Sobre Negação e Aceitação escrita por ttainas
— Você deveria sair com ele de uma vez, Lily.
A ruiva revirou os olhos e corou, mas não diminuiu o passo.
— Não começa, Remus.
Ele correu um pouco para acompanhá-la, espiando um armário de vassouras – felizmente vazio – no caminho. Monitorias eram tão cansativas.
— Eu vi você hoje na aula. Não tirou os olhos de James um segundo, até Mcgonagall chamou sua atenção.
Ela bufou.
— Só porque eu estava distraída não quer dizer que tenha a ver com o seu amigo.
— Lily, negação não lhe traz bem algum. – Ele debochou.
Ela parou de repente e virou-se para ele:
— Ah, Remus, você quer falar de negação?
E ele não gostou nada do sorriso em seu rosto quando ela deu um passo para traz, bateu palmas e cantou:
— Remus e Sirius sentados numa árvore-
Ele arfou e olhou para os lados desesperadamente.
— Mas que merda, Lily...?!
Ela, no entanto, já corria castelo afora e gritava:
— Se B-E-I-
— Lily, cala a boca-
— J-A-N-D-O
— Alguém vai ouvir essas merdas que você tem na cabeça!
— Primeiro vem o amor-
— Lily! – Ele suplicou mais uma vez.
— Depois o casamento-
E tudo o que pôde fazer foi correr atrás dela, lutando contra a vontade de lançar uma azaração na ruiva.
~’’~’’~’’~
A sala comunal grifinória estava estranhamente quieta. Os três marotos monopolizavam as poltronas em frente à lareira, como sempre – James brincando com um pomo de ouro, Sirius simplesmente jogado em um dos sofás e encarando o teto e Peter tentando terminar a redação de poções.
Silencioso. Entediante.
Até que:
— Lily, por favor.
Os três sentaram-se num instante ao ouvir a voz do quarto maroto, seguida de risadinhas.
— Com quem (dente de basilisco) será, (clap) - uma Lily risonha e ofegante passou correndo pelo retrato da mulher gorda – com quem será que o Remus vai casar?
(clap)
E este vinha logo atrás com uma expressão horrorizada.
— Vai depender...
(clap)
— Vai depender...
(clap)
— Vai depender se o-AH!
E agora eles eram um emaranhado de braços e pernas no chão. Remus girou para o lado e lançou o olhar mais severo possível para a amiga antes de se levantar – ela só fez rir e passar a mão no cotovelo dolorido.
James aproximou-se cautelosamente e estendeu a mão para Lily.
— O que foi isso?
Ela levantou-se com a ajuda do moreno e olhou de canto para o lobisomem.
— Ah, nada. E Remus, se atirar nas pessoas para não ouvir a verdade é negação, e negação não traz bem algum.
A ruiva zombou e cruzou os braços. Ele rosnou qualquer coisa enquanto sentava no assento mais distante possível de Sirius. Este arqueou uma sobrancelha e inclinou-se no sofá:
— Awn, isso quer dizer que o nosso Remie está apaixonado?
Lily riu mais uma vez naquela noite e pensou que, talvez, tudo o que Remus precisasse fosse um bom exemplo de aceitação. Respirou fundo, lutou contra o rubor e vestiu um sorriso:
— E aí Potter, Hogsmead semana que vem, eu e você?
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