Instituição JGMB - Interativa escrita por AceMe


Capítulo 8
Uma Noite Conturbada


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Eu voltei! Desculpe minha ausência e o hiato (Eu escrevi isso certo?), mas é que entrei em período de provas e resolvi parar um pouco para me concentrar nos estudos. Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, elas já terminaram e agora estou livre! [Cover da Elsa aqui]. Eu realmente queria avisar e falar em como estava ficando o capítulo, mas a fic não tem grupo no Whatzapp, no facebook, página, nem nada do tipo, então não pude.
Como esse foi de retorno teve menos coisa, apesar do grande número de palavras. Espero que gostem. Não esqueçam de ver as notas finais.
Boa leitura! :)



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Chris realmente não fazia a menor ideia do por que estava ali. Precisava confessar que quando Miguel avisou-o que estavam o chamando na sala do diretor, ficou com medo de que fosse para ficar de castigo ou algo do tipo. Mas isso não faria o menor sentido, já que ele não havia feito nada de errado. Ou será que fez?

Foi então que reconheceu os dois rostos ao lado de Laudrup: O primeiro-ministro da Groelândia e a rainha da Dinamarca. Não sabia ao certo o que fazer na presença deles, já que ele não era exatamente um súdito deles, e nem era a rainha da Inglaterra, que seria algo muito mais simbólico. De qualquer forma, resolveu que o mais sensato a ser feito era se curvar para não haver confusão mais tarde.

–Majestade. Ministro. Diretor. – Ele se inclinou um pouco para os três líderes.

–Se perdeste, garotinho? Os quartos são para o outro lado. – Klaus apontou para sua esquerda.

–Ele não se perdeu, Jorgensen. – Laudrup interrompeu. - Eu mandei chama-lo.

–Mas por quê?

–Ele descobriu que Moore está contra nós por conta própria. Parece inteligente e pode ajudar em nosso problema. Não comentou sobre um espião comigo antes?

–Senhores, não quero ser chato, mas me chamaram para quê? – Chris interrompeu.

–Perdão, Ford. Com certeza deve estar querendo dormir e estamos enrolando.

Laudrup, um pouco devagar, pois estava sentindo pontadas no estômago (efeito daquele aparelho nele), se inclinou na cadeira para olhar Chris melhor e dar um ar maior de seriedade.

–Nós temos um grande problema. Chamamos todos vocês aqui para nos ajudar a impedir que pessoas importantes tomem decisões erradas, mas não conseguimos nem ao menos contar o que deixamos em suas mãos, principalmente agora.

–Por que não? – O menino questionou. – É complicado adivinhar o que temos que fazer aqui por nós mesmos.

Laudrup confirmou com a cabeça e comentou um “também acho”. Fez sinal para que Jorgensen pegasse os papéis do exame e então os entregou a Chris, que começou a folheá-los.

–Isso está em dinamarquês e eu estou sem meus óculos de leitura. Eu só entendo inglês.

–O que está escrito nesses papéis – Rainha Margareth começou. Sabia bem como é não entender nada do que estava escrito em algum lugar. – basicamente é que, inserido em Laudrup, tem um aparelho microscópico que provavelmente entrou lá pelo sistema digestivo. Ele conseguiu se locomover e instalou-se no sistema nervoso dele durante a noite.

–Consegue detectar os pensamentos de Laudrup e quando percebe que ele está prestes a falar sobre o objetivo de estarem aqui, arranja uma forma de impedir isso. – Jorgensen completou. Não era o perfil dele confiar de primeira em qualquer um, mas se Vossa Majestade fê-lo, também deve fazê-lo em lealdade à ela. - Hoje mais cedo provocou enjoo para interromper o discurso.

Chris apertou os olhos e devolveu os papeis a eles, observando cada um. Jorgensen não parecia muito à vontade, Laudrup mostrava que estava apenas aguardando a reação dele, na Rainha Margareth pôde ver expressão de preocupação sobre Laudrup. Respirou fundo e completou o raciocínio do que deviam estar pensando:

–Sabia que aquele professor não parecia ter boas intenções. Nunca deixo algo passar despercebido.

–Sim. – Laudrup confirmou. – É por isso que está aqui. É o único que também percebe que há algo errado nele, por isso suponho que seja inteligente o suficiente para nos ajudar. Como eu não posso, Jorgensen contará a você o que está para acontecer.

