Unbreakable escrita por MylleC


Capítulo 37
Capítulo 36 - Um passo de cada vez


Notas iniciais do capítulo

Oiiii pessoal! Eu sei, eu sei. Faz tipo um ano que não posto quase, postei a ultima vez no meu aniversário e já estou caminhando pros 19 anos e agora que apareci pra concluir a fanfic kkkk. Sinto muito de verdade, me perdoem. Esse é o ultimo capítulo, precisei encaixar os acontecimentos restantes nele, pois não será possível eu estender por mais outro capítulo, falo mais la em baixo, vou deixar vocês lerem o capitulo.
MAS ANTES DISSO... Preciso agradecer muuuuuuito á Meri pela belíssima recomendação e ultima antes do fim da fic, eu fiquei completamente surpresa por ter recebido mais uma e não há palavras para agradecer a cada um de vocês de remendou, comentou e favoritou, sou muito grata a todo mundo e a história é tanto minha quanto de vocês por terem feio parte até o fim, cada um me incentivou a chegar nesse momento então eu realmente só tenho a agradecer. Espero que aproveitem o capitulo.



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Anteriormente...

 

“-Isso quer dizer que no dia em que eu realmente pedir... Você vai aceitar? Se casar comigo?

—Bem. –novamente acaricio seu rosto, Deus, meu coração havia se enchido de uma alegria a qual eu não sentia há muito tempo e isso estava transbordando de mim. –No dia em que você me pedir, amor, eu direi “sim”.”

“-Vo-Você não o deixará novamente, não é? Prometa-me, ele precisa tanto de você...

—Não, eu nunca vou deixá-lo novamente. Eu juro. – as lágrimas correm mais e mais por meu rosto sem pedir permissão.

—Bom... –sussurra, os olhos parecendo pesar outra vez e se fechando.

—Tommy. – chamo, me negando a aceitar que estávamos o perdendo. –Tommy!”

“-John! – soluço segurando sua mão na minha e apertando, desesperadamente pedindo para que ele não se fosse. –Por favor.

Assisto seus olhos se fecharem lentamente e soluço desesperadamente, sentindo toda a esperança escorregar por entre meus dedos, em dando uma sensação de claustrofobia e derrota.

—Não... – toco com a ponta dos dedos ao redor da barra de ferro atravessada nele, todo meu corpo treme e sinto que irei cair despedaçada a qualquer momento.”

“Sentia meu corpo cada vez mais fraco e a consciência lentamente me deixar. A mão que pressionava minha ferida amoleceu, fecho os olhos, deixando de me preocupar com o que aconteceria comigo agora.

—Eu te amo. – sussurro fracamente, me aconchegando para mais perto dele. –Por favor, não me deixe também.

Meu corpo relaxou e a dor se esvaiu quando enfim cedi a inconsciência.”

“E era isso, eu realmente precisava dele. Eu não sabia o porquê de ninguém ainda ter aparecido no meu quarto, eu não sabia quanto tempo tinha se passado ou se Miles e os outros sabiam que tudo havia acabado, eu sabia que eu precisava sair dali, que eu precisava ver Oliver e sentir por mais um momento que ele estava ali comigo.”

XXXXXXXXXXXXX

 

Eu me lembro das lágrimas escorrendo pelo seu rosto

Quando eu disse "nunca te deixarei ir embora"

Quando todas as sombras quase acabaram com a sua luz

Eu me lembro que você disse "não me deixe aqui sozinho"

Mas nesta noite tudo está morto, acabado e já passou


Somente feche seus olhos

O sol está se pondo

Você ficará bem

Ninguém pode te machucar agora

Ao chegar a luz da manhã

Nós ficaremos sãos e salvos

 

Safe & Sound – Taylor Swift

Sabe quando você quebra uma coisa e resolve que irá tentar concertá-la? Colar pedaço por pedaço de suas partes quebradas? Como uma xícara ou um prato. Mas ai quando você termina você percebe aquelas horríveis rachaduras e que aquilo está sucessível a se quebrar novamente?

