Aventura Romântica escrita por Além do Meu Olhar


Capítulo 8
Amizade Colorida


Notas iniciais do capítulo

"Todas as manhãs ela deixa os sonhos na cama, acorda e põe sua roupa de viver." (Clarice Lispector)

*Será que essa amizade colorida vai dar certo?

Boa Leitura!



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 Um mês depois

Fábio

Acordar na cama da Lis era uma das melhores coisas da semana, raramente ela acordava antes então eu podia observar ela dormindo angelicalmente, mesmo que na noite anterior não tivéssemos feito nada de angelical. Ela dormia agarrada ao travesseiro, normalmente de bruços, uma mão bem perto do rosto, eu tinha aprendido duas coisas sobre ela, que tinha o sono pesado e que não gostava de dormir abraçada, era estranho as mulheres gostavam de dormir de "conchinha" como diziam, ela não, mesmo quando já estava dormindo dava um jeito de se afastar dos meus braços, não perguntei porque, afinal não estávamos num relacionamento sério, mesmo assim eu tinha vontade de ficar com ela nos meus braços, parecia que era a melhor coisa do mundo, sentir o corpo dela moldado no meu.

Acabei criando o hábito de levar sempre uma agenda e quando acordava muito cedo começava a escrever, minhas ideias fluíam como mágica. Ela era uma ligação perfeita com meu mundo da imaginação, eu não entendia como isso era possível.

—Oi... Está escrevendo? – ela havia acordado e me pegado no flagra.

—Sim...

—Essas horas?

—Não tem hora para escrever... E depois você me inspira! - falei largando a agenda e a puxei para mim, comecei a beijar seu ombro, pescoço e boca numa trilha gostosa.

—Eu te inspiro é?

—Sempre desde o primeiro dia.

—Nossa você também me inspira, tenho feito ótimos doces. - ela riu. – Mas, não fazer declarações devia ser uma regra da nossa amizade.

—Não estamos fazendo declarações... Sim afirmando fatos.

Na mesma hora já me virei sobre ela, era difícil não sentir vontade de ficar ali para sempre. O corpo dela se alinhava perfeito ao meu enquanto ela retribuía meus beijos, as mãos pequenas percorrendo minhas costas. Era uma sensação de realização quando eu a sentia tão entregue assim, tão fácil de conduzir o seu prazer e o meu era fruto das reações dela. Cada suspiro ou cada vez que dizia meu nome com a voz meio rouca meu corpo inteiro reagia era como soprar brasas ardentes que logo se acendem em chamas.

E assim teríamos uma manhã intensa de troca de carícias. 

 

***

Lis

—Ai meu Deus estou atrasada. - acordei sobressaltada, era domingo e hoje eu tinha que vistar minha mãe, normalmente o dia de visita dela era na sexta porque ficava muito agitada no meio de outras pessoas e o domingo era naturalmente um dia movimentado na clínica como todos os familiares andando para lá e para cá.

—Atrasada? Mas hoje é domingo, você não trabalha certo? Achei que ficaríamos o dia todo na cama. - ela falou dengoso.

—É, mas hoje tenho uma coisa importante para fazer. - falei enquanto procurava uma roupa.

—Sério? A fica aqui comigo vamos repetir a dose da manhã. 

—Fala sério, você não cansa não?  - acabei rindo.- Não quer passar o dia todo na cama quer?

—Quero!

—Seu safado! -joguei a camisa dele que estava jogada no chão. – Vou tomar banho se quiser fica ai.

—Isso foi um convite?

—Não, não foi! -corri e fechei a porta do banheiro.

Enquanto me ensaboava pensava nisso tudo que estava acontecendo na minha vida. Essa amizade com o Fábio, começou meio incerta, ainda lembro a cara de cada uma das minhas amigas, a menos apavorada era Sol, que acreditava firmemente que ele estava apaixonado por mim, coisa que eu não acreditava, pois após um mês ainda mantínhamos aquelas regras todas de não se envolver afetivamente, não saímos juntos, nem passeávamos de mãos dadas e muito menos tomávamos café juntos mas conversávamos as vezes sobre amenidades, e uma ou outra vez que passamos o domingo toda na cama pedíamos pizza. As vezes dividíamos uma garrafa de vinho mas era isso. No começo colocamos dois dias fixos domingos e terças-feiras que eram meus dois únicos dias de folga a noite. Mas depois de duas semanas ele me ligou na quinta-feira. Lembro exatamente daquele dia.

 

—Lis?

—Oi Fábio. - tinha estranhado porque era a primeira vez que nos falávamos por telefone sem contar as mensagens marcando horários que nos mandávamos.

—Você está onde?

—Estou saindo do restaurante, algum problema?

—Eu pensei que podia te encontrar hoje... Se você não estiver muito cansada.

—Hoje, mas é quinta?

—Eu sei... Mas só pensei se você quisesse... sei lá eu quero.

—A gente pode se encontra lá em casa então...

—Então... eu estou aqui no estacionamento te esperando.

—Não acredito. - e quando sai no pátio ainda com o telefone na mão, ele estava lá parado como na primeira vez que apareceu no meu trabalho.

—Oi... - ele disse no telefone mas me olhando.

—Oi!

Desde aquele dia a quinta virou dia fixo, era mais complicado porque na sexta eu precisava levantar cedo para ir na clínica, mesmo assim funcionou bem, ele não me questionava e eu preferia.

Terminei meu banho rápido e quando cheguei no quarto ele já tinha ido, era uma coisa que eu tinha me acostumado, ele não era muito de despedidas, as vezes ia embora antes mesmo de eu acordar, mas como sempre deixou um bilhetinho no travesseiro.

“Tenha um bom dia amiga!”

Respirei fundo, era muito bom ter esse mundo paralelo que estávamos compartilhando, a minha realidade estava tão dura que esses momentos aliviavam a tensão e me deixavam de certa forma leve para enfrentar os problemas. Menos as visitas na clínica, não havia leveza, nem tempo para fingir que não estava acontecendo, era o que era e eu só podia aceitar e fazer a minha parte. 


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Notas finais do capítulo

Até mais ;)



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