Assim que Laudrup terminou, Jorgensen chegou mais perto do garoto. Olhou para os lados, para ter certeza de que somente eles ouviam a conversa, e sussurrou bem próximo dele o que estava acontecendo. Chris ficou surpreso com a gravidade do problema. Não esperava algo tão sério. Miguel estava certo quando contou sobre certo gás venenoso. Agora não podia ficar calado.

–Isso é muito sério! Devo espalhar a informação pela Instituição?

–Não! – Laudrup exclamou rapidamente. – Não, isso seria perigoso. Não queremos prejudicar ou pôr ninguém em risco. Como acha que ele ainda está aqui? Aquele insuportável trabalha para pessoas muito poderosas. Te chamei porque agora precisamos que uma pessoa competente saiba sobre tudo e possa levar as pesquisas para o lado que deve ir, e então, em um futuro próximo – espero – nos ajude a combater aquelas pessoas.

–Qualquer passo errado pode ser sinônimo de uma destruição prematura, por isso devemos ter cuidado. – a Rainha retomou. – Falarei com o Senhor Moore para implantar uma escuta no comunicador dele. Assim, mesmo que ele tenha outros meio de se informar com o exterior, pelo menos ouviremos o que ele falar, já que estará no quarto, no alcance do aparelho.

–Bem pensado, Majestade! – Jorgensen sorriu um pouco sem graça. – Contudo, a senhora tem certeza de que consegue fazer isso sozinha? Não precisa de ajuda?

A Rainha estreitou os olhos e fortaleceu a voz. Chris podia sentir dali a fúria que ela sentiu com esse comentário. Uma raiva momentânea, mas realmente ofendida.

–Claro que consigo! Não sou inútil como os protestos dizem, afinal! – Revidou. – Passarei uma mensagem quando terminar.

Margareth então desligou a conferência.

Um clima tenso reinou sobre os três no escritório. A Rainha não parecia ser uma boa pessoa para mexer e Chris não pôde deixar de arrepiar um pouco de surpresa quando ela falou, digamos, um pouco alto demais, quase berrando. Jorgensen caminhou até a porta em silêncio e girou a maçaneta:

–Às vezes esqueço como a Majestade se chateia quando nos preocupamos demais com o estado dela. Dizem que é assim desde pequena. – Ele virou a cabeça para observar Chris. – Não tenha medo dela quando a ver novamente. Ela é uma boa pessoa, apesar de não perceber que quando insinuamos a doença dela sem querer, estamos apenas querendo evitar que ela arranje mais problemas a si mesma.

–Não me assustei e nem duvido que ela seja boa. – Chris respondeu. – Ela só me pegou de surpresa.

Klaus sorriu, dessa vez mais sincero, e abriu a porta.

–Desejo-lhes uma boa noite. – E fechou a porta. Os passos dele ecoaram pelo corredor até sumirem completamente.

–Bem, senhor Ford. – Laudrup começou. – Antes que vá embora, devo fazer algumas anotações sobre o seu estado atual.

Ele se dirigiu até o outro lado da mesa, pegou uma caneta e olhou diretamente nos olhos de Chris.

– Isso está bem para você ou prefere que façamos amanhã?

–Não. Quanto antes melhor. – Chris puxou a cadeira mais próxima e se sentou a frente dele.

Laudrup deu um pequeno sorriso enquanto escrevia. Chris percebeu que quando a Rainha desligou a conferência, Laudrup não parecia assustado como ele ou surpreso como Jorgensen, mas triste ou quem sabe solidário. Chris percebeu alguma coisa.

–Está gostando daqui? – Laudrup puxou assunto. – A partir de agora seremos parceiros, então acho que é bom trocar ideias.

–Até que é legal, apesar do começo tumultuado e de eu ter encontrado uma prima um pouco irritante. As pessoas do meu grupo são legais também, em sua maioria pelo menos. – Chris respondeu e ponderou um instante. – Planeja contar para ela, Senhor Laudrup?

Harold levantou os olhos do papel e encarou Chris.

–Planejo contar o que e a quem?

–Seus sentimentos pela Rainha Margareth. Quando planeja contar para ela?

Laudrup quase engasgou com o comentário.

–Mas... Mas como...?

Chris ajeitou-se um pouco melhor na cadeira. Tinha que admitir que talvez essa não fosse a melhor coisa a se falar. Pelo menos agora tinha uma confirmação do que pensou.

–É que eu presto muita atenção em tudo. E parece que o senhor acabou de confirmar minha teoria. Desculpa se fui inconveniente.