A melhor coisa a se fazer é jogar fora? A melhor coisa se fazer é guardar? É claro que você jogará fora, afinal é só uma xícara ou um prato, você nem ao menos sabe por que tentou colar para começo de conversa. Porém o que acontece quando o quebrado em questão não é um objeto, não é uma coisa, é simplesmente tudo o que faz de você, você. É seu coração, sua alma, seu espírito e você não pode simplesmente pegar os pedaços e colá-los, você mal pode encontrar todas as partes.

E então eu percebi que eu havia perdido todos os meus pedacinhos pelo caminho do que me quebrou, eu não podia achá-los e se achasse eu não podia colá-los e se colasse... Não seria o mesmo, seria falho, seria sucessível a se quebrar outra vez.

Ajoelhei-me na grama e respirei fundo, sentindo a brisa agradável junto com o sol que iluminava todo o lugar. Sorrio tristemente, mas com uma conformidade que eu nunca tive até esse dia. A mão de Miles pousou sobre a minha em minha perna e eu o olhei, só então notando a lágrima fina que rolava por minha bochecha.

Entrelacei seus dedos nos meus e novamente tomei uma longa respiração.

—Oi mãe. –Disse, me surpreendendo por minha voz ter saído firme. –É a primeira vez que venho aqui em muito tempo, espero que me perdoe. Eu trouxe umas flores, sei que gosta delas. –Sorrio com as imagens que tomam minha mente. –Nós costumávamos plantar algumas em casa, mas as que eu cuidava sempre acabavam morrendo. –Conto para Miles. –Eu colocava muita água, mamãe dizia que afogava as pobrezinhas.

Me sento direito no chão, cruzando as pernas e colocando Miles sentado sobre elas, rodeando seu barriga com meus braços e ele deita cansado a cabeça em meu ombro.

—Também não vim sozinha dessa vez, eu trouxe nosso encrenqueiro. Fiz o que prometi, eu o encontrei e o fiz estar em segurança agora.

—Estou feliz também. –Miles afirmou.

—Sim, ele está.

—Juntos com Oliver. –Abriu um sorriso sapeca enquanto cantarolou  –Ele irá propor á Felicity.

—Não, ele não vai. Você não sabe disso.

—Ele está todo nervoso nas ultimas semanas Licy, só você não percebeu.

—Eu percebi, mas isso não quer dizer que ele vá me pedir em casamento.

—Eu aposto que ele vai.

—Isso envolve muita coisa, muitos problemas que você não entende. Crie uma outra teoria.

Miles revira os olhos e afasta a cabeça de meu ombro para me olhar.

—Um cachorrinho é que ele não vai me dar.

—De novo essa história de cachorro? Não podemos ter um cachorro naquele apartamento.

—Você é que não quis morar com Oliver.

—É cedo pra isso.

—Era cedo pra isso, não é mais, já fazem três meses que Damian atacou a cidade, as pessoas não vão ficar bravas se Oliver Queen seguir com a sua vida.

—Você anda lendo muitas coisas na internet, sabia moço?

—Oliver é o prefeito agora, ele ajudou a reconstruir quase que a cidade toda, até mesmo a parte mais pobre, porque vocês não podem se casar?

—Como eu disse, muitos problemas que você não entende.

—Vocês iam se dar bem casados.

—Você diz isso porque quer um cachorro.

—Também, mas eu gosto de Oliver. Ele é legal.

—Um casamento é mais do que isso, principalmente com Oliver sendo quem é, eu teria muito mais responsabilidades do que em um casamento normal e... Quer saber? Deixa desse assunto. Você devia contar sobre a escola.

—Ah, mamãe, a escola é tão legal, eu tenho as matérias mais legais e sou bom no futebol. Felicity me colocou para fazer aulas todas as sextas, eu sou o goleiro e no fim do ano o meu time vai competir com o outro time. Mas é apenas por diversão... Eu queria um troféu.

—Vocês vão ganhar medalhas. – digo.

—Sim, mas um troféu seria mais legal.

—Quem sabe quando você estiver no ensino médio. Até lá serão medalhas.

—Vou ganhar o troféu da feira de ciências então.

—Você é o único ‘nerd” atlético que eu conheço.

Passamos as próximas horas sentados ali, conversando bobeiras até eu avistar Oliver se aproximando, sorrindo de longe parecendo estar a algum tempo nos observando. Miles e eu nos despedimos e me sinto muito mais leve do que quando chegamos aqui. A cada dia eu sinto que um peso a mais saiu dos meus ombros, a cada dia tenho uma conquista a mais que ajuda a cicatrizar as cicatrizes doloridas em meu peito.

