Dramione - Start a Fire escrita por Anne Bridgerton


Capítulo 25
Forever


Notas iniciais do capítulo

Olá meus dramioners!!! Como estão? Como estão esses corações? Batendo? Tomara, porque o meu não está!
Gente, deixo aqui, com muito carinho, felicidade e uma leve tristeza o último capítulo de Dramione - Start a Fire.
Espero que aproveitem!!! Boa leitura!!!



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17 ANOS DEPOIS

Hermione respirou fundo. Sorriu enquanto sentia o leve cheiro de outono misturado ao da fumaça. Certo, não era a mistura mais atraente do mundo, mas causava a ela tanta nostalgia... Principalmente naquele momento, enquanto observava a locomotiva surgir no final dos trilhos por dentre a rala névoa que causava, o apito anunciando sua chegada e provocando a revoada dos pássaros.

Sempre tinha admirado a beleza do Expresso de Hogwarts. Parecia tão imponente quanto aconchegante, e tinha ótimas lembranças de quando viajava naquele trem – claro, houve o incidente com os dementadores, mas quem disse alguma coisa?

Havia anos que não pisava na estação de King’s Cross, e sentia saudades, de verdade. A última vez que estivera lá era apenas uma estudante, uma adolescente, e agora estava de volta, como uma mulher, juntamente á família que construíra, pronta para entregar o filho mais velho á escola que estudara por tanto tempo.

Bem... Talvez nem tão pronta.

– Queria poder ir junto com você, Christopher. Vou sentir tantas saudades! – choramingou, abraçando o filho pela trocentésima vez. O garoto correspondeu, cada vez mais sem-graça.

– Para com isso, mãe! Já falei: vou escrever toda semana, não se preocupe. Você vai até enjoar de mim. – tentou persuadi-la, quase sendo sufocado pelo abraço.

A filha mais nova, Elizabeth, estalou a língua.

– Todos nós já enjoamos de você, Christopher. Não precisa fazer mais esforço.

– Ah, fica quieta! – o garoto tentou revidar, mas foi impedido pela jaula de Hermione. Suspirou – Sério mãe, pode me soltar agora.

Draco, que até aquele momento estava apenas parado observando a cena, começou a rir.

– Herms, está fazendo o garoto passar vergonha! – tocou o braço dela, que relutantemente soltou o menino de cabelos tão loiros quanto o pai. Hermione bufou.

– Não sei por quê. Quero só ver quando estiver lá sem mim, se vai ser “estou passando vergonha!”. – ironizou, indignadamente achando graça.

– Ah Merlin, não quero nem ver hoje á noite. – Draco resmungou, colocando a mão na testa. Se virou para a filha. – Você se prepare Lizzie: sua mãe vai virar o novo zumbi da meia-noite.

A menina começou a rir, e Hermione ficava cada vez mais vermelha.

– Parem de me julgar! Ainda mais o senhor – apontou para o marido, que falhava vergonhosamente em parar de rir. – que chorou igual a um bebê quando descobri que estava grávida. Nas duas.vezes. – enfatizou, estreitando os olhos.

– Detalhes, detalhes. – dispensou com a mão. Hermione revirou os olhos.

O apito do trem soou novamente, despertando-os. Dessa vez, todos olharam para Christopher, que parecia ficar cada vez mais excitado.

– Certo, ótimo, amo vocês, menos você – apontou para Elizabeth, que lhe deu a língua. – Passa o carrinho pai. – estendeu as mãos para Draco, apoiado no carrinho com o malão e a coruja negra de Christopher. Com um sorriso, e parecendo um pouco relutante naquele momento, entregou para o filho.

Deu um último abraço na mãe, um aperto de mão ou algo parecido na irmã e logo começou a andar em direção á locomotiva. Mas após alguns passos, diminuiu o movimento, se voltando novamente para a família. Eles o encaravam, e ele os encarava, uma dúvida no olhar.

– Pai?

– Sim? – Draco andou até ele.

