Introversion escrita por Daymare


Capítulo 1
Capítulo 1




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Em muitos dos meus dias de vida, me perguntei qual o sentido da vida. Nascemos, crescemos, reproduzimos e morremos, enquanto uma grande parcela da população não faz nada de importante em suas miseráveis vidas sem valor. Seguem a vontade alheia, sem se importar com os próprios desejos, e se satisfazem com essa situação, tornando-se nada mais, nada menos do que cópias imundas, introvertidas em seus próprios egoísmos e sem personalidade, as quais devem tomar de vergonha o criador.
      Surpreende-me o fato de que, às vezes, algum ser é amaldiçoado com a capacidade de raciocínio lógico, e muitas das vezes em meio de suas ações se pega pensando o porquê daquilo tudo. E todas as futilidades que as pessoas consideram essenciais acabam sem tornando sem sentido, e acabamos por deixar as outras pessoas viverem todas as coisas fúteis que poderíamos, mas não estamos fazendo, por acharmos isso severamente sem fundamento, e no final, resta simplesmente ouvir com uma mescla de pena, mas ao mesmo tempo de culpa e arrependimento tudo o que essas pessoas têm a contar. Elas vivem, enquanto você está do lado de fora, apenas observando e interferindo em alguma coisa como julgamos necessário.
      Realmente, uma verdadeira maldição viver dessa forma, passando cada dia desejando poder ser só mais uma pessoa que transforma preocupações supérfluas em problemas monumentais, apenas para não falar que nessa vida nada foi batalhado ou aproveitado. Desejando saber como seria ter uma vida normal, sem mais delongas, sem mais pensamentos. Pois o pensamento destrói nossas almas, nossos corações e nossas emoções.
      E é usufruindo desses mesmos pensamentos destruidores que eu termino essa carta, selando a maldição de um ser o qual não deveria existir. Pois o sentimento de falta que seja lá quem tenha afeto por alguma coisa de meu pertence, não fará a menor diferença.
      Estou destruído, corrompido. Depois disso, nada mais importa.

 

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Caro Senhor delegado,

       A teu pedido, fui a cena do crime a qual me requisitou ontem. Após uma investigação forense minuciosa do corpo da vítima, apesar de seu estado deplorável, chegamos ao laudo que se tratava, por incrível que pareça, de um suicídio.
      Em meio das provas, foi encontrada uma carta, a qual como um oficial decente, fui-me obrigado a lê-la, em busca de alguma referência que possa levar ao autor de atitude tão sádica e sem coração.

Em conhecimento de tal documento, lhe passo esse telegrama, para informar que, por razões pessoais, estou-me retirando do caso, pois sinto que o que aconteceu entre aquelas quatro paredes, está muito além do que a minha personalidade possa aguentar

Agradeço compreensão.

Detetive Millender, 20 de agosto de 1999.


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Notas finais do capítulo

Enfim, eu estava em um belo dia revoltado e resolvi escrever esse pequeno trechinho. Não espero reviews dele, sinceramente falando. Mas escrevi-o com muito carinho, e até gostei do resultado final.
Sem mais delongas e questionamentos.



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