A Contadora de Histórias escrita por Lu


Capítulo 6
Capítulo Cinco – Recesso


Notas iniciais do capítulo

VOLTEI
DEPOIS
DE
7
FUCKING
MESES
OMG
Pra sete meses e trazer um capítulo de nem 1000 palavras, tem que ser muito cara de pau.
Prazer, eu.
Pessoal (se ainda estiverem aí), não estranhem o número de capítulos, já disse ser uma short fic, vai ter mais dois capítulos e um epílogo. Sim pessoal. é uma história curta, não iria fazer cada dia da Cristal com Leatrice, cada livro, cada coisa que elas faziam e outros vários acontecimentos cotidianos e blé, Cristal é só uma criança e tal.
É uma história de drama e amizade com um final inusitado ♥
Espero que gostem do capítulo, mesmo sendo pequeno, e pretendo não demorar tanto pra atualizar ♥ Quero terminar minhas histórias esse ano para poder começar outras *-* Vou sentir falta dos meus personagens ♥
Enfim, enjoy ♥
Kisses



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Os dias se passaram, tornaram se semanas, meses...

         Cada dia era melhor, eu me saía bem na escola, estava mais feliz, as meninas que me confrontaram naquele dia vieram falar comigo, se desculpar. Ficamos amigas até. Todo dia após a aula eu visitava Leatrice. Não dei bola pro nome, muitas pessoas nesse mundo tem nomes iguais. Achei intrigante mas não me incomodei com isso. Lia com ela vários livros, limpamos a biblioteca inteira, fizemos guerra com os produtos de limpeza lá dentro, a bibliotecária só revirava os olhos e ignorava, contanto que eu limpasse aquilo.

         Só sentia minha família distante de mim.

         Era como se a cada dia que eu me enturmasse mais na escola e me aproximasse mais de Leatrice, meus pais desaparecessem num vazio distante que eu não consigo alcançar.

         ***

         Enfim chegaram as férias de inverno, o tão sonhado recesso. Crianças saindo da escola com sorrisos e alegrias renovadas. Converso com minhas novas amigas enquanto deixo a escola.

         – O que vai fazer nestas férias, Cris? – pergunta Raven prendendo seus cachos ruivos numa fita.

         – Não faço ideia, e vocês? Vão viajar a algum lugar?

         – Minha família estava pensando ou Paris ou Londres, – diz Olive mascando um chiclete – clichê não é?

         – Só pra você que viaja pra Europa todas as férias, Olive! – Katie revira os olhos jogando a franja loura para trás.

         – Eu não almejo nada disso, – dou uma leve risada – queria visitar minha antiga casa. Sinto falta do sítio...

         – Deve sentir, foi um contraste e tanto né não? Sair do campo e morar numa cidade grande e sem graça.

         – Acha cidade grande sem graça? – me surpreendo por ver a moderna Olive menosprezar uma cidade grande.

         – Depois que você conhece Paris essa cidade é um lixinho! – se perde nas gargalhadas. Fico um pouco sem jeito por vê-la debochar dessa cidade sendo que minha antiga não era nem a ponta desse iceberg – Não leve a mal, Cris. Gostos, cores e amores a gente não se discute! – ela me abraça e entrega um grande sorriso.

         E fomos conversando até nos desencontrarmos na esquina da biblioteca, Raven foi tomar sorvete com Katie e Olive foi para casa acompanhar a maratona de seu desenho francês. Estou feliz por ser amiga delas e podermos nos conhecer melhor.

         Katie é um brilho que só, sua cabeleira loura sempre presa em dois laços lhe dá um ar infantil e amável. Ela é muito gentil e inteligente, não enxerga praticamente nada sem lentes de contato e possui olhos de um azul muito claro. Adora calor e desenhar, faz pinturas sensacionais para uma criança de nove anos.

         Raven é invejada por sua beleza ruiva. A mais alta de nós e a mais magra, uma futura modelo. A pele mais pálida e as sardas mais fofas. Olhos cor de oliva e uma personalidade muito forte. Ama ler tanto quanto eu, e perde a paciência fácil. Seu defeito é ser brigona. Num crime, Katie organizaria, Olive seria a mandante e Raven o assassino.

         Olive é a com o gênio mais difícil, e como líder do grupo seu pensamento influencia bastante. Está sempre à frente de todos, tem uma pele bronzeada e cabelos negros como os olhos. É a mais rica de nós todas e sua família a mima demais. Esse é seu defeito, ela é orgulhosa e quer tudo para si, pois foi criada assim. Mas é só você domar o animal que você realmente o conhece. Ela prefere muito mais ir tomar sorvete com os amigos numa sorveteria de quinta do que viajar com a família, tanto que já enjoou de Paris e Londres. É uma garota tímida e que se liberta nas notas do piano. Sim! Uma notável pianista!

         Aconteceu tudo tão rápido, no fim as três são ótimas pessoas. E eu adoro conversar sobre elas com Leatrice, mas me sinto um pouco triste por não poder falar de Leatrice as outras pessoas. A bibliotecária não se importa, minhas amigas não entenderiam e minha família não está nem aí.

         – Cristal? – Leatrice me cutuca – Cristal?

         – Ah, desculpe. Estava com a cabeça em outro lugar...

         – Quer me contar o que houve, pequena?

         – Eu queria ir passear na minha antiga casa nessas férias, acho que meus pais deixariam, só que...

         – Só que...?

         – Eu não queria, sabe – sento em seu colo – ficar sem você...

         – Ah, minha pequena! – ela dá risada e faz cócegas em mim até eu jogar a toalha – Não se preocupe com isso! Vá passar um tempo com seus pais, certo? Quem sabe eu apareça lá... – ela dá uma piscadela.

         – Sério?! Faria isso?! – ela confirma com a cabeça sorrindo – Olha! Tá aqui, o endereço! – começo a escrever na página de um livro.

         – Agora vá lá, Cristal. Vá pedir para os seus pais! – ela bagunça meu cabelo de me beija na bochecha, me despeço dela e saio correndo pelas ruas da cidade.

         Subo as escadas do prédio correndo até chegar no apartamento. Abro a porta e encontro meu pai vendo o futebol na TV e minha mãe arrumando a mesa para a refeição.

         – Mamãe! Papai! – eles me olham assustados.

         – Essa empolgação é pelas férias, meu bem? – pede meu pai com os olhos na TV.

         – Posso pedir uma coisa?! – digo empolgada demais para notar que eles não prestam atenção em mim.

         – Claro, querida. Só não nos atrapalhe – eles falam em uníssono, sem parar o que fazem.

         – Podemos viajar nessas férias?!

         – Claro, querida. Pra onde? – eles respondem em uníssono.

         – Pra nossa antiga casa!

         – Claro, querida... O QUÊ?


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Notas finais do capítulo

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