Laudrup piscou e por um segundo ficou apenas olhando Chris. Depois, voltou a preencher o formulário. Foi realmente pego de surpresa com essa afirmação, mas não estava com vontade de repreendê-lo como deveria.

–Ela também parece ou sentir o mesmo pelo senhor ou ter se afeiçoado demais à sua pessoa. – Chris continuou. – Não sou o melhor para falar sobre isso, mas acho que deveria falar com ela. Miguel, o guia de meu grupo, comentou mais cedo que está havendo muitos problemas em Copenhague, então ela deve estar precisando de algum apoio emocional, o que seria a oportunidade perfeita.

–Pensarei nisso, Ford. – Laudrup respondeu neutro e inclinou-se sobre a mesa para entregar o formulário ao Chris, que o pegou no mesmo instante. – Nesse papel tem tudo anotado sobre como nos encontrar e o que fazer em situações em que Moore esteja. A partir de agora, Christian Ford será nosso parceiro, ajudante e informante no caso de falhas. Está liberado agora.

...

–Henry, meu filho, você está aí? – Uma voz forte sussurrou ao lado de Henry logo após uma luz aparecer.

O quarto estava escuro e silencioso. Todos dormiam tranquilamente. Devia ser umas quatro horas, então Chris havia voltado fazia bastante tempo. Apesar de o termostato estar ligado, estava tão frio que todos se cobriam com vários edredons.

Henry abriu os olhos devagar, porém não foi o suficiente para não ficar cego pela luz saindo do comunicador. Colocou a mão na frente do rosto e piscou várias vezes até acostumar-se com a luminosidade enquanto aquele ser insistia em chamar pelo Henry.

Quando finalmente se acostumou com o ambiente, conseguiu ver que era seu pai tentando se comunicar com ele. O senhor Randhir Murray já estava de terno e parecia com pressa. Visando não acordar seus colegas, Henry falou o mais baixo que pôde.

–Pai!? Esqueceu que tem fuso horário? Aqui ainda é madrugada. Podemos nos falar amanhã?

Henry já estava levantando a mão para parar a ligação quando Randhir levantou as dele bruscamente.

–Não, filho! Não desligue! – O pai falou rapidamente. – É muito importante e garanto que não vai demorar!

Henry a contra gosto se ajeitou melhor na cama e esperou o pai responder:

–Preciso que me mostre como é a Instituição agora que todos já foram dormir.

–O quê? Por quê?

–Sua mãe está tendo um ataque em casa porque viu no jornal ontem que na Groelândia tem terroristas que querem entrar na Instituição porque tem umas pessoas importantes, como você.

–Mas aqui não tem nada. – Henry começou a estranhar de verdade aquela conversa. - É bem seguro até.

–Mas você sabe como é sua mãe. Não vai parar até ver que está realmente bem. Por isso eu ia pedir para você andar pela instituição: para eu gravar todo o espaço e mostrar para ela depois.

–Mas tem que ser agora? Não pode ser de manhã?

–Quer mesmo deixar sua mãe preocupada por tanto tempo!? Provavelmente já está tentando comprar passagens para ir aí.

Henry soltou um suspiro cansado.

–Tem razão. Me desculpe. – Henry disse pegando o comunicador. – Estou indo mostrar agora então.

O menino cuidadosamente desceu a escada do beliche, calçou chinelos, pegou a chave na cômoda e na ponta dos pés abriu a porta.

–Tomara que isso deixe a mamãe melhor realmente. – Henry cochichou.

–Vai deixa-la melhor sim, meu filho. – Randhir respondeu enquanto Henry descia as escadas. – Ela vai se sentir muito mais segura quanto ter te deixado ir para esse lugar.

Quando chegou ao final das escadas, Henry ouviu um barulho e virou para trás. Nenhuma sombra sequer.

“Estranho. Tinha certeza de que ouvi passos. Será que é porque estou com sono?”

–Parou por que, Henry?

–Por nada. – Ele virou-se para frente e continuou seu caminho enquanto o pai gravava o lugar. – Só ouvi coisas por causa do sono.

...

O celular de Margareth apitou logo após ela ter terminado de escovar os dentes. Rapidamente saiu do banheiro e correu para a cama, onde o havia deixado e viu a mensagem que Klaus lhe enviou de resposta:

Klaus Jorgensen

Contatei o Senhor Moore agora. Aquilo foi implantado. Avisarei a Laudrup agora.>

08:21 _/_/

Afirmativo, Majestade. Me arrumarei agora. Tenha um bom dia.

