Lia, Sol e Nanda

Lia chegou e se jogou no sofá da casa onde Sol e Nanda moravam. Haviam combinado de sair às três juntas

—Notícias da nossa cabecinha de vento?

—Adivinha! -Lia disse meio gritando, pois Nanda estava no quarto.

—Ué hoje é dia fixo? Mas é sábado.

—Pois é... Mas parece que o amigo dele, aquele bonitinho que toca guitarra na banda, foi passar o fim de semana com os pais, ou algo assim. -Falou folheando uma revista que tinha pegado da mesinha de centro.

—Oi???!!! - Nanda apareceu na sala metade do cabelo encaracolado alisado a outra não, e uma chapinha na mão com cara de espantada. – Ela foi para a casa dele? Não acredito!

—Yes! Ele mandou mil mensagens até ela aceitar.

—Essa é nova!

—Esse cara está apaixonado pela Lis, só ele que não percebeu. -Sol apareceu pronta. – Meu Deus Nanda vai terminar de se arrumar o Henrique já mandou uma mensagem que está esperando a gente.

Henrique era um rapaz que Sol tinha conhecido na internet, tinham saído para se conhecerem e desde então estavam “ficando”.

—Ai ui, já estou indo, o Henrique não pode esperar uns minutinhos, não?

—Uns minutos sim, mas já estamos atrasadas quase meia hora!

—Eita, estou indo, estou indo!

Lia riu das amigas, viviam brigando mas não se desgrudavam, sempre foram muito ligadas, ela era ligada a Lis, haviam se conhecido num curso de confeitaria a uns anos. E as quatro eram muito amigas daquelas que dão certo apesar de serem tão diferentes.

—Então Lia, ela foi mesmo dormir lá?

—Foi Sol, mas sei não, desde aquele dia da cena de ciúmes ela anda mais ligada a ele sabe, sempre disponível, isso me preocupa.

—Ai está a diferença entre a Lis e eu... Tem que pegar e não se apegar! - Nanda apareceu de novo na porta do quarto.

—É mas essa é você, essas somos nós. Agora a Lis é diferente... Ainda mais nessa fase com a tia Regina.

—É não tem sido nada fácil para ela. E aquele Lucas, ai que ódio daquele idiota.

—O problema é... Nanda vai se arrumar por Deus!!!! – Sol joga uma almofada na amiga que some no quarto. -O problema é ela se apegar demais e esse Fábio não querer nada mais que sexo.

—Esse é o combinado né?

—Mas vamos analisar a situação... O cara a escolheu aquele dia no bar, depois foi atrás dela na outra noite, apareceu no restaurante do nada, fez essa proposta estranha...

—Cuidou dela quando ela ficou doente. -Nanda gritou do quarto.

—Nem me fale, aquele dia quando fui lá levar o xarope que tinha faltado e dei de cara com ele dormindo do lado dela, quase tive um treco, foi uma das cenas mais fofas que já vi na vida... Segurando a mão dela.

—É e para você se comover assim Lia, logo a menos fã desse cara, tem alguma coisa né.

—É não podemos esquecer que ele colocou os tais dias fixos e logo já quis mais um e mais outro... Logo vai querer a semana toda.

—E a cena de ciúmes, ai o Léo contando que deu um soco nele... -Nanda falou meio sonhadora aparecendo finalmente pronta.

—Meu radar de paixões está ligado dona Nanda! -Sol brincou.

—O que? Nada a ver eu só acho o Léo bonito e querido só isso.

—Sei bem... Mas o fato é que esse Fábio está tornando mais fácil toda a vida da Lis.

— Mas por mais fofo que ele seja quando não está fugindo de mesas de café da manhã... Ainda tem isso de não se envolver, não propor um relacionamento sério já que quer ser exclusivo na vida dela.

—Medo da nossa flor delicada ficar despedaçada. -Nanda diz assumindo um ar preocupada.

—Ah, mas a Lis não é tão delicada assim... Depois que o Lucas vazou ela vem mostrando-se mais madura, decidida, quando imaginaram que ela aceitaria isso de amizade-colorida com um cara que mal conhece? -Lia ponderou.

—Verdade... Só sei que se esse cara magoar ela, vou matar ele. -Sol fala brava.

—Se a gente desse um empurrãozinho nesse cara...

—Como assim Nanda?

—Ele gosta dela, isso é fato... Só precisa assumir ou reconhecer...

