Querido Sequestrador escrita por Little Dream


Capítulo 5
Mãe!


Notas iniciais do capítulo

:)



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Ezequiel subiu resmungando as escadas. Girou a maçaneta e empurrou a porta.

Enquanto encostava a mesma, ia falando:

—Hoje é teu dia de sorte, Christ...Helena?

A Menina estava caída no chão...Completamente desacordada.

Helena

Ezequiel praguejou alto.

—Ai meu santo Deus! Será que foi Santiago?

O rapaz ajoelhou-se ao lado da menina, checando os pulsos, quando os doces olhos verdes começaram, lentamente, a se abrir.

Pela primeira vez, desde que a raptara, Helena parecia fraca, frágil. E, atrasada, fez o que deveria ter feito no primeiro dia:

—Onde estou? Quem é você? Que lugar é esse?

Ezequiel apoiou a mão sobre a nuca. Não entendia mais nada.

—Calma, sou Ezequiel, lembra? Almofada...pizza...pés sobre a mesa...Você foi raptada. Christopher a trouxe para o apartamento dele. Cheguei e você estava jogada no chão. Aconteceu alguma coisa?

Ela fechou os olhos. Assimilando tudo, sorriu.

—Ah, sim. Claro. Não, não aconteceu nada.

Helena levantou-se, um pouco zonza, como se nada tivesse acontecido.

—Como assim nada? Eu chego e você está atirada no chão como se tivesse levado um jarro na cabeça, e você me diz que não é nada?

—Por que não é nada.

—Helena,eu posso ser muita coisa. Mas idiota, eu não sou. Aconteceu alguma coisa sim, Pode falar.

A menina respirou fundo, sentando-se no sofá em seguida. Ezequiel fez o mesmo.

Ela fechou os olhos.

—Quando eu era pequena...

—Era? —Ele interrompeu, com a sobrancelha arqueada e um sorriso surgindo. — Ok, prossiga.

—Quando era criança, então, sofri um acidente. À cavalo, com meu avô. Minha cabeça foi pisoteada pelo animal. Tanto, que duas veias se moveram, e agora, e chance delas se encontrarem, aumenta constantemente. Com isso a chance da minha morte, também.

—Meu Deus! E cirurgia?

—Meus avós não possuíam recursos suficientes na época. Empenhoraram a própria casa para que eu saísse do coma.

Ele pôs as mãos na nuca. Incrédulo.

—Posso falar com Christopher. Ele com certeza vai pagar tudo em particular, você vai ficar maravilhosa. Tenho Absoluta certeza.

Helena abaixou o olhar.

—Ezequiel...não.

—Como não? É a sua vida e...

—E vocês me seqüestraram. Sei que me querem viva para sei lá que tipo de recompensa, mas me seqüestraram. Não tem lógica salvarem minha vida. Antes ganhariam mais se eu morresse.

—Helena, eu não posso te deixar assim. E se realmente acontecer algo contigo? Eu me sentiria culpado o resto da vida.

Ela deu uma leve martelada com o dedo indicador, no nariz do Espanhol.

—Você ficaria aliviado. Ora, vamos. Pelo jeito vocês são uma máfia internacional. Com certeza Christopher tem mais a se preocupar do que com uma refém com risco de vida.

—Não é bem assim. Ele quer seu bem. Tanto que me mandou te dar um cartão sem limites na conta dele, para comprar roupas.

Os olhos esverdeados da menina brilharam em tom alegre. Ela levantou-se, indo em direção a porta.

—Então vamos logo, —Ela cruzou a porta. Inclinando e deixando apenas a cabeça visível— Aliás, se ele quisesse meu bem, já teria me soltado. Não acha?

Quando ela desapareceu, Ezequiel pôs as mãos sobre a nuca.

—Não sei, Helena. Talvez ele te mantenha aqui, pelo próprio bem.

~*~

Quando fechou a porta, a menina estava escorada ao lado do elevador. Ele arqueou a sobrancelha.

—Você sabe que poderia ter escapado, não é?

Ela riu.

—E você realmente acha, que eu perderia um dia de compras?

