Destino escrita por PCHolmes


Capítulo 5
Casa de Libra - Camus


Notas iniciais do capítulo

Agradeço o apoio de todos que tem acompanhado a fic até agora.
Esse cap nada mais é o episódio da Casa de Libra, no ponto de vista de Camus.



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“Hello, I've waited here for you... Everlong”

Sinto a presença de meu pupilo na Casa de Libra e vou até lá. Já faz bastante tempo desde a última vez que nos vimos e quero ver se tudo o que escutei a respeito dele é verdade ou não.

– Eu reconheço essa armadura – ele estava deitado no chão e levanta a cabeça - ela pertence a Camus de Aquário. É mesmo você?

– Sim, sou eu – respondo sem demonstrar nenhum tipo de emoção.

– Então, isso significa que agora estamos em sua Casa, na Casa de Aquário, não é isso, por isso você está aqui?

– Errado. A Casa de Aquário está mais na frente, estamos na sétima Casa: Libra.

– O que? Libra? Mas Libra é a Casa do mestre de Shiryu, não é isso Camus de Aquário?

É estranho vê-lo me chamando dessa forma, mas em vez de questiona-lo por isso, resolvo satisfazer sua curiosidade. Temos coisas mais importantes para tratar nessa Casa.

– É isso mesmo. O mestre ancião dos cinco picos antigos é o Cavaleiro que deveria estar guardando essa casa, mas ele não sai de lá, por isso essa casa está vazia.

– Eu não entendo. E o que você está fazendo aqui?

– Hyoga – digo olhando fixamente em seus olhos - Estou aqui para impedi-lo de continuar.

– O que? – ele me questiona estampando surpresa em seu rosto. Ele está muito longe de entender todas as minhas ações.

– Não deve prosseguir neste caminho. É uma ordem e você deve obedecer.

– Eu sinto muito, mas não posso obedecer essa ordem, mesmo você sendo meu mestre. Me desculpe.

Eu poderia sorrir ao ouvir isso, se a situação fosse diferente, mas em vez disso, tive que responder:

– Neste caso, vou ter que o impedir a força, se for preciso.

Levanto a mão e o ataco, de forma mais forte do que fazia quando treinávamos e o vejo sofrer. Ele não se levanta e continua a falar comigo, jogado no chão.

– Não posso acreditar que até você quer nos impedir a passar pelas dozes casas dos zodíacos Camus. Eu preciso falar uma coisa com você.

Percebo a surpresa e a descrença em seus olhos, entendendo tudo errado a situação, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser insistir.

– Hyoga, você tem duas alternativas: dar meia volta ou me enfrentar e morrer.

Ele segura meu pé, implorando para eu escutar o que ele tem a dizer. Eu sei tudo o que tem a dizer Hyoga, será que não percebe? Eu o chuto e o ataco novamente. Não tenho o direito de pegar leve com ele.

– Então? Como se sente? – pergunto de forma irônica – Já decidiu voltar?

– Eu não vou voltar – ele me responde com um toque de raiva na voz.

– Pois então lute, porque você não passará daqui a menos que me derrote, entendeu?

– Camus, eu não posso, você é meu mestre! Como é que posso lutar com meu mestre? Me diga Camus de Aquário! Eu não vou desistir até lhe dizer toda a verdade, Cavaleiro Camus de Aquário! Eu tenho certeza que alguma das pessoas que enfrentamos, meus amigos e eu, estavam sendo controlados por alguém, alguns eram como se estivessem hipnotizados... E essa pessoa deve ser Ares, o mestre do Santuário. E além disso, mestre Ares deve estar aqui.

– E isso é tudo o que queria me dizer? – pergunto, visivelmente o esnobando. Eu sei de tudo isso Hyoga, mas não posso te falar nada.

– O que? Você não se importa com tudo o que falei? – ele está revoltado comigo. É incrível como as pessoas ficam cegas, quando a verdade está logo na frente delas. Uma pena que não consegue entender o que estou fazendo aqui, Hyoga. Parece que não se lembra mais de tudo o que acontece conosco, quando eu era seu mestre.

– A única coisa que estou interessado em saber é se sairá dessa casa ou irá lutar contra mim – me limito a responder.

– Camus, não vou admitir que ignore tudo o que passei com meus amigos e te contei!

– Hum, parece que se decidiu. Eu me lembro muito bem que sua mãe dormia no barco que afundou no mar da Sibéria. De uma boa olhada nisso.

Sei que vou partir o coração de meu pupilo. Sei que ele vai me odiar por isso, por alguns momentos. Eu, impiedosamente, usando o meu cosmo, afundo mais e mais o navio da mãe de Hyoga. Jamais ele poderá vê-la de novo. Vejo cada expressão de dor em seu rosto e sinto meu coração apertar, mas a contrário dele, não tenho o direito de ser fraco.

– Não foi sonho, nem ilusão. Eu lhe mostrei a triste realidade.

– Você está ficando louco? Você não tem nada contra minha mãe, então porque, me diga porque você fez isso, porque insultou minha mãe? Mesmo que ela esteja morta, ainda podia me encontrar com ela naquele ponto do oceano. Mamãe, mesmo que ela esteja morta, ela tem sido minha única força e consolo na vida. Eu não tinha nada a não ser a minha mãe. Agora me diga: porque você fez isso? Por que? Por que você fez isso?