—Hey. Está aqui há muito tempo? – pergunto á Oliver quando chegamos até onde ele estava e começamos a caminhar até o carro. –Não muito, mas não quis atrapalhar, então fiquei ali.

—Nós vamos tomar aquele sorvete agora? – Miles pergunta enquanto entra no carro.

Prendo o cinto e o olho repreendendo-o.

—Não almoçamos ainda, se tomar sorvete irá perder o apetite.

—Não vou, tenho muito apetite.

—Sorvete é sobremesa.

—Mas...

—Depois, Miles.

(...)

Revirei a mala procurando meu colar, o que era uma má idéia já que as malas estavam prontas para que voltássemos para casa e eu a estava bagunçando.

—Felicity? –ouço Oliver perguntar atrás de mim.

—Sim? – acho o colar e me viro para Oliver quanto coloco no pescoço.

Gelo da cabeça aos pés ao perceber como ele está nervoso. Debati com Miles mais cedo sobre o assunto de Oliver me propor em casamento, mas confesso que a idéia está cada vez mais obvia na minha cabeça, ele realmente está nervoso, nervoso do tipo de quem irá propor.

Ele mexe no bolso e encontra uma caixinha de veludo, pequena, do tamanho de um anel. Meu Deus, isso não pode estar acontecendo, Oliver está maluco, nós não podemos casar agora, quer dizer, podemos, mas...

—O-Oliver...

—Calma, não desmaie, não é o que está pensando.

—E o que você acha que estou pensando exatamente? Só pra eu... Sabe, ter certeza.

Oliver ri, se aproximando alguns passos e sua mão toca o meu rosto suavemente, ele volta a tocar na caixinha, inquieto.

—Eu não vou propor casamento a você, nós falamos nisso e você disse que quando eu pedisse você diria “sim”, mas eu entendo que não está pronta nesse momento, mas agora... Agora eu acho que eu estou, mas não quer dizer que você esteja também, eu poderia pedi-la para se casar comigo Felicity Smoak, eu encheria o nosso quarto com pétalas de rosa se você quisesse, eu contrataria um avião para escrever no céu, eu me ajoelharia em um lugar publico e correria o risco de receber um “não” em frente a todo mundo, eu contraria músicos para tocar no restaurante enquanto eu iria propor a você. Eu estou pronto para esse passo, mas eu sei que você não está, eu sei o quanto me ama e não preciso de uma aceitação de um pedido de casamento para provar isso, eu entendo. Nós podemos dar um passo de cada vez, eu entendo isso.

Sorrio, sentindo meu coração acelerado como sempre.

—Então... –Sinalizo a caixinha com os olhos.

—Isso não é um pedido de casamento, mas também é um passo quase tão importante quanto. Ele abre a caixinha em minha frente e dentre está uma chave, uma simples e brilhante chave.

—Oliver, eu já tenho a chave da sua casa. – digo confusa.

—Não, você tem a chave do meu apartamento, essa é a chave da minha casa.

—Eu achava que para entrar na mansão era só dar o nome para os seguranças confirmarem com você que eu posso entrar.

—Felicity. – diz risonho. –Você não está entendendo. Estou dizendo que comprei uma casa, uma casa de verdade, com mais que dois quartos, mais do que um banheiro, uma sala grande, entende? Uma casa de verdade.

—Meu Deus, você arranjou outra mansão, Oliver Queen.

—Não, é uma casa normal.

—Oh, certo, entendi! E aonde é? Porque não me disse que queria se mudar? – digo afobada enquanto pego a chave entre meus dedos.

—Bem, porque eu não queria morar lá sozinho.

—O que?

—Olha, eu a comprei para quando formos nos casar, não que eu esteja a pressionando a isso, eu irei esperar para quando você quiser, mas nós já somos bem acostumados juntos, pelo amor de Deus, estranhamos mais dormir separados do que juntos. Então juntei isso mais ao fato de Miles querer tanto um cachorro, coisa que seria estressante para o animal viver no seu ou no meu apartamento. Então pensei se você não queria se mudar antes e casar depois, daqui a três anos, daqui a cinco anos, eu não me importo o quanto demore, eu só quero ficar junto com você e se você não quiser continuarei morando no meu apartamento e você no seu, estará tudo bem. Apenas quero que tudo fique mais confortável para nós.