– Você... Vai ficar chateado comigo se eu não for pra Sonserina? Ou a minha mãe – olhou rapidamente para Hermione – vai ficar triste se eu não for pra Grifinória? Se eu for pra outra casa?

Draco sorriu de lado. Segurando os ombros do filho, abaixou ligeiramente a cabeça, logo voltando a olhar em seus olhos.

– Christopher, você é um bruxo brilhante. Sempre foi, suas babás que o digam. – revirou os olhos, sorridente – Você já sabe tudo sobre as casas de Hogwarts e como se é selecionado. A casa para que você for refletirá sua personalidade. Será a sua casa e a sua segunda família e pode acreditar, ela será tão digna e excepcional quanto você. Não precisa se preocupar.

– Mas... – começou, mas Draco balançou a cabeça calmamente, cortando-o.

– Sua mãe e eu ficaremos felizes independentemente da casa que for, mesmo que não seja uma das nossas. O importante é que aproveite seus anos lá, se divirta e desenvolva todo seu potencial. Você me entendeu?

Christopher concordou com a cabeça, voltando ao ar agitado. Deu um último abraço no pai.

– Ah, e uma última coisa. – lembrou, fazendo o filho levantar a cabeça para observá-lo. – Tenha paciência com seu professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Gilderoy pode ser meio pancado ás vezes, mas sabe o que faz. – sorriu, nostálgico.

Christopher assentiu mais uma vez e, sem nem olhar duas vezes para trás, saiu correndo com seu carrinho.

Draco colocou as mãos nos bolsos da calça, passando a observar o filho. Ao fazer isso, notou um grupo mais adiante, próximo á entrada dos vagões. Ficou ali, observando, enquanto se lembrava da época em que sentia ódio toda vez que via aquele par de óculos fundo de garrafa.

Ainda bem que acabara com isso, ou os almoços de Natal seriam um pouco barulhentos.

– Draco?

Olhou para trás e encontrou Hermione a suas costas, Lizzie ao seu lado.

Deu de ombros.

– Só observando. Acabo de encontrar o Santo Potter. – ironizou, tentando se manter sério.

– Ah, o tio Harry está aqui?! – Elizabeth guinchou, subitamente interessada e saiu em disparada para o lugar que Draco tinha apontado.

Ele abriu a boca, mas logo a fechou.

Hermione soltou uma risada.

– Quer ir cumprimenta-lo?

– Hum, talvez depois.

Hermione assentiu, passando os braços por ele, abraçando-o.

Tudo estava bem. Logo seu filho estaria em Hogwarts, e apesar de naquele momento querer se infiltrar na mala de Christopher e acompanha-lo, sabia que ele tinha que ir, para o início de sua vida. E estava genuinamente feliz por isso.

Mas... Alguma coisa estava diferente. Não sabia o que. Era quase como uma presença, algo que não podia explicar. Vinha sentido aquilo desde o início do dia e, inicialmente, achara que era algo passageiro, aquela sensação que ás vezes sentimos ao acordar e ninguém nunca sabe o que é.

Essa teoria foi por água abaixo quando pisou em King’s Cross.

A sensação se intensificou. Muito. Era algo forte. Mas bom. Quase como se... Estivesse sendo observada. Observada por algo ou alguém que estivesse ali para protegê-la ou, ao menos, lhe passar uma energia boa. Se a intenção era essa, bom, estava funcionando.

Com um sorriso no rosto, se aconchegou ainda mais ao marido, os olhos nunca deixando de percorrer cada janela da locomotiva a procura de Christopher, mas atenta a qualquer coisa fora do normal.

O que não sabia era que realmente estava sendo observada. Por alguém que não podia ver. Ou ouvir. Ou tocar. Alguém que a espreitava por entre as pilastras, um sorriso em seu rosto esfumaçado e translúcido. Sorria por constatar que finalmente poderia descansar. Sorria por constatar que poderia partir em paz.

