Casada com Tony Stark escrita por Bruna


Capítulo 19
Apenas um pouco de espaço


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas, aqui estou eu novamente! Tomara que ainda não tenham enjoado por causa dos capítulos sendo atualizados tão rápido.
Pessoalmente eu não gostei tanto desse capítulo, está meio bad e tal, mas o próximo está bem mais legal, prometo. É que o que temos aqui é importante para o decorrer dos fatos.
Tomara que gostem, desculpe se tiver algum erro e bla bla bla
Até o próximo capítulo!
Beijos s2



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Eddie Dupris: Às vezes a melhor forma de desferir um soco é dando um passo para trás. Mas, se você se afastar demais, saíra da luta.

(Menina de Ouro)

 

Acordei me sentindo cansada, não tinha conseguido ter uma boa noite de sono. Depois de horas me debatendo na cama, ainda tive um sono incómodo. Deixei de lado minha preguiça e levantei, indo ao banheiro fazer a minha higiene pessoal. Depois de trocar de roupa, me arrastei até a cozinha, só para constatar que não havia nada para eu comer.

— Esse dia já começou horrível, que Odin tenha piedade da minha alma... – murmurei pegando minha bolsa e saindo do apartamento para ir comer alguma coisa.

Como já eram onze horas, não me importei de caminhar lentamente até o meu destino, Starbucks. E enquanto ia até lá, era impossível não pensar no que tinha acontecido.

Será que era tão errado assim o que havíamos feito?

Pepper e Tony não andavam bem, eu estava... Apaixonada pelo Tony, e ele sente atração por mim, pode até gostar de mim. Será que um beijo não era a coisa certa a se fazer?

Na verdade, era sim, Tony havia traído Pepper comigo, não importava se havia sido só um beijo ou como o relacionamento deles estava.

Mas eu até me senti orgulhosa de mim por me sentir mal, em uma das épocas conturbadas e antigas da minha vida, eu não sentia remorso em matar qualquer um ou dormir com qualquer um, nem que a pessoa tivesse família.

Agora que era diferente, agora é que eu tinha amigos e tinha uma empatia por eles, uma empatia bem grande por Pepper, por sinal. Eu só podia sentir um peso de culpa. Que se tornava maior ainda por eu não sentir remorso, apenas culpa. Eu queria o beijo, e mesmo que acabasse tudo dando errado, eu ainda sim ia querer o beijo.

Entrei no Starbucks e pedi dois Donuts e um Cappuccino, peguei-os e me sentei em uma mesa perto da janela.

Eu via as pessoas caminhando para lá e para cá, via casais sorrindo e sentados juntos, e ficava apenas pensando porque tinha que ser tão complicado para mim?

Eu acho que eu deveria já ter pagado meus pecados pelo tempo na KGB, bem que as coisas agora poderiam ser mais fáceis.

E foi pensando nisso, dando uma mordida no meu Donuts e depois um gole de Cappuccino que a ficha caiu.

Eu estava complicando.

Eu que estava procurando e achando problemas onde não existiam, eu é que estava com medo de tentar, eu é que precisava tomar uma decisão, fazer alguma coisa. Apenas eu.

Eu já sabia o que precisava fazer: Eu precisava tentar.

Mesmo que fosse errado, ou mesmo que desse errado. Eu precisava ir até a torre, precisava achar Tony e precisava desabafar logo o que eu sentia. E se não desse porcaria nenhuma certo, foda-se, pelo menos eu havia tentado e agora sim podia procurar outra coisa para fazer e pensar na vida.

Terminei meus deliciosos Donuts e meu Cappuccino, levantei e respirei fundo, eu precisava dar um fim a esse tormento.

E então comecei minha jornada até a Torre, e devo dizer que foi bem torturante. Eu me sentia indo para a guerra, sentia que era inevitável o conflito e sentia já a esperança indo embora, mas não havia mais volta, uma vez na guerra, ou se morre, ou se sobrevive.

E eu queria muito sobreviver.

Eu poderia repensar tudo e debater o certo e errado, Pepper e Tony, entretanto, eu não tinha mais motivo. Limpei minha mente e fui me aproximando da grande Torre dos Vingadores.

Permitiram minha passagem e eu entrei no elevador. E então foi subindo. Primeiro andar, segundo andar, terceiro andar...

