Casada com Tony Stark escrita por Bruna


Capítulo 12
Entrega


Notas iniciais do capítulo

Oie, pessoal bonito!
Mais um capítulo para vocês, tomara que gostem, e me desculpem se deixei escapar algum erro!
Até o próximo!
Beijos s2



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Era tarde quando decidi finalmente voltar para a torre. Clint já havia me deixado fazia algumas horas, mas eu simplesmente não sentia vontade de ir para a casa.

Caminhei por horas pela cidade, vendo toda a rotina da várias pessoas. Desde uma mulher correndo em seus saltos de 12 centímetros desesperada na direção de um taxi, até um homem dirigindo no trânsito infernal de Nova York, tentando ao mesmo tempo falar no telefone, xingar os carros à frente e acalmar os filhos que não paravam de brigar no banco de trás do carro.

Era até divertido observar um pouco de caos na cidade, sentada em uma mesinha do lado de fora de uma cafeteria desfrutando um belo suco. Além de dar uma olhada na vida dos outros, também era um ótimo momento para pensar.

Ver pessoas correndo desesperadas, irritadas e chorosas era uma das atrações, também havia os casais, separados pela distância conversando pelo telefone, o primeiro encontro de alguém e ainda outros casais se reencontrando ou apenas passeando.

Quando o dia começou a virar noite e o sol desapareceu do horizonte, eu me sentia satisfeita.

Satisfeita e enjoada de tanto pensar e observar. Principalmente de pensar. Um dia inteiro pensando, discutindo e pensando novamente, já era o suficiente. Naquele momento, eu queria apenas voltar e me jogar na cama.

Decidi ir caminhando, taxis, ônibus e metro não pareciam nenhum pouco agradáveis. Principalmente taxis e ônibus, apenas loucos iriam embarcar em quadrados fechados e abafados, tendo que estar prontos para até horas de buzinas e freadas no trânsito de Nova York, sendo que podiam ir sem problema caminhando por alguns minutos até o destino desejado, de quebra ainda sentindo um frescor típico da noite.

Para muitos, eu estava agindo feito louca indo á pé. Eu era uma mulher, “indefesa”, bonita e uma tentação para muitos tarados, e até ladrões, por andar com roupas mais sofisticadas. Mas era óbvio que, se houvesse algum idiota a ponto de cruzar meu caminho, a menos que fosse um Super-vilão, eu daria conta incrivelmente fácil.

Outra opção seria contar minha história de “universo alternativo” e ganhar uma carona rápida direto para o manicómio.

Quando chego na frente do grande prédio de Stark, a antiga “Torre dos Vingadores”, dou um minuto a mim mesma para respirar e enfrentar tudo numa boa.

Entro no apartamento e vejo a sala vazia. Vou para a cozinha e pego um pacote de biscoitos em um dos armários. Seria uma janta incrível a de hoje.

Faço meu caminho já muito conhecido em direção ao meu quarto, quando chego a ele, jogo-me na cama e desfruto dos meus biscoitos enquanto assisto a How i met your mother.

Não sei quando cai no sono, apenas larguei o pacote de biscoitos vazio no criado-mudo ao lado da cama e dormi.

. . .

– Bom dia, ruivinha! Ei, vamos lá, acorda! Deus ajuda, quem cedo madruga! Se você quer uma ajudinha do Thor tem que levantar! – a voz de Tony podia se tornar infinitamente mais irritante pela manhã, que surpresa!

– Eu vou matar você com um pacote vazio de biscoito, Stark! – ameaço com a voz sonolenta, sem levantar minha cabeça do travesseiro.

– Se me matar, não vai poder me agradecer pelo café que eu trouxe!

No mesmo segundo abri meus olhos, mas não virei meu corpo em direção a Tony, ainda. Café? Muito interessante. Vou sentando na cama devagar, quando olho para o lado, vejo Tony sentado na cama segurando uma bandeja.

– Surpresa! – exclama enquanto ainda o observo. Ele estica seus braços e me oferece a bandeja, que eu aceito. Não iria admitir, mas estava morrendo de fome, e só de olhar para toda aquela comida, meu estômago acordou.

Havia uma xícara de café, um copo de suco, uma torrada que parecia ser composta de queijo, ovo e presunto, alguns cookies de gotas de chocolate, uma maça e dois bolinhos, um de chocolate e outro de baunilha. Pela linda organização, com direito a um guardanapo em forma de cisne, eu suspeitava que aquilo não tinha sido feito por Stark. Ele até podia fazer coisas lindas e espontâneas, mas tudo tem um limite.

– Obrigada... – agradeço meio hesitante do que realmente deveria dizer. – Não que eu esteja reclamando, mas por quê?

– Bom, as coisas tem estados bem estranhas entre a gente, e eu odeio isso, ai decidi fazer uma surpresa...