Giro a chave em minha mão, minha mente trabalhando a mil, meu coração batia descompassado e meu sorriso começa a se abrir em meu rosto.

—Oliver... Isso vai... Vai ser ótimo! – Me jogo em seus braços, o abraçando com força e rindo enquanto ele me aperta contra ele. Ouço sua risada, sinto seu coração bater junto ao meu, aspiro fundo seu cheiro, absorvo a quentura de seu corpo e de repente me dou conta de que estou naquele torpor que sempre entro quando estamos só Oliver e eu.

—Licy! Eles tinham jujuba também! – Grita Miles entrando todo animado no quarto, havia um enorme sorvete em sua mão cheio de balinhas e calda de chocolate e sua mão estava cheia de jujubas assim como algumas estavam espalhadas pelo sorvete. –O que aconteceu? – disse ao perceber que Oliver e eu estávamos abraçados. –Oliver propôs?

—Miles! Não, eu disse que ele não ia fazer isso.

—Vocês falaram sobre isso? –Oliver pergunta.

—Nós vamos nos mudar. –conto para Miles, ignorando a pergunta de Oliver. –Para uma casa de verdade.

—E você vai poder ter um cachorro. – Oliver se apressa em dizer.

Rio, até parece que ele estava tentando comprar o menino. Olho para ele e percebo como estava um pouco apreensivo, é, talvez ele esteja tentando comprar o menino.

—Oh meu Deus, um cachorro? Qualquer um que eu quiser?

—Claro.

—Posso ter dois?

—Miles! – o repreendo.

—Claro, a casa é grande, mas você sabe que terá que cuidar deles não sabe? – diz Oliver.

—Claro que eu sei, eu vou cuidar direitinho. – prometeu.

—Então pronto. Quando chegarmos podemos começar a mover as coisas.

—Oh, falando nisso temos que nos apressar ou perdemos o avião.

—Amor, você revirou toda a mala, você tem que se apressar.

O olho ofendida pronta para retrucar, mas então sorrio.

—E isso que dizer que vai deixar aquilo aqui? – aponto para o relógio em cima da cama e algumas camisas que faltava dobrar. –Sua mãe vai adorar saber que deixou de propósito o relógio que ela te deu.

—Hey, eu já ia guardar isso Loira.

Continuo fitando-o, tocada. Fazia um tempo que ele não me chamava assim, era algo tão... Familiar e acolhedor, algo voltando à normalidade. Oliver não percebeu e foi terminar de arrumar sua mala.

—A minha está pronta. –diz Miles se referindo a sua mala.

—É claro que está, eu que arrumei, você sumiu lá pra baixo atrás de seu precioso sorvete.

—Estava ótimo. – percebo que ele já tinha terminado o sorvete. Deus, como esse menino come.

(...)

Empacotei a ultima caixa para a mudança e suspirei cansada. Miles já estava dormindo e Oliver estava preparando algo para nós comermos.

Não consigo evitar o pensamento de que talvez ele esperava mais de mim do que apenas a mudança, quero dizer, nós estávamos indo morar juntos e isso era uma das partes vitais que envolvia um casamento, o que faltava era assinarmos um documento, termos uma enorme cerimônia e eu me chamar Felicity Megan Smoak-Queen, mas por algum motivo eu simplesmente não conseguia... Me ter nesse cenário, não conseguia me imaginar vestindo um vestido de noiva tão cedo, não depois de tudo o que tinha acontecido, eu sentiria como se minha vida fosse uma linha eterna de dominós caindo um em cima do outro, sem nunca parar, sem nunca tem um respiro, sempre tendo que seguir passos apressados adiante.

—Felicity? – me viro para encontrar Oliver parado na porta da cozinha com um olhar intrigado. –Te chamei três vezes, o que tanto está te incomodando.

Umedeço os lábios nervosa.

—Talvez a pergunta certa seja: O que está te incomodando?

—Hãn? – pergunta sem entender e caminhando até mim  para sentar-se ao meu lado.

—Estou me perguntando se... Se você não está chateado por eu não querer me casar agora, quando nós praticamente estamos fazendo isso.

