Kin Pumpkin; A Rainha do Halloween escrita por Lenore Marana


Capítulo 22
Kin Pumpkin; A Rainha dos Criminosos. Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Trilha sonora: http://www.infinitelooper.com/?v=mS8A1Gbq2CQ&p=n

Aproveitem que as coisas estão esquentando!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/640245/chapter/22

Após dois anos, Kin já tinha dez anos de idade.

Estava novamente no dojô, apontando sua espada na direção do avô Giyami, que estava em posição defensiva.

Já fazia dois anos desde a primeira vez que enfrentou o avô.

Dessa vez, Kallin não estava junto dela.

Kin aguardava pelo melhor momento de avançar, enquanto o avô aguardava o ataque da neta.

AAAHH!” Kin começou a correr, ameaçando o idoso com sua espada de madeira, o senhor, com facilidade defendeu o golpe da menor, que foi parar no outro lado da sala.

Kin ofegava enquanto repensava sua estratégia. Sozinha era muito mais difícil.

Correu novamente na direção do mais velho, parou em sua frente e começou a o atacar repetidamente, avançando vagarosamente enquanto desferias incontáveis espadadas. O adversário caminhava de costas, defendendo cada ataque que recebia.

Os ataques eram magnificamente velozes, um vinha pela esquerda e em menos de um segundo após ser rebatido, outro vinha pela direita, e depois por cima, por baixo, por todas as direções e de todas as formas.

Defendendo todos os golpes, o avô resolveu ataca-la. Ela defendeu a espadada do mais velho e recuou.

–Será que não consegue sozinha? – O idoso perguntou, apontando a espada para frente e flexionando o braço livre para cima, demonstrando uma posição de luta. – Tens saudades de Kallin?

Kin não respondeu, apenas inspirou e expirou repetidamente.

A garota correu novamente, dessa vez, sua espada estava envolta por uma luz avermelhada, era sua força-de-vontade sendo canalizada pela arma. A enxurrada de golpes novamente teve início, porém de forma muito mais intensa.

O avô foi bloqueando cada golpe poderoso da neta, mas esta atacava sem parar e com bastante força. Após alguns golpes, a espada de madeira do mais velho se quebrou ao meio.

Giyami recuou com um pulo. Tinha em mãos apenas meia espada.

–Venha. – Pediu, com o pedaço de madeira em mãos.

A garota não se conteve em vista da desvantagem do adversário, botou-se a atacar com mais força ainda, porém, utilizando um pouco mais de perícia, o avô foi capaz de defender todos os golpes utilizando apenas aquele diminuto pedaço de pau.

Empurrou Kin para trás com a força de sua meia espada e também recuou.

–Chega de defender. – O velho declarou e em seguida se desfez do resto de sua espada, ficando com as mãos nuas.

Deu um passo à frente.

–Vou apenas me esquivar. – Colocou ambas as mãos para trás das costas.

Kin deu uma gargalhada monossilábica.

–Você sabe que eu não aguento mais ser uma diácona a seus cuidados, velhinho. – Estava ajoelhada. Limpou um ferimento abaixo dos lábios. – É hoje que você cai.

A garota se levantou e deu um golpe no ar com sua espada de madeira, de forma ameaçadora. Começou a concentrar sua força-de-vontade e ficou inteiramente envolta pela luz avermelhada.

A energia era tanta que criava vento, seus cabelos se moviam com a influência do sopro, assim como as roupas.

Com olhar determinado, ela, ao invés de correr, caminhou na direção do avô vagarosamente. Um passo de cada vez.

–O exame profissionalizante é daqui a uma semana. – Disse o avô. – É o tempo que você tem para me derrotar. Não me importo se a luta durar os sete dias.

Kin continuou caminhando em sua direção.

–Mas se você não acertar ao menos um golpe em mim, terá que ficar aqui por mais um ano.

A garota chegou muito perto do avô, praticamente encostando o rosto ao seu estômago, inclinou a cabeça para cima e seus olhares se cruzaram, nesse momento, soltou a espada e investiu com um soco na barriga do mais velho.

Ele rapidamente trouxe suas mãos das costas para frente, segurou a mão de Kin com as suas duas e torceu seu punho, fazendo-a parar, por fim, deu um passo para trás.

O som de algo se quebrando ecoou no momento em que o punho da menina fora torcido.

Ela rapidamente se agachou para pegar a espada, mas no momento em que apertou o cabo da arma, soltou-a, deixando-a cair novamente.

Sua mão doía demais para segurar sua arma.

–Se o seu osso estiver quebrado, não vai poder usar a espada. – Disse o avô, revelando o que fizera.

Kin respondeu com um olhar revolto.

Agachou-se e vagarosamente pegou a espada. Costumava utilizar aquela espada a segurando com as duas mãos, e sabia que não teria chances de acertar ao avô utilizando apenas sua mão boa, a esquerda.

Gemendo de dor, Kin agarrou a espada com força, então se postou em posição de ataque e avançou colericamente contra o adversário, sem se importar com o pulso quebrado.

Sem tirar as mãos de trás de suas costas, o avô confortavelmente se esquivou de toda investida, caminhando para trás e movendo seu corpo sutilmente para os lados opostos aos dos ataques numerosos.

