De geração em geração. escrita por Hinamory Uchiha


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

É curta e eu achei um pouco tensa mas, espero sinceramente que gostem. Se ficou confuso eu explico com todo prazer.



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Ando pelo escuro até a cozinha. Minha esposa já esta dormindo afinal teve um dia completamente exaustivo. Parei enfrente a pia e enchi um copo com água, o suor frio descia por minha coluna e minhas mãos ainda estavam trêmulas.

Vamos brincar hoje?

Engoli em seco e até mesmo desesperado. Coloquei o copo sobre a pia, nenhuma gota desceu por minha garganta, os instintos daquelas palavras voltavam a me assombrar. Fecho os olhos encostado na pia, passo a língua sobre os lábios tentando com que os mesmos fiquem molhados.

Vamos brincar hoje?

Minha esposa sabe que não estou bem, tento parecer calmo em sua frente para que não desconfie jamais. Ela não entenderia a beleza do que faço, iria me julgar pelos meus atos e afasta-lo de mim. Suspiro em ansiedade, o relógio da cozinha batem três da manhã, em duas horas teria que me levantar e sair para o trabalho e só voltaria a vê-lo a noite.

Vamos brincar hoje?

Eu não tenho culpa pelo que acontece, fui ensinado. Ainda consigo sentir o cheiro forte em minhas narinas, o suor entre nossos corpos e o nojo de suas mãos - Mordo a boca na ânsia de segurar o frustrante gemido que esta preso em minha garganta – eram noites e noites, todos os dias e todas as semanas durante anos e anos. Dor, costume, fluidos e prazer. O ínfimo prazer que me deixa enojado o ínfimo prazer que me faz fazer o que faço.

Vamos brincar hoje?

Ando em direção ao corredor novamente, paro em frente a uma porta azul, sei o que me espera lá. Antigamente eu dormia naquele quarto e todas as noites esperava que não fosse visitado, esperava que não sentiria dor e muito menos o falso prazer.

Ele ria na minha cara enquanto via as lágrimas escorrerem de meus olhos machucados, o pedido para que parasse. Chamava minha mãe de forma desesperada e ela por ter trabalhado demais, não me escutava.Geração por geração, ele fez o que fez e eu havia prometido que não faria igual. Mas está no sangue.

Vamos brincar hoje?

Abri a porta e lá estava ele enrolado nas cobertas, os cabelos escuros e cacheados como os meus. Novamente passo a língua sobre os lábios, a ansiedade me devora. Entro no quarto e tranco a porta, me aproximo da cama e olho de cima, ele está acordado e me olhando. Observo algumas lágrimas de antecipação. Sorrio com isso, tão mais bonito dessa maneira.

_Papa – ele me chama, eu acaricio seu rosto e puxo as cobertas de seu corpo – papa – coloco o dedo entre seus lábios e peço para que ele fique em silêncio, sua voz fina atrapalha tudo.

_Não prescisa ter medo – digo em seu ouvido as mesmas palavras que escutei – nós vamos apenas brincar.


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Notas finais do capítulo

Bom. Primeira fic com esse tema mais tenso, sendo do que se trata. Gostaria de saber a opinião de vocês.
Me perdoem os erros, nescessitando de uma beta e um word que preste urgentemente.



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