Esnobando o Amor escrita por Clara Gomes


Capítulo 3
Capítulo 1 – Chegando em São Paulo.


Notas iniciais do capítulo

E é aqui que a história começa! Boa leitura!



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São Paulo, finalmente! Não aguentava mais ficar trancada dentro daquele avião, oh coisa chata viu!

Eu e minha mãe estamos descendo as escadas rolantes do desembarque, onde ficam aquelas pessoas segurando as plaquinhas com o nome de quem estão esperando. Tem uma multidão de gente, algumas se abraçando, se beijando, chorando, e outras apenas saindo sozinhas.

No nosso caso, quem está segurando uma plaquinha escrito “Elisa e Cristina Facchini” é o Gerson, meu ex-motorista. Ele é alto e moreno, até que não é feio.

Ao acabarmos de descer a escada, fomos à direção dele. Ele estava com um sorriso enorme no rosto, parece que está esperando isso há anos. E realmente está, afinal fazem 4 anos que estamos fora.

– Elisa! Cristina! – falou já quando estávamos bem próximos.

– Gerson! – exclamou minha mãe abraçando-o com saudade. Ele e sua esposa sempre foram mais do que empregados para minha mãe, eles eram mais como amigos mesmo – Ah, e não é mais Facchini, lembra? – sabia que ela ia falar isso.

– Ah, é verdade, desculpa. E essa menina, como ta crescida! – disse e veio me abraçar também, mas eu não retribuí. Só abraço gente muito rica, e só em casos muito especiais. Não sou uma pessoa muito abraçável.

– Oi. – respondi seca quando ele finalmente me soltou.

– Vamos então? – perguntou animado.

– Vamos sim. – respondeu minha mãe.

Ele nos ajudou com as malas até o carro, e depois minha mãe foi junto com ele no banco da frente, enquanto eu fiquei atrás. Como estava sem wi-fi, o que me restava era jogar qualquer bobeira até chegar à casa do meu pai.

Demorou um pouco para chegar, mas quando nós chegamos, eu pude perceber que minha mãe ficou um pouco desconfortável. É óbvio, já que a última vez que meus pais se viram foi quando assinaram o divórcio.

– Prontinho. Fiquem à vontade. – afirmou o motorista e minha mãe assentiu.

– Vamos filha? – me chamou tentando esconder o nervosismo, mas eu a conheço demais, e sei exatamente quando ela está nervosa.

– Claro. – respondi e ambas abrimos nossas portas, indo à direção à porta de entrada principal.

– Elisa! – exclamou meu pai abrindo um sorriso enorme, e eu não pude evitar, mas sorrir do mesmo jeito, afinal ele é meu pai, e nós não nos vemos há 4 anos. Sim, eu não vim nenhuma vez para o Brasil ou ele foi para Los Angeles desde que mamãe e eu nos mudamos para lá, meu pai e eu só nos falamos por telefone. Logo que eles se separaram eu estava muito brava com ele, mas logo o perdoei.

– Pai! – exclamei de volta correndo até ele e o abraçando fortemente. Como eu já disse, eu só abraço gente rica e em casos especiais. E essa situação se encaixa em ambas as condições.

– Ah filha, eu senti tanta saudade! – falou ainda me apertando contra si, seu rosto praticamente em meu cabelo.

– Eu também pai! – respondi com meu queixo em seu ombro, meus braços em volta de seu pescoço. Estava sentindo seu cheiro, é o mesmo de sempre, é maravilhoso.

Quando nos separamos ainda estávamos sorrindo um para o outro. Ele me deu um beijo na testa e apontou para dentro para que eu entrasse.

Entrei mas fiquei espiando meus pais de lá de dentro, para ver como seria o reencontro. Eu ainda tenho esperança que eles voltem, ou que pelo menos minha mãe desapegue. Ela é uma mulher linda, mas ela não se permite viver por causa de seu casamento fracassado. Eu só quero vê-la feliz.