Kin não parou de atacar nem por um instante durante oito horas seguidas, e o avô não foi tocado pela madeira da espada uma vez sequer.

Além de ataques físicos da espada dotada de força-de-vontade de sua usuária, Kin também se utilizava de ondas de energia lançadas da espada, que era capaz de criar, mas o avô se esquivou de tudo.

Dez horas após o início da batalha, Kin recuou.

–Estou ficando velho pra isso. – Disse Giyami, sem realmente demonstrar sinais de cansaço.

Kin estava ferida e ofegante. Seu pulso estava avermelhado e inchado.

–Que coisa chata. – Disse. – Ficou se esquivando por dez horas seguidas. Você é um estraga prazeres, sabia?

–Que mulher abusada que está se tornando. – Censurou o avô. – Ainda se conseguisse me acertar, teria direito de abrir a boca.

–Chato do jeito que é, posso imaginar porque tá solteiro.

–Você é que nunca vai se casar se tiver a boca grande desse jeito.

–Quem disse... – Kin lançou um raio cortante avermelhado de energia de força-de-vontade criada de um corte de sua espada no ar. A onda cortante de energia chegou até o avô, que se esquivou com um salto. – Que eu preciso de um homem?

–Já recuperou seu ar, criança?

Kin alcançou sua cabeça e puxou vagarosamente os elásticos que prendiam suas maria-chiquinhas, ficando com os cabelos soltos.

–Agora o bicho vai pegar. – Apesar do cansaço, manteve o ar jocoso.

Avançou novamente e começou a o atacar insistentemente, mesclando golpes de espada com golpes de artes marciais e explosões de energia força-de-vontade. O avô foi capaz de se esquivar plenamente.

Após mais vinte horas de embate, Kin não tinha feito progresso algum.

–Chega, você já perdeu.

Estavam novamente separados por uma distância.

–Achei que eu só perdia se eu desistisse ou morresse.

–Só está adiando o inevitável, Kinberline.

Kin lançou uma bola de energia na direção do avô, mas ele conseguiu se desviar.

–Ainda tenho bastante energia, velho.

–Essa bola de energia – Reparou. – Foi lançada com a mão esquerda, mas você é destra. Já não consegue usar a direita, e vai destruí-la se continuar batalhando.

–Quem decide se minha mão vai parar de funcionar sou eu! – Levantou a mão direita e concentrou energia nela, mas a dor era tão lancinante que a energia se dissipou sozinha e Kin gemeu de dor.

O avô riu.

–Eu sabia que o dia em que permitiram que mulheres se tornassem exorcistas foi um grande erro!

Kin arremessou vários raios de energia seguidos contra ele, utilizando a mão esquerda.

–Você me irrita! Você que é um grande erro! – Não parava de ataca-lo de longe, arremessando sua energia. Ergueu a mão direita novamente e, mesmo com dor, utilizou das duas mãos para bombardeá-lo. – Eu sou a diácona mais forte do mundo! Duvido que você fosse forte assim quando tinha dez anos! Aposto que ainda usava fraudas e chupava chupeta!

Os raios de energia não paravam, mas nenhum atingia Giyami, que penas movia seu corpo para os lados com fluidez.

–Que criança desbocada! Se não és tão forte quanto eu, deves ter respeito. Sou mais velho e mais experiente, e sou homem! Onde foi parar o respeito das mulheres?

–Mulher nenhuma deve nada para os homens! – Kin estava se esgotando aos poucos, mas permaneciam atirando contra ele como se fosse uma armada inteira.

–Você não sabe nada sobre o mundo garota. Não entende as nuanças de um casamento! – O avô se esquivava sem errar.

–Eu não estou nem aí pra casamento! – Sua irritação era visível. – Pra mim todos os homens que forem que nem você podem pegar o próximo bonde pra lugar nenhum!

–Grandes palavras para quem não consegue me acertar.

Relaxadamente, o avô se esquivava de todas as bolas de energia, caçoando de sua adversária com sua habilidade muito superior.

Quando se desviou da ultima bola de energia avermelhada, estava certo de sua vitória, porém assim que tirou seu rosto da área de contato do ataque, a sola do tênis de Kin acertou seu rosto em cheio.

Eram tantas bolas de energia, que seu campo de visão era quase que completamente tomado por elas, como estavam muito próximas dele, por um instante a cada bola arremessada, não conseguia ver Kin, foi nesse exato momento, que ela arremessou seu tênis, aproveitando a bola de energia para o esconder.

Quando retomou o campo de visão, Giyami viu Kin com a perna direita erguida, como se tivesse chutado uma bola de futebol, e apenas de meia nesse pé.

O avô, com a marca que a sola do tênis da neta que fora arremessado causou no rosto, reconheceu sua derrota.

–Utilizou os ataques de energia para esconder o verdadeiro ataque. Escolheu o momento perfeito para arremessar seu sapato. – Deu um passo à frente. – Boa sorte no exame, você está pronta.

Kin sorriu, mesmo exausta. Em seguida, caiu no chão e adormeceu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Demorei pra postar esse capítulo, não?
Sentiram saudades de mim? :3
Desculpem pela demora, mas é o jeito >D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Kin Pumpkin; A Rainha do Halloween" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.