—Como assim?

—Oliver, estamos indo morar juntos, sabe, vamos dividir uma casa, isso inclui em dividir contas, acordar e dormir um ao lado do outro... É praticamente um casamento, mas só não teremos uma cerimônia e papeis assinados.

—Então... Você está na dúvida sobre ir morar comigo?

—Não! – digo sem hesitar. –Não é esse o problema e é isso que não entendo, vamos tecnicamente viver uma vida de casados e para isso, eu estou empolgada e feliz com esse passo, a parte em que eu não me sinto pronta é em oficializar.

Oliver sorrio docemente e passou o polegar por minha bochecha em um gesto rápido e carinhoso.

—Não estamos nos casando, Felicity, vamos morar juntos, mas você ainda é Felicity Smoak e ainda os apresentaremos como namorado e namorada, não estamos casados porque estar casados implicaria muito mais do que ir morar comigo. Você seria primeira dama, teria meu nome e metade da minha herança, entre muitas outras coisas. Não se preocupe, eu não estou chateado pela sua decisão, eu disse que vou esperar quanto tempo for preciso e ponto.

Soltei todo o ar que eu não sabia estar segurando.

—Eu só... acho que quero viver um pouco só como Felicity Smoak, antes de virar uma Queen também, não que eu esteja com medo de ser uma Queen ou fugindo das responsabilidades de ser uma...

—Hey. – Oliver deu um meio sorriso e por um segundo eu me perdi em seus olhos. –Eu entendi Felicity, parte da sua vida foi roubada quando você terminou a faculdade e no tempo que se seguiu você permaneceu em uma missão em que nenhuma pessoa no mundo deveria ter e agora você só quer viver as coisas que viveria no tempo em que lhe foi roubado.

—Meu Deus, assim parece que quero voltar a ser uma adolescente e sair para baladas todas as noites. – rio enquanto entrelaço displicentemente nossos dedos. –É só que eu tinha tantos planos e de repente tudo na minha vida se tornou tão rápido e não planejado. Eu não planejava me apaixonar por você, eu não esperava sequer uma vida, eu só queria encontrar Miles e parei de planejar qualquer coisa antes de encontrá-lo.

—Entendo e hey, nós namoramos ha algum tempo agora e as pessoas normais só pensam em casar depois de uns dois ou três anos de namoro.

—Mas pessoas normais não passam por tudo o que passamos.

—Hm, isso é verdade. Mas, viveremos como pessoas normais agora.

Sorrio e assinto.

—Isso é estranho. – digo depois de alguns segundos de silencio. –Nós vivermos como pessoas normais, é bem capaz de eu acordar daqui um mês e querer me casar com você no dia seguinte.

Oliver abre um largo sorriso e pousa as mãos em minha cintura.

—Sim, porque você, Felicity Megan Smoak, é perdidamente apaixonada por mim.

—Sim eu sou Sr. Oliver Queen, assim como você é por mim.

—E é por isso que não precisamos ter pressa algum, okay? Podemos esperar até os dois estarem completamente prontos para qualquer passo que quisermos tomar.

—Como o passo de morarmos juntos?

—Sim, quando você tiver tanta certeza de que quer casar, quanto tem agora de morarmos juntos, então nós casamos.

—Sem pressa? – digo só pra confirmar, sorrindo levemente enquanto me aproximo e trilho sua barba por fazer com as pontas dos meus dedos.

—Sem pressa, Loira.

Nos beijamos longamente e enquanto sinto meu coração bater forte em meu peito percebo como é fácil para ele fazer isso, assim como está fácil para mim respirar, ou me divertir, coisa que meses atrás parecia que eu era incapaz de fazer, a cada batida do meu coração parecia doer, quando cada respiração que eu tomava parecia acido em meus pulmões, mas agora tudo parece limpo, tudo parece... Bem. Normal.

2 Anos e meio depois

Acordei sobressaltada, meu coração estava disparado e eu sentia o fino fio de suor escorrer pelo meu pescoço. Pesadelo. Fazia algumas semanas que eu não os tinha, mas as vezes eles voltavam para me lembrar da época sombria que já vivemos. Como se eu precisasse de um lembrete.

