Just a funny night escrita por Aomine Daiko


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Nhah, eu não escrevi mais nada desde Shintarou, na verdade
ASHUAHAUSHSA Eu achei duas ones perdidas pelos meus arquivos.
Se alguém quiser ler, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/640332/chapter/1

– Já falei que não quero, Kise – reclamou o homem de cabelos azuis olhando para o lado oposto ao de seu amigo, Kise Ryouta, um modelo nacional. Suspirou cansado e observou o parque onde estavam, as crianças brincando e casais andando de mãos dadas. Que clima mais clichê.

– Por favor, Aominecchi, não custa nada! – Exclamou o loiro puxando o braço do amigo, tentando forçá-lo a olhar para si. – Vem comigo, não quero ir sozinho.

– Chama outra pessoa – resmungou o maior, revirando os olhos. Ainda não entendia o motivo para estar ali escutando Kise.

– Mas só você eu sei que é gay declaradamente... – Kise fez um bico e suspirou. – Mesmo que os outros sejam, eles não falam e não temos lá muita intimidade como eu e você. Poxa, vamos lá, você é meu melhor amigo.

– Kise, eu não vou, que saco! – Aomine se levantou. – Não quero ir pra nenhuma balada pra ficar olhando você pegar outro cara. Isso é totalmente desnecessário, você que marcou o encontro, vai lá encontrar o cara.

– Você não precisa ficar lá com a gente e, poxa, é uma balada. Você é bonito, tem um corpo legal, papo legal também... pode conseguir um cara fácil – Kise sorriu esperançoso e levantou-se também, abraçando a cintura do amigo. – Por favoooooor, Aominecchi!

Aomine olhou para o loiro e suspirou passando as mãos pelo rosto. Detestava a forma como Kise conseguia tudo muito fácil de si. Bagunçou o cabelo do loiro e acenou, fazendo-o soltar um grito animado e apertá-lo ainda mais no abraço. Kise ria baixo enquanto os dois caminhavam abraçados para a saída do parque.

– Só você mesmo para ficar arranjando esses encontros pela internet... Toma cuidado, viu? Você é famoso – Aomine falou preocupado, olhando o loiro com o canto de olho, este riu baixo e piscou para Aomine.

– Eu minto minha aparência na internet, Aominecchi – sorriu fraco.

– E como o cara vai te reconhecer na balada? – Perguntou franzindo a testa.

– Ora, eu que tenho que reconhecer – sorriu de canto, apertando a cintura de Aomine com carinho. – Se eu aprovar pessoalmente, aí me apresento lindo e maravilhoso como eu sou e explico o motivo para esconder a minha verdadeira identidade, oras – Aomine balançou a cabeça concordando que era uma boa tática. – Eu sempre consigo ficar com os caras fazendo isso. Agora esse de hoje... ele parece sei lá... não parecia bem real, por isso estou com medo dessa vez.

– Entendo – Aomine suspirou ao chegarem à saída do parque e olhou para o loiro. – Vou estar lá para tomar conta de você. Vou para casa agora tomar um banho, passo na sua casa e vamos no meu carro, pode ser?

– Claro – Kise acenou e depositou um beijo na bochecha de Aomine e então correu para seu carro sendo observado pelo maior, que suspirou caminhando em lentidão para seu carro. Kise tinha o dom de enfiá-lo em coisas que não queria.

Mas quem sabe também não acabava se envolvendo com alguém para passar o tempo?

Pois bem, exatamente no horário marcado estava parado dentro de seu carro esperando Kise sair, já mandara duas mensagens avisando que estava esperando-o. Mas o loiro não respondera nenhuma das mensagens. Suspirou, não devia ter chegado na hora marcada, conhecia o modelo muito bem, costumava se atrasar bastante. Olhou o relógio em seu pulso e deixou seu corpo relaxar sobre o banco. Escutou a música que passava na rádio e cantarolou ao reconhecer Billie Jean.

Batucou o ritmo da música na coxa com os dedos enquanto observava a rua calma na qual Kise morava. O modelo havia escolhido um dos bairros mais calmos de Tóquio para morar, embora fosse uma pessoa muito mais ligada ao movimento. Enquanto Aomine escolhera uma cidade que fazia divisa com Tóquio, por ser menos urbana e cheia de árvores e calmaria.

