Eternal Player escrita por Shadow


Capítulo 1
Amnesia ~ Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

~Essa é minha primeira fic da categoria Cantores/Bandas, então espero que gostem.
~A música usada no capítulo é Hurt - EXO
~Espero que gostem e não deixem de ler as notas finais.
~Boa leitura ~♡



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Neoreul garin beil geu seoke

Nal salge hal suneun itneungeonji

Nan maeil bam nege jami deunda

Kkumseoge yeonjuduineun gammiroun seonyul neoui na

Você poderia me levar

Para dentro desse véu que te cobre?

Toda noite, eu durmo com você

E a doce melodia tocando no meu sonho é você e eu

Luhan se levantou pior do que havia deitado, embora seu corpo pesasse e a cabeça latejasse ele saltou da cama determinado a se apressar. Quando terminou de tomar banho e desceu para pegar a mochila, todo seu corpo todo pulsava com uma dor quase insuportável, porém nada que o impediria de ir a aula. Pegando uma maça ele se dirigiu para seu campo de batalha.

Assim que o sinal tocou, ele se sentou. As primeiras aulas do dia passaram lentamente e ele batia o pé impaciente. Sua figura de observação diária não se encontrava e, por isso, a primeira carteira se encontrava vazia.

Quando o sinal do almoço soou, ele levantou-se e seguiu para o corredor. Parou, escorando-se em um dos armários e observou o armário que pertencia a ele.

Cinco, dez, vinte, trinta, quarenta...

E lá vinha ele. O mais novo que a tempos vinha lhe tirando o sono e lhe causando turgescências na calada da noite, surgiu meio pálido no fim do corredor, respirou pesadamente e parou de frente ao seu armário. Largou a mochila nos pés e Luhan o observou passar a língua entre os lábios.

Ah, aqueles lábios...

Se não tivesse que ser tão limitado em seus passos para obter sucesso no final do [jogo], ele tomaria eles pra si naquele dado momento. Porém como um bom jogador, Luhan permaneceu “escondido”.

O mais novo abriu o armário e atrapalhou-se com os livros, deixando um caderno cair no chão. Com ódio, Luhan apertou os pulsos quando uma garota mais alta o pegou e toda sorrisos iniciou uma conversa com o seu pequeno. Sua cabeça pulso e o rosto assumiu uma expressão de cólera, porém ele não podia avançar. Tinha que realizar cada fase devagar.

Com um suspiro ele levantou o rosto. A garota se fora e, ao olhar ao redor, ele deu um sorriso. Estava sozinho. No mesmo corredor que seu pequeno Sehun. Pensamentos depravados passaram pela sua cabeça e ele se repreendeu dando meia volta, com um último olhar por sobre o ombro verificou Sehun com o cenho franzido para ele, nas mãos um papel meio amassado, provavelmente uma prova antiga. Luhan então seguiu vitorioso para a sala.

Havia conseguido avançar mais um passo.

*~~*~~*~~*~~*

A chuva caia com um barulho alto. Junto com este mesmo barulho, o som lápis batendo contra a mesa de madeira ecoava pelo quarto trancado. Luhan permanecia inquieto sobre seu dia. A aula de Matemática não fora em nada agradável, porém poder ver seu pequeno Sehun sentado lá na frente e observa-lo, sim.

Se ele iria reprovar ou não, isso só o tempo diria, contudo isso não era uma coisa que ele queria. Já havia reprovado uma vez, e ele agradecia muito por isso, porém reprovar uma segunda significaria ficar em uma sala diferente da de Sehun e isso era preocupante.

Parando pra pensar no mais novo, Luhan deixou a preocupação tomar conta de si. O [jogo] havia se tornado cada vez mais difícil a medida que ele chegava perto do fim. Desde pouco tempo, ele vinha observando uma mudança drástica no comportamento do companheiro, a mania de passar a língua entre os lábios havia ficado mais constante, como se feita de propósito e seus lábios vinham ficando cada vez mais ressecados, a maneira de segurar o lápis enquanto escrevia havia mudado para uma diferente e a letra, antes detalhada e uniforme, havia se tornado mais relaxada. Fora as mudanças físicas: a palidez excessiva que parecia piorar dia após dia, a perda de peso, a falta de força para realizar coisas antes simples e as constantes idas a enfermaria por causa de uma hemorragia nasal.

Se antes o menino não faltava, agora era motivo de ter seus pais chamados para conversar. Os atrasos também se tornaram constantes e as notas, decaíram um pouco.

