Querido Sequestrador escrita por Little Dream


Capítulo 2
Christopher


Notas iniciais do capítulo

"Não deixe que ser quem você é,seja esmagado por quem todos querem que você seja."

—Eu. :3



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Depois de tantas curvas e portas,Ezequiel abriu a porta reforçada em concreto.

Lá dentro,a jovem estava sentada,olhando o teto.

Quando ela abaixou o olhar,o suficiente para fixar-se nos olhos dele,Christopher sentiu novamente a leve falta de ar.

Porém sua voz foi igualmente fria e autoritária:

—Precisamos conversar.

Christopher

A menina suspirou.

—Diga.

Christopher puxou uma cadeira,sentando-se em expressão nervosa,frente a ela.

—Qual é o seu nome?

—Helena. —Ela falou como se fosse óbvio. Ele ficou um pouco mais tenso enquanto fechava os olhos. — Está tudo bem?

Ela pôs uma mão sobre a dele. Que fechada em formato de punho,mal sentiu o toque suave.

Quando ele abriu os olhos azuis,ela realmente parecia confusa,e quem sabe até mesmo um pouco preocupada.

Isso causou milhões de centenas de dúvidas em sua mente. E a culpa,por mais que fosse um “fora da lei”, como Santiago gritava sempre,pesou ainda mais. Manteve-se frio.

—Sim. Está. Me diga,tinha alguém importante no vôo em que estava?

Ela pareceu pensar.

—Não que eu saiba.

—Por que você estava lá afinal?

Dessa vez foi ela a escurecer o olhar esverdeado. Mordendo levemente o lábio.

—Acho que isso é um pouco pessoal senhor.

—Por que você veio a Itália?

—Era apenas escala. Sai do sul da Coréia. Estava indo para Escócia.

—E suponho que não faça idéia do por quê que está aqui?

—Nenhuma.

—Você não deveria estar desesperada? Clamando para ser solta?

Ela relaxou. Rindo.

—É o que todos esperam que eu faça,então não vejo por que fazer. Além de que a decoração é bem bonita.

Christopher sorriu de canto.

—Mas você foi seqüestrada. E aqui só tem um colchão velho,e cinza. Para todos os lados que você olhe desse cubículo.

—E vocês não farão nada comigo até obterem o que querem. Seja lá quanto dinheiro for.

—Garota esperta.

—Só melhore a comida. Essa última estava sem sal.

—Garota abusada.

—Obrigada. —Piscou.

—Diga-me. Helena,tem algum familiar?

—Você deve saber a essa altura.

—Então grite por socorro,insista para falar com eles!

Ela gargalhou,empurrando uma mecha de cabelo para atrás da orelha.

—Não,obrigada.

—Ok,ok. Eu me rendo —Se levantou— Jamais esperei uma vítima tão teimosa.

Ele caminhou até a porta,bateu duas vezes.

Enquanto as digitações e códigos ecoavam lá fora,ela sorriu.

—E eu jamais pensei em um seqüestrador de olhos tão azuis.

Nem deu tempo dele virar-se,a porta de concreto foi empurrada para trás,e ele puxado para fora.

Christopher saiu da sala estralando as vértebras do pescoço. Escorado a parede,Ezequiel lhe aguardava de braços cruzados.

—Conseguiu alguma coisa?

Ele riu.

—A menina é estranha.

—Estranha? — O jovem tinha arqueado a sobrancelha enquanto acompanhava o amigo para fora do edifício.

—Sim,não está desesperada nem nada. Na verdade,esta levando tudo numa boa.

Ezequiel começou a rir.

—É sério isso?

—Sim. —Christopher também riu— Ela não terá problemas em fuga. Pude perceber isso. Ela é esperta demais para tentar uma idiotice dessas.

—Então você quer que eu baixe a guarda?

—Não Ezequiel. Não disse isso.

Christopher estava a postos para sair,quando Ezequiel perguntou:

—Então quer que eu faça o que?

Ele virou,e,olhando para a porta,sorriu de canto.

—Pegue comida em um outro restaurante.

~*~

Agora ele estava na cobertura. No ultimo andar da empresa. Virado para a vidraça,via o sol se por contra a cidade.

Quando ouviu a porta bater,apenas pronunciou um audível “entra”. Sem mover um músculo.

—E ai maninho?

Um breve rosnado esvaziou por seu lábios. Virando a cadeira giratória de volta para a mesa. Agora,de frente para sua sala,e,consequentemente,para Santiago.

—O que é que você quer?

—Essa empresa também é minha,caro irmãozinho.

—Pode até ser. Mas é raro aparecer por aqui. Resolveu trabalhar?

—Você sabe que não entendo de finanças.

—Se duvidar,nem um mais um. Seja direto. O que é que você quer?

—Grana.

Christopher suspirou.

—Para quê?

—Eu te devo satisfações?