Olhou para o lado observando a casa do loiro, parecia estar vazia, mas tinha certeza de que, em algum canto daquele lugar enorme, se encontrava o loiro arrumando-se.

Revirou os olhos, Kise não tomava jeito mesmo. Mas, mesmo depois do colégio e faculdade, não conseguiu afastar-se do amigo. Ainda mantinha contato com os outros, mas sempre estava com Kise; gostaria de falar que costumava sair bastante com Momoi também, mas a garota fora fazer faculdade no exterior e não voltara de lá. Mas conversavam bastante por telefone.

Seus pensamentos foram interrompidos pelo movimento de Kise ao sair da casa. Aomine o encarou caminhar até o carro, estava lindo, como sempre. Usava uma calça despojada preta, uma blusa branca com colete também preto e algumas correntes finas de tamanhos diferentes e sapatos bege, em suas mãos estava um casaco bege. Sorriu para o amigo quando entrou, recebendo um beijo na bochecha.

– Está lindo, como sempre – riu fraco quando o loiro piscou para si, sussurrando um “é claro”. – Bem, pode digitar o endereço no GPS – indicou o GPS a frente do loiro, que instantaneamente, começou a digitar o endereço.

– Pode ir – piscou Kise quando a voz da mulher se fez presente indicando o caminho a se fazer. Aomine acenou e começou a andar, ainda cantarolando a música.

Não conversaram muito durante o caminho, Kise parecia estar trocando mensagens com alguém, provavelmente o homem com quem se encontraria na balada. Revirou os olhos rapidamente, que tipo de homem marcava um encontro em balada? Isso era quase um convite para motel. Kise devia pensar melhor em seus encontros e critérios.

– Qual o nome desse cara? – Perguntou Aomine, virando já na rua da balada, procurando um lugar para estacionar.

– Haizaki Shougo – falou Kise com um pequeno sorriso.

– OI?! – Aomine arregalou os olhos e encarou o loiro por um instante, que parecia não entender o motivo para tanta surpresa. – Esse cara... como ele é?

– Hm... alto, branco, tem trança raiz... na verdade, parece um pouco com você, sabia? – Kise riu baixo e Aomine parou em um canto, dando setas para avisar que era uma parada rápida, por ser em um local onde não se podia parar.

– Eu conheço essa pessoa... – Aomine respirou fundo, passando as mãos pelo rosto. – É meu primo, de segundo grau, mas costumávamos nos falar bastante.

– Sério? – Kise arregalou os olhos. – Ahn... e agora?

– Eu nem sabia que ele era gay e ele não sabe que sou também, eu acho – Aomine suspirou. – Brigamos feio uma vez e paramos de nos falar. Bem... não posso fazer nada, mas toma cuidado com ele, ok? O Haizaki... é uma pessoa complicada.

– Hm... desse jeito eu vou desistir, Aominecchi – Kise franziu a testa enquanto mordia o lábio inferior e encarava a entrada da balada.

– Não desista não... Eu vou ficar de longe. Não vou brigar com ele, prometo – sorriu fraco e alisou o cabelo do loiro, depositando um selo em sua testa. – Relaxe... – suspirou e achou um estacionamento. Estacionou o carro ali e saiu com Kise, caminharam de mãos dadas até a balada, mostrando suas entradas e identidades. Ao que parecia, Haizaki já esperava Kise no balcão.

Aomine seguiu com Kise até bem perto de onde Haizaki se encontrava, riu ao ver a cara de Kise ao ver como Haizaki realmente era, parecia ter gostado do que via. E então balançou a cabeça quando o viu morder o lábio inferior e piscar para si, caminhando até o moreno.

Ficou algum tempo ali observando Kise ir até seu primo e falar algo, fazendo Haizaki franzir a testa e depois ficar surpreso. Sorriram um ao outro e então se afastou quando viu que estava tudo bem.

Olhou ao redor. Havia muitos homens bonitos naquela balada, ainda não tinha ido àquela, mas parecia realmente boa, era grande e não tão quente como baladas costumavam ser, pôde ver que na parte de cima havia um espaço acústico, para o som não soar tão alto lá dentro. Assim como havia outra parte onde era aberto, mas era área VIP também. Olhou seu ingresso mais uma vez, torcendo para ter acesso à área VIP.

