Querido Sequestrador escrita por Little Dream


Capítulo 7
Vamos voar!


Notas iniciais do capítulo

Aiai, eu sei. Demorei muito, muito mesmo.
Mas muitas coisas aconteceram: Desilusões, fim de ano, revelação de falsos amigos, primeiro emprego.
Minha vida virou-se de ponta cabeça. Foi difícil passar por tudo isso, mas cá estou eu.
Espero que me perdoem, tentarei ser mais breve nas postagens.
Não só aqui, mas nas outras fics também.

Beijos, Nanda.



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Quando ele acomodou-se, sentiu a pele macia dela, leve e rapidamente. Foram pequenos choques de eletricidade correndo seu corpo.

Apagou a Luz.

—Helena?

—Hã?

—Obrigado.

Ela remexeu-se um pouco.

—Por...?

—Por ter feito isso, ter me ajudado com minha mãe.

Ele não a via, mas tinha certeza que a menina sorriu.

—Considere como um dever que meu seqüestrador me deve.

Ele pensou.

Passaram-se três minutos.

—Ah...e obrigado por ter inventado toda aquela história sobre como nos conhecemos. Você é boa com isso.

A respiração descia e subia. Ele quase jurava que ela já dormira, quando escutou algo como um sussurro sonolento.

—Eu não inventei nada.

Christopher

“Eu vivo no chão, ela tem asas
Sou a escuridão, ela é iluminada”

Quando acordei, o Sol já brilhava majestosamente. Apalpei ao meu lado, na cama. Ela não estava mais lá.

Sentei-me. Pus as mãos sobre a cabeça. Teria sido tudo um sonho?

Levantei e fui ao banheiro. Escovei os dentes e desci as escadas.

Estava preparado para dobrar o corredor e entrar na sala de jantar, quando escuto o impossível: Minha mãe e Helena conversando.

—Então...me fale sobre você. —Minha mãe brincava com os dois canudinhos listrados em seu suco.

Helena empurrou uma mecha de seu cabelo para trás da orelha, parecia moderadamente nervosa.

—Bem..sou coreana. —Ela sorriu— Fui criada por um casal de idosos, que desde cedo me ensinaram cada uma das tradições —Os olhos da menina brilhavam— Morei sempre em uma mesma casa, de pedras e madeira de carvalho. Em um bosque, distante da capital. Mais crescida, comecei a trabalhar em uma cafeteria. Quando a senhora faleceu, três anos depois o senhor adoeceu. Em seu leito de morte,ele me contou que...eles não eram meus pais. E sim que tinham me salvado, quando encontraram minha mãe esfaqueada em um beco, próximo ao aeroporto.

—Meu Deus! —A Italiana parecia aflita— e como você veio parar aqui?

Ela abaixou a cabeça em um sorriso.

—Uma carta. Foi me deixada uma carta, que sigo até hoje, para chegar ao meu obje..

Ela foi interrompida por uma ligação a Marie. A falsa-sogra afastou-se rapidamente, enquanto a sul-coreana brincava com os pedaços de abacaxi a sua frente. Quando ela voltou, sorria.

—Bem, você já sofreu tanto, em tão pouco tempo de vida. E imagino que as provocações de Santiago são insuportáveis.

Christopher observou que ela mordeu o lábio inferior.

—Ás vezes são incomodas, mas...

—Pensando nisso, por que você e meu filho não vão para a nossa casa do lago? É Lindo! E pela descrição que você deu, é muito parecida com a sua casa de infância!

Helena sorriu.

—Duvido muito que Chris largue as empresas para ir para lá. —Ela riu,levantando a jarra— Mais suco?

A senhora sorriu com os olhos brilhantes.

Christopher pensou um pouco, respirou fundo e apareceu bocejando.

—Bom dia mulheres da minha vida! O que temos para o café?

Quando o mesmo inclinou-se para beijar o rosto de Helena, a menina vira o rosto, quase recebendo-lhe um selinho. — Entretanto, o leve beijo lhe foi dado apenas próximo aos lábios.

—Bom dia meu filho. —Marie tomou mais um gole de seu suco de laranja, deixando o copo sobre a mesa e indo em direção a janela. De costas para os dois. —Querido, você tem alguma reunião marcada para esse fim de semana?

Helena arregalou os olhos, fechando-os em seguida.

Christopher riu.

—Não sei mãe, mas se for algo importante, posso desmarcar. O que é?

Dona Marie virou-se, com os braços cruzados. A luz refletida do sol pela janela, lhe davam um brilho a mais. A senhora parecia uma pintura.

—É que eu estava pensando em fazer uma viagem, para nossa pequena casa do lago. —Ela sorria travessa.

~*~

—Você é doido ou o quê? —Helena andava, descalça, de um lado para o outro do quarto de Christopher.

—Você que disse que era minha namorada. Agora agüenta. —Ele ria, enquanto procurava duas malas para ela.

—Para te salvar por UMA noite. Não por UMA SEMANA.

Ele gargalhou. Virando-se em seguida.

—Mas minha mãe tem razão. É um lugar lindo. Simplesmente encantador. Pode até te ajudar a lembrar da Coréia.

Ela suspirou,sentando-se na cama.

—São quantas horas de carro?

Ele virou para ela incrédulo.

—Uns três dias. E 4 horas de jatinho. —Piscou.

Helena levantou em sobressalto.

—Você está doido se acha que eu realmente vou subir em um avião.

~*~

—Mas você comprou bastante coisa hem? —Ele ria, enquanto colocava a quinta mala no avião.

—Ué, se eu to em cativeiro, pelo menos que eu esteja bem vestida. Só não vou te devolver o valor porque nem em outra reencarnação eu teria essa fortuna. —Ele riu— Sua mãe vai ir com a gente?

—Não. Houve alguns problemas com Santiago, ela vai ir depois.

—E eu posso ir de ônibus. Beijoos! —Ela ameaçou sair, e ele a puxou de volta.

—Para de drama. São apenas quatro horas!

—A mais de mil pés do chão. Acho que vou andando mesmo!

Ele gargalhou. Da porta do aeronave, o piloto surgiu.

—Estamos preparados para a decolagem.

—Vem Helena, para de graça.

Ela estava se segurando em um poste. De olhos fechados.

Vestia uma saia midi, até os joelhos, em tom vinho. Com uma blusa soltinha branca, e um salto preto. Os cabelos presos em uma trança frouxa lateral direita.

—Chris..Christopher...

Ele suspirou, indo até ela.

—O que foi?

—Medo...

—Já te disse que eu não vou te matar lá, nem vou te jogar do av..

Ela abriu os grandes olhos.

—Não é medo de você idiota. É de altura.

—Quê. Como é que você veio da Coréia até a Itália, e ainda iria para a Escócia se morre de medo de altura?

—Calmante, sonífero, tudo que imaginar.

—Desculpe mas aqui nós não temos isso. Ou seja, levanta esse rosto e vamos indo que não temos o dia todo.

—Mas...Mas...

Ele pegou nos ombros dela, e praticamente a empurrou para dentro.

Quando a porta se fechou ele podia observar o quanto a respiração dela estava ofegante. Quando as hélices começaram a girar, ela engoliu em seco.

Christopher respirou fundo. Viagens assim e até mesmo mais longas, eram comuns para ele. E ela estava ali, quase tendo um infarto.

Levou sua mão até a dela, entrelaçando seus dedos.

Entre pequenas correntes elétricas, Helena virou-se para ele, confusa, ele sorriu.

—Só agüenta mais um pouco. Daqui a pouco chegamos.


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Notas finais do capítulo

:)



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