– Decidiu pedir a alguém para fazer, você quis dizer. – falo e tomo um grande gole de café. A bebida estava quente e forte, o que me deixou mais alerta.

– Sabe, não precisa estranhar as coisas que eu faço para você. – Tony diz e pega um dos meus biscoitos.

– Ei, achei que isso era meu.

– Dividir é uma coisa muito bonita, que você deveria aprender. – responde desfrutando do meu biscoitinho.

– Aprender com você, por exemplo? – começo a comer minha torrada, ironia era um dos melhores condimentos.

– Um ótimo exemplo, ruiva, já está sacando as coisas. – reviro meus olhos e ignoro, continuando a comer meu café.

Estava tudo divino! A torrada, o café, o suco, os bolinhos... Tudo do melhor que eu havia comido. Até um café poderia ser um banquete inesquecível quando se tratava de Tony Stark. Isso com certeza estava na Lista de Ótimas Coisas Sobre Tony Stark.

A lista não era assim tão extensa, todavia continha muitas qualidades e fatos invejáveis a qualquer um.

– Já planejei um ótimo dia, primeiro, a gordinha ai vai levantar, então começamos.

– Você me adora gorda, me alimenta aqui sempre como se fosse há última refeição. Você vai pegar essa bandeja. – Coloco a bandeja nas mãos de Tony e levanto da cama. – E me esperar lá embaixo, já estou indo.

– Só não demora.

– Se continuar, vou dar um jeito bem demorado de criar assas antes de descer.

– Vamos ver. – fala e bate a porta do quarto ao sair, deixando-me sozinha no quarto.

Ainda com preguiça, faço um pouco de esforço e levanto, arrastando meu corpo para o banheiro. Tiro minhas roupas e entro embaixo do chuveiro. Mesmo com o silêncio e o momento sendo perfeitamente encaixável naqueles momentos para pensar, eu não ia pensar.

Só queria deixar as coisas rolarem, essa era decisão que eu havia tomado, e nenhuma chuveirada filosófica ia tirar isso de mim.

Termino o banho e coloco uma roupa arejada e confortável, indo para a sala logo em seguida.

– Achei ia vir voando – Tony comenta enquanto olha para a televisão gigante da sala.

– Decidi não humilhar você... Hoje.

– Que gracinha, mas, voltando ao assunto, quer ver um filme?- Dou um suspiro e me jogo no sofá, até que um filme poderia ser legal.

– Claro. – respondo me ajeitando melhor.

– Pode ser As bem armadas?

– Adoro esse filme.

– É, eu... Imaginei que adorasse. – dou um sorriso e encaro a Tv.

E por toda aquela tarde, nós vimos filmes, conversamos, comemos algumas besteiras, e por nenhum momento as coisas ficaram estranhas entre a gente.

Nenhum comentário indelicado ou briga, ou até beijos, mas eu havia adorado cada minuto.

Tudo havia sido simples e, naquela tarde, as palavras rotina e tranquilidade me pareceram velhas queridas amigas.

Sempre que eu olhava para Tony e o via rindo de algum comentário nosso ou do filme, eu sorria. Era tão espontâneo e natural, que quando seus olhos se encontraram com o meu, uma vez, por aquela fração de segundo, eu pude entender, pude entender bem o porquê das pessoas se casarem, gostarem de passar tempo juntas, pude entender porque eu casara com ele.

E o melhor foi não ter estranhado, simplesmente continuando a decorrer tudo como estava. A única mudança foi um desejo repentino de poder estar em seus braços, apenas para um abraço.

Mais um item para a lista.

Quando eram sete horas da noite, Tony virou para mim:

– Quer ir a uma festa? – olhei para o lado por um momento, mas não havia muito o quê pensar disso.

– Claro – respondi sorrindo.

– Vamos daqui uma hora – anuncia levantando do sofá, sigo seu exemplo.

Entro em meu quarto e respiro fundo, pensando em qual roupa seria mais adequada para ir. Tomo um banho rápido e volto a pensar no que vestir.

Abro o armário e escolho minhas opções de vestidos para ir. Pego um vestido sem manga, vermelho, marcado na cintura e solto em baixo, terminando acima dos joelhos. Coloco um salto preto e termino pondo um batom vermelho forte e uma sombra mais discreta.

Quando são oito horas ouço batidas na porta do quarto. Levanto e abro-a, me deparando com Tony, vestido com calça preta e uma camisa estilo social branca, estava lindo.

– Vocês está realmente linda – sei que já deveria ter me acostumado com elogios, já que recebo eles frequentemente, nas missões em que tinha que dormir com algumas pessoas então, era muito pior, mas dele era diferente, eu acho, porque me fazia sorrir, como se sempre que eu demorasse um pouco mais para me arrumar, era só para ouvi-lo dizer que eu estava bonita.