– Ah, Kise, eu realmente te amo! – Exclamou ao ver que poderia ter acesso sim. Com um leve sorriso caminhou até a escada, começando a subir com um pouco de pressa. Ao chegar, mostrou seu ingresso ao segurança, que o deixou entrar. Sorriu quando a música diminuiu o volume e sentou-se em uma das mesas para duas pessoas. As mesas da parte onde escolhera ficar estavam cheias. Mas não se importou, pelo menos não era aquele barulho ensurdecedor de música.

Pegou um cardápio e olhou as opções, pediu alguns petiscos a um garçom e uma bebida fraca, agradecendo por haver algo ali com teor baixo de álcool. Tinha certeza de que Kise escolhera aquela por pensar que Aomine ficaria irritado por não poder beber e ter de ficar olhando-o, por isso pesquisou uma onde o maior pudesse se entreter ao menos. Sorriu fraco, Kise era um bom amigo.

Olhou para baixo, procurando-o com Haizaki e os achou no mesmo lugar no balcão, riam de alguma coisa. Notou que Haizaki parecia sem graça e riu. Jamais o vira daquela forma, mas também não era de se surpreender, Kise era um homem lindo e realmente carinhoso. Gostava muito do loiro, até mesmo já se apaixonara por ele, mas preferiu manter aquilo em segredo até seus sentimentos sumirem.

Voltou seus olhos para o local que estava e viu um homem alto olhando ao redor, parecia procurar um lugar para sentar, mas não havia nenhum além do lugar vago à frente de Aomine. Seus olhos encontraram os do homem e o viu olhar inseguro para o lugar vago e então de volta para Aomine, que procurou sorrir e tentar informar que o lugar estava vago. O outro entendeu e caminhou até sua mesa.

– Tudo bem se eu me sentar aqui? – Perguntou de forma educada e Aomine sorriu acenando. – Não costuma ficar tão cheio...

– Ah, eu nunca vim aqui – riu Aomine, que notou ser menor que o homem à sua frente. Ele possuía olhos e cabelos roxos, que iam até seus ombros largos, pele tão clara quanto a neve e sua voz era calma.

– Entendo... é bem legal, digo, aqui em cima – o maior sorriu fraco, olhando para o térreo, onde as pessoas dançavam e bebiam. – Meu nome é Murasakibara, Murasakibara Atsushi, prazer – sorriu e estendeu a mão para Aomine, que retribuiu o ato.

– Aomine Daiki, prazer – sorriu também e então o garçom chegou com seu pedido e Murasakibara aproveitou para fazer o seu. E então Aomine o viu colocar alguns doces sobre a mesa. – Você gosta de doces, não? – Sorriu.

– Ah, muito – Murasakibara riu fraco. – Sempre como doces.

– Não fica diabético? – Franziu a testa, pescando algo de seu prato para comer. Escolhera lula à dorê.

– Oh, eu me cuido bastante. Na verdade, meus doces são sem açúcar – pescou algum doce e o comeu, voltando seu olhar para baixo, tentando entender a música que tocava. E, ao notar, sussurrou a letra enquanto movia o corpo devagar, no ritmo da música. Aomine prestou atenção e sorriu ao notar que era alguma música atual conhecida.

I eat my dinner in my bathtub, then I go to sex clubs... – Ouviu a voz baixa de Murasakibara cantarolar e sorriu fraco. Não era muito fã desse tipo de música, mas gostava em locais assim. Suspirou e voltou a olhar para o local onde deviam estar Haizaki e Kise, já não estavam lá. Suspirou, esperava que tomassem cuidado, aqueles dois.

Viu a bebida de Murasakibara chegar, era uma doce, junto a alguns petiscos também. E então o garçom se afastou. – Por que está aqui sozinho? – Perguntou Murasakibara, colocando o canudinho da bebida na boca em seguida, sugando o líquido. Aomine riu fraco.

– Acompanhando um amigo num encontro – Murasakibara arqueou uma sobrancelha.

– Tipo segurando vela?

– Estava, mas eles sumiram, agora estou aqui – Aomine sorriu, colocando limão sobre sua comida.

– Pelo menos não está sozinho – Murasakibara sorriu fraco, sem mostrar os dentes e Aomine retribuiu o gesto.

