Geisterfahrer escrita por beccak


Capítulo 1
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Notas iniciais do capítulo

Pra você...



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Recebi um telefonema em plena sexta-feira de madrugada. Meu celular tocava como um louco em cima da mesinha do lado da escrivaninha que se mantinha em meu quarto. Levantei-me da cama e fui até ele, peguei-o, mas a ligação caiu. Era ela.

 

Por que foi me ligar depois de tanto tempo? Por que agora? Eram perguntas que eu gostaria de responder.

 

Fui deitar-me novamente e quando repousei meu corpo sobre o colchão, o telefone novamente tocara. Peguei-o novamente e levei-o ao ouvido.

 

- Bill... – uma voz doce ecoou do outro lado da linha, quase silenciosamente.

- O que quer?

- Você...

 

A ligação caiu. Aquilo era um sinal? Talvez fosse alguma brincadeira, mas ela não iria me acordar no meio da noite para brincadeiras.

 

- Mas eu moro há treze quilômetros da casa dela. Não pode ser! A não ser que...

 

Corri até o closet e me troquei, coloquei uma calça jeans, uma blusa preta e uma jaqueta de couro. Passei pela porta de meu quarto e desci as escadas, pegando as chaves da moto presa em um gancho na parede, ao lado da porta de entrada. Saí dali com um objetivo: tê-la comigo novamente.

 

Dirigi pela estrada em direção à sua casa. A cada segundo os quilômetros aumentavam, e a cada segundo meu coração se acelerava mais ainda. Eu já quase não conseguia segurar firme minha moto, e o caminho parecia interminável.

 

"- Não acha que você mora muito longe de mim? – perguntei mexendo em seus cabelos, como gostava.

- Acho que o amor é possível mesmo estando longe. – respondeu sorrindo. Como era lindo o seu sorriso."

 

Pensei que nunca mais a veria depois que decidiu se mudar para mais longe do que antes... Já era difícil vê-la quando a banda estava em tour, agora então seria pior. Um lugar isolado, sem vida. Quase do outro lado do mundo.

 

"- Por que você tem de ir? – não pude conter as lágrimas escorrendo em meu rosto.

- Não posso mais viver aqui, Bill. Há pessoas me procurando. Depois que me relacionei com você, minha privacidade simplesmente sumiu! – segurou em meu rosto.

- Eu também não tenho privacidade, e você é a única que pode me ajudar na falta dela.

- Eu sempre estarei com você, em qualquer lugar que você vá. – nos beijamos. – Você poderá sempre me visitar... Lembre-se disso. – nos abraçamos e ela entrou em seu carro, partindo."

 

 

Já haviam se passado quase um ano, ela nunca me ligara, nunca mandara um e-mail, uma mensagem sequer. Achei que ela havia me esquecido por completo. Mas receber um telefonema assim, me fez enxergar que nunca parei de amá-la em nenhum segundo da minha vida.

 

A adrenalina subia em meu corpo e cada aperto no acelerador me fazia mais forte em chegar perto dela. Era como se eu fosse feio para seguir aquele rumo, seguir aquela estrada em direção a ela. Há tempos aguardando uma resposta dela, e a única coisa que eu obtinha era o seu endereço, que ela havia me dado no dia de sua partida. Não sei por que demorei tanto para ir de encontro a ela, sendo que nesse tempo todo em que estive longe, poderia ter pelo menos parado um pouco e ido até sua casa.

 

A noite estava belíssima, as estrelas perfeitas. Com uma das mãos peguei o papel que estava amassado dentro do bolso de minha jaqueta, e olhei o endereço escrito nele com aquela caligrafia fina e delicada. Estava quase chegando.

 

Parei a moto em frente à sua casa, desci dela engolindo a seco e fui em direção à porta. Ela estava lá parada, com seu vestido mais que perfeito, me olhando com aqueles olhos que nunca me esqueci.

 

 

- Bill... – sua voz saiu fraca, mas seus olhos diziam-me que ela estava feliz.

- July. – fui até ela e lhe dei um abraço apertado, pegando-a em meu colo.

- Por que demorou tanto? – suas mãos frias tocaram meu rosto.

- Agora estou aqui, pra sempre. – encostei minha testa na sua, sentindo sua respiração ofegante junto a minha.

- Por que não veio antes?

- Por que você nunca me ligou, nunca mandou uma mensagem, mas agora estou aqui e nunca deixei de te amar... – respirei fundo. – E você? Nunca deixou de me amar?

- Nunca! – sorriu largamente.

- Eu te amo. – a luz da lua brilhava sobre nós, um momento perfeito. – Beije-me.

- Com muito prazer, senhor Kaulitz. – nossos lábios se encostaram e nossas línguas começaram um movimento perfeito e rápido, sedentos de vontade e desejo. Um desejo que achei que nunca saciaria. A cada movimento de nossas línguas eu sentia meus pelos e seus pelos se arrepiarem, nossas salivas estavam sendo trocadas debaixo da luz da lua, em um lugar totalmente novo para mim, com a pessoa mais importante da minha vida, que me ajudou a ser livre, me ajudou a superar os medos e a enfrentar os problemas. Meu grande amor.

- Eu estou aqui agora. – cessei o beijo, abraçando-a.

- Mas você irá embora... – riu fraco – Irá voltar? – me encarou com piedade.

- Sempre. Você sabe que não posso ficar, mas eu sempre voltarei... Voltarei pra você. – nos beijamos novamente e despedi-me dela.

 

Em minha moto eu cravei seu nome. Bem em cima do velocímetro, na marca dos 100 km/h. Porque ela me fazia sentir cem por cento feliz, cem por cento seguro, cem por cento amado.

 

Voltar pra casa foi a parte mais difícil, mas eu consegui o que queria: provei meu amor para ela, e ela para mim. Não poderia viver pra sempre com ela, mas pelo menos uma vez por semana eu podia tê-la comigo.

 

 

 

E o resto dos dias, ela andava em meu coração, minha moto, minha vida. Para sempre.

 

 

 

O Fim!


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram?
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