– Jamais em minha vida culpei as pessoas que não conseguem se esquecer do passado e que, às vezes, caem em prantos por causa disso. As pessoas comuns são assim, mas você não, você é um Cavaleiro. Deveria me agradecer por tirar uma fraqueza de sua mente.

– O que? O que está dizendo? – ele está perplexo comigo, principalmente por tamanha indiferença e frieza, mas é melhor assim.

– Se está zangado comigo por causa disso, você não tem outra alternativa a não ser lutar comigo.

– Já chega! Nem você que é o meu mestre tem o direito de tirar minha mãe de mim.

Ele me ataca e facilmente me defendo. Você esqueceu de nossos treinamentos?

– Você bloqueou o ar congelante com a palma da mão – ele fala admirado e eu respondo, dando uma bronca nele.

– Espero que não tenha esquecido que sou seu mestre. Você deve ser um idiota se pensa que uma técnica tão básica como pó de diamante pode me derrotar. Seu cosmo não é palio para mim. É evidente que você nunca poderá derrotar os Cavaleiros de Ouro. Não adianta tentar. Posso vence-lo com um só movimento Hyoga.

– Cale a boca, nós ainda não terminamos a nossa luta Camus de Aquário!

Ele me ataca com trovão aurora. Não Hyoga, ainda está muito fraco seus ataques. Me defendo facilmente.

– Não adianta tentar.

– Você evitou todos os meus ataques, mas mesmo assim vou lutar com você de uma vez por todas.

– Eu disse que era inútil, você não entendeu? – falo depois de bloquear mais um ataque fraco dele. E após dizer isso, o ataco, para mostrar o que é um ataque relativamente forte – Você está cheio de amor para sua mãe e cheio de ódio contra mim. Isso não passa de emoções baratas. Você está muito distante de despertar o cosmo máximo que um verdadeiro Cavaleiro deve ter.

– Cosmo máximo? Camus, você fez isso para me ajudar a alcançar o sétimo sentido? Era isso que você queria me ensinar? Não era? Era isso? Me diga!

Apenas o encaro, fazendo com que ele reflita sobre tudo isso que aconteceu aqui e chegar assim as próprias conclusões.

– Você está me dizendo para esquecer a minha mãe naquele abismo profundo? Não, eu não posso. Não posso esquecer da única coisa que me restou no mundo, não posso esquecer as lembranças, não posso, não posso Camus. – o vejo desabar no chão, de joelhos e chorando.

Tinha medo que que dissesse isso, eu fiz o que pude. Prefiro acabar com você eu mesmo do que deixar que seja morto por um outro Cavaleiro de ouro, porque você é meu pupilo. Vou acabar com você com a minha técnica mais poderosa. Fico triste em ver que você não me considera mais importante, pois sempre estive ao seu lado, mas jamais percebeu. Ela não foi a única coisa que te restou, mas o que posso mais fazer? Não consigo entender como você amoleceu tanto, depois de tudo que te ensinei na Sibéria. Talvez seja por causa de seus amigos, talvez seja porque perdi muito de minha influência sobre você, mas não importa mais.

– Essa forma – o escuto falar quando me preparo para dar meu golpe - com os dois braços arqueados e juntos é como um jarro de agua. E o que é aquilo que está saindo da boca do jarro?

– Execução Aurora!

O vejo receber meu golpe e cair praticamente morto no chão. O ar congelante da minha execução aurora parece que acabou com você. Hyoga, durma em paz. Eu não pude mudar você, meu plano não funcionou, mas você teria sido derrotado de qualquer jeito, mesmo que tivesse continuado. Talvez assim tenha sido melhor porque você não morreu com dor. Eu vou enterra-lo. É a única coisa que posso fazer por você. Perdoe-me Hyoga por tirar sua vida, eu não queria fazer isso, mas esse foi o destino. Você é tão humano Hyoga. Quando era meu pupilo e estava sob minha proteção, sempre quis me tornar mais humano, mais alegre. Mas te falei que emoções iriam te destruir.

Me preparo e faço um esquife de gelo para servir de caixão para você. Esse esquife de gelo nunca vai derreter, não importa quantos Cavaleiros de Ouro tentem quebra-lo. Sinto as lágrimas descerem por meu rosto sem eu conseguir controlar.

Hyoga, seu corpo irá permanecer assim para sempre. Embora seu espirito vá para o céu, seu corpo ficará na Casa de Libra para sempre. Adeus Hyoga, espero que me perdoe um dia. Por ter afundado o navio de sua mãe. Por não ter conseguido eliminar ou ao menos te fazer ter controle sobre todos os seus sentimentos. Por ter criado sentimentos em você, em relação a mim e por eu ter sido fraco e me rendido a isso. Mas principalmente, por não ter sido corajoso o suficiente para te matar e ter te dado a opção de viver, caso realmente queira.

Me viro e saiu da Casa de Libra deixando o corpo de Hyoga no esquife de gelo. Agora não depende mais de mim, nunca dependeu efetivamente. As lágrimas continuam caindo e relembro de todos os momentos que passamos juntos, desde quando, em um treinamento, me roubou um beijo. Principalmente do dia em que nos despedimos. De tudo o que me fez sentir. Jamais esqueci de você. Esperava que esse encontro tivesse sido diferente, mas não foi. Mas não importa. Eu fiz tudo o que poderia ter feito, até mesmo causei dor a nós, ignorando qualquer tipo de sentimento e distração que pudéssemos ter. Agora depende de você Hyoga. Espero que tome a decisão correta e não me decepcione.


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