Descendo a montanha que estava totalmente cercada por várias árvores e era impossível ver o que havia em volta, estavam Any e Mia na caminhonete que falhou de repente.

—O que foi? -Perguntou Mia-

—Eu não sei. Morreu e não quer funcionar mais.

—Nem brinca, Any. Estamos no meio da floresta e a iluminação aqui é péssima. Os zumbis correm para cá quando o sol está forte, você sabe disso.

—Como assim "Nem brinca, Any"? Me poupe, Mia. Foi você que quis sair no fim da tarde atrás do seu amor não correspondido.

—Eu não pedi para você vir! Se for para ficar dando sermão pode voltar.

—Você quer que eu suba meia montanha à pé sozinha?

—Se for para evitar você enchendo a paciência eu quero.

—Que bela amiga você é. Talvez eu devesse ir mesmo.

—Está esperando o que? -Perguntou Mia encarando Any seriamente-

—Não acredito que você está me dizendo isso. Depois de todos esses anos você está me trocando por uma pessoa que conheceu há pouco tempo?

—Não estou trocando ninguém. Você que não colabora, eu amo o Leon.

—E eu amo você. Não entendo porque faz isso. Mas eu já estou indo.

Any abre a porta quando o carro começa a se mexer.

—Mas que droga, puxa esse freio de mão -berrou Mia-

—Já está puxado. Que droga!

—Ai meu Deus, se ele começar a descer vai bater nessas árvores totalmente desgovernado e nós vamos morrer.

—Então desça do carro antes que isso aconteça.

Mia abre a porta mas parece que já era tarde demais. O carro começa a descer e tomar velocidade. A porta de Any que estava aberta, bate contra uma árvore e fecha fortemente impedindo que ela consiga abrir novamente.

—A porta não abre mais, você vai ter que pular e eu vou logo atrás.

—O que? Isso é loucura!

—Loucura é a gente continuar aqui dentro e esse carro bater em tantas árvores até não sobrar nada. Então anda logo.

Mia fez que sim com a cabeça e pulou.

Quando Any se aproximou da porta, um galho entrou pelo vidro atingindo seu braço direito e prendendo-o contra o banco.

Era o fim. Any não teria tempo nem forças para retirar o galho do seu braço. Resolveu olhar para ver o que a aguardava e uma imensa pedra se aproximava. O desespero tomou conta. Ela gritou o mais alto que pôde mas isso não podia ajudá-la. Em questão de segundos o carro estava contra a pedra.

Totalmente estraçalhado, repleto de galhos, folhas e sangue estava o corpo de Any. Ou o que restara dele.