Instituição JGMB - Interativa escrita por AceMe


Capítulo 11
Questões Estranhas


Notas iniciais do capítulo

Como eu disse anteriormente, este capítulo está programado por que eu estou de férias, então provavelmente o próximo só sairá bem mais tarde. E o motivo desse estar menor está transcrito no outro capítulo também.
Boa leitura, :)!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/639708/chapter/11

Ed estava no laboratório da Instituição, que ficava bem ao lado da biblioteca. Não havia acordado nada bem naquele dia. Uma de suas síndromes o atacou novamente, mas por sorte ninguém a viu fazer efeito. Infelizmente, teve que usar sua última injeção para poder se acalmar. Aproveitando que o grupo pediu para que ele pegasse alguns compostos químicos, resolveu fazer rapidamente mais algumas injeções extras.

Com toda sua habilidade de químico, ele havia acabado de terminar a última porção e foi procurar um recipiente para pô-la. Quando voltou, se deparou com quem menos queria estar sozinho. Fechou os olhos, respirou fundo e seguiu em frente, ignorando-o. Porém, o outro não fez o mesmo.

–Filho. Nós precisamos conversar.

–Você não é meu pai, logo eu não sou seu filho. – Ele respondeu friamente ao homem sem sequer dirigir um olhar a ele.

Ed pegou um dos tubos de ensaio onde estava o líquido em que se injetava e o transferiu para a seringa tampada. O pai não desistiu de se aproximar do filho.

–Eu só quero saber como está sua vida, Max. Você foi mesmo para a faculdade de química que tanto queria? E ainda tem aquele colega, o Mitchael? – Ele foi insistindo. – E quanto a esses seus novos amigos? Harry, Christopher, Hyun-Jae, Mikhael...

–Sim, minha vida está maravilhosa sem o casal que fez os experimentos genéticos em mim que me causaram várias síndromes por perto. Estou quase terminando meu doutorado em química, ainda tenho meus colegas que nunca me abandonaram e os novos não precisam saber sobre nada disso. – Ed deu um enorme sorriso falso e irônico e continuou. – E a propósito, os nomes deles são respectivamente Henry, Christian, Hyun-Ae e Miguel. Está tão ocupado se metendo onde não é chamado... Se não percebeu, estamos trabalhando para preservar bilhares de vidas aqui. Demonstre um pouco mais de respeito e dessa vez faça algo de útil com esse seu cérebro!

Após extravasar tudo o que sentia, guardou todas as suas seringas em seu casaco, pegou o experimento, e começou a seguir o caminho de volta à biblioteca. John Fleming não desistiu e seguiu o filho.

–Max, você tem todo o direito de não querer falar comigo por mais que eu esteja arrependido. Eu compreendo. Mas pelo menos dê um oi para os outros. Sua mãe está muito preocupada.

–Eu saí de casa há anos. Não está mais preocupada, só ressentida.

–Mas e seus irmãos? Leonard e Sophie sentem saudade.

Ed de repente parou. John sabia que vencera. Lembrava o quanto seu primogênito era ligado aos caçulas. O de heterocromia virou levemente o rosto na direção do pai.

–O que disse?

–Eu disse – John fez uma pausa dramática. – que Leonard e Sophie sentem saudade.

Edward se voltou à frente do pai. Olhando diretamente em seus olhos disse sem pestanejar:

–Você me emprestará seu comunicador para que eu possa vê-los. Esse será o único contato que teremos e não se fala mais nisso.

–Sim. – O pai se sentiu mais feliz. – Eles ficarão muito felizes em te ver e sua mãe vai ficar muito orgulhosa quando souber do seu doutorado.

Edward piscou.

–Não preciso do orgulho dela. Por mim pode jogá-lo fora. – Disse secamente. – O senhor não vai comentar sobre nosso parentesco com ninguém. E também não quero ver a cara de Katherine. Na imagem deve aparecer somente os meus irmãos. E meu nome é Edward, não Max.

John confirmou o pedido do filho com a cabeça. Ele então se virou e apertou o passo para voltar logo à biblioteca. O outro foi logo atrás.

...

A biblioteca parecia maior ainda sem grande parte daquelas pessoas. Naquele momento apenas uma ou outra conversava ou lia separados por várias mesas de distância. Com a exceção de Dong-Su, que estava na última mesa, sentado, olhando para o nada, calculando friamente todos os seus passos.

Assim que Hyun-Ae deixou seus amigos e abriu a porta, de tanto silêncio que fazia lá dentro, ela fez um enorme rangido, atraindo a atenção de todos no cômodo. Ela então fechou a porta, tentando fazer o mínimo barulho possível, o que não adiantou, pois um vento surgiu e empurrou a porta com força. Alguém havia feito o favor de deixar uma janela com a pontinha aberta.

Por mais que tentasse andar em silêncio, cada passo da coreana era um estrondo na quietude do lugar. O caminho até a última mesa só foi parecendo mais e mais distante, por mais veloz que Hyun-Ae avançasse. “Deveria ter esperado isso. Aqui é uma biblioteca, afinal.” – Ela pensou. – “Mas eu também odeio que as pessoas fiquem me encarando. Parece que já percorri dezessete maratonas e nunca chego!”.

Mas então ela finalmente chegou à mesa. Puxou a cadeira a frente de Dong-Su, o que fez bastante barulho, se sentou e levou a cadeira consigo para mais próximo à mesa, o que fez mais barulho ainda.

–Queria falar comigo, Tanaka? – Nesse momento Hyun-Ae se lembrou do “Tanakara” e se controlou para não rir.