—Quem consegue o dinheiro sou eu. Quem comanda isso aqui,e nossos negócios a mais , sou eu. Então sim. Fala logo pirralho,o que é que você vai fazer?

—Compras uns negócio.

O mais velho rodopiou na cadeira.

—Drogas,não é?

Santiago sorriu.

—Se sabe por que pergunta?

—Por que mesmo sendo o canalha que eu sei que você é,tenho esperança que você mude.

—Chega de papo. Me da o dinheiro.

Christopher revirou os olhos. Inclinando-se até a segunda gaveta,digitando a série de números,colocando seu olho,colocando a digital.

Por fim,sacou um pequeno maço.

Jogou sobre a mesa.

—Que fique claro,só estou te dando isso ai para que não tenha que mandar gente atrás de você,por ai roubando.

Santiago olhou o dinheiro,depois riu.

—Só aconteceu aquilo uma vez. E se aconteceu,é por que você deve ter me dado menos que isso ai. Apenas quatro mil? Sério? Assim não dá.

—Continue assim que te mando para uma clinica de reabilitação.

—Nossa mãe já tentou isso.

Christopher segurou o queixo. Avaliando o irmão.

—Eu não disse que seria uma Boa clinica.

—Você quer dizer..

—Isso mesmo. Nossos amiguinhos da Irlanda. Fantástico,não?

—Pensando bem,Quatro mil está perfeito para uma noite.

Ele ia sair quando voltou.

—E aquela perua?

—Quem?

—A menina.

—Ah,o que tem ela?

—Até que é gostosa.

Ele respirou.

—E?

—Eu já estive em cada um daqueles quartos..

O moreno avaliou o irmão.

—Está tentando me chantagear,Santiago?

O loiro sorriu entre os lábios.

—Eu não disse isso. Só disse que eu posso saber alguns dos teus códigos. Chris.

—Pensei que você fosse esperto o bastante para que eu não precisasse repetir que não se aproxime dela.

Santiago gargalhou.

—Desde que nosso pai morreu você acha que pode me controlar.

—Eu posso. Basta cortar essa sua rendinha para alucinações.

—Dona Marie Luize,ou nossa mãe,não sabe que a máfia ainda funciona.

—Você não seria louco e contar.

—E você estúpido de cortar o meu vicio.

—Acabou de admitir que tem um vicio.

—E você,um segredo. Um segredo vale muito, Christopher.

O mesmo arqueou a sobrancelha.

—O que é que está insinuando?

—Marie suspeita da sua sexualidade. Nunca mais surgiu com uma mulher lá na casa dela.

Christopher riu,debochado.

—Isso não é verdade. Sou heterossexual,ela sabe disso.

—Será mesmo? Estávamos no colegial quando você apareceu com uma namorada. E depois...

—Eu me mudei e não devo satisfações da minha vida para ninguém. Além de que,sejamos sinceros,ela está mais preocupada contigo.

—Não sei por quê.

—Para que você não apareça morto em algum beco por ai.

—Eu sei me cuidar.

—Não é o que meus guardas dizem.

—Então você está preocupado comigo?

—Não disse isso.

—Anda preocupado com a menina?

—Você está citando ela novamente?

Por um breve instante,Santiago perdeu a cor.

A ficha de Christopher caiu.

O loiro já dava passos,quando o moreno se pronunciou.

—Muito esperto de sua parte,ocupar meu tempo enquanto,possivelmente Bulldog está lá.

—Obrigado,Chris. Mas,você errou. —O outro o olhou— Ocupei o tempo,para meu aliado ir até lá.

E,em sorrisos diabólicos,ele fechou a porta.

Christopher riu sozinho,virando-se novamente para a vidraça.

Lentamente,pegou o celular,ligando para o comparsa.

—Tsc Tsc Santiago. Como é que você quer administrar nossos negócios,se na primeira,você morde a isca? Revelou mais do que eu precis.. —A voz rouca do amigo interrompeu sua fala solitária— Ezequiel? Santiago está indo para ai. Possivelmente armado,cuidado,e,ah,por questão,Já sei o que fazer com a menina.

Levemente empurrou a cadeira,girando ao redor de si mesmo. Até parar no mesmo lugar.

—Ele se acha esperto,mas,é obvio,se entregou de bandeja. Nem se preocupe,apenas o prenda ai dentro. Não,não quero que a solte. Nem a elimine.

Embalou novamente.

—Sim,na sala dos pesadelos. Acho que ele anda sonhando demais. Quero que você dê sedativos a ela.

Rodopiou novamente. Parando ao firmar os sapatos de couro importado no chão. A essa altura,as estrelas já mostravam sua graça.

—Já disse que não é para eliminar-la. Na verdade,é bem o oposto disso. —Ele concentrou-se para a cidade,que agora mostrava o movimento pelas pequenas bolinhas de luzes que ligavam e acendiam em todo canto— Quero que você a leve para o meu apartamento.


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Notas finais do capítulo

Haha. Isso não vai dar certo...



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