendo a moça balançar a cabeça de forma negativa. - Talvez, eu possa ajudar, que me dizes de eu levar a Candice comigo para Boone Creek enquanto tu e o teu marido ficam aqui para acertar vossas pontas? - Cynthia levantou ligeiramente a cabeça.


– Oh, Alice e tens a certeza que queres levar a Candice para tua casa e atrapalhar a tua vida?


Tudo o que Cynthia não queria era ver a vida da irmã atrapalhada por conta de uma criança que enfim, toda a gente sabia o que era e o que necessitava. Ok, as crianças não são E.T's, são apenas seres necessitados de afecto e isso digamos que a morena tinha em sobra.


– Não sejas tonta, ela vai comigo e não irá atrapalhar em nada. - tranquilizou. - Quando eu for embora no domingo, eu levo ela e quando as minhas férias terminarem eu a venho trazer com todo o prazer.


– Ok, tu ganhas-te! - falou derrotada a irmã que já não sabia que mais dizer para convercer do contrário. - Candice vai adorar conhecer a cidade da tia. - comentou a jovem tentando desviar atenção central.


– Vai, sim! E quanto a ti, irás aproveitar esse tempo para colocar pontos nos i's. - ela balançou a cabeça concordando. - E se a relação tiver mesmo que terminar, que termine com esclarecimentos. - ela concordou dando um abraço apertado na irmã.


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