Adeus, Viajante escrita por MogeBear


Capítulo 5
Capítulo Quatro


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu de novo, postando o segundo capítulo do dia.
Espero que gostem.



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Denver, Colorado, 2015 – Lottie

Voltei meu olhar para Jonny, que parecia ligeiramente feliz com a saída de Ruby. Ele estendeu seu celular para mim, me mostrando uma mensagem:

"Jovem viajante do tempo,

Meu nome é Gabriel Smith, e vim do mesmo século que você. Sei que não consegue voltar para sua época, assim como eu não consigo voltar também.

Estou no passado há vinte anos, e acredito que não possa mais voltar. Não com tudo que construí aqui. Mas acredito que haja uma maneira de lhe ajudar; a única coisa que precisa fazer é me encontrar.

Não posso lhe passar minha localização agora, não posso deixar que ninguém mais saiba de minha existência. Por essa razão, terá de cumprir uma tarefa para mim.

Encontre a garota da foto, e a faça responder a seguinte charada:

Estou no alto do Colorado, entre o branco. Não sou o maior do mundo, mas sou o gigante do país. De longe, já podem me ver. De perto, olhando de baixo, não conseguirão me encontrar. Suba até o céu, me procure debaixo da terra, e chegarão a mim.

A garota da foto anexada é Lottie Jones. Ela é a única pessoa viva que sabe a resposta, e pode lhe ajudar a me encontrar. Só não a traga aqui. "

— Se ao menos eu soubesse um pouquinho de geografia... conseguiria descobrir que lugar é esse! — Ele lamentou. — Meu pai me fez estudar história, ciência, matemática e mais de cinco línguas, mas não a geografia. Maldito seja George Nicholson!

Olhei para ele, confusa. Eu reconhecia a charada, mas não o nome Gabriel Smith.

Não posso ceder a resposta, pensei. É uma charada antiga, e a única coisa que me mantém ligada à família de meu pai. Aliás, as únicas pessoas que sabiam da existência dessa charada, era parte da família Jones.

— Eu não sabia se eu ia ou não atrás de você. — Jonny continuou. — Eu pensei: essa é a segunda pior ideia que você já teve, Jonny. Ela vai te reconhecer e pensar que você está a seguindo. Bem, não que isso seja totalmente mentira.

Então, ele riu da própria piada. Ignorando sua alegria, olhei para ele, indagadora.

— Por que eu? — Perguntei.

— Por que está perguntando para mim? Eu não tenho ideia. — Ele bufou, num tom de escárnio, muito diferente do que usava a pouco, quando Ruby ainda estava aqui. — O que importa é: esse homem, Gabriel Smith, pode saber porque minha máquina estragou, e, mais importante ainda, como consertá-la. Ele é minha única chance de voltar ao século XXXI.

Cruzei os braços, pensativa.

Como posso ajuda-lo sem abrir mão da resposta da charada?, pensei. Aliás, como posso confiar em Jonny? Por que ele mudou o tom quando Ruby foi embora? Ele ainda é suspeito.

— Acho que o jeito é esperar esse tal atentado. — Eu disse, suspirando. — Ainda não sei se posso confiar em você.

— É um direito seu. — Ele deu de ombros. — Só não demore muito para decidir. Cada minuto no passado é um suplício.

Olhei para ele, surpresa.

— Por que quer voltar? O passado é legal. — Eu disse.

— O futuro é muito melhor. — Ele disse. — Tecnologia avançada...

— É, mas e a aniquilação depois da Terceira Guerra Mundial? — Rebati.

— Todos falamos a mesma língua e temos a mesma moeda. Foi um mal necessário.

— Mas nós ainda temos cultura.

— As garotinhas de quinze anos não são tão chatas quanto você. — Ele disse, irritado.

— Como se você não tivesse acabado de sair das fraldas. Há quanto tempo tem dezoito anos? Um mês? — Eu devolvi.

— Atingimos a maioridade com dezesseis anos, se quer saber.

— Na verdade, eu não queria. Mas já que você não consegue ficar com a boca fechada... — Dei de ombros. O maxilar de Jonny se retesou, e eu sorri ao ver sua irritação.

Acho que minha única saída é fingir despreocupação, como já fiz várias vezes..., pensei. Mesmo que ele esteja falando a verdade, não posso ceder a resposta, não posso! É a única herança que minha família possui, e a única coisa que levarei para meu túmulo.

— Vocês do passado são muito irritantes. — Jonny disse.

— De novo: eu não perguntei nada. — Rebati, fazendo-o cerrar os dentes. Até que era divertido irritá-lo.

O tempo passou rápido enquanto eu e Jonny discutíamos. Ele ainda achava o futuro melhor, enquanto eu insistia que o passado (ou presente. Presente para mim, passado para ele. Está ficando meio confuso) era melhor.

— Aposto que sua camada de ozônio é quase inexistente. — Eu disse.

— Na verdade, no ano de 2857, um cientista chamado Samuel Godofrich descobriu como repará-la. Nossa camada de ozônio é melhor que a sua. — Ele riu diante do meu espanto.

— E como ele descobriu isso? Como repará-la? — Eu perguntei.

— Ele descobriu usando muita ciência, estudou por anos.... Eu não sei a resposta para a pergunta, não me interesso por ciência desse tipo. — Ele respondeu, dando de ombros.

— Por quantos anos ele pesquisou? — Perguntei, interessada.

— Acho que a metade da vida dele.

— E quanto tempo ele viveu?

— Não tenho certeza.... Acho que ele morreu com duzentos e trinta e sete anos... — Jonny deu de ombros e meu queixo caiu.

— Isso é mais do que a média! — Exclamei. — Muito mais!

— Na verdade, é menos do que a média. Vivemos, no mínimo, quatrocentos anos. Ele foi assassinado. — Ele disse. — Quanto tempo vocês vivem?

— Ahn... a média é cerca de setenta e nove anos. — Eu disse, finalmente derrotada. Viver por quase meio milênio deve ser muito bom, e isso não pode competir com nada daqui.

— Vocês morrem jovens. — Ele deu de ombros. — Não tenho certeza da razão de vivermos mais, mas isso acontece há muito tempo. Eu e minha família somos muito jovens, comparados à maioria.

Assenti, mostrando que entendia. Naquele momento, Clarie apontou para a TV fixada na parede, arquejando.

Todos olhamos, e vimos a notícia de um atentado à Casa Branca. Jonny suspirou baixo, satisfeito. Olhei para ele, perplexa.

Acho que ele está falando a verdade, pensei. Para ser honesta, acho que já acreditava nele mesmo antes de ver o atentado.

— Bem... — Gaguejei. — Acho que... você está falando a verdade.

— Até que enfim! — Ele exclamou. — Sabe, não gostei da sua amiga Ruby, mas seria impagável ver a cara dela nesse momento!

Jonny realmente é do futuro.

E me vejo obrigada a ajudá-lo.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso. Como já sabem, deixem suas opiniões nos comentários.
Um beijo, um queijo, e até amanhã.



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