– Você vem sempre aqui?

– Uhum, gosto da comida que servem aqui e dessa bebida. Mas só venho as sextas ou finais de semana – Deu de ombros. – Tenho que trabalhar também – Riu baixo.

– Mas é um lugar tão tumultuado... – Aomine franziu a testa olhando para o maior, que deu de ombros e riu fraco, começando a ficar um pouco corado.

– Admito que venho também para não ficar sozinho – Deu de ombros. – É mais fácil achar alguém ali em baixo do que lá fora. E, bem, aqui posso olhar e procurar um cara não tão baixo ou, pelo menos, da minha altura – Aomine riu com ele. – É um pouco difícil ser tão alto.

– Bem, não sou tão alto quanto você, mas passo da média dos japoneses também – Olhou novamente para a pista de dança enquanto tomava um gole de seu suco. – Realmente, aqui deve ser um bom lugar para procurar pessoas... eu devia tentar isso – riu fraco.

– Sim... – Murasakibara voltou os olhos para sua bebida e continuou a sugar, Aomine concentrou-se naquela imagem. Nos lábios rosados, um tanto molhados, ao redor do canudo, o rosto ainda vermelho pelo que tivera de falar e parte da franja caindo por seu rosto. Ele era realmente bonito. Viu-o retirar os lábios do canudo e lambê-los, piscando devagar, talvez por conta do álcool. E então os olhos do maior encontraram os seus e desviou rápido, não queria que ele notasse que estava olhando muito. – Por que está bebendo isso? Incomum alguém pedir algo com tão pouco álcool – o maior apoiou a cabeça na mão, enquanto o cotovelo mantinha o peso de sua cabeça.

– Ah, estou com carro. Não posso beber – Murasakibara arqueou as sobrancelhas demonstrando entendimento.

– Você é um moço responsável – sorriu de canto, voltando a beber. – Vim de ônibus mesmo – riu fraco e olhou ao redor. – Não queria arriscar vir de carro. Mas vou voltar de táxi, essa bebida já está me deixando alto e eu moro longe.

– Eu nem ao menos moro em Tóquio, moro uma cidade que faz divisa – suspirou. – Ainda bem que quando sair daqui o trânsito vai estar tranquilo.

– Caramba, e você veio até aqui apenas para acompanhar seu amigo? – Murasakibara parecia surpreso e Aomine assentiu. – Você realmente é um amigo legal. Não tenho lá muitos amigos e não somos assim tão próximos.

– Eu só tenho esse próximo mesmo – Deu de ombros olhando para seu prato, faltava pouco para terminar de comer. Pegou seu celular e viu que havia uma mensagem de Kise. – Falando nele... foi embora com meu primo, disse para eu voltar sozinho e que estão bem – suspirou novamente. – Pelo menos isso – sorriu de canto e olhou para a pista, ainda podia tentar pelo menos algo antes de ir embora.

– Vai descer? – Perguntou Murasakibara, terminando de tomar sua bebida muito rápido, fazendo com que o álcool subisse mais rápido do que esperava, mas ainda tinha consciência.

– Estava pensando, mas, sinceramente, não estou no clima de descer lá e sair ficando com qualquer cara – deu de ombros, acho que já vou... – Olhou para o maior, que agora estava corado pela bebida e os lábios pareciam estranhamente inchados, achou-o ainda mais bonito daquela forma. – Vai ficar?

– Não, não... hoje eu vou embora também – riu fraco. – A bebida subiu rápido, eu devia ter comido algo antes de beber – voltou a rir e Aomine riu baixo também, ele ficava estranhamente fofo quando estava bêbado. Talvez porque parecesse ser o tipo de pessoa que se mantinha séria todo o tempo e ali estava rindo e tentando esconder isso.

Aomine viu Murasakibara tentar se levantar e acabar tropeçando, mas não caiu, pois o menor levantara-se rápido para ajudá-lo. O maior se afastou rápido, parecendo ter ficado envergonhado e sorriu sem graça, procurando seu cartão no bolso, já que o garçom se aproximava para que pagassem.

Murasakibara pagou primeiro, tendo um pouco de dificuldade, o que pareceu envergonhá-lo mais. Aomine notou que a bebida estava subindo mais rápido do que ele esperava, o que o deixou preocupado com a volta do homem para sua própria casa.