O fato de não poder ajudar corroia Luhan por dentro. Contudo ele não só ainda não podia como não tinha coragem para tentar resolver o problema do mais novo. Pela primeira vez Luhan amaldiçoou o [jogo] por ainda não ter chegado ao fim.

Ainda faltavam duas fases!

Sua preocupação o mataria antes de conseguir concluí-las. Isso se não tivesse uma parada cardíaca de tão forte que seu coração batia quando via Sehun cada vez mais diferente do habitual.

Entretanto, saber que só tinha mais dois passos para realizar antes de chegar ao prêmio e poder fazer com ele o que quisesse lhe dava um animo a mais. Se ele fosse rápido, resolveria o problema de Sehun. Deitou-se tendo em mente que deveria chegar logo ao fim. A qualquer preço.

-Ah... Uhn... C-com licença. –ele virou-se ao ser cutucado. Os olhos se esbugalharam e recuou meio passo, o olhar ainda sobre o outro.

-Posso ter ajudar?- após um tempo perguntou ficando ereto, já recuperado do choque. Mentalmente, se repreendeu por ter usado um tom grosso demais.

-Ah, n-não, desculpe... –Sehun corou. Luhan sentiu o corpo ficar tenso.

Tantos meses sem nunca ter falado diretamente com o garoto para então, ele aparecer assim do nada a sua frente apenas para não dizer nada? Luhan se questionou o que devia fazer, a dois passos do final do [jogo], não contava com o aparecimento repentino do outro a sua frente. Sem passar nas consequências, ignorou todas as regras que vinha seguindo até então.

Se era assim que o [jogo] estava dando as cartas, iria usar um cheat* e chegaria ao final de uma vez.

Em um segundo seu corpo estava grudado ao de Sehun, as costas deste contra o armário de metal, a mochila antes em seu ombro, agora se encontrava no chão. Sehun arregalou os olhos, porém ao abrir a boca Luhan se aproveitou.

Colou seus lábios com firmeza, segurando sua cintura em um aperto firme. Logo, Sehun correspondeu o beijo da maneira que ele queria, as mãos do menor foram ao seu pescoço e ele explorou suas costas com as mãos, sentindo os ossos protuberantes e a pele fria por baixo da blusa fina de botões.

Todo seu corpo pulsava, desde os lugares mais convencionais aos mais inadequados. Um arrepiou percorreu seu corpo quando Sehun puxou seu cabelo na nuca. Em meio ao beijo, Luhan não deixou de sorrir. Naquele momento, não havia corredor, chão, armário, ou qualquer outra coisa. Eram só os dois. Em seu pequeno mundo particular. Um espaço secreto descoberto unicamente para eles.

Quando separou os lábios do dele, ambos estavam ofegantes. Luhan mordiscou o lábio inferior dele e se afastou com um sorriso vitorioso. Sehun não se movia, aproveitando-se disso, Luhan apoiou a cabeça em seu ombro sentindo o perfume doce dele misturado a um cheiro familiar que ele não conseguiu identificar, traçou uma linha de beijos molhados pelo pescoço dele e mordiscou ao ouvi-lo soltar um gemido baixo e disfarçado. Quando voltou a encarar o menor, o mesmo tinha a boca entreaberta, os lábios rosados – finalmente sem aquele tom pálido de azul!- e o rosto parecia ter ganho mais cor.

-Eu, -Luhan lhe deu um selinho passando o indicador pelo lábio inferior do mesmo- sempre quis fazer isso.

Sehun corou. E então abriu a boca, porém nenhum som saiu. A visão de Luhan embaçou e uma vertigem tomou conta de seu corpo. Apoiou-se no armário com a mão enquanto seu peito era amparado por Sehun. Seu peito palpitou, como se algo estive cortando-o de dentro para fora.

Ele apoiou a cabeça no ombro de Sehun, as mãos escorregando do armário frio. Então ambos foram ao chão, ele sobre Sehun. Tentou se afastar, porém não tinha forças. Sua respiração falhou e o gosto de sangue chegou a sua boca.

O que estava acontecendo?

O corredor saiu de foco e qualquer barulho ao redor se tornou um chiado insuportável. Entretanto... Ele sentiu a mão de Sehun sobre seus cabelos e então os lábios dele em sua testa. Isso de certa forma, apaziguou a dor.

-Acredite em mim... -ouviu-o sussurrar.

A escuridão lhe dominou por completo.