Conforme ia desaparecendo lentamente, Hannah percorria os olhos pela cena do casal. Se sentia feliz por eles. Claro, se coubesse a ela, preferiria estar viva, mas tendo em vista as circunstâncias, não podia se sentir melhor.

Sempre gostara de Hermione. Até mesmo quando fizera todas aquelas atrocidades a ela. Ainda amava Draco, mas não com a intensidade de antes. Talvez porque finalmente percebera o óbvio: eles foram feitos para ficarem juntos.

Hermione e Draco eram a perfeita síntese e complemento. Se desafiavam em formas inimagináveis; se amavam de forma inegável. E saber disso, perceber que Hermione cumpriria sua promessa de fazê-lo feliz, e que Draco também cumpriria a promessa que nunca havia feito a ela de proteger Hermione, deu-lhe a certeza de que poderia partir sem medo. Não tinha mais nada a fazer nesse mundo. Ambos estavam seguros, nos braços um do outro.

Já quase completamente sem forma, abriu o que um dia foram seus braços, tranquilamente. Tudo o que podia fazer agora era esperar. Ela não sabia o que aconteceria quando adentrasse a luz. Ninguém sabe. Só esperava que fosse perdoada. Mesmo que talvez não merecesse. Ou talvez sim.

Era a hora de descobrir.

Em meio aos raios solares daquela manhã de outono, uma névoa ligeiramente mais brilhante que o normal se integrou á fumaça que rondava o ambiente, se apagando cada vez mais até sumir completamente.

Nesse momento, Hermione olhou para trás. Merlin, tinha certeza absoluta de que alguém a observava. Ou pelo menos a estivera observando. Apenas não...

Voltou a olhar para frente, de supetão. Mas...

– Está tudo bem Herms? – Draco perguntou, aumentando ligeiramente o aperto em sua cintura.

A sensação havia sumido.

Balançando a cabeça ligeiramente, concordou, com um sorriso.

– Estou... Ótima.

Não se sentia mais observada. Pelo contrário, se sentia ainda mais leve. Despreocupada. Como se algo finalmente se encaixasse. Como uma sensação de liberdade.

Era maravilhoso.

– Por que... Não vamos cumprimentar Harry agora? Estou com vontade de vê-lo.

Draco, um pouco perdido, concordou. Segurando a mão de Hermione, guiou-a até o pequeno grupo em que Harry se encontrava, além de Gina e sua filha mais nova, Lily. Ele parecia um pouco desconfiado pelo pequeno momento de Hermione.

Isso a fez sorrir ainda mais.

Nunca cansaria de se sentir protegida por ele.

Nunca cansaria de se sentir amada por ele.

Harry sorriu ao vê-los, colocando as mãos no bolso. Assentiu com a cabeça.

– Família Malfoy.

– Potter. – imitou o movimento.

– Ah, homens! – Hermione revirou os olhos, se voltando para Gina, que ria. – Por que nos casamos com eles?

Riu internamente com a própria pergunta. Aquilo era apenas força do hábito, provocar. Porque sabia exatamente qual era a resposta para aquela pergunta. Sabia assim como sabia o porquê de precisar respirar.

– Isso, minha querida, porque você simplesmente me ama. – Draco a abraçou por trás, apoiando o queixo em seu ombro. Passou a se dirigir a Gina. – Não aguenta dois dias longe de mim.

A castanha estalou a língua, sorrindo.

Mas ela poderia ironizar o quanto quisesse.

Sabia que era verdade.

Sabia que esse era motivo pelo qual era feliz. Sabia que esse era o motivo pelo qual sempre encontrava forças para lutar, um dia após o outro. Sabia que esse era o motivo pelo qual vivia.

– Ignora Gina. Tirou o dia pra encher o saco. – deu um leve tapa na perna do marido, arrancando risos dos dois.

Ela achava quase impossível lembrar de uma época em que sentia ódio ao pensar em Draco. Claro, ás vezes ele ainda conseguia irritá-la tanto a ponto de querer jogá-lo de um penhasco. Mas a raiva nunca durava. Não tinha como. Era quase contra sua natureza.