Quando ele apertou o botão para o térreo, virou-se para ela.

—Menina, eu juro que não te entendo. Qualquer uma teria recusado a sair, ou gritaria, ou tentaria escapar.

Ela gargalhou.

—O senhor Christopher que me raptou. Ele, que me mantenha. Oras.

—Gostei desse seu lema de vida. —Os dois riram— Mas agora..Eu vou ter que contar o que aconteceu para ele.

Helena foi rápida em parar o elevador.

—Não.

—Mas Helena! Ele precisa saber!

—Não. Ele não precisa saber de nada. O que aconteceu, fica apenas entre nós. Entendeu?

Os olhos da moça tinham ganhado um tom sombrio. Os ossos de Ezequiel estremeceram. Ela os fechou. Prensando-o contra a parede.

—Se você contar o ocorrido para ele, eu vou me atirar da janela daquela cobertura. Eu não estou brincando, Se tem algo, que eu valorizo,é a vida. E os policiais, os corpos sem ela. Então, o que vai ser?

Ezequiel riu.

—Você nunca pensou em entrar para o crime não, garota? Ameaça melhor que o irmão de Christopher. Mas ok, fechado.

O elevador voltou a descer. A mente do sócio do mafioso não parava de identificar semelhanças inegáveis entre os dois.

Quando as portas abriram, Ezequiel sorriu.

Alguém os aguardava no salão.

Tinha os olhos tão escuros quanto a noite. Os cabelos, em castanhos tão claro quanto o trigo. Era alta, e valorizava ainda mais isso, com o salto de aproximadamente 15 cm. Que usava.

Ezequiel andou a frente, beijando-a carinhosamente e contornando sua cintura.

—Mariena De Lá Fionte. Minha noiva. Minha Marie. Modelo internacional.

Marie sorriu, e Helena também. Ele continuou.

—Ela vai te ajudar a fazer as compras. Eu vou junto, só pela segurança mesmo.

—E para ficar se agarrando nela, né mocinho. —Continuou a raptada— Só não me deixem de vela, por favor. —Piscou.

Marie riu.

—Ah, não garanto nada. Você é o que mesmo de Christopher? Uma namorada não assumida? —Ela riu e Ezequiel ficou pasmo.

Helena notou que ele não contara a ela sobre tudo. E nesse exato momento parecia desesperado.

Então ela sorriu.

—Sou uma amiga de longa data da família. Estava voando um pouco, e pensei “por que não?” Só esqueci de trazer mais roupas. Ficarei mais do que eu imaginava.

Ezequiel perdeu a cor e recuperou o ar. Enquanto Marie parecia compreender tudo com clareza.

—Ah, claroo! Conheço a dona Marie Roose. Mãe de Christopher,deve chegar hoje e ele quis que você ficasse. Não é?

Helena riu, enquanto Ezequiel estava quase vendendo a alma para saírem dali.

—Mas olha, é isso mesmo. Então..você poderia me ajudar com essas roupas e compras? Não sou muito boa com essa moda toda da Itália.

—Mas é claaaaro! Ezequiel bem que me disse que Chris tinha te dado um cartão sem limites. Vamos fazer um estrago nessa conta bancária!

Ezequiel riu, nervoso, recuperando um resquício de voz.

—Mas nem que vocês comprassem os Estados Unidos fariam alguma diferença na conta dele. Agora vamos?

Enquanto Mariena entrava no táxi, Helena puxou Ezequiel.

—Como assim a mãe dele vai jantar lá hoje? Está louco?!

—Eu acho que até ele esqueceu disso, vou ligar depois.

—Pelo amor de Deus, enchem meu quarto de pizzas antes de me trancarem lá.

Ezequiel riu, puxando Mariena pelo braço e lhe beijando.

—Vou ter que resolver uns problemas. Encontro vocês no shopping.

Mariena choramingou e virou-se atenta para Helena. Riu de tal forma que Ezequiel sentiu-se bem pelas duas estarem se entendendo.

Pegou outro carro e disparou-se para a empresa.

Christopher

O moreno acabara de sair de uma reunião,jogou-se na cadeira,e massageava as têmporas quando o amigo entrou.

