A Filha do Meu Melhor Amigo escrita por ICherry


Capítulo 4
Mau Caráter


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora para atualizar, a fic já está toda escrita agora não vou mais demorar pra postar. Boa leitura :)



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Alice acordou com dor de cabeça, havia mesmo perdido o costume de beber nesse tempo que passara fora. Espreguiçou-se e levantou da cama, com cuidado pra não pisar no Zacky que dormira no chão ao lado de sua cama, em cima de um tapete que por sinal era mais confortável do que a própria cama. Foi até o banheiro e tomou um banho, trocou de roupa, ligou o som, arrumou o armário, e sim, Zacky ainda estava dormindo, ele não havia nem se movido por sinal.

— Acorda bicho preguiça. – Chama ela, o chutando de leve. Foram necessários alguns chutes até que ele se movesse e resmungasse algo incompreensível. Alice suspirou e saiu do quarto, deixaria ele dormir um pouco mais.

Procurou por algo interessante pra comer na cozinha, mas ali não era a casa do ZV então de bom mesmo, achou no máximo uma geléia de morango. Pegou uma colher e comeu a geléia pura mesmo.

— Bom dia amorzinho! – Diz Shadows, entrando na cozinha, e dando um beijo no rosto da filha.

— Amorzinho? – Debocha ela boquiaberta. – Só pode ser brincadeira.

— Que horas você chegou ontem?

— Acho que duas horas. – Responde colocando mais geléia na boca.

— Bom dia. – Cochicha Zacky, com a cara amassada e o cabelo deplorável.

— Que porra você ta fazendo aqui com essa cara de puta que passou a noite acordada? – Pergunta Matt, fazendo Alice soltar uma risada.

— Ele dormiu aqui pai.

— Tem o que pra comer? – Pergunta o guitarrista, abrindo a geladeira.

— Tem veneno de rato no armário. – Responde Matt.

— O que ele quis dizer com isso? – ZV encara Alice, que apenas dá de ombros.

 Ela ouviu vozes na sala, e já imaginando quem encontraria lá, caminhou tranquilamente até ver a sua tia conversando com a sua mãe.

— Tia Michelle! – Diz, com um tom sarcástico e um sorriso fino nos lábios.

— Já disse pra não me chamar de tia, garota. – A loira suspira se aproximando, e depositando o beijo frio no rosto de Alice. – Não tenho culpa da irresponsabilidade dos seus pais. – Brinca, rindo sozinha da própria piada.

— Ah, eu quase me esqueci que nasci por causa de uma camisinha furada. – Debocha, vendo Michelle rir, e Valary revirar os olhos, irritada.

— Pode parar Alice. – Pede séria.

Sem se importar, a garota deixa as irmãs conversando e volta pra cozinha.

— O que vamos fazer hoje? – Pergunta, observando ZV comer rapidamente.

 - Você eu não sei, mas eu tenho ensaio. – Responde de boca cheia.

— Ah... – Ela pensa por um instante. – Eu vou com você ver o ensaio.

— Depois do que aconteceu ontem... – Ele olha a sua volta pra ver se estavam sozinhos ali e depois continua. – Não sei se seria uma boa idéia você estar no mesmo ambiente que o Gates e o seu pai.

— Relaxe, não vai acontecer nada demais.

Quando chegaram ao salão espaçoso, cheio de instrumentos e alguns papéis sobre mesas praticamente vazias (os papeis seriam provavelmente, músicas, notas, partituras, etc.) Johnny estava afinando seu baixo, sozinho.

— Ah, olha só, finalmente nos vimos! – Diz ele abraçando Alice, que retribui com sinceridade.

— Ah cara... – Ela abre um sorriso maldoso. – Eu estou mais alta do que você. – Diz o vendo fechar a cara e se afastar.

— Nem vem com essas piadinhas, elas machucam sabia? – Brinca ele.

Alice ri, enquanto anda pelo ambiente analisando os detalhes. O instrumento que mais apreciava ali, era a bateria, mas tinha melhor desenvoltura com piano, violão e guitarra eram tudo o que ela sabia tocar, e flauta também, mas isso foi aprendido no colégio, e ela de fato gostou. Tinha uma voz boa, aguda, um pouco grosseira e ficava interessante quando a usava em uma canção intensa, mas nunca pensou em seguir a carreira do pai. Sentia que um raio não cairia duas vezes na mesma família, e ela certamente não faria sucesso algum.

Quando percebeu, já estava muito perto da guitarra do Brian, ela era de fato muito bonita, sentiu vontade de tocar nela, não entendeu muito bem o motivo já que tinha uma só sua em casa, deveria ter a ver com o fato de ser do Brian. Suspirou se sentindo um pouco abobalhada, preferiu se afastar e quando se virou esbarrou no próprio dono da guitarra.

