Um Amor que Cura escrita por Além do Meu Olhar


Capítulo 25
Revelações- Segunda Parte


Notas iniciais do capítulo

Gente eu sei que estou postando uma vez por semana, mas não aguentei em dividir com vocês o capítulo abaixo U_U

Um bebê nos braços e um sentimento no coração, Adélia por si só chega a única conclusão possível... Enquanto Alberto vê seu mundo desmoronar!

Boa leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/640248/chapter/25

Glória chegou no centro médico com Téo e Danubia e foi logo encaminhada a uma ala de verificação, onde faziam uma triagem para depois encaminhar cada paciente ao tratamento certo.

–Meu Deus...

–O que foi senhora?

–Aquela ali é...

–Glória?

Adélia parou petrificada ao dar de cara com a cunhada e seus olhos se encaminharam para o menino nos braços dela. A criança parecia muito abatida, mas não podia negar os olhos puxadinhos eram uma lembrança forte do pai, agora que estava maiorzinho semelhança era maior, Adélia constatou.

–Adélia... Téo passou muito mal e resolvemos trazê-lo ao médico. Essa é Danubia a mãe dele.

Adélia observou a moça esperta ao lado de Glória, loira de traços delicados, nada parecia com o menino, com a pele mais morena, os olhos amendoados e os cabelos escuros.

–Deixe-o comigo, vou levar para a triagem... – Adélia falou sem se dar conta das suas palavras recebendo no colo o menino.

–Querida está bem? – Glória ficou preocupada com a mudança na coloração da pele dela.

–Sim, estou ótima, venha querido, vou levar você para que fique bonzinho logo.

Glória e Danubia observaram ela com o menino nos braços se encaminhar para outra sala, onde mediriam a febre e fariam alguns exames para definir o estado dele.



Na sala Adélia delicadamente colocou o termômetro no menino que reagiu contrariado.

–Shiii, meu anjinho, calma tudo vai ficar bem... É só um pouquinho gelado.

Examinou a garganta dele e o pesou.

–Ei menino está grande, a última vez que te vi estava apático... Cheio de manchinhas vermelhas na pele... – Adélia segurou o pequeno com firmeza enquanto corria a ponta dos dedos no rostinho angelical do pequeno. -Sua tia está cuidando bem de você... – Adélia sentiu as lágrimas descerem serenas no rosto, era claro que aquele menino era de Alberto, não havia mais dúvidas.

Algo tinha acontecido com a mãe dele, mas o que Adélia não entendia era as mentiras, sendo ela tão sincera e revelando sua história sofrida, Alberto devia ter confiado nela e contado seus próprios segredos.

O pequeno deu um pequeno resmungo com os olhinhos abertos olhava atento para a moça que o segurava.

–Está cansadinho né? Vamos vou te levar para ver o doutor.





***



Alberto encontrou Glória no corredor do centro médico.

–Como pode vim assim aqui!

–Calma Alberto! - Nestor tentou conter a fúria do amigo.

–O que queria? O menino estava queimando de febre, delirando até!

–Deus queira que Adélia não o veja, onde ele está?

–Alberto... – Glória não sabia o que dizer.

–Ande, precisamos levá-lo daqui nem que seja para a capital, Joana me procurou a pouco dizendo que a mãe de Adélia esteve enchendo a cabeça dela falando que esse menino é meu filho.

–E não é?

Todos tomaram um choque ao escutar a voz de Adélia logo atrás deles.

–Adélia...

O rosto manchado de lágrimas deu lugar a um sorriso terno.

–Olha só, esse pequeno está com uma pneumonia forte, terá que ficar eternado. Mas precisa ir para o hospital da Santa Casa, aqui no centro médico não há leitos para crianças.

Téo estava aconchegado nos braços dela e dormia tranquilo, Alberto em estado de choque escutou tudo com atenção.

–Ele é um menino muito forte, mas tem um pulmão delicado, precisa de muito cuidados... Já tomou a primeira dose de medicamentos, e o doutor mais tarde passará no hospital para vê-lo.

A moça falava tudo muito profissional olhando diretamente para os olhos confusos e aflitos de Alberto como se ele fosse um pai qualquer no corredor do posto médico.

