The Strange Girl - Los Angeles escrita por Chibi Midori


Capítulo 6
Auto Estima




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Eu simplesmente me atirei na cama. Eu fiquei deitada de olhos fechados me sentindo moída emocionalmente. Irmãzinha. Irmãzinha! Eu mostro a irmãzinha. Eu sabia que Gretchen estava no quarto lendo revistas da Blair. A Sra. Watson ainda não havia voltado das suas compras e Josh estava tomando banho. Eu estava pensando no quanto eu sou patética quando o ouvi entrar no quarto e fechar a porta.

Eu poderia ter fingido que estava dormindo, mas me ocorreu o pensamento que ele podia estar de toalha. Que atire a primeira pedra a garota que conseguiria ficar de olhos fechados.

- Ah. Achei que você estivesse dormindo.

Ele estava de roupas infelizmente. Estava usando uma camiseta branca velha e jeans. Era a primeira vez que eu o via ele de branco. É, ficava muito bem nele. Eu continuei onde estava, deitada de bruços, olhando-o pelo canto do olho. O cabelo dele ainda estava molhado. Ele sentou no chão, entre a cama dele – onde eu estava – e a cama de armar. É, sentar ali deixou ele com o rosto mais ou menos no mesmo nível do meu. Ficamos em silencio, enquanto ele olhava para o meu rosto, sem dizer nada. Hmm... É, se a gente tivesse ficado em silencio enquanto ele dizia alguma coisa era tenso, LuhSales.

(N/A: Vá para o inferno ‘-‘ continue narrando a fic)

- Tá olhando que? – eu perguntei corando.

- Nada. – Digam que isso é loucura minha. Ele acabou de me chamar de nada? – É só que... Bem, Lud, você não se importa que eu fique com a Lindsay?

Ai meu Deus. Tá tão na cara assim que eu estou com ciúmes? Eu juro que eu não queria demonstrar nada. E uma coisa importante: A amizade do Josh é tudo o que eu tenho e terei dele. Não quero perder ela por que, antes de ser o cara mais incrivelmente lindo que eu conheço, ele é meu melhor amigo. O único que eu tenho, se quer saber. E eu certamente vou perder a amizade dele se ele souber que eu sou uma maníaca com sonhos tarados e que quer vê-lo de toalha.

 - Por que eu me importaria? – eu costumo evitar perguntas pra não mentir.

- Bem... Eu... Ahn... Essa é a sua viagem de férias. Estamos aqui por você e não por mim, eu estou me sentindo culpado.

Felizmente, ele desviou os olhos do meu rosto e eu pude raciocinar o suficiente para bolar uma mentira. Infelizmente, ele voltou o olhar pra minha mão, que ele estava segurando. Ooh, meleca roxa.

 - Você já deve ter dito isso umas mil vezes. Olha só, eu tive uma noite incrível no show do Paramore. Estou feliz com isso. Você... Você ama a Lindsay – as palavras saíram rasgando minha garganta – E eu apoio você nisso.

- Lud, na verdade, eu...

- Toc toque? – alguém falou ironicamente.

Eu olhei para a porta e vi Blair lançando um olhar cheio de delineador para nós dois. Ela parecia entediada. Josh fechou os olhos por um instante, respirou fundo e reabriu os olhos, como se Blair o tivesse irritado profundamente. Ele respondeu:

- O que você quer, sua peste? – falou isso numa voz perfeitamente suave.

- Hmm... Eu interrompi uma declaração de amor ou um quase beijo ou qualquer coisa assim?  - ela provocou – Eu posso deixar vocês mais a vontade, se quiserem.

- Tá legal, cai fora do meu quarto. – ele rosnou levantando e indo até a porta.

- Ai, calma! Eu vim pra avisar da festa. – ela ergueu as mãos, como quem se rende – Vai ter uma festa na escola amanhã e mamãe só vai me deixar ir se você for. Por favor, Josh, eu não vou numa festa há séculos! Desde que você foi pra aquela porcaria do Tennessee.

- E você quer que eu vá com você?

- É, e mamãe quer que você fique comigo lá. – ela revirou os olhos – Mesmo que, assim que a festa acabar, eu vá pra casa da Christie.

- Não tem a menor chance de eu ir para aquela escola outra vez, Blair. – ele deu as costas para ela e voltou a segurar a minha mão.

- Por favor, Josh! – Blair gemeu – Você pode levar a Ludie e a Gretchen, o porteiro não vai nem reparar que elas não são alunas.

- Quer saber? Fale com a Lud. Essa viagem é o presente de aniversário dela. – ele declarou ainda sem olhar para Blair.