Ambos moveram a boca sem emitir som algum, sem saber o que dizer. Acabaram sorrindo fino um pro outro, e se afastando. Um pouco tenso, sentindo o seu sangue correr mais rápido nas veias, Brian sentou na cadeira e começou a afinar a guitarra, era uma boa maneira e não encará-la.

Alice foi até Zacky e conversou com ele por um bom tempo, sobre diversos assuntos. De longe, mas nem de tão longe assim, Gates olhava disfarçadamente. Porque ZV era tão bem tratado, e ele tratado como um cachorro? Não fazia sentido. Era mais bonito, tudo bem que Zacky era mais engraçado, talvez ela fosse dessas que preferem o “jeito de ser”. Mas ela e ele eram só amigos, não havia motivo pra ela ter o mal tratado na noite anterior. Talvez tenha sido uma má idéia fazer piadinha sobre o passado. Ela de fato não era a mesma Alice de antes, era mais bonita, seu cabelo brilhava e embora não fosse tão longo tinha um volume que se adequava perfeitamente ao rosto. Ela tinha pernas mais grossas e uma cintura fina que dava vontade de deslizar a mão... Pigarreou voltando a afinar a guitarra, mas que porcaria estava fazendo? Babando por uma menina de dezessete anos que era filha do seu melhor amigo? Revirou os olhos e tratou de pensar em outra coisa.

— Vamos começar? – Pergunta Matt entrando no salão, acompanhado de Arin, que vai logo aquecer na bateria.

— Podemos repassar Doing Time? – Pergunta Zacky. – Só pra eu fixar melhor as sequências.

Mal terminou de falar, Gates já estava introduzindo a música. Sem meias palavras, começaram o ensaio. Maravilhada, Alice sentou em uma cadeira e assistiu ao que mais parecia ser um show particular. Seu pai era fantástico, aquela voz dele era divina, surreal. Alice esperava um dia ter coragem de dizer, o quanto se orgulhava dele.

Desviou o olhar pra Brian, que habilidoso como sempre, parecia não errar nenhuma nota. Quando se deu conta estava hipnotizada, olhando fixamente pra ele. Foi assustador quando a música foi inesperadamente interrompida. Gates a encarou, se sentindo de fato, o máximo. Fez o que deu vontade de fazer, sorriu, e por sorte ela retribuiu um pouco vermelha, mas logo olhou pro pai.

— Você está atrasado Zacky! – Reclama Matt.

— Também achei. – Concorda Arin.

— Foi mal. – ZV se desculpa.

— É porque os dedos gordos pesam, gente! – Debocha Brian, Alice desejou rir, mas foi forte. Não queria ele bancando o super engraçado depois.

— Onde está a sua nova composição Brian? – Pergunta Matt, ansioso pela nova música, que segundo o amigo seria um sucesso.

— Em andamento. – Responde, não falando muito sobre o assunto. A verdade é que tinha apenas uma introdução, e que estava bloqueado sem conseguir terminar, mas de ontem pra hoje, havia tido umas idéias. O motivo, ele temia que fosse Alice. Não podia se inspirar nela... Não podia.

Uma hora se passou rapidamente. Alice mal podia descrever como era bom ver eles juntos ensaiando, e só ela assistindo, era mesmo pra se sentir especial. Estava encostada no carro do Zacky, esperando ele voltar do banheiro, quando viu Gates vir em sua direção. Encarou uma senhora que passava ali perto, rezando pra que ele passasse direto, mas como sempre suas orações não surtiram efeito.

— Acha que devo melhorar algo?

— O que? – Pergunta desentendida, desejando sair correndo. Apenas o encarou.

— Você viu todos os meus solos, talvez ache que devo melhorar algo. – Diz ele, com as mãos no bolso do casaco. Porque tão cheiroso? Perguntou-se Alice, demorando pra responder.

— Ah... Achei tudo certinho. – Responde, apenas, voltando a desviar o olhar. Ele permaneceu de pé, muito perto.

— Sobre ontem...

— Não aconteceu nada. – Ela interrompe, decidida. – Esqueça, por favor, vá embora antes que o meu pai chegue.

— Porque está fugindo de mim? – Pergunta ele, irritado. Desejou bater nela, cerrou os punhos com força nos bolsos do casaco, sem ser notado.

— Você está saindo com a minha tia, não está? Então bom proveito. – Diz tentando se afastar, mas ele a mantém presa pelo braço.

— Não é por isso que você foge de mim. – Conclui ele, vendo ela concordar.

— Apenas não vou me envolver com um babaca, que ilude, come e joga fora. – Ela finalmente consegue se soltar. – A heartbreaker aqui sou eu, entendeu?

— Mas você gosta de mim, eu posso ver nos seus olhos. – Brian tenta se aproximar, mas ela dá mais uns passos pra trás.

— Tanto faz. – Diz entrando no carro, assim que Zacky chega e logo já estavam longe dali. 


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