–Sim, queria sim. – Ele começou. – Eu já tinha te visto antes de chegar aqui na Instituição. Em um arquivo na universidade em que eu trabalhava.

–Sério? E o que dizia?

–Era sobre física. Tinha vários papéis de uma pesquisa que você estava fazendo. Que permitiria que as pessoas se locomovessem mais rápido.

Hyun-Ae estalou o dedo. Essa não era a conversa que achava que teria, mas estava muito feliz que fosse sobre o trabalho. Alguém leu as pesquisas que deixou na Coréia, afinal. Como dito antes, ela ficava muito feliz ao encontrar alguém com os mesmos interesses que ela.

–Ah, sim. Foi uma das experiências que meu filho e eu fizemos em um de nossos projetos de barco. Infelizmente, não funcionou como a gente gostaria.

–Mas com certeza tem muito potencial. – Ele elogiou. – Querendo ou não, você inventou um teletransporte movido a energia solar.

–Um teletransporte que só te locomove trinta metros, quando não está chovendo e tem que esperar cinco horas para rebobinar e usar de novo. – Ela apontou os pontos negativos. – Não é lá muito útil.

–Mas ainda é um teleporte.

Dong-Su então pegou de um dos bolsos um pequeno disco que com o apertar de um botão abriu o projeto do barco com teletransporte em cima da mesa.

–Tomei a liberdade de pegar o arquivo emprestado da livraria da universidade. – Ele esclareceu a dúvida de Hyun-Ae antes mesmo que ela perguntasse. – Esse teletransporte poderia ser usado para uma única pessoa viajar?

–Poderia, mas não seria muito produtivo. Nós o criamos para mover coisas grandes, no caso um navio, para facilitar a chegada de suprimentos em certos lugares que estavam necessitados. – Ela explicou. – Tem que prender o aparelho no transporte, conectá-lo a fonte de tecnologia do veículo, e então selecionar o destino. No caso, só em um raio de trinta metros.

–E esse aparelho poderia mover outras construções, além de um navio?

–Como o que, por exemplo?

–Como um prédio.

Hyun-Ae achou o exemplo muito estranho, mas deu a resposta mesmo assim.

–Se estiver conectado a alguma rede de computadores, é perfeitamente possível. – Ela pausou um pouco. – Mas por que alguém iria querer mover um prédio inteiro?

–Por nada. Só estou curioso com esse seu projeto.

Dong-Su parecia animado com as notícias. As interrogações na mente de Hyun-Ae só estavam crescendo a cada instante. Por que ele queria tanto conversar sobre esse projeto antigo de teletransporte que a chamou para conversarem sozinhos e bem distantes das outras pessoas? Por que está tão interessado? Por que um exemplo tão esquisito como um prédio? E por que ele parecia tão feliz com o que ela o contara?

–Você estaria disposta a retomar esse projeto?

–Hm!? – Hyun-Ae foi pega desprevenida. – Tentar aprimorar o teleporte!? Eu não sei. Meu filho é quem sabe mais sobre essas coisas e depois de tantas tentativas sem sucesso ele se desanimou em continuar.

–Eu te ajudaria com isso. – Ele respondeu rapidamente. – Te traria material para construir e para ter onde testar. Ficaria muito feliz em ajudar no desenvolvimento de algo tão maravilhoso.

–Bem... – Hyun-Ae hesitou. Estava um pouco desconfiada. Mas então lembrou o que as amigas disseram a ela. Que ela via suspeita em tudo e que no final não era nada. Ela pensou sobre isso e resolveu deixar de neura. – Sim, eu acho que contatando meu filho pelo telecomunicador, conseguiríamos fazer alguns avanços.

–Excelente! – Dong-Su exclamou. – Mesma hora aqui amanhã para começarmos?

–Sim, acho que sim.

Dong-Su se despediu e começou a anda na direção da porta. Hyun-Ae se virou na cadeira e observou-o. Ao invés de realmente abrir a porta, ele se sentou em outra mesa, onde tinha Jefferson Rush, outro integrante do grupo 6 (Que agora fazia parte do 5) e Zulu Khumalo, o irmão de Isis, e começaram a conversar.

“Será que eu devia desconfiar disso ou isso faria de mim muito neurótica?” – Hyun-Ae questionou-se. – “Provavelmente a segunda opção. O irmão de Isis está ali. Que coisa ruim isso poderia ser?”.

...

–Olá, Jefferson. Zulu. Tanaka. – David Moore saudou-os ao se sentar a mesa com eles. – Que notícias trazem para mim hoje?

–Aqui estão algumas anotações que eu fiz sobre o desenvolvimento do plano do grupo 5. – Zulu entregou os papéis a ele. – Hoje eles fizeram um teste químico muito parecido com a arma que estão planejando. É como o senhor achava, eles já devem saber mais do que supomos.

–Recebi hoje uma mensagem do meu Instituto. – Jefferson contou. – Algumas partes do desenvolvimento da arma foram alteradas por causa disso, por precaução. Agora os compostos químicos dela são mais fortes e mais resistentes à radiação. Poderia até infestar ainda mais a China se quisermos.

–Yi Hyun-Ae concordou em continuar o projeto dela. – Dong-Su terminou. – Com os próprios criadores trabalhando para a gente, acredito que os engenheiros deles não consigam estar mais a frente do que nós.

David Moore sorriu ao ouvir as notícias.

–Excelente! O chefe ficará contente ao saber disso.

Ele olhou nos olhos dos três integrantes naquela mesa e completou:

–Sintam-se honrados, cavalheiros. Se continuarmos assim, o mundo será dele, e nós seremos os seus componentes mais importantes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Só poderemos nos ver novamente daqui bastante tempo. Então...
Até a próxima, :)!