– Obrigada – digo o acompanhando para fora do quarto.

O trajeto de casa para o carro foi feito todo em silêncio. Só quando Tony começou a dirigir e meus olhos ficaram passeando pela cidade foi que caiu a ficha.

Eu realmente gostava de Tony.

Eu não sabia como tinha acontecido, mas eu sabia que gostava dele, mais do que só um sentimentozinho, eu gostava dele para valer.

Podia ver todas as cenas, desde quando eu acordei nesse universo estranho, a voz dele me chamando de amor, o sorriso que ele sempre me dava, os elogios que fazia, o jeito que me contava como acabamos nos casando, a fez que patinamos no gelo, e o beijo... aquele beijo cheio de saudade e sentimentos.

Fazia algumas semanas desde que eu estava aqui, “casada” com Tony, todavia, pareciam meses, ou outras vezes, alguns poucos dias. E só a imagem hipotética de ter que viver sem nada disso, sem idas a restaurantes ou jantares planejados legais, filmes a tarde, piadas sem graça, sem ter Tony sempre comigo, era incómoda.

Só quando o carro parou, e Tony chamou-me, que sai do meu torpor. Entrámos rapidamente no local onde estava acontecendo a festa, Tony se perdeu no meio do mar de pessoas, dizendo que traria bebidas.

Sentei em uma das cadeiras da mesa do balcão de bebidas e esperei, logo Stark apareceu e me entregou uma bebida de cor rosa, fiz uma careta estranhando o drink, mas dei de ombros e bebi mesmo assim, era doce.

Então começamos a dança, eu não tinha mais noção exatamente do que estava acontecendo. Sim, eu era incapaz de ficar bêbada. Bom, eu teria de fazer um esforço bem sobre-humano para isso, já que o soro de Viúva havia transformado meu metabolismo.

Não, eu não estava bêbada, não era culpa do álcool, era culpa de Tony Stark.

Talvez para outras pessoas seja mais fácil, entretanto, se tratava de mim, Natasha Romanoff, a Viúva Negra, fria, sem sentimentos.

Por muito tempo eu achei que era exatamente isso, deixei que o trabalho todo e as coisas que eu já havia vivido, tomassem conta da minha personalidade. Deixei que as pessoas me taxassem exatamente daquilo que elas viam, ou achavam que viam. E por muito tempo eu gostei disso.

Clint foi uma exceção à regra. Ele mostrou-me que eu precisava sim de alguém, e que eu podia contar com alguém.

E agora estava havendo outra exceção.

A música tocava alta, as pessoas dançavam coladas umas nas outras, umas em casais, se abraçando e se beijando. As luzes piscavam, a fumaça que saia das máquinas era quase um entorpecente.

E Tony estava lá. Bem na minha frente, sorrindo daquele jeito fofo que ele sabia fazer. Seu corpo estava bem perto do meu, perto o suficiente para eu sentir o calor que emanava do seu corpo, sentir a sua respiração, que estava entrecortada.

Horas se passaram assim, só havia nós dois.

Não sabia quanto tempo havia passado ao certo, apenas senti Tony pegar a minha mão e me guiar para a saída.

Estávamos dentro do carro

Estávamos fora do carro.

Estávamos dentro de casa.

Estávamos na porta do meu quarto.

Estávamos parados.

Estávamos nos beijando.

E eu podia sentir que estava viva, cada célula do meu corpo queria aquilo, meu cérebro queria aquilo, meu coração queria aquilo.

Agarrei-me tão forte a Tony, como se um centímetro de espaço pudesse nos separar para sempre. Seu cheiro era a melhor coisa que eu tinha sentido em toda a minha vida, seu toque era indescritível, eu apenas queria que ele continuasse comigo.

Quando Tony começou a me guiar para o seu quarto, não impedi, eu precisava daquilo.

Sem quebrar o beijo ele me levou para dentro e encostou a porta. Uma de suas mãos estava nos meus cabelos, segurando a minha cabeça, a outra estava na minha cintura, apertando-a.

Tony foi devagar se aproximando da cama, e delicadamente, colocou-me deitada, ainda me beijando.

Eu não sabia se estava sonhando, se estava louca internada em um sanatório tendo alucinações ou se estava mesmo em algum universo alternativo, eu apenas queria Tony.

Eu não o amava, mas estava bem próxima disso.

Eu queria Tony. Eu me sentia viva e bem com ele, não existia mais nenhuma barreira ou dúvida.

– Tem certeza disso? – Stark perguntou olhando fundo em meus olhos.

E aquilo foi o estopim. Foi o meu momento.

– Como nunca tive certeza de outra coisa.

Estávamos nos olhando.

Estávamos nos beijando.

Eu estava completa.

Eu estava amando.


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