*~~*~~*~~*~~*

Luhan esticou a mão e gritou por Sehun, porém...

Ele estava em seu quarto. Lá fora, o céu se encontrava nublado e ventava forte. Ele se sentou, esfregando os cabelos molhados de suor.

Havia... Sonhado?

Aquilo fora tão real. Tanto que ele podia sentir o cheiro doce misturado com algo familiar. Passou a língua entre os lábios e esfregou os olhos, uma hora acabaria ficando maluco por causa do outro. Um pouco hesitante, se dirigiu ao banheiro e deu inicio a sua rotina.

Sua sala estava estranhamente quieta. Ninguém brincava como de costume e as conversas eram em murmúrios. Luhan observou a janela, uma fina chuva caia, deixando o vidro meio embaçado e as ruas vazias.

Que estranho.

Ele se lembrava claramente que no dia seguinte fazia um sol forte e que a previsão para a semana toda seria o mesmo. Quando se voltou para o quadro, o olhar passou pela primeira carteira.

Vazia.

Por que essa palavra parecia machuca-lo mais do que nunca? Por que ele se sentia como se algo tivesse sido tirado de si? O que era aquela estranha sensação incomoda em seu peito?

Ele não sabia. Contudo, sabia que algo havia mudado. As condições do [jogo] pareciam ter mudado, assim como a atmosfera ao seu redor.

De relance, ele pegou duas garotas o olhando de esgoela. Elas pareciam tristes, mas...

Ele balançou a cabeça. Certamente estava ainda sob efeito daquele sonho maluco e delicioso. Virou-se novamente e encarou a porta. Algo deveria passar por ali, certo? Então...

Luhan esperou.

Esperou.

Esperou.

E esperou, por algo que não sabia o que era, embora sentisse que era importante.

O o que não veio. Nunca mais voltou a ocupar a primeira carteira da sala. Nunca mais voltou.

De acordo com as [condições], Luhan declarou seu próprio fim. Ele havia perdido. O que, ele não sabia. O sonho tornou-se uma incomoda recordação de algo que ele não sabia dizer se fora ou não verdade, uma recordação de um rosto, cheiro e sabor que ele não sabia a quem pertencia. Uma recordação vaga de um nome que ele não conseguia pronunciar.

O [jogo] havia prendido-o em um beco sem saída e o monstro levara seu coração.

Não havia reset.

Não havia vidas extras.

Não havia como sair daquele lugar.

Não ganharia o prêmio brilhante que há meses, dias, horas, minutos e segundos ansiava.

Sehun nunca seria seu.

O [jogo] havia feito-o seu eterno jogador.

E as palavras de Sehun se perderam ao vento, assim como a memória de Luhan do dia em que ele tivera seu coração trocado.

Do dia em que ele fora para o hospital e que, urgentemente, precisava de um novo coração.

Do dia em que, um jovem havia se matado e, como último pedido, seu coração deveria ser dado exclusivamente ao seu amado, seu stalker não tão secreto assim e também seu, a muito tempo, melhor amigo. Embora não se lembrasse disso.

Um pedaço de Sehun sempre seria seu. Como sempre foi em vida, sempre seria em morte.

Game Over, Luhan.

You hurt me

Nae meorissogen yeongwonji

(Sokkeureiji) nega sala itneunde

Nae siya-en tumyeonghan neoui na

Dan hanbeonman nal chajajwo

Eolmana winhaneunji aljanha

Hwimihan ne moseubboda jeo jiteun bamboda

Na honjainge duryeowojyeo eo~

Você me machuca

Você viverá para sempre

Em minha mente insana

Mas ao meu ver, não tem nada além de você e eu

Apenas essa vez, você pode olhar para mim?

Você sabe o quanto eu quero isto

Comparando a sua turva forma ou essa noite escura

Eu estou mais aterrorizado de estar sozinho


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Notas finais do capítulo

*'Cheat' é uma gíria utilizada por gamers para designar códigos e truques especiais durante o jogo.
Não sei se é porque "cortei" muita coisa, mas eu achei que ficou algumas coisas em aberto. Mas aí, fica por conta da imaginação de vocês. ^^
Qualquer dúvida: eu respondo por comentário, ou vocês podem ir na minha ask (ask.fm/st4rsfault_) e perguntar.
Obrigada a Lola por ter me dito algumas coisas e pelo vídeo (que eu vi até metade) pra me ajudar a escrever ♥ isso foi de grande ajuda.
Então é isso pessoal, nós vemos na minha próxima fic ~♥



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