– Olá. – cumprimentou meu pai sorrindo, também meio desconfortável.

– Oi. – respondeu minha mãe com uma expressão incomodada no rosto.

Meu pai começou a se aproximar dela, cada vez mais, e eu até estranhei. Quando eles estavam praticamente grudados, ele passou os braços em volta dela, a apertando contra si em um abraço. E para minha surpresa, ela correspondeu o abraço! Nesse exato momento eu tive certeza que eu tenho que juntar esses dois, é visível a química entre eles, o amor! Eu tenho certeza que eles ainda se amam!

– Esses dois orgulhosos ainda se amam! – disse uma voz atrás de mim e eu me virei para ver quem era. A figura feminina sorriu para mim e se aproximou mais – Ah Elisa, como você cresceu! – continuou me abraçando, e eu não correspondi.

– Pois é né, fazem 4 anos. – respondi sarcasticamente.

– É verdade, 4 anos de puro tédio nessa casa! – respondeu ainda agarrada comigo, achei que meu sarcasmo ia fazer ela me soltar, mas me enganei.

– É, eu imagino. – afirmei cheia de mim.

– Vera? – chamou outra voz feminina atrás de mim, e era minha mãe, me salvando mais uma vez.

– Cristina! – exclamou me soltando e indo até minha mãe abraça-la.

– Mãe, quantos pratos eu devo por na... – falou um garoto entrando na sala com uma pilha de pratos na mão, que ele deixou cair no momento que me viu – E-Elisa?

– Não não, é o Papa! Olha ae o que você fez, oh desastre! – rebati rudemente, é assim que eu aprendi a tratar a plebe – Olha quantos pratos você deixou cair!

Pude perceber que sua feição mudou na hora, eu pareci magoá-lo, mas não estava realmente ligando. Ele é o filho da emprega!

– Caio, olha só o que você fez meu filho! – disse Vera se aproximando dos cacos dos pratos.

– O certo mesmo, é meu pai fazer vocês pagarem...

– Não se preocupe Caio, está tudo bem. – indagou meu pai entrando no cômodo – Tem mais pratos guardados, eu sei.

– Mas pai...

– Elisa, por favor! – me repreendeu. Ah não, não creio que meu pai vai me repreender na frente dos empregados!

– Pai! – exclamei com um tom reprovativo.

– Olha aqui, mais respeito okay? Tanto comigo quanto com todos, aqui nós somos todos tratados como iguais! – afirmou olhando para mim com um olhar de pai mandão, aff que saco.

– Então porque você me repreende e não repreende a eles?! – retruquei incrédula – Direitos iguais ué!

– Porque eu sou seu pai e posso te repreender. Agora não quero ouvir mais um piu sobre isso. – respondeu com firmeza.

– Com licença, onde devo deixar suas malas? – perguntou Gerson surgindo no cômodo com as malas.

– Ah não Gerson, nós vamos para um hotel! – respondeu minha mãe negando com a cabeça.

– Não, fiquem aqui, eu quero passar o máximo de tempo com vocês... com a Elisa. – afirmou meu pai, e ele deixou escapar aquela de “passar o máximo de tempo com vocês”... Haha ele claramente ainda tem esperanças de que ela o perdoe.

– Mas se for para ficar me dando bronca, eu não quero. – retruquei me fazendo de difícil, adoro isso, gosto de ver as pessoas implorarem.

– Só quando você merecer. – falou meu pai tocando meu nariz – Agora vocês vão ficar aqui sim.

– Quem disse? – rebateu minha mãe.

– Ai mãe, por favor, eu quero ficar um tempo com meu papai... – fiz bico – Ou se não você me deixa aqui, e vai para um hotel. – sugeri já sabendo que ela não ia aceitar. Minha mãe sempre odiou ficar sozinha.

– Ah não Elisa, sem você eu não vou. Não quero ficar sozinha em um hotel! – reclamou também fazendo bico.

