100 dias escrita por Camila Lião


Capítulo 6
Capítulo 6 - O início da busca


Notas iniciais do capítulo

Não haverá mais contagem de dias a partir desse capítulo, vocês que terão que imaginar quanto tempo falta para o mundo acabar ;3
Espero que gostem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/640132/chapter/6

 

Leon chegou na cidade mais próxima procurando uma casa vazia para que pudesse passar a noite. Chegou em um prédio de no máximo dez andares. Olhou para o céu, o sol ainda estava forte, devia ser mais ou menos meio dia. Tinha que arrumar um relógio logo, o seu acabara a bateria um pouco antes de chegar na cidade.

Ele desceu do carro com sua 9mm silenciosa na mão direita e uma lanterna na esquerda. A porta parecia estar frouxa, com um chute ele conseguiu derrubar. O barulho ecoou em toda a sala do prédio. Assim que ele entrou foi possível ouvir passos que ficavam cada vez mais rápidos e altos. Deve ter chamado a atenção dos zumbis que se escondiam da luz do sol ali dentro.

Apesar de estar de dia, a claridade no local era horrível, as cortinas estavam fechadas e as portas que haviam ali também. Começou a ouvir o barulho que os zumbis faziam, é como se quisessem falar. Olhou para a direita e viu quatro zumbis se aproximando.

Quando ele entrou, do seu lado esquerdo tinha uma pequena frecha de luz que vinha da janela principal. Correu para lá na tentativa de abrir, mas a mesma estava emperrada. Olhou para trás e viu que não teria tempo de insistir para abri-la, sua arma não os mataria, era fraca, então ele atirou no pé dos zumbis para que eles caíssem. Se rastejando levariam mais tempo para chegar até ele. Soltou a lanterna e a arma na poltrona que estava ao lado, com toda sua força começou a puxar o trinco até que um estrondo tomou conta do lugar. A janela havia caído, porém ele estava preso, ela caiu sobre ele. No chão ele seria um alvo fácil para os zumbis que se aproximavam. De repente um barulho, dois, três, quatro. Pareciam...Tiros! "Impossível, ninguém viveria aqui sozinho". Uma pessoa apareceu entre a escuridão e a luz que vinha da janela, não era possível identificar seu rosto, de repente ela saiu correndo e foi embora.

—Espere! -Berrou Leon-

Empurrando a janela para cima com toda sua força, Leon tentava fracassadamente se mexer. Escutou mais um barulho e de repente a janela se levantou. Olhou para ver o que era, havia um gancho e uma corda, mas a pessoa que o ajudou não estava mais ali.

Ele tinha que sair dali o mais rápido possível, a arma da pessoa que o salvou não havia supressor, logo os zumbis descobririam sua localização.

Saiu do prédio correndo em direção a casa que estava aberta logo a frente.

Estranhou ao entrar, tudo estava arrumado. Passo pela cozinha, sala de jantar, sala de estar, banheiro, subiu a escada que levava para os quartos, não havia ninguém "não tem ninguém, acho que posso ficar aqui por enquanto". Quando desceu, viu uma porta perto da porta de entrada "talvez seja um esconderijo?", sem pensar duas vezes ele entrou. Deu de cara com a garagem "também não tem ninguém, mas vou abrir o portão e guardar o carro".

Estacionou o carro. Fechou o portão. Abriu a porta da garagem que daria passagem para a sala. Uma pessoa. Um revólver.

—Calma! -Disse Leon assustado-

A pessoa o fitava sem piscar.

—Quem você pensar que é para chegar aqui e ir se apoderando de tudo?

—D-desculpe. Eu achei que ninguém morava aqui.

—Sério? Pensou que talvez fossem os zumbis que tivessem feito faxina?

—Olha, eu já me desculpei, ok? E pelo que eu vi, devemos ser os únicos humanos por aqui, já viu como está lá fora?

—Claro que eu já vi, estou aqui há mais tempo que você.

—Tudo bem. Nós poderíamos nos unir. Seria melhor do que cada um por si, não acha?

Não houve resposta.

—Ou não. -Disse Leon virando os olhos- Ok, você é difícil né? Tudo bem eu acho que...

Ele foi interrompido.

—Pode ser. Tem um quarto sobrando mesmo. E os dias são bem solitários. Se nós juntarmos nossa força... Talvez ficaremos bem. Leve suas coisas para o primeiro quarto do corredor. Está com fome?

Leon estava impressionado na mudança de comportamento da mulher a sua frente.

—E-estou. Certo, irei levar minhas coisas.

—Como é seu nome mesmo?

—Leon, Leon Lerner.

—Prazer, Viollet Ohanna. Vou fazer um lanche pra você, não demore.

Viollet tinha olhos e cabelos castanho escuro. Era alta e magra. Havia um corpo bem desenhado, seios volumosos que faziam par com seu quadril largo. Sua pele era queimada do sol, porém havia alguns lugares descascando, nada que não a deixasse mais bonita. Seu corpo era firme e ela havia criado alguns músculos devido ao seu dia a dia puxado. Até suas cicatrizes colaboravam para que ela fosse uma bela moça.