Eu não sabia o que ia dizer, não sabia mesmo, a única coisa que eu tinha certeza é que eu saberia o que dizer quando olhasse Tony nos olhos. Porque era sempre assim. Eu podia ficar estática, perder a fala, mas sempre que o via, olhava em seus olhos, eu tinha certeza de tudo que sentia. E convenhamos, eu era a Viúva Negra, não iria ser impedida por timidez ou perda de fala.

Quando entrei sugando todo o ar possível, reunindo toda a coragem, vi Steve vindo em minha direção. Sorri. Acho que ele ficaria feliz de saber da minha decisão. Fui direta.

— Você sabe onde está o Tony?

— Aconteceu alguma coisa entre vocês? – questionou próximo a mim, ele parecia preocupado, o que me fez ficar preocupada.

— Como assim? Cadê ele? – Steve hesitou um pouco em dizer, mas por fim, suspirou e começou a falar.

— Ele a Pepper terminaram, de verdade. – seria muito insano e doentio eu ter ficado feliz com isso? – Você está feliz com isso?

— Quê? Não, claro que não...

— O que aconteceu entre vocês?

— Do que você está falando? Não aconteceu nada! – falei tentando ser convincente.

— Você sabe muito bem do que eu estou falando, Natasha. O que houve?

— A gente meio que... Meio que se beijou. – disse sem mais rodeios. Steve deu um suspiro e depois foi para a sala e se sentou no sofá.

— Não era bem assim que eu queria que acontecesse... – comentou olhando para a mesinha de centro. – Eles ainda estavam juntos, Natasha...

— Desculpa, okay? Mas...

— Por favor, não tente justificar isso. – me cortou fazendo com que eu ficasse calada. – Você finalmente tomou coragem, não foi? É por isso que esta procurando por Tony, não é mesmo?

— É sim, achei que ficaria feliz... – falei me sentando ao seu lado.

— Não sei o que houve, o que eles discutiram... Só sei que Pepper foi realmente embora, de malas e tudo, e Tony também. – virei rapidamente para Steve.

— Tony o quê?

— Ele parecia meio transtornado depois de tudo, ele disse que precisava de um tempo longe de tudo... – aquelas palavras foram como um soco no estômago... Sentia-me zonza, sem ar, frustrada... – Sinto muito.

— Sabe quando ele vai voltar? – perguntei com a voz baixa.

— Não faço a mínima ideia. – respondeu e me encarou. – Eu acho que ele só precisa de um pouco de espaço, para pensar melhor.

O meu maior medo naquele momento era Tony ter ficado magoado depois de tudo isso, e quisesse apenas ficar longe de mim, longe de relacionamentos.

— Obrigada Steve, até outro dia. – me despedi e sem olhar para ele fui embora.

No caminho para casa eu só conseguia pensar no quanto aquilo era frustrante. Eu não havia conseguido acabar com nada.

Eu havia perdido essa guerra.

Minha caminhada até o apartamento foi lenta e dolorosa.

Eu repassava tudo na minha cabeça, tudo o que nós havíamos passado juntos, tudo o que eu talvez tivesse dito se ele tivesse lá. E única coisa que isso trouxe foi mais dor.

Quando cheguei ao meu apartamento e sentei no sofá, uma vontade insana tomou conta do meu corpo. Eu precisava ligar para Tony, precisava dizer tudo o que estava entalado na minha garganta, eu necessitava saber onde ele estava, como ele se sentia em relação a mim, se ele sentia alguma culpa, remorso ou amargura. Eu precisava ouvir sua voz.

Uma parte de mim gritava para que eu não ligasse para ele, eu ia parecer alguém meio sufocante. Ainda ouvia a voz de Steve dizendo que ele precisava de um pouco de espaço... Mas a minha necessidade gritava muito mais alto.

Peguei o meu celular na mão, mas antes que eu pudesse sequer mexer nele, ele começou a tocar. Meu coração deu uma acelerada. Olhei para o visor e vi que era um número restrito. Meu coração murchou, já podia até imaginar o que era.

— Alô? – atendi sem ânimo nenhum.

— Missão nível quatro, os procedimentos serão mandados por email e... – então a voz ficou abafada, eu ouvia, uma parte do meu cérebro guardava as informações, mas eu não estava realmente prestando atenção.

