Dessa vez escrita por Aomine Daiko


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Não sei o que eu tinha na cabeça quando fiz isso UASHUAHSUHSA Apesar de que a escolha dos personagens não foi minha!!! É TUDO CULPA DA GRYPHON AHSUHASHUSA ELA QUE ESCOLHEU O SHIP!
Mas enfim ASHUASH não consigo parar de rir, meu Deus.
Essa é uma das fics que achei jogadas por aí nos meus arquivos, então está aí...
Boa sorte se alguém aparecer aqui e.e



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Eu me lembro de cada lágrima dele que eu limpei, lembro-me de cada sorriso que fiz brotar em seus lábios finos e cada risada que o fiz dar. Sei de todos os seus sonhos e todos seus desejos, sei de todos os seus sofrimentos e alegrias. Sei o quanto Haizaki o machuca e o quanto ele o ama, mesmo com as palhaçadas que Haizaki faz. E como eu me sinto? Destruído... Sim, destruído.

Por quê?

Porque eu sei o que é amar meu melhor amigo e vê-lo chorar por outro sem poder fazer nada... Além de dar meu ombro para ele chorar. É horrível amar alguém dessa forma, eu sei, mas eu não percebi, eu nunca percebo. Sempre achei que as coisas entre Reo e eu fossem a mais pura amizade, e no começo até era, mas depois de um tempo aquele sentimento foi ficando mais forte e eu não percebi, me deixei levar por aquilo achando que era amizade...

Eu me apaixonei pelo Reo de uma forma que eu não consigo explicar muito bem. Tudo é tão intenso e eu não sei como agir; eu já tentei me convencer de que eu estou louco e que ele é apenas meu amigo e somente isso, mas não! Não é isso e eu sei que não é! E eu não suporto mais tudo o que anda acontecendo. Só queria por um segundo tê-lo para mim, poder dizer o quanto o amo, abraçá-lo, mas não... Ele me vê como seu melhor amigo e eu não posso fazer nada além de aceitar. O quero feliz e se não for comigo... Tudo bem, mas sei que com Haizaki ele não está nada feliz.

Reo namora o um dos membros da nossa banda, Haizaki Shougo. No começo eles pareciam bem felizes, as músicas da banda estavam mais românticas e felizes, apaixonadas. Mas depois de um tempo Reo começou a escrever músicas depressivas demais, esses dias ele me mostrou uma que me preocupou bastante. Perguntei-lhe se havia acontecido algo, mas, como sempre, ele apenas sorriu torto e foi embora.

Fico irritado quando ele diz o quanto ama Haizaki e quanto Haizaki o ama, quando diz que ninguém o entendo como Haizaki, ninguém jamais faria algo por ele como Haizaki faria. E eu? Eu que sempre estive ao seu lado quando algo de ruim acontecia? Eu que sempre o ajudei? Eu que sempre o amei e zelei por ele? Haizaki? O bêbado que já havia batido nele? O idiota que vivia traindo-o?

No fundo... eu cansei de esperar Reo abrir os olhos e me ver esperando por ele.

~x~

– Nebuya? – uma voz doce e carinhosa soou em meus ouvidos, aquela voz que eu tanto amava, mas estava chorosa. Mãos frias e tremulantes tocaram minhas costas, fazendo meus pelos se arrepiarem. – Nebuya... – sua mão delicada apertou um pouco minhas costas, fazendo com que suas unhas arranhassem de leve minha pele.

– Espera um pouco... – resmunguei suspirando. Eu não estava preparado para olhá-lo chorando justo agora, sei como ele está e isso vai me partir. Principalmente depois de tudo que fiquei pensando ontem. Mas ele é meu amigo. Virei-me nas cobertas e abri meus olhos.

Exatamente o que eu sabia que veria.

Seus olhos estavam inchados e cheios de lágrimas, sua face corada e os cabelos bagunçados. Os lábios um tanto inchados e vermelhos, provavelmente por causa dos beijos raivosos de seu irmão, havia um corte também; tremia de frio e suas roupas estavam molhadas por causa da neve lá fora. Suspirei novamente e levei minha mão até sua face e limpei as lágrimas que desciam sem parar. Como Haizaki conseguia fazer aquilo com Reo?

Levantei-me e me dirigi até o armário, tirei de lá um pijama quentinho e meias, coloquei tudo sobre a cama e fui atrás de uma toalha. Quando voltei Reo já estava apenas de boxer e, sinceramente, eu nunca vou me acostumar com isso, ele é tão, tão, tão lindo! Invejo Haizaki por tê-lo, mas também o odeio por machucá-lo dessa forma.

Cheguei perto dele e joguei uma das toalhas em seus ombros e a outra lhe dei para se secar. Não falei nada, conheço Reo, ele vai falar tudo, com os mínimos detalhes, aqueles que me matam segundo a segundo. Não entendo porque ele faz isso consigo... nunca vou entender, até parece que ele gosta!

Esperei que tomasse banho com a mente voando. Toda vez era assim e eu tinha de engolir como se estivesse tudo certo, como se Reo merecesse isso. Droga, não suportava aquela situação! Haizaki era um imbecil completo.

Deitei-me na cama, deixando um espaço para ele, que se deitou depois de mim, encolhendo-se no meu peito para se aquecer mais. O abracei, envolvendo de forma carinhosa e comecei a lhe fazer carinho nos fios negros um tanto molhados. Ainda tremia de frio tentando absorver um pouco do calor do meu corpo, mesmo que estivéssemos com um edredom sobre nossos corpos, ele ainda sentia frio. Mas as lágrimas também estavam lá, e eu as sentia... escorrendo por meu peito.

