Aventura Romântica escrita por Além do Meu Olhar


Capítulo 13
Madrugada Fria


Notas iniciais do capítulo

-Fábio sempre se perguntou por qual motivo Lis não gostava de dormir abraçada a ele... E sua resposta vem quando na madrugada fria um estrondo enorme faz com que lembranças a muito guardadas se revelem.

Boa leitura!!!

—Coloquei uma música referente ao capítulo, quem quiser escutar já sabe ;)



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Fábio

Acordei no susto despencando da minha cama de solteiro e indo parar no chão gelado num baque estrondoso na madrugada fria totalmente sem roupa, de modo que meu corpo inteiro bateu no piso.

–Aiiiiiii! -reclamei sentindo meu a dor se espalhar.

–Fábio?! O que aconteceu.- Lis me encarava interrogativa do alto da minha cama.

–O que aconteceu? Lis pelo amor! Você me derrubou. Ai, ai, aiiiiii! -me contorci no chão.

–Eu te derrubei? Ai desculpa deve ser a cama pequena. E você assim ainda, vem para cama antes que fique congelado.

–Não Lis, você me empurrou para que eu me afastasse de você. Ai ai ai meu Deus um olho roxo e um corpo quebrado eu mereço mesmo.

Ela havia sentado na cama com uma carinha de pena de mim.

–Me desculpa, eu te empurrei? Não pode ser.

Sentei na cama puxando uma parte do lençol para me cobrir, ela já estava envolvida na colcha da cama.

–Lis você sempre me empurra... Na verdade a culpa é minha quando vejo estou te abraçando e sei que você não gosta disso.

–Não gosto? Claro que gosto.

–Não, não gosta!

–Acho que você bateu a cabeça.

– É bati a cabeça mas não foi essa que está pensando e está doendo! Eu devia usar um protetor para dormir com você numa cama de solteiro.

–Pára Fábio, estou me sentindo mal com isso.

Ela fez um beicinho quase que inconsciente, parecia que ia se acabar em lágrimas em qualquer momento.

–Ei Lis, calma, eu estou bem... um pouco dolorido só isso. - levantei o rosto dela para que olhasse para mim. – Por favor se eu fizer você chorar de novo o Igor vai me matar.

Ela continuou com cara de quem ia chorar, então a puxei para meus braços. Enchendo a de pequenos beijos.

–Ei mocinha sentimental, está tudo bem de verdade.

–Porque você diz que eu não gosto que me abrace. - ela se arrumou sentando no meu colo.

–Na verdade talvez você nem saiba, mas é só quando está dormindo entende? Dorme de conchinha comigo mas quando dou por mim está me empurrando para que eu te largue, ai quando eu me afasto você continua dormindo serenamente.

–Eu faço isso?

–Sim, toda a noite, desde o primeiro dia que dormimos juntos. E nas vezes que eu te abracei um pouco a força, você também me emburrou e algumas vezes até resmungou.

–Não acredito. -ela encheu os olhos de lágrimas.

–Lis, não fica assim. Não tem nada demais. Você deve estar acostumada a dormir sem se sentir presa, só isso. Eu não estou bravo por ter me derrubado da cama, e nem está doendo mais, e se Deus quiser tudo vai continuar funcionando do mesmo jeito. - brinquei tirando uma mecha de cabelo de seus olhos.

–Não é isso... É que... Quando eu era pequena e meu pai morreu, eu passei a dormi toda a noite com minha mãe, e agente sempre dormiu abraçadas... - ela começou a chorar mais sentida e comecei a ficar preocupado.

–Lis... Lis por favor calma. Não chora.

–É que eu lembrei de uma coisa muito estranha.

–O que hein. Me fala.

–Eu comecei a namorar cedo e quando fui fazer faculdade e tudo eu já fui morar sozinha porque era mais prático. -ela assumiu um ar de quem estava lembrando perfeitamente do que falava. Os olhos molhados ainda eram tristes. -Lembro que sofri muito no começo sentia muita falta da minha mãe e todo final de semana eu ia lá e pedia para dormir com ela. -ela começou a chorar de novo.

–Ah Lis, não lembra disso por favor, isso está te fazendo mal.

–Não... Tia Ana, diz que chorar lava a alma... Desculpa mas acho que eu to precisando lavar a minha.

–Tia Ana é muito sabia. -sorri lembrando de quando a conheci.

–É... Sabe o Lucas começou a passar toda a noite comigo mas eu já sabia que ele não era lá muito carinhoso, e dormir de conchinha ou eu dormir no peito dele nunca foi possível.

–Por que?

–Ele dizia que se sentia sufocado, e já ia me empurrando. - ela sorriu e me olhou. – Acho que eu fiquei com trauma...

–Nossa eu não acredito que esse Lucas. - o nome dele ardeu na minha boca, as poucas vezes que escutei falar dele já serviram para mim detestá-lo. – Não gostava de dormir agarrado com você, que panaca!

A apertei mais beijando o pescoço dela.

–É estranho mas eu estou fazendo igual ele, poxa, logo uma coisa que me fez tão mal, eu fui pegar... Eu me sentia tão desamparada quando ele virava para o lado e já dormia e eu ficava lá me sentindo vazia com vontade de ligar para minha mãe e pedir para dormir com ela.

–Sinto muito Lis, eu queria poder apagar isso da sua memória.

–Eu me tornei fria igual ele? Eu não sou carinhosa? – ela fez beicinho de novo.

–Que bobagem Lis, você nunca foi fria e carinho devia ser seu segundo nome.- sorri para tentar animar ela. – Você é muito carinhosa e receptiva, isso é só quando está dormindo.

–Quando estou dormindo sou como ele...

–Na verdade você se acostumou com o afastamento dele, não é que você seja como ele, olha o que você me contou, é uma coisa do teu subconsciente. Você deve ter criado um bloqueio algo assim.

–Mas eu não queria ter me acostumado e nem bloqueado... Porque para falar a verdade muitas e muitas noites ainda tenho vontade de ligar para minha mãe e pedir para dormir com ela como se eu ainda fosse uma menininha. -as lágrimas que haviam cessado, rolaram com a dor que ela transmitia em suas palavras.

Eu não tinha o que dizer, aquela conversa toda tinha sido um desabafo ao qual eu não estava preparado. Quis perguntar o que aconteceu com a mãe dela. Quase não falava sobre ela, será que haviam brigado, esse Lucas deve ter algo haver... Mesmo curioso achei melhor preservar ela e comecei a ninar ela cantando a primeira música que me veio a memória e parecia ser propícia para o momento.

E quando eu estiver triste

Simplesmente me abrace

E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe
Ah ahn

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce...
Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate (não)
Dentro de ti
Dentro de ti

Ela foi serenando se deixando ficar no meu colo, os cabelos espalhados nos meus ombros, e as mãos juntas no meu peito. Um pequeno tremor causado pelo chorar intenso.


Mesmo que o mundo acabe enfim
Dentro de tudo que cabe em ti

Mesmo que o mundo acabe enfim
Dentro de tudo que cabe em ti

Ela deixou-se ficar no meu abraço quietinha até adormecer. Ajeitei ela na cama e deitei do lado dela, não a abracei mas fiquei acarinhando seu cabelo sentindo uma vontade imensa e livrar ela de todas essas dores que parecia sentir, dores emocionais mas o que eu podia fazer se ali naquele momento tive um flash do meu próprio passado quando era outra que eu olhava dormir...


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Notas finais do capítulo

*-* amo a música Sutilmente... Super quero Fábio cantando no meu ouvidinho!

Beijos



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