Eu ia mesmo ligar desesperadamente para Tony?

A quem eu queria enganar, não existia futuro com a gente, meu futuro eram missões e... E nada. Uma vida quase imortal não vivida de verdade.

Eu não precisava estragar a de Tony também.

— Entendido. – respondi quando não ouvi mais nada do outro lado da linha.

Desliguei o telefone e fiz o procedimento que sempre fazia. Peguei uma mala já pronta com o que eu precisaria. Separei outras coisas importantes e coloquei na bolsa. E então desci para rua, onde um carro já me esperava. Entrei e me sentei no banco de trás.

Eu já estava mudando de ideia sobre ser eu que complicava as coisas. Sinceramente, a vida é que não gostava de mim.

Mas nada servia dos meus lamentos, eu continuava com aquela dor incomoda dentro de mim. Ardia, incomoda, doía.

Durante a viagem até o aeroporto, durante a viagem até Washington, durante a ida a pequena base da SHIELD que havia lá, o que eu tentava era segurar minhas emoções. E fiz com perfeição.

Não demostrei nem mesmo gentileza. Entrei e sai, acenei e obedeci.

A missão era apenas recuperar umas informações.

Fiz tudo o que mandaram e que eu fazia sempre. Entrei em silêncio e escondida. Cheguei até uma sala onde havia um computador de última geração e então coloquei o pen-drive, peguei todas as informações e quando estava prestes a sair, alguns homens entraram e veio aquele papo: “você acha que era tão fácil, que não vimos e blá blá blá”.

Como eu estava sem paciência, nem falei nada, apenas executei o que eu havia ido fazer. Abati os homens e então fugi do lugar. Entreguei o pen-drive e fui mandada embora.

Depois de uma noite torturante no hotel onde eu não conseguia chorar, comer e nem dormir, fui para casa.

Eu entrei e finalmente me desfiz. Suspirei e algumas lágrimas escorreram pelo meu rosto. Tomei um banho e me deitei na cama.

Naquele momento eu entendia Tony, eu não queria ver ninguém. Ninguém a não ser ele.

Eu me sentia uma garotinha adolescente rejeitada. Mesmo assim, doía como qualquer outro ferimento que eu já havia tido. Eu queria tanto poder estar com Tony e dizer tudo o que sinto, poder beija-lo sem medo ou culpa.

Mas conforme os dias passaram, esse desejo foi indo embora.

Passaram as horas, as noites, os dias. E então começaram há passar as semanas e os meses, e nem sequer uma única notícia de Tony eu tinha. E então o sentimento de saudade começou a se transformar em um sentimento de desgosto.

Será que ele não havia sentido nada? Será que não via o que estava acontecendo? Eu estava sofrendo por causa daquele idiota e ele não me mandou sequer uma mensagem de texto!

Ele apenas me deixou plantada em um parque embaixo da chuva. Ele apenas me beijou intensamente na chuva. Ele apenas me esperançou e quebrou o meu coração.

A vontade de beija-lo ia sumindo, o gosto dos lábios ia se tornando amargo, a vontade de tê-lo de volta havia ido embora.

E foi em mais um dia sem noticias dele que eu senti uma dorzinha e depois um nada. Eu sabia o que era aquilo. Tony havia acabado com tudo de uma vez, se era o que ele queria, ele conseguiu.

Eu comecei a achar todos os nossos momentos juntos idiotas, comecei a perder um pouco da minha empatia e voltar a ser o que eu era antes de todo esse inferno começar. Apenas uma espiã assassina com muitos anos de vida.

As palavras de Steve agora me atormentavam. Ele apenas precisa de um pouco de espaço... Sim, e eu precisava dele, mas ele não se importava com isso, acho que sequer tinha noção.

Nunca me senti tão feliz por não ter ligado para ele naquele dia.

Finalmente algo de bom aconteceu na minha vida.

Talvez tudo acontecesse como deveria, e estava mais do claro agora que Tony não iria voltar para mim. Então uma parte em particular de uma música veio a minha mente, cantarolei baixinho:

Dou um passo para trás e olho para tudo o que eu fiz, por que sinto que estou de volta onde comecei? – aquelas palavras nunca fizeram tanto sentido quanto agora.


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