—E onde você quer chegar.

—Simples minhas caras, eles não tem momentos de estreitar os laços, por causa dessas regras de nada muito pessoal, e bem sabemos que não é só sexo aventura, mesmo assim o sexo é a base de tudo...

—Não sei, acho que não é só o sexo... É a confiança que eles desenvolveram.

—Então... Já tem sexo, já tem confiança, já tem ciúmes e já tem cuidado o que falta?

As três se encarraram tendo a ideia ao mesmo tempo.

—Um empurrão?

—Sim... E acho que temos que pensar em algo para acelerar toda essa história.

—Bom... Mas vamos fazer isso depois sim?! Henrique está achando que desistimos.

—Vamos Lia, segurar vela para esses dois.

—Depois fica falando da Lis, já está toda apaixonada pelo Rick. -Lia falou debochando de Sol que se olhava uma última vez no espelho dando uma conferida no visual.

Igor

—Você está falando sério???????

—Sim Igor, eu trouxe ela dormir aqui. Desculpa não ter avisado.

—Essa é boa... Quando tem que me avisar que vai sair com a Lis? Nunca se importou com isso, eu fico forever alone desde que essa amizade-colorida começou.

—Bocó!

—E quando vou conhecer a Lia?

—Sei lá, falei que você tinha gostado dela, mas a Lis não pareceu animada.

—Poxa não faz ela cair no meu conceito... Você falou que sou um cara para casar?

—Casar?

—É elas são melhores amigas, e isso é tipo uma cuida da outra... Se ela achar que por eu morar com você sou um cretino igual nunca vai querer que eu conheça a amiga dela.

—Cala boca Igor! Não sei como eu te aguento;

—Ué vai morar com ela então! Vai me contar como foi ou não?

—Como foi o que? Quer que eu te fale é... Faz tanto tempo que não lembra!

—Idiota! To falando disso de karaokê.

—Ah foi ótimo, deu uma apimentada, não que agente precise de artifícios para pegar fogo se é que você me entende.

Fábio falava provocando o amigo.

—Depois diz que não é um cretino. E ela foi embora correndo?

—Não correndo... Até a levei em casa, parece que ia ajudar a tia dela, dai alguém ia buscar ela, o primo acho.

—E hoje não vão se ver?

—Claro que vamos, aliais estou atrasado para buscar ela. Deve estar quase saindo do restaurante, hoje é domingo meu caro!

—Nossa por que você não ajuda a pagar o aluguel dela, está passando mais noites lá do que aqui.

—Ah Igor fica assim não meu benhê, amanhã eu fico com você! –disse já na porta.

—Vai zoando vai!

Igor riu sozinho do amigo e se pôs a ajeitar suas coisas para escrever as suas colunas de culinária quando o telefone tocando chamou sua atenção, um número estranho na tela.

—Alô?!

—A... Oi... Igor?

—Sim, quem está falando?

—Oi Igor, eu acho que você não me conhece, mas já nos vimos, eu sou a Lia, amiga da Lis.

Igor parou estático na sala.

—Lia?

—Ai você não deve nem saber quem sou né... Mas...

—Não, não eu sei sim! -falou empolgado.

—Ah... Bom é que nossos amigos estão saindo, nessa relação meio complicada.

—Nem me fale. - riu meio sem graça. – Não entendo como ele consegue isso de não se envolver eu não conseguiria.

Igor tratou logo de falar para mostrar que não era como Fábio.

—Pois é... É uma relação corajosa na verdade. Assim eu e minhas amigas estávamos pensando... – Igor escuta uma conversa próximo dela. “-Ai Nanda calma já vou falar...” - Bom Igor a gente pensou se você tem um tempinho... Para tomar um suco com a gente, precisamos conversar com você.

—Está tudo bem?

—Não... Quer dizer sim... Está tudo bem, é que estamos tendo uma ideia, e queríamos a sua ajuda.

—Claro, entendi. Onde?

—Bom estamos no mesmo bar que vocês tocam, eu sai agora do restaurante, sai mais cedo e me encontrei com as meninas aqui, se você puder vim.

—Meia hora estou ai, pode ser?

—Sim claro.

Igor desligou e sentiu-se sonso o que foi isso, a amiga da Lis ligando para ele... Será que era algo sobre eles ou será que a Lis falou que ele queria conhecer ela... Igor correu se arrumar logo esclareceria essa dúvida.