Mas que filho da mãe! Ele sabe que eu não reajo bem sob pressão. Ele sabe que eu odeio ter que escolher até a roupa que eu vou vestir – tanto que eu acabo pegando a primeira que eu vejo – e fica me mandando tomar a decisão.

- Por favor, Lud! – gemeu Blair de má vontade – Vai ser divertido, que tipo de viagem de férias é essa? Só um show?

É, mas não foi um show. Foi O show. Era o Paramore, pelo amor de Deus. E eu não gosto de festas do tipo balada com música eletrônica e essas coisas.

- Vai ser divertido, você vai conhecer mais gente e tudo mais. – Blair insistiu

- Hmm... Tudo bem. – balbuciei para a mão do Josh.

- Tudo bem? – repetiu ele, incrédulo – Você odeia festas.

- Que tipo de chata você acha que eu sou? Eu não gosto de aniversários, não tenho nada contra festas. – murmurei

Josh revirou os olhos, levantou e caminhou até a Blair com uma expressão entediada. Blair estava sorrindo como eu nunca havia visto antes. Ela nem parou de sorrir quando Josh a empurrou até o lado de fora do quarto e bateu a porta. Perguntei-me o que diabos eu tinha na cabeça para concordar a ir a uma festa.

- Lud... O que você tomou para estar concordando em ir a uma festa?

- Ahn... Festas são para se divertir. Eu gosto de me divertir. Sou só uma garota normal, oras.

Cara, eu não sou a maior mentirosa do mundo? Se eu parar pra pensar, eu só concordei para contrariá-lo. Mostrar a ele que ele não me conhece tão bem quanto acha que conhece. Por que aí talvez ele conclua que eu não gosto dele como ele acha que eu gosto, mesmo eu gostando sabendo que eu não posso gostar por que ele gosta da Lindsay.

Hmm... Acho que estou ficando com dor de cabeça.

- Você é tão normal quanto eu sou bailarina. – ele respondeu revirando os olhos.

- Ah, mas que droga! Por que você me odeia tanto? – eu perguntei indignada – Primeiro eu sou a irmãzinha feia. Segundo eu sou uma chata que não gosta de festas. Agora eu sou anormal? O que eu te fiz?

- Deixe de ser dramática, Ludmille. – ele falou se atirando na cama. – Você é minha irmãzinha chata e anormal. Quer dizer que odeio você por dizer a verdade?

- Eu odeio você, Joshua. – resmunguei levantando.

Eu caminhei até a minha mala, que estava aos pés da cama. Sentei em frente a ela e comecei a mexer. Roupas, roupas... Nada parecia bom para uma festa. Isso acontece por que... eu não vou a festas. Eu nunca sou convidada para elas, não iria se fosse  e não compro roupas para ocasiões às quais eu não compareço. Minha mala era uma sacola cheia de jeans, moletom, flanela e malha.

- Ouch! – fez Josh olhando para mim pelo canto do olho – Se você me odeia, também não gosto mais de você. Feia.

E me deu língua. Eu falara que ele disse que eu era sua irmãzinha feia, chata e anormal. Não pude deixar de reparar que ele tinha pulado a parte do “feia”. Tive que confirmar então, por que... Por que eu sou uma patética.

- Você acha mesmo isso? – eu perguntei.

- Se eu acho o que?

- Que o seu amigo, o Ryan... Acha mesmo que ele NUNCA olharia para mim?

 

Eu me xinguei por dentro. De que importa se eu sou feia ou bonita? Por que eu abri essa minha boca de bazuca? Mas, bem, qualquer garota ficaria ofendida com as coisas que ele falou, sobre o Ryan nunca se interessar por mim e tal. Quer dizer... Que tipo de garota é feia ao ponto de um cara NUNCA se interessar por ela? Eu não queria saber, na verdade, a opinião do Ryan sobre a minha beleza. Eu queria a do Josh. E estava me achando fútil demais para mim mesma por isso.

Ele sentou e me examinou melhor. Pareceu aborrecido com o que viu. Auto estima caindo... Caindo... Deslizando. Fugindo. Tchau, auto estima, foi legal conhecer você.

- Ele faz você lembrar-se do seu ex-namorado, né? – ele resmungou.

- Um pouco. – falei, por que era verdade – Os dois são loiros e têm rostos parecidos, os dois se chamam Ryan e ele também tem aquele sotaque de cara de Boston. Só que já meio misturado com o jeito de falar californiano.

- Você ainda sente falta do seu ex? Faz três anos, Lud.

- Bem, eu sinto uma certa saudade de Boston e dos meus amigos Mas não era disso que estávamos falando. – ele estava me distraindo! E eu ainda tinha um foco.

- Você quer mesmo ficar com o Ryan? – ele fez uma careta de reprovação. – Eu sei que é meu ex-melhor amigo, ele é um cara legal, mas...