Pagou sua parte e se aproximou de Murasakibara. – Hey, não quer que eu te leve para casa? Onde mora? – Murasakibara pareceu apreensivo, mas sabia que Aomine não parecia ser uma má pessoa. Suspirou, provavelmente era a coisa mais louca que faria na vida, confiar em um estranho para levá-lo para casa, mas fora imprudente em se deixar levar pela beleza de Aomine e beber sem comer antes.

Falou onde morava e Aomine disse ser caminho para sua casa, então seguiram juntos para a porta de saída, com o menor ajudando o outro algumas vezes, quando parecia que iria cair. Até que chegaram ao carro de Aomine, que abriu a porta do passageiro para Murasakibara, mas o maior não entrou. Voltou a ficar apreensivo.

– Eu não vou te fazer mal, sério – falou Aomine. – Eu sou policial, olha... – mostrou seu distintivo e suspirou. – Jamais faria mal a uma pessoa que não mereça isso. – Sorriu fraco vendo que Murasakibara parecia mais tranquilo.

– Ok... – Suspirou e passou por Aomine, mas não entrou no carro, ficou parado entre a porta e o menor, encarando seus olhos azuis e, para o menor, era como se aquele contato durasse uma eternidade.

Murasakibara era uma pessoa estranha. Não haviam falado nada de interessante e nem ao menos trocado cantadas ou algo que indicasse que tentariam algo um como outro, porém os lábios do maior chamavam os seus. Deu um passo para beijá-lo, porém Murasakibara entrou no carro nesse mesmo instante e Aomine olhou sobre o carro para a rua, xingando baixo. Deu alguns tapas desolados sobre o carro e bateu a porta, dando uma volta até entrar e sentar no banco do motorista.

Digitou o endereço que Murasakibara havia lhe falado no GPS e o ajudou a colocar o cinto de segurança. Seguiram em silêncio, trocando alguns olhares e notou que o maior estava envergonhado com algo, só não sabia o quê. Mas também estava, e muito, mas agradecia por seu tom de pele esconder isso, junto à escuridão do carro. Pois seus pensamentos não paravam de deslizar sobre as coxas grossas e marcadas do homem ao seu lado, ou sua nuca exposta por estar inclinado, os lábios inchados e os olhos marejados e sonolentos. Queria apertar aquelas coxas, beijar aqueles lábios, sentir o cheiro daquela pele...

Suspirou, tentando ignorar aqueles pensamentos e apenas focar em seu caminho. Olhou para o maior após alguns minutos, ele estava encarando-o, sorriu fraco, vendo Murasakibara olhar para a rua, começando a corar com força. Dirigiu em silêncio por mais alguns minutos até chegar ao apartamento do maior, que lhe sorriu quando parou o carro.

– Quer ajuda para abrir a porta? – Perguntou antes que pudesse pensar bem na pergunta. Murasakibara ponderou um pouco e acenou, tentando soltar-se do cinto, tendo êxito. Aomine saiu e trancou o carro após o maior sair e o seguiu, vendo-o estender um molho de chaves para si, segurando uma em específico. Aomine a pegou e abriu o portão do condomínio, deixando Murasakibara passar primeiro e entrando logo em seguida.

O ajudou a subir as escadas e o seguiu até o elevador. Apertou o botão “8” quando ele pediu, já que não estava conseguindo distinguir qual dos três que via era o real. Acabou rindo quando o maior disse aquilo e o mesmo o acompanhou. Caminharam juntos até o apartamento e Aomine abriu a porta de novo, entregou o molho de chaves para Murasakibara, que pegou, mas continuou a encarar o menor.

Ficaram ali, apenas olhando um ao outro. E então Murasakibara abaixou o olhar corando muito e olhou para dentro de sua casa em seguida. Aomine ficou sem saber o que falar ou fazer e então sorriu, tossindo fraco.

– Bem... foi bom conversar com você hoje – falou e estendeu a mão para o maior, nem ao menos estava se reconhecendo. Se estivesse no seu normal, já estaria na cama fazendo algo com aquele homem e não ali se despedindo.