Olho para o lado e observo Oliver dormir tranqüilo e suspiro aliviada, estava tudo bem, era mesmo só um pesadelo, apenas isso. Escuto passos apressado pelo corredor e sorrio segundos antes da porta se abrir e Miles entrar correndo de pijamas, segurando na mão direita um embrulho de ovo de chocolate.

Oliver acorda e se mexe preguiçosamente na cama, piscando devagar.

—Miles você acordou o Oliver. –digo e ele não se importa, subindo na cama com um enorme sorriso no rosto e parando de joelhos no espaço entre mim e Oliver.

—Coelho da páscoa passou aqui! Olha o tamanho desse ovo! – Oliver se senta na cama e passa a mão no rosto.

—Hey, mas nessa etiqueta diz que é para Felicity. – diz com a voz rouca de sono.

Miles vira o ovo procurando a dita cuja e faz uma careta ao encontrar a etiqueta com meu nome.

—Você já abriu? – pergunto indignada ao perceber que o pacote parecia que já havia sido aberto.

—Não, já estava assim, talvez o coelho da páscoa estivesse com pressa.

—Você devia ir procurar o seu. – diz Oliver- Se ele não for tão grande quanto o de Felicity tenho certeza que consegue barganhar uma troca.

Ele rapidamente sai correndo pela porta e deixa o meu ovo na cama.

—Hey! Quando encontrar traga aqui, não vai se entupir de doce logo cedo! – grito para que me escute. Se deixasse ele comeria o ovo inteirinho de uma vez.

—Acho que a procura o deixará ocupado por um tempo. – diz Oliver e sorri, de um jeito que parece que estava aprontando alguma. –Porque não abre o seu ovo? Estou com saudades de comer um pouco de doce.

Na verdade eu também estava, eu era uma bela de uma chocólatra e acabo de dizer que Miles seria capaz de comer seu ovo inteirinho, bem, eu seria capaz também.

—Eu espero que o coelho da páscoa tenha deixado um ovo pra você também, Oliver. Porque um pedaço é tudo o que vou te dar. – rio da careta que ele faz, ele sabia como eu funcionava com chocolate.

Abro o pacote e divido as duas pares do ovo, e parecia que também já tinha sido dividido antes. Quebro um pedaço do doce e dou á Oliver enquanto quebro um para mim também. Percebo uma pequena bolinha de prático dentro do ovo.

—Então coelhão, você me comprou um ovo com surpresa? –pergunto para Oliver, rindo de sua bobagem de me comprar um ovo com surpresa. -Me sinto com dez anos.

—Ora Felicity, eu pensei no chocolate e não se tinha surpresa ou não.

—É delicioso. – digo com a boca cheia enquanto abro displicentemente a bolinha de plástico ao meio. Havia um paninho dentro embrulhando o brinquedo e puxo a extremidade e o objeto cai em meu colo.

Paraliso imediatamente e me concentro em não engasgar com o chocolate enquanto o engulo. Não ouso tocar no objeto caído, brilhando sobre meus olhos.

—O-Oliver? – gaguejo. Meus dedos trêmulos tocam o anel com uma delicada pedra em cima, porém não escondendo o quão cara ela deve ter sido.

Olho para ele que tem um grande sorriso no rosto, porém com um que de nervosismo.

—Bem, Felicity Megan Smoak, estamos juntos há três anos e meio e de forma alguma estou pressionando você, mas há anos atrás você não estava pronta e eu meio que não estava também e eu prometi que apenas daríamos esse passo quando estivéssemos os dois completamente prontos. Tudo bem se você ainda não estiver, mas novamente eu estou e ainda continuo disposto a esperar por mais dez anos por você se for preciso, mas acho que você está tão pronta quanto eu. Então... Eu decidi que dessa vez eu farei o que preciso fazer.

Ele pega o anel delicadamente de meus dedos e se ajoelha diante de mim, ali mesmo no colchão e sinto meus olhos úmidos, prontos para transbordarem.

—Quer se casar comigo, Loira?