08:21

Com a diferença de quatro horas de fuso horário entre Copenhague e Nuuk, Margareth resolveu falar com eles apenas quando lá fossem quatro horas da manhã, já que é o horário em que acordam.

Porém, por algum motivo, Harold não via as mensagens que Margareth deixou para ele, o que a deixava um pouco apreensiva.

“O que será que está acontecendo para ele não visualizar? Não posso sair sem saber se ele já sabe disso.” – Ela pensou. – “Acho que terei que ligar para ele eu mesma.”.

Margareth então se dirigiu ao seu microcomputador, na escrivaninha, e passou a mão por cima do aparelho para liga-lo. Como não conseguia entender direito o teclado, habilitou a senha por voz e assim desbloqueou a tela.

Antes de chama-lo, a rainha ainda penteou um pouco melhor o cabelo solto com a mão e ajeitou o casaco, além de ter posicionado melhor os óculos sobre o nariz. Assim que terminou, passou o dedo no holograma da imagem de Laudrup.

Tu...Tu..Tu... – Apitou-se três vezes, até que Harold atendesse, mesmo sendo quatro horas da manhã em Nuuk.

–Bom dia, Margareth! Você está bem?

Apesar da cara de quem havia acabado de acordar, Harold já estava todo arrumado. Estava elegantemente trajado em um de seus ternos de frio cinza com uma gravata vermelha, em que passaria o dia todo trabalhando. Seu chapéu estava em cima da mesa, então dava para observar seu cabelo castanho repicado, que seria muito mais bonito se não fosse a careca começando a aparecer. Dava para perceber também que ele havia cortado um pouco a barba da qual ele só tinha nas laterais. Laudrup não é uma pessoa que se caracterizaria como bonita, mas Margareth reconhecia seu charme, tanto na aparência, quanto na personalidade, apesar de tudo.

–Olá, Harold. – Ela disse após examiná-lo. – Só queria dizer que já implantei a escuta para grampear tudo o que Moore fala com as pessoas de fora. Desculpe te ligar assim, mas você não estava respondendo minhas mensagens e eu precisava falar isso. Te acordei ou atrapalhei algo, por acaso? – A rainha perguntou preocupada.

–Não, claro que não. Eu já estava acordado há muito tempo. Apenas esqueci de carregar o meu celular. Garanto que não farei isso de novo.

A rainha ficou aliviada. “Ah. Foi apenas isso. Não aconteceu nada demais.”

–Mas... Eu queria saber. – Harold se lembrou do que Chris disse antes. – Por que você insiste em fazer todos esses trabalhos sozinha?

Margareth ficou chateada assim que ele disse isso. “Logo ele? Por que até ele me questiona?”

–Por que está me perguntando isso? Acha que não consigo?

–Não, não é isso, Margareth! Por favor, não pense assim! – Harold rapidamente se corrigiu. – O que eu queria dizer é que, bem... Você é a rainha. Se pedisse, qualquer um faria isso por você. Por que se esforça tanto para fazer essas tarefas pequenas? Eu mesmo estou ao seu serviço de Majestade! Qualquer coisa de que precise é só me chamar que te atenderei no mesmo instante.

Margareth não sabia como responder àquilo. Eles não entendiam como ela se sentia e nem sabia como começar a explicar seus motivos, mesmo que para um de seus únicos amigos. Ela passou a mão pelo cabelo e ajeitou os óculos:

–Olha, eu tenho motivos para isso. E eu os levo muito a sério.

–Me conte, então. – Harold pediu subitamente. – Talvez se contar para alguém, o peso diminua. E eu sou seu amigo, não sou? Isso também consta no que te falei: É só pedir para te ouvir que eu o farei.

Com essa afirmação, foi difícil não conter um pequeno sorriso. Ele era realmente seu amigo, e Margareth sentia que podia confiar nele seus sentimentos.

–Bem, é que hoje em dia um rei não tem muitas obrigações. O que eu faço é representar a Dinamarca nesses encontros internacionais. E mesmo assim, qualquer coisa que eu faça, devo pedir a autorização dos primeiros ministros antes. A mídia sempre fala de mim ou de meus parentes, mas na verdade só estamos lá para fazer com que se entretenham e esqueçam de outros problemas. Ao invés de passar alguma reportagem sobre a Instituição ou a guerra, preferem passar “Vejam como a dislexia da rainha pode atrapalhar nosso país”, ou então “Amanhã nossa rainha comemorará 40 anos”. Entende? Eu não posso ajudar nas decisões importantes do reino, apesar de minha posição, e ainda só sirvo como distração da população para os problemas verdadeiros. Não tem como mudar o que a televisão passa.