⌥⌥⌥⌥⌥⌥

—Vou enlouquecer! -Exclamou Mia-

—Se acalma, garota. Deve ter umas cinco horas que ele saiu daqui e você já está assim. -Disse Any, com cara e voz de mau humor-

—Preciso saber dele. Preciso cuidar dele. Você sabe bem como ele é lerdo.

—Você não pode fazer nada, Mia. Então se acalme.

⌥⌥⌥⌥⌥⌥

—Conseguiu se instalar? -Perguntou Viollet sorridente- Aqui está.

Leon observou o prato com pão e queijo caseiros.

—Muito obrigado, estou faminto.

—Você prefere leite ou suco?

—Um copo de leite está ótimo.

Viollet vai até um canto da cozinha onde tem uma tampa de concreto no chão, assim que ela retira a tampa é possível ver alguns mantimentos.

—Por que você os guarda aí?

—Esse é único lugar onde não bate sol comparando aos outros cômodos, ou seja a terra está sempre fresca, colocando os mantimentos aqui, eles podem durar mais.

—Entendo. E porque as garrafas de leite estão com os dias da semana escrito nelas?

—Eu tenho uma vaca, a única que restou. Todo dia eu tiro leite dela, e para não correr o risco de tomar um leite muito velho e passar mal, eu os nomeio.

—Entendi. Bom, a partir de amanhã você já pode me dizer em que eu posso te ajudar.

—Tudo bem. Enquanto você come eu vou fechar a casa. Está vendo o sol? Começou a descer.

Leon olha para o céu pela janela da cozinha "Quanto tempo faz que eu cheguei aqui? O sol já vai descer..."

—Algum zumbi já invadiu sua casa?

—Não. Está vendo aquelas luzes distantes?

—Sim, o que são?

—Elas têm receptores de luz que armazenam a energia do sol e quando ele se põe, elas acendem utilizando tudo o que guardou durante o dia.

—Muito interessante, mas... Pra que serve?

—Despistar os zumbis, ora. Eles pensam que é algum ser humano com lanternas e outras coisas e vão direto para lá. Se quer saber se funciona, pode olhar da janela assim que escurecer.

—Sim, farei isso, é realmente interessante.

—Certo.

Um grande silêncio domina o ambiente onde Leon e Viollet estão. Ela mexe no cabelo soltando o rabo de cavalo que ela havia feito para preparar o lache. Ele limpa a garganta, coloca as mãos unidas sobre a mesa depois para para encará-la.

"Tão linda"

Ela percebe que ele a encara e fica sem graça.

—O que você está olhando?

Leon não responde, parece hipnotizado.

"Parece Emma quando mais nova"

—Leon! -Exclama Viollet Ohanna com o tom de voz mais alto-

—D-Desculpe. O que vamos fazer agora?

—"Vamos" -Diz Viollet fazendo aspas com os dedos- fazer? Eu vou tomar banho, você faça o que quiser, só não destrua nada nem chame a atenção deles. -Disse ela se levantando, colocando a cadeira no lugar e se direcionando para as escadas-

Leon se levantou, retirou os pratos da mesa e os lavou. Subiu para o seu quarto e deitou.

Está com os braços cruzados atrás da cabeça fitando o teto.

—Posso entrar? -Indaga Viollet olhando entre a porta meia aberta-

Leon leva alguns segundos para responder, saindo de sua viagem nas lembranças.

—Claro.

Viollet está com um short preto, botas pretas, camiseta vermelha com uma caveira branca no centro, uma toalha branca na cabeça cobrindo todo o cabelo molhado e uma fita preta está presa em sua coxa com uma capa para a faca que fica logo abaixo.

—Já escureceu. -Disse Viollet olhando para os botões da camisa de Leon e depois desviando o olhar-

Leon estava com a camisa aberta, seu peito definido estava a mostra.

—Vou tomar banho e já te encontro. -Ele respondeu sentando na cama e abotoando a camisa-

—Estarei na janela no fim do corredor.

Ela sai do quarto.

Ele senta na cama, apoia os cotovelos na perna e depois para a cabeça nas mãos com os dedos no cabelo.

Passa as mãos no cabelo olha para o teto e levanta.

Vai em direção ao guarda-roupa e prepara as coisas para o banho.

Ao sair no corredor Leon olha para a esquerda e vê Viollet de frente a janela sendo iluminada pela luz da lua. Seus cabelos parecem estar mais lindos do que algumas horas atrás, talvez seja porque estão molhados.

Viollet vira o rosto levemente, agora é possível ver grande parte do lado esquerdo do seu rosto.

—Algo de interessante aí? -Pegunta Leon para disfarçar-

—Apenas a lua cheia.

—Certo, estou indo tomar banho e já volto.

—Sem pressa.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido até aqui. ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "100 dias" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.