Deus, dois anos e meio era muita coisa, muito aconteceu nesse tempo desde que Oliver quase me propôs a mesma coisa e eu não me sentia nem um pouco pronta, mas agora... Minha própria empresa, a Smoak tecnologies, estava deslanchando, inaugurado há três meses atrás. Roy era meu chefe da segurança, ele e Thea estavam casados há cinco meses. Miles trazia para casa um amigo diferente por semana, estava bem e estável na vida em que estávamos levando, tudo estava encaixado em seu devido lugar. Claro, houve as dificuldades durante todo esse caminho para cada um de nós e mais estavam por vir, mas era a vida. Porém, a maior mudança que ocorrera nesse tempo era dentro de mim, eu vivi brilhantemente como apenas Felicity Megan Smoak, minha vida tinha atingido um ritmo normal como qualquer outra vida normal e eu estava pronta para um novo passo, eu desejava um novo passo.

Não precisei falar para Oliver minha decisão, o sorriso que aumentou em seu rosto dizia que ele sabia, eu estava definitivamente pronta para me tornar uma Queen e todas as responsabilidades que viria com o nome e acima de tudo, toda a felicidade que também viria junto.

Ofereci minha mão aberta para Oliver e disse:

—Sim, eu aceito me casar com você. – o anel escorregou pelo meu dedo e as lagrimas enfim escorreram por minha bochecha.

Nos abraçamos forte e o escutei sussurrar o quanto me amava e eu sussurrei de volta. Eu o amava tanto e com esse novo passo que iríamos tomar eu me sentia uma vez mais completa, cada vez mais completa, a cada passo ainda mais inteira. Esse era mais uma parte que se concertava dentro de mim.

Em xícaras e pratos ficam as rachaduras, em pessoas ficam as cicatrizes. E elas doem como o inferno no começo enquanto ainda estão machucadas, mas com o tempo elas se curam, elas param de doer e tornam quase que imperceptíveis de se ver. Posso ter perdido partes irreparáveis de mim em todo esse caminho em que trilhei nessa parte da minha vida, mas eu encontrei novas partes para substituir as antigas, partes boas, partes fortes, partes que eu amo, e as cicatrizes também estão aqui. A morte de John e Tommy são novas cicatrizes, mas também são partes em minha grande caixa de memórias, são partes queridas que guardarei em meu coração junto com as outras pessoas que perdi.

Aí está o grande segredo: Remanejar todo o quebra cabeça, saber as partes que foram perdidas, saber encontrar novas partes, saber consertar a si mesmo e lidar com as cicatrizes, dar tempo para se curarem. O segredo para se tornar inquebrável é tudo isso, é simplesmente... Seguir em frente.


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Notas finais do capítulo

Eaeee, gostaram?
Pessoal, eu sinto muito mesmo por ter demorado tanto, mas ano passado foi uma coisa acontecendo atrás da outra, eu precisava estudar pro Enem, o PC não tava colaborando (aiiinda não ganhei um novo), a inspiração não vinha, o tempo não vinha, o universo não colaborou, eita 2016. Mas enfim, consegui. Terminei de escrever ontem e já vim postar hoje assim que foi possível. Espero que tenham aproveitado ler a história tanto quanto eu aproveitei escrevê-la, aprendi muito durante esse tempo e a cada fanfic eu tento melhorar algo em minha escrita, então a cada fanfic vem sendo um aprendizado para mim e eu apenas espero melhorar. Olha, existe planos para a próxima fanfic, ela irá se chamar “Locked in your Love” kkkk não vai ser uma fanfic grande como essa, provavelmente do tamanho de “Segunda Chance” o tema dela será um pouco diferente e estou animada para começar a postar, mas só vou fazer isso quando eu tiver mais capítulos prontos e quando tudo ficar mais tranqüilo por aqui e eu ter certeza que não vou ficar meses e meses sem postar igual essa daqui, por isso acho que vai demorar um pouco pra eu postar.
Enfim, muito obrigada a todo muito, gente sério eu poderia ficar repetindo um “muito obrigada” aqui pra sempre porque meu coração está cheio de gratidão nesse momento. Vocês sempre foram muito pacientes com as minhas demoras e sempre comentaram com tanto amor que eu só queria poder retribuir, foi um looongo caminho, a maior fanfic que já fiz e estou muito orgulhosa dela, dos erros e dos acertos, dos erros aprenderei e dos acertos me alegrarei kkkk. Enfim, queria nunca ter que me despedir mas já esta enooorme essa nota. Muito obrigada mesmo por tudo e até a próxima fanfic!



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