–Mas... Às vezes isso não é de todo o mal. – Harold tentou amenizar. - Eu aceitei vir para cá em parte porque te admirava ao vê-la na televisão.

–E agora você me conhece pessoalmente. Eu sou o que você esperava? – A rainha insistiu. – A televisão não me colocou nem um pouco diferente?

Harold coçou atrás da cabeça e completou o raciocínio:

–Bem, talvez uma coisa ou outra esteja diferente.

–Então! Quando me deram a permissão de controlar também a Instituição, eu fiquei muito feliz, pois finalmente poderia fazer alguma coisa. O problema é que até aqui eu só apareci como um rosto no meio dos outros. Não fiz muita coisa, além de sugerir o projeto. Até os especialistas não foram eu que escolhi, Moore está te fazendo mal por causa do primeiro ministro daqui, que o pôs aí por ele mesmo. Quando surgiu a necessidade de grampeá-lo, eu me ofereci para fazer porque finalmente teria feito algo de útil. Entende agora? Eu não quero ajuda porque assim eu nunca poderei fazer nada. Não posso ser a princesa pobre coitada que espera pelo príncipe encantado em seu cavalo branco para salvar o dia por ela!

Margareth parecia ter relaxado após falar tudo, como se tivesse posto para fora uma bigorna de 100 quilos. Ela nunca teve um amigo como Harold, e agora que tinha, não sabia ao certo como conversar com ele, mas parecia que seus problemas foram resolvidos e agora podia conta-lo qualquer coisa. Harold também pensou em quem seria esse príncipe. Agora compreendia melhor o que se passava na mente da rainha.

–Sim, você com certeza não faz o estilo. – Harold concordou. – Agora eu acho que entendo o seu lado. A partir de agora sempre que houver algo a fazer irei falar contigo para o caso de você querer fazer.

–Obrigada, Harold, apesar de ter me perguntado aquilo não ser seu estilo também. – Ela disse. – Acho que uma das partes boas de ter feito a Instituição foi ter te conhecido. Você foi muito bom para mim até agora.

Harold observou melhor o holograma de mulher a sua frente um pouco espantado. Ela mostrou que o conhecia bem ao concluir que aquele não era mesmo o estilo dele, mas mesmo demonstrou que ele a deixou feliz. Isso foi bom de ouvir e sentia que precisava falar algo em troca.

–Para mim também foi, Margareth. Quero dizer, te conhecer.

Os dois ficaram se olhando por um longo tempo, como se ele não estivesse passando. Nenhum dos dois parecia querer quebrar o que estava se formando, porém Laudrup olhou o relógio e interrompeu o momento:

–Eu... São oito da manhã em Copenhague, não é? Você deve ter algum compromisso.

–Oh... – Margareth disse. – Sim, agora que você falou, lembrei que tenho que ir. Até mais.

–Até. – Harold respondeu.

Os dois desligaram.

“Humhumhum. Esses dois são hilários!”

Vários andares acima do escritório de Harold Laudrup, David Moore ouvia a conversa.

“Como são tolos! Eu já havia implantado uma escuta naquela sala há muito tempo. E mesmo se não tivesse, não foi difícil desabilitar a que Vossa Majestade colocou aqui.”

David deslocou-se com a cadeira até o outro lado do quarto para pegar o celular clandestino para que ninguém soubesse que ele estava passando mensagem e muito menos para quem estava passando.

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Já tenho mais informações, Scarlett. As enviarei hoje à noite, quando eu tiver mais do monitoramento. Logo finalizaremos o plano AR.>

Ok. Vou passar para o chefe. Te amo. Fique bem.

Também te amo. Pode ter certeza de que vou ficar.>

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“Vocês não fazem a menor ideia do que estão fazendo. Seria tão mais fácil se apenas cooperassem desde o princípio! Se já têm alguém para espionar, não tem mais volta. Qual era mesmo o nome dele? Christoper? Christian?”

David levantou-se e pegou os dardos de cima da mesa.

“O primeiro nome não importa agora. Sei que o sobrenome dele é Ford. É só prestar atenção nos descendentes de Henry Ford.”

Moore lançou os dardos e acertou as fotos com os rostos de cada um dos líderes da Instituição.

“O que importa é que agora a batalha está declarada! E nós já vencemos!”

...