– Então aí oh, nós ficamos aqui. Problema resolvido. – falei sorrindo.

– Okay Elisa, você ganhou... – bufou e revirou os olhos, me fazendo dar um sorriso vitorioso. Eu tenho mesmo esse jeito persuasivo.

– Ótimo! Vera você poderia, por favor, mostrar a elas seus quartos? – pediu meu pai também se sentindo vitorioso.

– Claro que sim. – respondeu a mulher – Caio arrume essa bagunça pra mim okay? – continuou apontando para os pedaços de prato espalhados no chão – E meninas, Gerson, sigam-me. – finalizou nos chamando com a mão e caminhando até a escada.

Subimos até o andar de cima. Tudo estava exatamente como eu me lembrava, a decoração, tudo.

– Esse vai ser o seu. – indicou a empregada abrindo a porta do quarto. É o meu antigo quarto, só que totalmente reformado. Tem um closet enorme totalmente espelhado, prateleiras cor-de-rosa que vão até quase o teto, as paredes todas decoradas com papéis de parede, uma cama de casal enorme (creio que seja tamanho Queen) e uma TV não muito grande, mas também não muito pequena, deve ter umas 40 polegadas. Junto com ela há um X-box novinho, e um home theater de última geração com suas caixinhas espalhadas por pontos estratégicos do quarto. É maravilhoso, se duvidar melhor ainda do que o meu lá de Los Angeles.

– Uau. – sussurrou minha mãe surpresa ao ver o quarto – Vocês já estavam tramando tudo isso há muito tempo não? – perguntou olhando para nós duas desconfiada.

– Não. – respondi me fazendo de inocente. Na verdade não é mentira, meu pai e eu já havíamos conversado algumas coisas sobre isso, mas nós não “tramamos” nada.

– Bom, fique à vontade Elisa. – disse Vera sorrindo e apontando para Gerson deixar minhas malas lá dentro.

– Você vem conhecer o outro quarto Lisa? – perguntou minha mãe já se virando para a direção que Vera estava indo.

– Não mãe, eu vou tomar um banho, para tirar o avião de mim. – respondi fazendo cara de nojo e ela riu.

– Okay, pelo que eu me lembro esse quarto é uma suíte né? – apontou para dentro do quarto, na direção que achava ser o banheiro.

– É, é sim. – respondi apontando na mesma direção, ela estava certa, ali é o banheiro.

– Okay, qualquer coisa chama. – falou e mandou um beijo, e eu respondi com outro.

Entrei no quarto e fechei a porta. Comecei a caminhar dentro dele, esfregando meu pé no tapete felpudo que cercava a cama. Fui até o closet e me encantei, é simplesmente perfeito. Tem até algumas peças de roupas aqui, e de muito bom gosto, por sinal. Voltei para o quarto e caminhei até uma porta de vidro que tem, e ao abri-la me deparei com uma sacada, que dá para a piscina. Fiquei observando a vista da piscina e de uma parte do jardim, até que visualizei a edícula em que Vera, Gerson e Caio moram. Estava exatamente igual também. E eu só espero que o Caio não venha me encher o saco, porque eu não tenho paciência para gente pobre.

Voltei para o interior do cômodo e fui direto às malas. Encontrei minha nécessaire e parti para o banheiro. Prendi meu cabelo em um coque, porque não ia lavar a cabeça, me despi e entrei no chuveiro. Lá tem um sabonete líquido incrivelmente cheiroso, entre outros produtos de higiene pessoal que devem ser do bom e do melhor. Tomei um banho rápido (meia hora), o qual serviu perfeitamente para pensar no que iria aprontar para acabar com esse casamento e juntar meus pais. Passei meu hidratante e me enrolei na toalha, tentando encontrar uma roupa para pôr. Encontrei a perfeita no closet, me vesti, passei um perfume e uma maquiagem leve, peguei meu celular e desci.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando!



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