– É... f-foi... – murmurou o maior, apertando a mão do menor. – S-sabe... eu sou chefe de cozinha, qualquer dia poderia ir jantar no meu restaurante. Não no horário convencional, porque eu não poderia jantar contigo... então pode ir qualquer dia depois que fechar, que tal?

– Ah, seria muito bom! – Aomine sorriu largo.

– Eu... – Murasakibara não queria que aquele cara fosse embora, mas também não queria fazer sexo por fazer com ele e vê-lo ir embora com a sensação de “mais um”. Aomine fora o único que conheceu naquele lugar que não acabou transando ou tendo alguma conversa maliciosa desde o início. Talvez aquilo nem o tornasse tão especial, mas já era o suficiente para si. – Ér... vou entrar.

– Ah, claro – Aomine sorriu sem graça e deu um passo para trás. – Nos vemos então... Por que não me passa seu número? Assim podemos marcar de sair de novo – sorriu mostrando seu celular ao maior, que acenou e falou o número.

– Bem... boa noite, Aomine – Murasakibara entrou e acenou fraco enquanto fechava a porta. Assim que perdeu a visão do maior, Aomine caminhou pelo corredor de volta ao elevador. Porém, enquanto esperava o mesmo, achou que estava sendo idiota. Nem ao menos o beijara! Mas talvez por ser a primeira vez que se viam? Mas... Ah! Caminhou rápido de volta ao apartamento do maior e apertou a campainha, a porta foi aberta com uma rapidez tão grande que era como se Murasakibara estivesse ali esperando. – Aomin...

Mas antes que pudesse completar a fala, o menor havia segurado seu rosto e o beijado. Ficou surpreso de início, mas acabou envolvendo os braços ao redor do pescoço de Aomine, que passou as mãos por sua cintura, envolvendo a língua do maior numa dança gostosa com a sua. Beijavam-se com fervor e era tão melhor do que haviam imaginado. Até que seus lábios foram se separando aos poucos e soltaram-se por fim, mas mantiveram-se próximos, respirando um pouco mais rápido.

– E-eu... desculpa – falou o menor. – Eu só achei que não podia ir embora sem ao menos fazer isso... – Murasakibara riu baixo e acenou.

– Eu entendo – murmurou olhando para o lado. – Eu estava quase saindo para fazer o mesmo.

– É... bem... agora eu vou de verdade – riram juntos e Murasakibara voltou a fechar a porta. Correu para seu quarto e riu baixo, Aomine beijava realmente bem.

Com um suspiro, deixou o celular sobre a cama e foi tomar um banho. Ficou alguns minutos parado na banheira pensando no homem de cabelos azuis, ele era realmente bonito e interessante. Fazia tanto tempo que não se interessava por um homem. Mordeu o lábio inferior contendo um sorriso.

Após o banho, correu para a cozinha e pegou alguns doces, levando-os para o quarto. Deitou-se e começou a assistir a filmes, mas sua atenção sempre caía sobre o celular, esperando por uma mensagem de Aomine.

Mensagem esta que nunca chegou. Nem no dia seguinte, nem ao longo da semana. Aquilo o deixou um pouco chateado, achou que Aomine havia se interessado por si da mesma forma que se interessou por ele, achou que sairiam e conversariam mais. Mas não, provavelmente Aomine havia mentido sobre não ir a baladas. Talvez estivesse com outra pessoa.

Alguns dias depois, cansado de esperar mensagens de Aomine, Murasakibara estava lendo um site de notícias da cidade. Foi quando encontrou uma notícia sobre um policial morto não muito longe de sua casa. Franziu a testa e clicou para saber o que estava acontecendo, mas o choque foi intenso quando viu uma foto de Aomine.

O policial que sofrera o atentado era Aomine Daiki, que estava caminhando por perto da sua casa há alguns dias, quando um grupo não identificado o atacou e assassinou, levando todos os seus pertences. Havia sido enterrado dois dias depois, com homenagem militar e de seus familiares. Pelo que se sabe, Aomine Daiki estava voltando de uma festa na noite do ocorrido, mas seu melhor amigo, Kise Ryouta, que o havia acompanhando até a festa, não entendia o que ele estava fazendo tão longe da própria casa, nem ao menos era caminho para a casa dele.

Era para ser uma noite divertida...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

:v Como sempre eu matando as pessoas...
Pois é.
Cabou :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Just a funny night" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.