Henry havia passado cerca de sete minutos para mostrar o básico a seu pai. Ele ficou realmente preocupado com a mãe após Randhir contar que ela teve um ataque. Com certeza mais tarde ligaria para perguntar se ela estava bem.

–E é isso, pai. – Henry parou na entrada, virando o Comunicador para os lados. – Esse é o final da Instituição.

–Muito obrigado, filho. – O homem agradeceu. – Isso com certeza vai melhorar o bem estar de sua mãe.

–Assim espero. – Henry deu um sorriso cansado. – Então depois nos falamos, pai. Tchau.

–Até mais. – Ele respondeu.

O garoto terminou a conversa depois da despedida. O ambiente estava escuro e ainda não havia sinal de ninguém circulando por ali. A única luz vinha do comunicador, que Henry deixou ligado, apesar de não ter ninguém na linha, para que pudesse enxergar o que tinha ao redor. Quando ia voltar ao quarto, ouviu mais um barulho de passo. Não aguentava mais. Não podia estar louco, alguém estava o seguindo.

“Será que são os tais terroristas?” – Henry chegou a conclusão. – “Acho melhor acabar logo com isso de qualquer maneira, senão vou enlouquecer”.

Ele virou-se bruscamente para trás, apontando a luz do comunicador na direção de onde estavam vindo os passos.

–Quem está aí? – Perguntou.

Assim que questionou ao além, ouviu mais passos até que o dono deles entrou no campo de alcance da luz pouco a pouco. Foi então revelada a imagem de Edward. Henry automaticamente se sentiu mais aliviado, mas confuso ao mesmo tempo.

–Edward? O que você está fazendo aqui a essa hora?

–Ouvi alguém saindo do quarto e te segui para ver o que estava fazendo. – Ed se aproximou mais de Henry com cara de quem finge que não entendeu. – Por que fez isso?

–Por que fiz o quê?

–Mostrou a Instituição para seu pai. Por que fez isso?

–Ora, porque ele pediu. Ele disse que tem uns terroristas aqui e queria ver se estava tudo certo.

–O que você disse? Não ouvi direito.

–Eu disse que meu pai falou que o jornal anunciou que tem terrorista escondido aqui. – Henry já estava acostumando-se ao fato de Ed não ouvir direito e já não estava mais se importando em repetir.

–A essa hora da madrugada!? Realmente acreditou nele?

–Mas é claro. Ele é meu pai, não tenho motivo para duvidar dele.

–Eu também pensava o mesmo de meu pai. Até que descobri que ele me fez muito mal no passado.

–O que ele fez? – Henry ficou preocupado.

–Isso não importa agora. – Ed desviou o assunto. – Eu já vi seu pai na tevê antes. Ele é o ministro da defesa, não é?

–Sim, ele é.

–Exatamente. Quando eles são importantes há sempre motivos para suspeita. Eles podem estar planejando algo e pedem sua ajuda, mesmo que indiretamente, para isso.

–Ora, Edward. Por que está me dizendo isso? – Henry ficou um pouco apreensivo. – Hoje a noite vou ligar para minha mãe, com certeza ela vai confirmar tudo.

–Será?

Ed deu a volta, seguindo pelo corredor para subir para os dormitórios. Henry foi logo atrás.

–Você já me ajudou aqui. Eu sei como descobrir certas coisas pode ser difícil, então se precisar de dicas depois, estou aqui.

–Obrigado, eu acho. – Henry sorriu. – Sabe, eu acho que se continuarmos assim, poderemos ser grandes amigos. – Ele virou o rosto para Ed. – O que acha?

–Acho... Que você também talvez seja um bom colega no futuro.

–Bem, isso já é um começo. Aos poucos vamos indo, é melhor assim.

E então os dois subiram as escadas até o quarto cinco e continuaram dormindo até às seis horas, quando Miguel foi mais uma vez acorda-los.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada por ainda estarem acompanhando! Eu queria tirar uma dúvida: Vocês acham que a história está acontecendo muito devagar? Me falem se vocês querem que eu adiante o ritmo, é que eu realmente não sei ainda o melhor timing de escrita.
Mas, enfim, valeu mesmo! Deixem críticas e sugestões nos comentários para fazerem uma autora feliz e com uma luz de como escrever o próximo capítulo!
E, para quem não entendeu os traços nas mensagens entre Margareth e Klaus: Eu estava tentando imitar o Whatzapp. Espero que tenha dado certo, apesar de não poder deixar os certinhos azuis.
Até a próxima, ;)!



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