–Adélia... -ele conseguiu dizer. – Por favor meu amor, precisamos conversar...

–Agora estou trabalhando, pegue seu filho Alberto e vá rápido ao hospital, a febre já baixou mas é perigoso deixá-lo exposto assim.

Ele recebeu o menino nos braços ao mesmo tempo que sentia seu coração rasgar e o pequeno abria os olhinhos assustados.

–Ei Téo, vou ir te visitar não precisa ficar com medo, lá onde vai ficar, tem um monte de brinquedos. - o pequeno havia se agarrado a uma correntinha no pescoço de Adélia, e ela delicadamente soltou dedinho por dedinho sentindo os olhos molhar novamente desviando do olhar de Alberto. -Nos vemos a noite Alberto.

Saiu andando segura pelo corredor, mas por dentro seu peito estava dilacerado.

–Meu Deus... – Glória pegou o menino dos braços do irmão. -Veja só o que sua teimosia resultou.

–Vou atrás dela...

–Não, agora ela está nervosa, se ir podem ter uma discussão e prejudicar o bebê. - Nestor segurou o amigo pelo braço.

–Mas... Ela estava chorando... Com esse menino nos braços... - Alberto estava desolado.

–Esse menino é seu filho! Chega de reclamações, você escolheu assim Alberto! Vamos Nestor, temos que levar ele ao hospital.



***





Em todo o tempo que esteve apaixonada por Joab, Adélia jamais sonhou outra vida que não fosse ao lado do negro que tanto tinha mexido com ela. Meses haviam passado desde a morte dele e sentia o coração sangrar quando lembrava do pai tirando a vida dele bem na sua frente, o gosto do sangue subia a sua boca lembrando as dolorosas chibatadas que havia recebido e que rasgaram sua pele. Durante o luto tentou tirar sua vida, tão sem sentido tudo lhe parecia. Mas agora tinha outra vida crescendo dentro dela, um fio de esperança, por mais que estivesse magoada com Alberto não podia deixar de pensar no filho dos dois.

Passou a mão no pequeno volume em seu ventre e buscou força para enfrentar o que lhe esperava.

–Adélia! Por Deus menina, chegou, estava tão aflita, o senhor Alberto está na sala, ai menina está muito mal...

–Joana, por favor prepare um chá para mim.

–Claro...

–Onde está Maria?

–Está dormindo.

–Preciso ver ela antes de conversar com meu marido.

Joana observou ela subir as escadas parecendo carregar o mundo nas costas, teve medo por sua menina, ela tinha uma história tão sofrida, agora essa situação.

__________



Estela estava sentada com a menina num tapete no centro do quarto.

–Olha quem chegou Maria!

A pequena olhou e encontrou Adélia, bateu palmas animada dando pequenos gritinhos.

–Oi meu amorzinho, venha cá com a tia Adélia, venha.

Adélia pegou a neném que sorria e falava em sua linguagem inocente e infantil.

–Tão pequena... Maria, você ilumina meu dia, sabia?

–Dona Adélia está bem?

–Sim, só preciso sentir esse pesinho nos meus braços...

A neném pareceu sentir a tristeza dela, deitou a cabeça em seu ombro jogando os bracinhos em volta do seu pescoço.

–A meu amor, você tão inocente quanto aquele menino... Não sei a história dele, mas não deve ser muito fácil...

Adélia ninou a pequena cantando uma canção baixinho no ouvido dela que logo adormeceu.

–Estava cansadinha.

–Tão pura, nem sabe como a vida é de verdade, a gente devia poder desenhar o futuro dos filhos, para que não tivessem que lidar com percas e sofrimentos... E você Maria, é um pouco minha filha... Quero que sua história seja melhor que a minha! – sussurrou no ouvido da pequena adormecida.

–Mas não podemos fazer isso...

–Verdade Estela... Coloque ela no berço.

–Senhora parece tão fraca... Quer que eu chame a Joana?

–Não, eu estou bem, só tive um dia difícil.

Respirando fundo Adélia desceu para enfim conversar com Alberto.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aiiiiiiiiiiiii Deus terminar assim ninguém merece U-U... Eu sei que é ruim mas agora só semana que vem :)

Beijos!!!