– E-ele... me traiu de novo – sussurrou soluçando em meio ao choro. Olhei para qualquer ponto distante e fechei meus olhos, sentindo as pernas finas dele se entrelaçarem às minhas. – estou com frio, Eikichi... – soluçou apertando meu corpo. Eu não queria falar nada, não dessa vez. Reo havia me dito que pararia de se torturar por causa de Haizaki, disse que o deixaria depois de mais uma mancada, disse que Haizaki prometera parar. – Fala comigo – pediu choroso.

– Você disse que ele tinha melhorado, Reo – foi tudo o que saiu de meus lábios. E então veio o silêncio. Maldito silêncio.

– E-eu sei, mas... – sussurrou depois de minutos e parou aí.

– Mas? Mas o quê? – Perguntei um tanto irritado, fazendo-o olhar para mim e... meu ar pareceu sumir, seus lábios estavam tão próximos, sua respiração batia contra minha face, me entorpecendo com aquele cheirinho só dele. Meus olhos encontraram os dele e assim ficamos. – Reo... – minha voz saiu baixa e rouca e, antes que eu pudesse pensar direito, meus lábios já pressionavam os seus.

Senti-o ficar estático, mas eu não saí de perto, estava tão entorpecido por seus lábios, tão louco... Ele tentou me afastar, mas minha reação foi envolver seu corpo em um abraço ainda mais apertado; mas afastei meus lábios dos seus, se ele não quisesse, eu não o forçaria. Eu não era como o Haizaki. Deixei que meu rosto fosse para seu pescoço e assim fiquei, enquanto escutava seu choro aumentar a cada segundo, seu corpo tremer mais e seu abraço me apertar com mais força.

– P-por... por favor, me diz q-que não é o que e-eu estou pensando – chorou alto me apertando em seus braços, tentando de alguma forma confortar a si e a mim ao mesmo tempo, mas não era bem isso que estava acontecendo. Sentia parte de mim saindo para nunca mais voltar, algo que eu realmente gostava. E doía. Dói mais do que eu imaginava. – Nebuya! Por favor, me responde!

– O quê? – me afastei dele e segurei sua face com ambas as mãos, já sentia as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, imitando as dele. – No que está pensando, Reo? Vai. Me diz! – Implorei sentindo parte de mi se esvair. – Não quer escutar que eu te amo? Que todo esse tempo eu estive aqui por você? Para você? Que esperei você notar o quanto sou louco por você? Não quer escutar isso, não é?

– N-ne...

– Ah, claro que não! Afinal você tem o perfeitinho do seu namorado que te trai com todas e todos por aí. Mas ainda assim ele é perfeito para você não? Ele é o único que te entende e te ama de verdade. – ironizei soltando seu rosto e saindo de perto dele, estava fora de controle. Nunca havia chorado na frente de alguém, mas lá estava eu, deixando as lágrimas caírem até molharem meu peito. Lá estava eu chorando por um cara. Por Reo. – Mas em algum momento você parou para pensar em mim? – Virei-me bruscamente para a cama, onde ele estava sentado de pernas cruzadas com as mãos na face, chorando audivelmente. – Parou para pensar em tudo que fiz e faço por você, Mibuchi?

– É claro que sim! – Gritou, parecia ofendido, mas eu não liguei para isso, estava irritado demais, louco demais... triste demais. – Mas achei que fosse porque é meu amigo! - Ele estava irritado, eu percebi. Mas qual é? Eu não posso controlar meus sentimentos! Principalmente esse!

– Eu sou seu amigo, Reo – disse passando as mãos em meu cabelo curto. – Mas sinto algo a mais, apenas isso...

– Apenas isso? – Levantou-se e me encarou um tanto alarmado. – Por que não me disse antes? Por que deixou isso acontecer, Nebuya? – Passou a manga do pijama nos olhos, limpando aquelas novas lágrimas. Ok, acho que fui um idiota em dizer que o amo. É assim a vida, você ama de verdade, mas seu amor nunca é reconhecido. Legal.

– Eu não percebi Reo! – Exclamei. – Qual é o seu problema, hein? Haizaki só te faz chorar! Ele só te machuca. Eu sempre fiz de tudo pra te ver feliz, Reo, sempre tentei, de alguma forma, te fazer sorrir... – toquei sua face sentindo minhas lágrimas aumentarem. Mas ele bateu em meu braço, afastando minha mão de seu rosto. Seus olhos estavam irritados.

– Não quero isso de você, Nebuya, sou seu amigo e serei apenas seu amigo – declarou antes de pegar seu casaco e correr para fora da minha casa, deixando a chave que havia lhe dado para poder entrar sempre que precisasse. Ele nem ao menos pegou suas roupas, apenas correu de pijama para a neve.

Corri atrás dele e parei na porta a tempo de ver Reo correndo, um ponto negro no branco da neve. Antes de virar a esquina ele olhou para trás e eu pude ver... Reo estava chorando. Eu o fiz chorar, dessa vez eu o machuquei. Dessa vez... Eu fui o Haizaki, como sempre quis ser...

– Reo...


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Notas finais do capítulo

Pois é, Nebuya, não foi hoje...
UHASUAUHSUHASHAS GENT ASHUASHUSAH Mds, não creio que estou postando isso...



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