Confissão de Milla Herminng escrita por Aylee, Juuu Diwa


Capítulo 1
Capítulo Unico




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Desde pequena sofri muito. Pra começar na minha família. Minha mãe engravidou de um estuprador aos 14 anos e tentou me abortar sem sucesso. Nasci muito fraca por conta dos medicamentos que minha mãe era obrigada pela sua mãe ingerir. Minha vó me despreza por ter sobrevivido e por ser uma avó aos 36 anos, ela me escondeu das outras pessoas, assim como escondeu minha mãe durante 9 meses. Aos 12 anos sai de casa pela primeira vez, sabia apenas escrever e ler, além de umas contas básicas de matemática que minha mãe me ensinou.

Minha mãe já tinha terminado o ensino médio e ido para uma faculdade bem longe de mim, regra da minha vó. Entrei numa escola como filha de uma amiga da minha vó que morreu. É claro que foi um desastre, nunca tinha interagido com outras crianças e não sabia boa parte do conteúdo estudado. Nessa idade as crianças eram ainda mais cruéis, enquanto algumas se tornavam adolescentes outras continuavam a serem inocentes crianças. Sofri bullying por ter uma boca meio torta, efeito causado pelos medicamentos abortivos, e ser muito magrinha.

Demorei um ano até começar a entender as coisas da escola. Com 13 anos minha rotina era bastante cansativa, de manhã ia para a escola, fazia almoço, de tarde cuidava de crianças na casa de uma moça e de noite limpava a casa. Minhas notas eram razoáveis, mas o bullying só crescia. Com 14 anos, quando finalmente entrei na adolescência virei uma garota no fundo do poço. Essa foi minha pior época. Eu acabava de limpar a casa, e quando todos dormiam, me trancava no meu quarto e cortava meus pulsos enquanto chorava. Todas as meninas começaram a namorar e eu não era, nem um pouco atraente, então descobri um meio de sentir prazer sozinha: Masturbação. Comecei a me viciar nesse ato, então fazia isso na escola, no trabalho e em casa. Minha reputação já era terrível, mas então, um dia, fui no banheiro da escola durante o recreio (como sempre fiz) e me masturbei ali, durante 20 minutos, no final acabava lambendo meus dedos era aquilo que me dava prazer. Mas infelizmente não contava com o que tinha acontecido. Umas garotas me filmaram e enviaram para toda a escola. Foi o meu fim. Sofri muito. Durante dois anos sentiram nojo de mim, riam na minha cara, inventavam apelidos e até colocaram vibradores e camisinhas na minha bolça.

Nessa época comecei a fumar e beber. Por isso fui demitida. Mas o pior veio depois. Minha avó namorava com um dono de uma boate de prostituição. Então comecei a trabalhar com isso.

Hoje aos dezenove anos, larguei meu emprego, sai da casa da minha avó, e comecei uma vida longe da minha família, engravidei ano passado na boate, mas me orgulho muito do meu filho Honor (Honra em inglês), nunca mais vi minha mãe, mas soube que tenho mais quatro irmãos e um a caminho, descobri quem é meu pai, um homem de oitenta anos preso e com uma lista enorme de filhos concebidos após seus estupros, chuto no mínimo 16 filhos incluindo eu. Trabalho em um mercadinho e agora estudo numa faculdade, atualmente estou namorando um garoto muito inteligente que pretende assumir meu filho, estou largando os cigarros e nunca mais me cortei.

Estou concertando um erro que não foi feito por mim. Evito meu passado para evitar constrangimento. Mas eu realmente precisava me abrir para alguém que me entenda.


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