– Sabe de Blásio? – a ruiva perguntou.

Era um amor que chegava a doer, mas não conseguiria viver sem isso. Nunca se arrependeria do dia que aceitou Draco em sua vida. Pelo contrário, seria sempre grata. Pois foi assim que foi resgatada. E nem ao menos sabia que estava perdida. Mas estava. Pois sentiu exatamente o momento em que renasceu. O momento em que sentiu o ar inflar seus pulmões, o sangue correr por suas veias e seu coração pulsar. E isso ocorria quando estava com ele. Sempre com ele.

– Merlin, você perguntando sobre Blás? Preparem-se, isso é um sinal do fim dos tempos. – Hermione levantou os braços, como se estivesse desesperada. Gina bufou, revirando os olhos, fazendo-a rir. – Fomos visitar Blásio semana passada. Ainda vamos demorar pra vê-lo por aqui: Jonathan fez 8 anos esse mês. – sorriu de lado, feliz pela preocupação da amiga – Mas onde estão Alvo e James?

– Já no vagão. Mal se despediram de tanto desespero. – cruzou os braços, parecendo já estar com saudades dos filhos – Também vi Christopher entrar como uma bala no trem. Só deu tempo de ver um borrão loiro.

– Que surpresa! – revirou os olhos, rindo. – E Lily?

– Ano que vem. Veio o caminho todo indignada por não poder ir esse ano junto com os irmãos. – riu, olhando para a caçula, que conversava com Elizabeth.

– Há, então temos duas! Lizzie quase enforcou Christopher pensando que poderia ir no lugar dele se ele estivesse... Que palavra ela usou?

– Incapacitado. – Draco completou, fazendo Gina rir.

– Merlin, quando essas duas se juntarem com a filha de Rony ano que vem... Charlotte também é tão calma quanto um dragão.

– Minerva terá alguns problemas. Acho que será até pior que Fred e George. – a castanha brincou.

– Você acha? Eu tenho certeza. – Harry comentou, entrando na conversa.

Ela era feliz. Tinha tudo o que poderia desejar; filhos lindos que amava com todas as forças, e que sabia que a amavam também; tinha o amor de sua vida; tinha seus companheiros, amigos de sangue; tinha sua verdadeira família.

Sim, aquele era seu pequeno paraíso.

E não precisava de mais nada. Aquilo era suficiente para que se sentisse realizada. Para que tivesse certeza que o mundo continuaria girando. Para ter certeza que o Sol nasceria no dia seguinte. Para ter certeza de que tudo ficaria bem.

Sempre.

The End


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Notas finais do capítulo

E é isso, meus queridos!! Com esse capítulo, terminamos a fanfic.
Obrigada a todos que acompanharam, todos que favoritaram, comentaram, leram, passaram o olho, acompanham desde o início, pegaram pela metade, começarão a ler depois de já ter concluído... Não importa. Só quero agradecer por terem passado esses três meses comigo, e mesmo tendo vacilado algumas vezes demorando pra postar alguns capítulos - e, convenhamos, foram atrasos BEM longos, mas quem falou alguma coisa? -, o apoio e incentivo de vocês foram extremamente importantes. Digo, essa foi a primeira fanfic que escrevi que tive a coragem de botar a cara a tapa e postar, e fico muito feliz por ter feito isso. Valeu muito a pena!
Espero realmente que tenham gostado, porque foi muito gostoso de escrever, ainda mais quando abria a página e encontrava reviews elogiando a história. Isso é muito gratificante.
Vocês são incríveis dramioners!!!
Beijos de quem ama vocês :3

"So wake up, wake up dreaming,
And lie here with me,
So wake up, wake up dreaming,
And lie here with me.

Here we go,
Just lose control and let your body give in,
To the beat,
Of your heart as my hand touches your skin,
Is this love
Or,
Just sexual desire,
We're gonna start a fire!"