- Eu não quero ficar com ele. – retruquei – É só que você e a Gretchen acabaram totalmente com a minha auto confiança dizendo que o cara nunca olharia pra mim. Oi, eu sou só uma garota.

- Então é isso? – ele franziu a testa – Você é mesmo bem surpreendente. Não achei que uma garota como você precisaria de auto-afirmação.

- Toda garota precisa de uma massagem no ego. – respondi.

- É, mas você não é como toda garota. Você parece, sei lá, parece que é totalmente independente e está pouco se lixando para o que os outros pensam.

- É, normalmente eu sou assim. – falei. Eu era mesmo. Até me apaixonar. O amor torna as pessoas tão patéticas que eu tenho pena. – Acho que eu estou de TPM.

- Sabe... Eu podia perfeitamente sobreviver sem essa informação.

- É, eu também não sei por que eu disse isso. Acho que estou com febre. Eu pareço febril?

- Você não precisa ficar com febre para delirar, Lud.

Eu dei um suspiro e saí do quarto antes que ele acabasse ainda mais comigo. Não havia muito o que fazer fora do quarto. Um barulho de chuveiro me informou que Gretchen devia estar no banho. Achei que Blair estava na sala vendo TV pelo barulho, então fui até  cozinha de repente ansiosa por um copo d’água.

Ao chegar lá, encontrei a Sra. Watson tentando descascar batatas com uma mão, dobrar roupas com a outra e falando estressada no celular. Eu já ia sair dali quando ela desligou murmurando imprecações e me viu ali.

- Ah, olá, querida. – ela murmurou com um ar de desamparo.

- Er... Está tudo bem, Sra. Watson? – perguntei

- Ah, é só uma emergência no escritório. Eu devia estar de folga, mas algo deu errado e precisam de mim, mas eu tenho que fazer o jantar e guardar essas...

- Ah, eu posso ajudar. – me ofereci timidamente – Sabe... A senhora pode ir trabalhar, eu guardo as roupas e nós podemos pedir pizza pro jantar.

- Eu... Er... – ela murmurou, claramente dividida entre a proposta tentadora e a cortesia.

- Tudo bem. – Eu peguei o cesto de roupas recém lavadas. – A senhora pode ir trabalhar tranqüila, eu cuido das crianças. – brinquei.

A quem eu estou tentando enganar? Eu sou mesmo uma velhota em um corpo de 15 anos. Uma chata que não gosta de festas e cuida dos outros. Que inferno. Eu fiquei resmungando comigo mesma enquanto dobrava as roupas. Ouvi o ruído distinto da Sra. Watson saindo no carro quando eu estava acabando. Pela aparência, todas as roupas ali pertenciam a Blair e foi para o quarto dela que eu fui.

A porta estava trancada. Talvez Blair não estivesse vendo TV como eu achei que estaria. Bati três vezes. Ouvi uma agitação lá dentro e um acesso de tosse. Uma voz rouca me mandou entrar. Quando abri a porta, primeiro registrei que Blair estava pálida como papel. Segundo, seus olhos estavam um pouco vermelhos. Terceiro, a expressão assustada deu lugar à uma ameaçadora ao ver de quem se tratava.

- O que você quer? – ela rosnou para mim.

- Sua mãe me pediu pra... – mas não consegui completar por que fui atacada por um acesso de tosse violento.

O cheiro empestava o quarto, um cheiro doce, enjoativo. E meio queimado, ainda por cima. Eu vomitaria se eu conseguisse parar de tossir.

- Blair... Que... cofcof... que merda é essa? – engasguei.

- É... Um perfume. Francês. Bem exótico. – ela gaguejou, sem jeito.

- Exótico!? Abre a janela antes que a gente morra asfixiada.

Blair levantou e correu até a janela, ainda pálida feito nácar. Eu estava me perguntando o que diabos aquela garota tinha na cabeça quando eu vi algo debaixo da cama: um cigarro. Um cigarro recém apagado e toscamente confeccionado. Eu fiquei parada encarando o cigarro como se ele fosse algum tipo de monstro.

Blair estava abrindo a janela e notou para onde eu estava olhando. Ela soltou um grito de horror e correu para pegar o cigarro. Ela me olhou com os olhos castanhos cheios de lágrimas.

- Lud, não é nada disso que você pensa. – ela gaguejou.

- V-você estava fumando? – eu perguntei

- Você não entende! – ela gritou, agora entre soluços – Eu... Todos os populares usam isso, é totalmente normal...

Usam. Não fumam, usam. Eu olhei outra vez para o cigarro toscamente feito. O cheiro enjoativo. Usam. Blair estava usando maconha.


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Notas finais do capítulo

Desculpem pelo capitulo lixo =x prometo que o proximo vai ser melhor. Bjs