Virou-se quase que instantaneamente.

—Algum problema com Helena? Santiago apareceu de novo?

Ezequiel riu.

—Quanta preocupação com a menina. —Arqueou a sobrancelha.

—Não seja besta. O que houve?

A mente de Ezequiel corria a mil:

Quando cheguei no seu apartamento, sua protegida estava desmaiada, ela tem tuas veias quase se encontrando e pode morrer a qualquer momento. Em contra partida, se eu te disser isso ela se joga da janela da sua cobertura.

—Nada. Eu só vim te avisar qu...

Nesse instante a porta foi praticamente arrombada. Santiago entrou gritando, os olhos vermelhos e completamente dominado pelas drogas.

A secretária de Christopher veio atrás, tentando justificar que o tentara parar mas não conseguira.

Christopher abriu a segunda gaveta,pegou uma seringa e, sem muito esforço, a injetou no irmão, que caiu se debatendo.

Ele bufou.

—Algo mais Ezequiel?

—Eu..vim avisar que sua..

Nesse momento os seguranças que a menina havia chamado adentraram na sala. E Christopher saiu quase como uma pilha atrás do irmão,deixando-o sozinho.

—Só queria avisar que sua mãe está vindo.

Suspirou, e saiu.

~*~

Quando o empresário chegou em casa, quase desmaiou ali mesmo. Sentada sobre o escoro do sofá, estava ninguém menos que Marie Roose. Sua mãe.

Ela sorria com uma taça de vinho tinto em mãos.

Quando o viu, desceu e o abraçou.

—Mã..Mãe? Quando voltou da Rússia?

—Essa tarde, esqueceu? —Ela riu— Já mandei fazerem o jantar. Esse menino ocupado quase não tem tempo para nada.

—Pois é. Surgiu Santiago, da porta da sala de Jantar. —Christopher quase engasgou— Como faz falta uma presença feminina.

Helena

Há quase duas horas a menina experimentara as roupas que Mariena lhe comprara. E parara se admirando no espelho com um vestido vermelho, de alças finas, que ia até os joelhos. Em acompanhamento, um cinto dourado, marcando sua cintura. E um salto fino, cor ouro.

Percebeu a movimentação enquanto se maquiava. A mais nova amiga quase lhe implorou para que lhe mandasse uma foto bem arrumada.

E, quando terminou de arrumar os cachos e colocar os brincos, ouviu a voz de Christopher. Vencida pela curiosidade, resolveu descer e “espionar” o jantar.

Santiago estava apoiado na mesa, com champanhe em mãos. Uma mulher, que deveria ser a mãe deles, estava em pé, próxima ao sofá. E Christopher estava alterado, com coloração tão vermelha quanto seu vestido.

A senhora vestia um vestido verde água. Tinha cabelos escuros, como o de seu seqüestrador. E os filhos com certeza herdaram seus olhos azuis. O porte era de alguém com trinta e poucos anos. E as únicas rugas era de risos e sorrisos.

Mas agora estava tão nervosa quanto o filho mais velho.

—Eu já disse, o que eu faço da minha vida pessoal, não diz respeito a vocês! —Christopher afrouxou a gravata.

—Meu querido, eu já disse que para mim não teria diferença. Eu te amaria igual.

—Isso, irmãozinho. Que mal há em revelar sua sexualidade?

Christopher estava tomado pelo ódio. Helena já poderia o ver saltando no pescoço do irmão.

—Eu revelaria, mas eu não sou.

—Minha mãe, quando foi a última vez que viu seu filho com alguém?

Helena sentiu raiva, inexplicavelmente, raiva.

Raiva essa que a fez andar, quase que desfilando.

Quase riu, dos rostos incrédulos de Christopher e Santiago. E da surpresa de Marie.

Esticou-se um pouco e apoiou-se no ombro de Christopher, sorriu lhe dando um beijo no rosto.

—Desculpem o atraso. Bem, eu sou Helena, a "Alguém", que está com Christopher a uns três meses


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Notas finais do capítulo

Demorei, eu sei.
Mas chegueeeeeeeeeei!



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